Santrog 10/05/2024
Larissa, você não tinha esse direito!
Minhas expectativas para esse livro estavam baixas, confesso, os últimos dois livros não foram do meu agrado da mesma forma que foram para a maioria dos leitores, mas esse aqui superou minhas expectativas e posso considerá-lo o melhor da trilogia. Tentei ao máximo escrever sem spoilers, mas acontecimentos de livros anteriores são mencionadas.
Aqui temos um enredo mais complexo, temos muita diplomacia, política e religião sendo exploradas muito mais do que os outros livros, isso é um ponto positivo porque enriquece a leitura mas também é um ponto negativo porque torna muitas partes maçantes de serem lidas.
Nesse livro podemos conhecer melhor o passado atormentado do Daemon, com vários flashbacks que foram legais e interessantes em alguns momentos mas depois começou a ser repetitivo, porém apesar disso, foi interessante ver o quanto sua personalidade difere de Alessandro. Houveram vários momentos que se repetiram e podemos ver como Alessandro lidou com a situação e como Daemon lidou com a situação (apesar de só descobrir de fato no final).
Jezebel foi uma personagem que tive a impressão que a autora simplesmente desistiu de torná-la interessante e recusa em se aprofundar nela. No primeiro livro ela mostra uma inocência condizente com o que vive, no segundo ela já está mais curiosa e aos poucos saindo dessa inocência apesar dela ainda estar presente, então nesse terceiro eu esperava uma evolução maior afinal bater na tecla da personagem inocente e bobinha não combina mais com o ambiente que vive que já não é mais uma novidade para ela, então porque não desenvolvê-la melhor? O resultado foi uma personagem chata, burra e fácil de ser odiada, sua única evolução acontece apenas nas últimas páginas.
Enquanto isso, foi muito legal ver o conflito interno que rolou dentro do Daemon, o que não aconteceu com Jezebel aconteceu com Daemon, a construção e evolução que foi construída em volta desse personagem, que se revelou serem dois no livro anterior, foi muito bem feita e apesar de achar que a cena do entendimento final entre os dois poderia ter sido mostrada ao leitor e não contada, não estragou o livro.
Porém nem tudo foram rosas, eu achei o livro com páginas sem necessidade, lembra que disse que política e religião foram muito exploradas? Então houve um momento que isso se tornou demais, isso era o centro, e que em minha opinião foi sem necessidade, enquanto tínhamos aí uma promessa de reviravolta interessantíssima sendo guardada para depois. A mulher escondeu a gravidez o livro inteiro, instigando o leitor do quão bombástico seria isso quando viesse à tona, a maneira que Daemon descobriu foi muito bem pensada mas as consequência foram meio mornas, rolou brigas, afastamento e só? Esperava mais.
A escolha do personagem para cometer a traição foi ótima, eu lembro que pensei: Imagina se ela trair o Cosa Nostra, mas logo em seguida pensei: Não é impossível. E aí no final páá? toma essa revelação na sua fuça, apesar de ter sido um bom momento senti que foi corrido demais. E não sei se quero falar sobre aquela morte, eu chorei e xinguei até a décima geração da autora, ele era meu personagem favorito desde que apareceu, eu inocente torci para que ele ganhasse um livro no futuro, imperdoável Larissa. Mas temos que admitir que essa morte ajudou a trazer uma carga sentimental enorme para o final, apesar de também ter achado corrida. Porque ajudou? Não foi o único que contribuiu para isso? Não, antes dessa morte tivemos uma outra que também fez muito leitor se desmanchar em lágrimas, principalmente com a despedida dos personagens, essa morte aconteceu em um ritmo ótimo e depois eu fiquei parada refletindo todos os ?E se? igual o Daemon.
Uma coisa que todos os livros da trilogia têm em comum são os vários erros ortográficos, porque isso continua acontecendo? No começo me incomodou, mas não chegou a atrapalhar a leitura como aconteceu em Judas, foi fácil ignorar nesse, mas porque isso segue acontecendo? Enfim, eu realmente gostei muito mais de Apocalipse do que os dois anteriores, esse livro tem uma carga emocional maior, porque os sentimentos aqui são muito mais explorados, porém não achei ele tão pesado quanto os outros. Recomendo demais a leitura, foi um fechamento ótimo para a trilogia, apesar de não ter gostado tanto assim do epílogo ele foi condizente com tudo que aprendemos sobre o Cosa Nostra.