Menino de engenho

Menino de engenho José Lins do Rego




Resenhas - Menino de Engenho


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SueSouza 08/08/2021

Muuito Bom
Oi Pockets!

Espero que estejam bem. Esse ano com a parceria da editora Global e TocaLivros, estamos tendo a oportunidade de conhecer novos autores e aproveitar mais o formato audiolivro que ajuda bastante a ler, ainda mais quem tem o tempo corrido. A leitura da vez foi Menino de Engenho do José Lins do Rego, depois de ler Fogo Morto (leia a resenha aqui!), me encantei pela escrita do autor e quero poder ler suas obras, e aproveitando que tem disponível no TocaLivros, ouvi e amei, a narração do Alexandre Mercki é excelente.

No enredo vamos acompanhar o jovem Carlos que inicia contando a história da perda de sua mãe Clarice, que foi assassinada pelo marido. Carlos sem ter mais ninguém, é levado para viver com seu avô no engenho de Santa Rosa. Seu tio Juca vai buscá-lo, e uma das primeiras coisas que Carlos observa é o engenho funcionando, moendo um resto da safra da cana - de - açúcar.

Através da narração de Carlos, vamos conhecendo o funcionamento do engenho de Santa Rosa e seus moradores e toda a cultura da época, que infelizmente é bastante racista e patriarcal, onde os brancos podem fazer o que desejam sem ser punidos.

"Minha atenção inteira foi para o mecanismo do engenho. Não reparei em mais nada."

Carlos é uma criança que só tinha escutado as história sobre o engenho através de sua mãe e não conhecia seus parentes e a vida do engenho. Ele é uma criança tímida, asmático e acaba recebendo muito atenção de sua tia Maria, irmã mais nova de sua mãe, que acaba assumido o papel de mãe para ele, mas ao protege-lo, faz com que os primos e outros meninos do engenho fiquem implicando com ele, e faz com que Carlos inveje a liberdade dos meninos. Tia Maria em breve irá se casar e Carlos ficará sobre os cuidados de Sinhazinha.

Tia Sinhazinha era cunhada de José Paulino, já de idade, cuidava da casa e era vista como uma pessoa má, todos tinham medo dela, principalmente os criados ( pois ela inventada qualquer desculpa para maltrata-los). Carlos tinha medo de Sinhazinha, e foi dela que levou a primeira surra da vida, o que deixou sentido. Mas após o casamento da Tia, ele acaba se aproximando de Sinhazinha, que ficou responsável por ele.

Temos José Paulino, avô materno de Carlinhos, ele é o patriarca e quem comanda o engenho, pela visão de Carlos, temos um homem justo, de caráter, respeitado, mas severo. Carlos admira seu avô e adora quando é convidado a participar das visitas aos moradores do engenho, que vivem sobre o domínio do avô. Tem Juca, o filho de José Paulino, que se envolve com as mulatas do engenho e nunca é castigado, faz o que quer, sem sofrer punições, e que muitas vezes acabam caindo sobre os negros (homens), principalmente a violação sexual que ele faz com as negras virgens.

"A senzala do Santa Rosa não desaparecera com a abolição. Ela continuava pregada à casa-grande, com as suas negras parindo, as boas amas de leite e os bons cabras do eito"

Uma personagem que Carlos adora é a velha Totonha, uma senhora que fazia visitas aos engenhos e contava muitas histórias para as crianças, que deixam todos admirados, principalmente Carlos que esperava ansioso a próxima visita da senhora (nessa parte que ela conta história, temos até uma parte cantada, que deixa a narração melhor ainda).

Temos vários outros personagens na história, os primos e primas de Carlos, Maria Clara, uma prima mais velha e primeiro amor dele aos 8 anos. E vamos ter menção de personagens que conhecemos em Fogo Morto (Seu Lula, José Amaro, Capitão Vitorino, entre outros).

Carlos não é religioso, e como acaba sendo criado solto no engenho, as liberdades de criança começam a se tornar libertinagem, com as conversas que escuta e traquinagem com os outros meninos. Sua primeira experiência sexual é com 12 anos com uma negra, ele acaba pegando gonorreia ( infecção sexualmente transmissível, que naquela época usavam técnica naturais para se curar). Para Carlos ele passa a ser um libertino que anda atrás das mulheres no engenho.

O avô acha que a solução para acabar com as liberdades de Carlos é enviando para o internato, pois lá ele mudará seu comportamento, e com a ida de Carlos para o internato encerra a história com ele partido do engenho. Menino do Engenho é o primeiro livro do chamado ciclo da cana de açúcar, composto por 6 obras:

1. Menino de Engenho (1932)
2. Doidinho (1933)
3. Banguê (1934)
4. O moleque Ricardo (1935)
5. Usina (1936)
6. Fogo Morto (1943)

É uma história excelente, porém é importante lembrar que vão encontrar várias situações que incomodam, mas para o período era "normal", pois apesar da escravidão já ter sido abolida, o romance de José Lins do Rêgo possui enormes marcas do regime escravagista (relatos bem cruéis e reais que os negros passaram no período, mesmo estando "livres".) Além disso, temos também no enredo a questão da sexualidade das negras, as secas e as enchentes que o Nordeste sofria e ainda sofre.

