Bruna 25/01/2016 Amante Meu retrata a história de John Mathew e Xhex. Ele é um jovem soldado da irmandade, que cresceu no mundo humano e só descobriu que era um vampiro às véspera de sua transição (momento no qual o vampiro precisa tomar sangue de alguém do sexo oposto de sua espécie, para se tornar efetivamente vampiro e adulto, e ocorre por volta dos 25 anos). E após ser inserido ao mundo dos vampiros, descobriu que era filho do falecido Darius, que era membro da Irmandade. Xhex é uma meio vampira e meia simphato, sendo essa uma subespécie de vampiros com poderes que intimidam a todos. Ela tem mais de 300 anos, é uma assassina profissional, e é muito reservada e fechada, devido a sua história de vida e traumas passados.
A atração entre Jonh e Xhex é forte e presente. E o sequestro de Xhex, pelas mãos do novo vilão da série (não falo quem é, porque é um tremendo spoiler), deixou Jonh enlouquecido e desesperado. Vocês não tem noção do quanto as partes envolvendo o cativeiro de Xhex e como isso a afetou mentalmente foram fortes. Uma das cenas mais fortes de toda a série, na minha opinião, foi um colapso nervo da personagem. Para quem não leu a série é difícil visualizar a importância disso, mas quem acompanha sabe que Xhex é uma das personagens mais fortes por aqui, e isso quer dizer muito, afinal, a sociedade vampira é pra lá de machista e misoginista. Então, não é qualquer coisinha que consegue abalar uma mulher assim.
“A soma de sua experiência dizia: não importa o que fosse feito para ela, poderia lidar com isso.”
Como eu disse nas resenhas anteriores, já li toda a série há algum tempo, e agora estou relendo para resenhar. E com isso, acabei por mudar meu ponto de vista sobre algumas coisas, e esse livro foi um dos afetados. Quando li Amante Meu pela primeira vez, amei cada página e amei o protagonista, John, mas ao reler a série, comecei a rever meus conceitos sobre o personagem, que hoje considero imaturo e mimizento. Fazer o que? Entendo que ele estava preocupado com a Xhex, mas aquela de “eu sou um macho forte, e ninguém mexe com minha fêmea”, me irritou, porque ele acabou fazendo muita besteira, e no final das contas, Xhex provou mais de uma vez que não era uma donzela em perigo precisando de socorro. Por isso, em relação a protagonista, minha admiração so fez crescer, porque a mulher é foda!
Um ponto alto da série foram alguns capítulos em flasback, mostrando quando Darius, o pai de Jonh, entrou para a irmandade, e vimos a relação de amizade e paternal nascer e crescer entre Darius e Tohr, que mais tarde viria a se tornar a figura paterna na vida de Jonh, e acompanhamos os dois em sua missão para encontrar e resgatar uma jovem da aristocracia vampira, que havia sido sequestrada. O fato é que vendo esses flashbacks tudo que eu pensava era: Por que não podemos ter Darius, em vez de Jonh? Porque Darius era demais!
Mesmo Jonh tendo me irritado em alguns momentos, este livro é incrível! Tem muita ação, drama, choro, romance, e claro, as já clássicas cenas hots nas quais Ward é especialista. É impossível não nos envolvermos no drama da Xhex e sua triste história. É impossível não torcer para um segredo envolvendo Jonh ser revelado, e que fique registrado aqui que é um segredo para os personagens da série, não para os leitores (adoro quando sabemos mais que 99,99% dos personagens, rs).
"Era difícil de explicar. Mas o que eles tinham juntos ia além de uma cerimônia ou de uma tatuagem nas costas ou de votos de compromisso diante de testemunhas. Ele não sabia o motivo com precisão… mas ela era a peça que faltava no seu quebra-cabeça, a primeira e a última página do seu livro. De alguma maneira, era tudo o que ele precisava."
Como já é comum nessa série, houve algumas tramas paralelas, e como sempre, algumas boas e outras insuportáveis. No lado bom, tivemos uma envolvendo os amigos Qhuinn e Blay, sua complicada relação, a forma como foi afetada por Layla e Saxton. E a parte chata foi insuportável mesmo! A Ward inventou de colocar capítulos e mais capítulos de uns caçadores de fantasmas em um hotel, que PelaMor! Completamente inútil, mesmo que no final ela tenha lincado isso com a Irmandade. Também teve a trama paralela envolvendo Payne, filha da divindade da raça, que será a protagonista do próximo livro, e teve um final tenso neste.
A diagramação do livro é simples, mas muito bem feita, com letra grande a páginas amareladas. Porém, vi alguns erros de tradução, principalmente envolvendo o verbo To Be, que pode significar Ser ou Estar, e apareceu uns "estou" onde deveria ser "sou".
A Irmandade da Adaga Negra é uma série viciante, incrível e cheia de ação. Para quem curte fantasia urbana, é uma dica pra lá de ideal.
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http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/2015/10/resenha-amante-meu-ian8-j-r-ward.html