Resenhas - Menino de Engenho

Priscila.Vaisman 27/10/2023

Menino perdido, menino de engenho
O título dessa resenha é a última frase do livro. Nele, acompanhamos a vida de Carlinhos desde os seus quatro anos de idade até os seus doze anos quando é enviado para o colégio. Ao longo das páginas vamos acompanhando a rotina de um engenho, o modo de viver rural, seus moradores, o amadurecimento do personagem principal que vai contando suas vivências quase como um cronista. A narrativa é marcada por tons de melancolia em função do primeiro acontecimento do livro. Além disso, algumas questões sociais ficam bem marcadas na obra de forma crítica como, por exemplo, a desigualdade social e o pós abolição da escravidão (como na passagem: “Para esta gente pobre a abolição não serviu de nada.” (p. 103). Gostei bastante e pretendo ler outras obras do autor.

Paulo1584 21/10/2023

Agonia de engenho
Uma época construída pelos olhos de um menino que vai perdendo a inocência.

essa leitura me fez sentir a curiosidade, a vontade de ver o mundo. menino de engenho traz ao leitor o nordeste da época da cana. não só em seu aspecto social e de crônica cotidiana, evoca aquelas histórias contadas de noite pelos mais velhos, os causos.

quero ler mais coisas do autor, ver como ele deu sequência em seu projeto estético, mas só ter lido este já foi muita coisa.

Laura 31/07/2023

Ansiosa pelos próximos dois livros
Não é um enredo muito inovador para quem já é familiarizado com o ciclo da cana, mas ainda assim é interessante e de fácil leitura, apesar da dificuldade trazida por algumas aberrações da época, como o racismo escancarado e mais?

legarcia 20/07/2023

Banhado pelas lágrimas andei pela casa
Mudando um pouco o foco temático dos livros que vinha lendo, ?Menino de Engenho? foi um momento para olhar o Brasil, para nossa história e pensar acerca dos mecanismos e das dinâmicas existentes na nossa sociedade.

Jose Lins do Rego produziu aqui uma fonte muito rica para conhecermos um pouco da sociedade brasileira organizada em engenhos. Narrada por um neto de dono de engenho, a história evidencia aspectos muito brasileiros, como o coronelismo e o patriarcalismo. Fica evidente como a figura do dono do engenho goza de extremo poder no território, detendo os mecanismos de punição.

Entretanto, a história tem como palco o declínio do engenho e, com isso, a presença do cangaço, capaz de causar temor no senhor de engenho. O narrador ser neto do coronel que já havia perdido um pouco de sua hegemonia e agora relembra sua infância em um engenho ainda muito relevante é muito interessante. É dessa forma que somos apresentados a um ponto de vista daquela elite que naturalizava a maldade da escravidão.

É impossível falar de Engenho e não falar da escravidão. Quase como palavras conjuntas o termo ?casa grande e senzala? é uma representação da disparidade entre os homens brancos e os escravizados. É necessário um foco nos estudos e análises dos engenhos brasileiros, pois estes apresentam características e movimentos complexos e únicos.

O livro retrata diversas situações comuns àquele lugar, demonstrando nos pequenos acontecimentos, por mais sutis que fossem, a estrutura escravista do Brasil.

Há nesses lugares, uma espécie de plasticidade, que gera zonas de convívio, mas ela é efêmera, uma vez que a desigualdade estrutural sempre evidencia a dominação, a desigualdade de poder. E esse é o ponto mais latente em toda a obra para mim. Em todos os momentos conseguimos perceber esse convívio entre brancos e escravizados que nunca ocorre sem o fundo da disparidade de poder.

Por fim, a obra é relavante para que possamos compreender os engenhos e, dessa forma, compreender o Brasil. Escrito por José Lins do Rego, quem viveu nesse ambiente como neto do senhor de engenho, o livro é uma ferramenta importante para os estudos acerca do nosso país.

Lucas1429 12/07/2023

Após um trágico acontecimento Carlinhos narra suas histórias vivenciadas no engenho do seu avô. Apesar de historicamente ser uma obra muito rica, a história não é nada demais, apenas um relato das suas vivências no período colonial no nordeste brasileiro.

