IvaldoRocha 27/01/2022
Quando os Instintos Superam as Boas Intenções.
Durante uma operação de evacuação, em plena Guerra, um avião cai em uma ilha, não fica muito claro como tudo aconteceu. Aparentemente o avião teria sido abatido e um pouso de emergência foi realizado, onde alguns pré-adolescentes e crianças britânicas conseguiram desembarcar durante o incêndio na aeronave.
A não existência de qualquer adulto na ilha, a princípio gera um contentamento e uma enorme sensação de liberdade, mas eles sabem que terão de se organizar para sobreviver até que um possível resgate aconteça.
Criam suas regras: divertir-se, sobreviver e manter acessa uma fogueira que sinalize para um possível resgate.
Fazem uma inspeção na ilha, buscando alimento e água. A princípio lidam da melhor maneira com a situação, planejam as primeiras atividades e aos poucos a situação começa a se complicar. Muita coisa a ser feita e pouco gente disposta a fazer, são crianças, embora abominem esse rótulo e não sei se seria diferente se fossem adultos.
William Golding, prêmio Nobel de literatura em 1983, era considerado um escritor pessimista, mas convenhamos, em 1940 alista-se na Marinha Britânica junto ao comandando de lançamento de foguetes. Participou da perseguição e afundamento do navio alemão Bismarck e da invasão da Normandia.
Isto já seria suficiente para mudar a vida de qualquer pessoa, além disso neste período os nazistas estavam executando milhões de pessoas, a tão sonhada revolução Russa se tornara uma ditadura sanguinária e os EUA lançavam bombas atômicas sobre o Japão.
Os horrores da guerra, junto com todas as atribulações daquela época, e a sua descrença na capacidade de governos de garantirem a civilidade da humanidade, devem tê-lo inspirado a colocar nas páginas do “Senhor das Moscas”, o que um homem pode se tornar, dependendo das circunstâncias, não importando se são homens ou meninos.
Foi sagrado cavaleiro do Império Britânico.
Um livro surpreendente, do começo ao fim.
Em um dado momento da estória, um dos meninos diz: “Estou com medo. Da gente”