spoiler visualizarMatheus 26/01/2024
Mona, com todo respeito, você é maluca?
Existe um personagem, de uma série televisiva que gosto muito, que conta que um dia fumou tanta sálvia que conseguiu ver o passado, presente e futuro de uma só vez. Acho que Fosse andou dividindo coisas com Jason.
A história só tem um cenário e se passa por séculos, tudo dentro da mente solitária desta senhora, Signe, que relembra a vida deitada num banco. É uma experiência extremamente claustrofóbica. Não tem hora certa de parar. Assim como imagino que o autor sentou para escrever esse livro e só se levantou (dias, anos ou séculos depois) quando acabou, imagino que ele queira que tudo seja devorado de uma só vez. Não há espaço para respiro, é muito fácil se perder, pois é confuso, mas compreensível.
A personagem principal, Signe, viveu a vida presa nas memórias de um passado distante, subiu em uma árvore genealógica, que nem era sua, e de lá nunca mais conseguiu descer. Hipnotizou-se com as gerações de galhos e condenou-se a viver do que ela e eles já tinham vivido, deitada desse banco onde ela vê a vida passar enquanto tenta não se lembrar de tudo. Vive sozinha nessa casa cheia de gente, esta mesma antiga casa onde ela morou com ele por tantos anos. Morreu ao ver, do banco onde está esta deitada, a si mesma deitando no banco. Fim de ciclo. Signe está finalmente livre. Signe está morta.
A evocação ao divino, na última frase, reforça o que Fosse disse durante o livro todo: Que a morte não é mesmo o fim de tudo. Jesus nos ajude, sem ponto e sem fim