Cacau 23/06/2023

Não é meu estilo
Sei que o contexto da época era esse, mas não gostei muito. Mesmo em tom de crítica, não gostei da história. Acho que não é pra mim.

Carolina.Perdigão 07/06/2023

É um bom livro, apesar de não ter conseguido me empolgar muito com a história. Este clássico da nossa literatura não me cativou.

nessa.combinato 30/05/2023

Péssimo
Reli esse livro depois de muito tempo (a primeira vez com uns 8 anos) e pude captar e finalmente entender muitas coisas que eu não entendia e que se passaram despercebidas. Li pra fazer um seminário na aula de português e devo dizer que eu realmente odeio a forma como a escola quer "iniciar" os alunos na leitura por clássicos (embora eu goste de vários, os jovens deveriam começar a ler por coisas que gostam, sejam HQ's, romance sessão da tarde ou algo "mais profundo"). Enfim, ler esse livro foi uma experiência de tortura, e como não vou desperdiçar a resenha que fiz para a aula, aqui está:

A natureza bucólica da paisagem, da narrativa é até mesmo dos personagens, apesar de evidenciar a vida no engenho e a personalidade dos personagens; por vezes se torna entediante e superficial.
Somos apresentados ao mundo e as pessoas, unicamente pelos olhos de Carlinhos, que pode não ser um narrador confiável, já que é movido por seus instintos, desejos e maneirismos.
O garoto, ao longo do livro, por diversas vezes se mostra traumatizado por perder os pais da maneira como aconteceu.
A relação de Carlinhos com os primos, com os negros escravizados, com todos ao seu redor; se mostra movida por interesses próprios e paixões.
A própria suposta intimidade que ele cultivou com seu tio Juca, parece que moldada pelo interesse do garoto em ter acesso às revistas pornográficas que o tio tinha, quando este não estava presente.
A escrita do autor foi deveras influenciada por outro autor: Gilberto Freyre, autor de Casa Grande e Senzala. E José Lins do Rêgo deixa isso muito claro na maneira romantizada em que se estabelecem conexões entre os moradores do engenho e os negros escravizados. Neste livro os negros são o puro retrato da submissão e do "amor" ao dono de engenho e sua família.
A vida sexual de Carlinhos é um tema quase central na história, uma vez que ele se tornou libertino aos 12 anos e desempenhou um papel problemático.
O livro termina no momento em que Carlinhos já é considerado "homem" e parte para um internato.
Ao fim, entende-se que o garoto é mais velho de alma do que de corpo, porque viveu muito intensamente sua infância. Embora muitos elementos narrativos sejam propositais e possam até ser vistos como geniais, em uma análise mais abrangente se duvida da sanidade do autor ao escrever alguns trechos. Embora seja um livro de extrema importância para a história da literatura brasileira, não deveria ser obrigatório para pessoas tão jovens, uma vez que trata de assuntos polêmicos, complicados, difíceis e traumáticos e não de uma maneira muito assertiva ou proveitosa.

Jonas incrível 22/05/2023

Um menino
Uma história que te envolve com os acontecimentos da vida de Carlinhos, todas as "alegrias" e dificuldades de sua vida são narrados de forma muito autêntica.

Susana 26/04/2023

Lendo brasileiros!????
Às obras que dão início ao ciclo da cana de açúcar, Menino de engenho conta a infância de Carlinhos no engenho e doidinho conta sua adolescência na escola.

Carolina 09/04/2023

Tem um Brasil todinho nesse livro!
Triste, solitária, rica, melancólica, abundante, contraditória, diversa, violenta... essa é a estória do Carlos - o menino de engenho - retratada nesse texto que eu amei.
Pra quem se identifica com as complexidades de terras brasileiras, essa obra entrega muito conteúdo, sim, exatamente isso, ao ler, me reconheci: nas pessoas, nos lugares, nos hábitos, nos problemas, nas vivências, enfim, esse livro é um exagero de Brasil.

leiturasdaursula 06/04/2023

Um retrato da história do Brasil
Menino de Engenho é um romance escrito por José Lins do Rego e publicado em 1932. O livro retrata a vida de Carlos, um menino que cresce em um engenho de açúcar em Pernambuco, no início do século XX.

