Alan kleber 15/08/2022
"O que vivi me dá força."
"Meu cativeiro é algo com que vou ter de
lidar durante toda a minha vida, mas, aos poucos, acredito que não serei mais
dominada por ele. Ele é parte de mim, mas não é tudo. Existem muitos outros
lados da vida que eu gostaria de experimentar. Ao escrever este relato, tentei
encerrar o capítulo mais longo e sombrio de minha vida. Sinto-me aliviada,
porque pude encontrar palavras para o que considero indescritível e contraditório.
Rever tudo em minha mente, em branco e preto, me ajuda a olhar para o futuro
com confiança. O que vivi me dá força - sobrevivi ao cativeiro no porão, fugi e
permaneci de pé. Sei que posso viver minha vida em liberdade também. E essa
liberdade começa agora, quatro anos depois do dia
23 de agosto de 2006. Somente agora, nestas páginas, posso deixar o passado para
trás e dizer verdadeiramente: Estou livre."
Natascha Kampusch estava indo para a escola no dia 2 de março de 1998, aos 10 de idade. Pela primeira vez ia para a escola sozinha, uma pequena conquista para ela, que era uma menina com baixa estima.
Durante o percurso de Natascha a escola, ela vê um homem jovem encostado numa Caminhonete branca. Um homem que parecia totalmente inofensivo. Quando Natascha Kampusch está passando por esse homem, ele a agarra e a joga dentro do carro. Horas mais tarde, ele a aprisiona em um porão escuro e húmido. Quando Natascha consegui escapar, oito anos depois, sua adolescência havia acabado.
O sequestrador foi a única pessoa que ela conviveu durante quase uma decada. Um homem extremamente perturbado, e que ela dependia. Ela era uma criança.
3096 Dias é um relato forte e impressionante de uma mulher que conseguiu vencer. É, acima de tudo, uma história sobre o triunfo do espirito humano, em que Natascha descreve como, numa situação de desespero quase insuportável, aprendeu aos poucos manipular seu sequestrador. E como, contras todas as probabilidades, conseguiu escapar de um inferno. Encontrando forças dentro de si para não se entregar ao despero.
3096 Dias nos permiti compreender os processos de transformação psicológica pelos quais passa uma pessoa mantida em cativeiro, sofrendo todo tipo de agressão fisíca e mental inimaginável.
Os livros, filmes e séries onde as autoridades desvendam o crime e capturam o criminoso acontece, talvez, bem pouco na vida real. As autoridades deixaram de investigar várias pistas no caso do sequestro de Natascha. Pistas que levariam ao cativeiro. Ficç?es policiais são bem otimistas.