Fernanda631 29/08/2023
Os Tambores de Outono (Outlander #4 Parte 1)
Os Tambores de Outono (Outlander #4 Parte 1) foi escrito por Diana Gabaldon.
Vamos acompanhar as aventuras desse casal na tentativa de sobreviver na América e criar uma nova morada ali. Como estamos acostumados, a vida dos dois não é fácil, envolvendo-se nos negócios da tia viúva sem herdeiros, começando a vida em uma terra ainda muito selvagem e dividindo sua morada com índios e escoceses expatriados. Mas McDuh ainda existe e Jamie faz o possível para criar um lar para sua extensa família.
Claire, Jamie e Ian, depois de toda confusão na Jamaica, chegaram aos Estados Unidos em pleno século XVIII, e começaram a estabelecer uma vida no Novo Mundo, que também está se reestruturando. Com a ajuda de uma tia de Jamie, a família vai para a Carolina do Norte, numa região extremamente selvagem, cheia de perigos, escravos fugidos e tribos nativo-americanas.
Ao mesmo tempo, no século XX, Brianna e Roger pesquisam as raízes da garota, buscando informações sobre Jamie Fraser. Mas ambos descobrem uma fatalidade que matou o casal e tentam esconder um do outro a notícia.
A primeira metade do livro vamos acompanhar o longo caminho até River Run, onde a tia de Jamie, Jocasta Cameron mora. Nesse trajeto eles são perseguidos, traídos e assaltados e chegam no local totalmente destruídos e sem nada. Mas com grande ajuda, e com uma ótima proposta, Jamie recusa o desejo de Jocasta de dar suas terras e seus negócios como herança e parte para as montanhas e funda a Fraser’s Ridge. Um lugar somente de Jamie e Claire, como sempre sonharam.
Enquanto isso, no presente, Brianna e Roger tentam prosseguir com suas vidas após a partida de Claire. Não obstante, no século XX, Brianna toma uma decisão importante que acaba mudando não só sua vida, mas a de Roger também. Com a morte de Frank e a partida de Claire, Bri se sente impulsionada a ir atrás do pai e finalmente conhecer o homem com o qual partilha metade do DNA.
Brianna deseja saber mais de seu verdadeiro pai, mas vive com a culpa de achar que isso é uma traição ao seu pai Frank. E Roger se vê cada vez mais apaixonado por Brianna. Ambos ligados por esse mistério que é a Craigh na Dun, decidem pesquisar o passado para descobrir como está Claire.
Entre encontros e desencontros -- e perigos mortais e reais na travessia para o passado -- Brianna e Roger vivem aventuras separadas até que possam finalmente se reencontrarem.
Roger tem ideias muito limitadas sobre a Bri e aquele desejo latente de que ela se submeta a ele. Também percebo uma incapacidade de deixar que ela siga o seu caminho e faça suas próprias descobertas -- algo que é compreensível quando parte dos pais, que estão constantemente batalhando com a ideia de deixar que caminhemos com nossas próprias pernas e ao mesmo tempo nos protegerem do resto do mundo.
O senso de independência da Brianna me lembra muito a Claire dos primeiros livros e o amor que eu tinha pela representatividade dela, pela guerreira que ela.
O viés "cruel" da Diana continua nitidamente na história. Perdemos Black Jack, mas novos personagens detestáveis e desprezíveis nos são apresentados, assim como novos personagens bastante queridos, como Emily e Lizzie. E ainda temos alguns personagens bastante marcantes que voltam a fincar os pés na história e não irão tão cedo, como é o cado do John Grey.
O foco em Os Tambores do Outono é bastante em cima dos Fraser, dessa união e de como as coisas vão funcionar daqui para frente. Jamie se reerguendo como um líder, Claire fincando os pés como uma curandeira e descobrindo coisas das quais jamais teria acesso em seu tempo. Aqui também temos mais alguns vislumbres sobre os mistérios que envolvem a travessia e a viagem no tempo, embora as descobertas não levem a nada mais do que teorias.
Diana, cada vez mais, está criando uma história atemporal e tocante, entremeando fatos históricos com fictícios e recriando relacionamentos que são gostosos de se conhecer e acompanhar. Percebo que ler Outlander lembra muito sobre como é viver a vida: não existe um final feliz ou triste. Felicidade ou tristeza não são destinos, mas sim estados de espírito. Ao longo das páginas nós rimos e choramos, amamos e sofremos com cada coisa que os personagens perdem e encontram. Com toda aquela bagagem emocional que carregamos das páginas dos volumes passados. São relacionamentos e histórias reais, não porque são baseados em fatos históricos e figuras importantes, mas porque traz a psique humana, os trejeitos, a essência. As pessoas não são completamente boas ou ruins, todos tem um lado escuro e um lado brilhante e isso nos torna humanos. O fato de sermos vulneráveis aos dois lados.