A obra é considerada uma das mais importantes da literatura regionalista brasileira e traz uma descrição rica e detalhada da vida no Nordeste brasileiro na época. O autor retrata a realidade do trabalho nas usinas de açúcar e a vida difícil e opressiva dos trabalhadores rurais, com destaque para a exploração da mão de obra infantil.

O livro mostra a jornada de Carlos desde a infância até o início da adolescência e sua relação com sua família, amigos e a comunidade local. A narrativa é emocionante e comovente, retratando os desafios que Carlos enfrenta em seu crescimento, como a relação difícil com seu pai e as desigualdades sociais que o cercam.

Além disso, Menino de Engenho aborda temas como a solidariedade, a amizade e a esperança, mostrando a capacidade humana de superar adversidades e encontrar a felicidade mesmo em meio a um contexto social difícil.

Esta é uma obra que faz parte do Ciclo Cana de Açucar, composto por 4 livros. É um livro essencial da literatura brasileira que retrata de forma vívida e emocionante a realidade social e cultural do Nordeste brasileiro do início do século XX, além de apresentar uma narrativa cativante e envolvente.

Eu estou ansiosa para começar o próximo livro, que é Doidinho!

~mah 24/02/2023

Memórias de um Brasil não muito distante
Este livro me trouxe muitas sensações, nojo, raiva, surpresa, tristeza e risadas. Não esperava nada e ele entregou muito.
Recomendo o áudiobook do skeelo.

Mariana.Vilela 14/02/2023

Menino de engenho
Às vezes é difícil ler um livro clássico, porque eu nunca sei se eu que não entendi onde o autor quis chegar ou se eu entendi certo e não gostei.
Dito isso, a sensação que tive com esse livro foi a de um "Reinações de Narizinho" 2.0. Eu não sei dizer em uma resenha em quanto esse livro foi desconfortável. A cada frase era uma expressão de racismo. E violência contra animais. E sexualização de criança. E abuso sexual, sem ser descrito como abuso. Sério. Eu ainda continuei achando que talvez essas questões fossem discutidas mais para frente. E não foram.
É difícil quando você odeia todos os personagens de um livro e o autor tenta fazer você ter empatia por ele. Fiquei igual aquele meme "é pra eu ter empatia?"
Se você quer saber um pouco sobre o período histórico, pode ser interessante. (Se você tiver estômago). E vire e mexe eu me pergunto, o quão importante isso deveria ser? É basicamente aquela questão atual daquela lá que não deve ser nomeada (você sabe quem é). Todo mundo sabe que não é para dar palco mais, então porque continua falando sobre o livro? Não tem outros livros mais interessantes? A gente não devia seguir em frente e buscar outros autores que tenham mais cuidado com esses temas?
Eu não sei exatamente o que pensar. Quer dizer, eu sei que não gostei. Só sempre fico pisando em ovos com as expectativas e opiniões das pessoas.
A verdade é que, a minha relação com esse livro foi ruim. Eu chorei quando ele descreveu a cena da morte de um animal da forma mais normal possível. Como se não fosse nada. A cada vez que alguém falava alguma coisa racista, eu queria que todos sumissem. Quando ele disse que as mulheres estavam "se amostrando" sexualmente falando para um garoto de 12 anos, eu quis mandar ele pra... (Insira um palavrão).
"Ah, mas tá mostrando como era na época". Mas não dava para discutir isso? Não dava para deixar implícito que tem algo errado aí? Porque nenhuma mudança aconteceu nos personagens em relação a isso. E eu não sei dizer o quanto o autor era contra isso. Por isso que talvez seja interessante ser mais explícito quanto a isso.
No mais, o audiobook é bem feito. Tem vozes diferentes e músicas, mas a história realmente não ajudou.

Elide 01/02/2023

Um clássico brasileiro que acompanha a vida de um garoto, Carlinhos, vivendo na fazenda de engenhos de cana de açúcar.
Assim como em outras obras que relatam o período, logo após a abolição da escravatura, é cheio de trechos racistas, que me causaram incômodo na leitura.
Interessante ao tratar de relatos cotidianos que dão conta de passagens de vida do personagem, sem aprofundamento nas histórias e com bastante fluidez.