Já leram alguma obra do autor?
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Atila.Carlos 09/07/2021

Um livro onde Brasil está representado muito além da capa em verde e amarelo. Muito além! Relatos de um menino de engenho, de forma a mostrar o Brasil da época em cada capítulo, em cada momento vivido, em cada história contada, de forma sucinta, porém profunda e verdadeira. Em algum momento me fez lembrar da leitura de Capitães da Areia, um outro livraço. Só essa alusão já seria o suficiente para descrever o tamanho desse livro.

Leiam!
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Paula 16/04/2021

Livro lindo, mostra de forma singular a inocência da criança e a infância no engenho, na zona rural. O que o torna tão bom é que ao ser contado em forma de memórias da infância torna o relato mais real. É formidável como o autor expõe a vida rural, o dia a dia no engenho. Muito me fez recordar da minha infância no sítio.
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Maíra Marques | @literamai 31/03/2021

Siga: @literamai
📖 ❝Menino perdido, menino de engenho.❞

⊰⊹ Eis mais uma obra maravilhosa que tenho o prazer de ouvir através do app do @tocalivros ! "Menino de Engenho" é um clássico da literatura brasileira escrito por José Lins do Rego e publicado originalmente em 1932. A edição é da @globaleditora.

Iremos conhecer o relato de Carlinhos, que cresceu no engenho de seu avô materno, no Nordeste, após a trágica morte de sua mãe quando ainda era muito pequeno. Ele vai nos contando como foi crescer neste lugar e através da sua narrativa vamos conhecendo fatos e personagens muito divertidos e curiosos.

A visão da época é muito importante: Conheceremos desde a destruição que uma enchente traz até as dificuldades da seca nordestina, o processo de crescimento de um menino que logo se torna homem, além de seus medos e anseios.

Temos aqui um período pós-escravidão, onde os donos dos engenhos tratavam com respeito seus criados e os tinham como pessoas fundamentais para o funcionamento do lugar. Através de comida e um lugar digno para morar, não havia reclamações para trabalhar. Por vezes me peguei rindo da maneira como a justiça era feita: O senhor de engenho costumava ser bem respeitado e procurado por muitos. Inclusive em uma das histórias, um cangaceiro chegou a procurar o avô de Carlinhos e criou uma onda de pânico nos criados, que temeram acontecer o pior. Que leitura maravilhosa! O desfecho me deixou de coração apertado, compartilhando da saudade do menino por aquele lugar.

A narração foi realizada por Alexandre Mercki e possui 4h47m de duração. A "leitura" foi super dinâmica, pois ao contrário do primeiro áudiolivro, neste os personagens possui vozes diferentes a do narrador e há também música e demais sonoridades que tornam a história mais envolvente, além da escrita de Rego ser bem direta, como uma conversa. Foi uma experiência totalmente diferente da anterior, e de forma muito mais positiva! Este com certeza se tornou meu áudiolivro favorito até o momento.

site: https://www.instagram.com/literamai
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... 23/01/2021

Memória Regional
Se trata de um romance memorialista reginal, narrado em forma de fragmentos de lembranças da vida de Carlos de Melo.
Contada por um narrador ainda menino, se descobrindo no engenho. Passamos por sua ida ao engenho, suas travessuras, suas descobertas sexuais...
O livro retrata perfeitamente a sociedade local da época e, sinceramente, a mesma atualmente. O misticismo, a "servidão", a violência e o respeito gerado pela mesma, o cotidiano rural está todo ali. Talvez até mesmo o pensamento que continua presente, diluído, em toda sociedade Brasileira.
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@Matcholo 10/01/2021

sensacional, um livro que mostra de forma muito fiel o dia a dia dos engenhos e da vida no campo, não acontece muita coisa na história, mas você vai acompanhando o protagonista em suas variadas experiências no engenho do seu avô. A narrativa é escrita com maestria e apesar de ter uma conclusão fechada deixado leitor com vontade de saber mais sobre o destino dos personagens. Rápido de ler e de linguagem simples, recomendo demais a leitura, gostei bastante.
... 23/01/2021minha estante
Não sei se você continua com vontade de saber mais... E também não sei se tlg, mas a obra é uma série de cinco livros "O Ciclo da Cana de Açúcar".
Eu acabei de ler o primeiro e tô pensando se leio os próximos, pq como você falou, tem uma conclusão fechada por si mesmo.


@Matcholo 23/01/2021minha estante
Socorro eu não sabia disso, esse é o primeiro então? Com certeza vou querer ler os outros, porque fiquei bem curioso para saber o que acontece depois kkkk


Orlando 01/10/2021minha estante
Recomendo ao menos a leitura de "Doidinho", que mostra a vida do protagonista no colégio... acho super-válido; mas como a amiga disse, Menino de Engenho fecha-se muito bem em si mesmo, então fique tranquilo se parar nele.
Não lembro a ordem, mas os 5 livros são Menino de Engenho (1), Doidinho (2), Benguê (3), Fogo Morto e Usina (esses dois eu tenho dúvidas sobre qual é o 4 e qual o 5, mas dá pra descobrir fácil com uma pesquisa pelo Ciclo da Cana de açúcar de Lins do Rego)




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