O caderno rosa de Lori Lamby

O caderno rosa de Lori Lamby Hilda Hilst




Resenhas - O Caderno Rosa de Lori Lamby


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yomaeli 04/04/2021

Acima de toda metalinguagem, metáforas e críticas do livro, fica o apelo de chocar. É explícito que Hilda queria jogar a merda no ventilador e tecer críticas ríspidas ao mercado editorial, ao que é rentável, à falta de retorno financeiro de sua escrita, etc.

O problema é que eu não simpatizei com a autora. Para mim, mesmo com todo entendimento abaixo da superfície incômoda do livro, não consegui exaltar ou evidenciar uma genialidade na Hilst como muito falam por aqui, nas resenhas da obra. Essa "genialidade" só funciona com argumentos forçados e acadêmicos mesmo.

Ela fala sobre pedofilia descrevendo o ato sob o olhar de uma criança que, na sua inocência, segundo Hilst, "gosta" das sensações advindas do abuso. Mas fica um gosto amargo de: PARA QUE ESCREVER ISSO DESTA FORMA, MINHA FILHA?

Aí pode ser que fanáticos pela autora e supostos detentores do assunto teorizem que na psique infantil o abuso não é entendido como tal, que a criança não entende a gravidade e que a criadora idealizou o livro partindo dessa "verdade incômoda", etcetera....... MAS: Não tinha como ela fazer sua crítica a partir de outro cenário, ainda que falando da putaria - que, segunda a autora, era o que vendia na época -, hein?

Partindo desse assunto, repulsivo e perturbador como naturalmente é, ela cria uma barreira entre leitor-obra, e visto que Hilda queria aqui falar muito mais da sua descrença e desagrado com o mercado literário, me reservo a também demostrar o meu desagrado com sua criação.

Não gostei. Apesar de toda articulação pra colocá-lo no status de grande obra subversiva que vai além do que está escrito, achei ruim. Muito. Parece um imã para voyeurismo e um desabafo da autora com um final que tenta e falha em se provar como uma sacada de mestre.

E é isso.
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Lara.Militao 21/04/2021

Chocada
Quando a Hilda disse (em uma entrevista que achei muito engraçada e não levei muito a sério no passado) que esse livro era totalmente GROTESCO, agora sinto o que ela quis dizer. Grande crítica ao mercado editorial. E meu Deus que plot twist foi esse???? Misericórdia jkjjjjk
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LimaCamila 27/03/2022

O incômodo e a crítica
Se são "bandalheiras" as engrenagens que fazem a venda de livros acontecerem, a Hilda Hilst foi genial em criar um livro pra saber até onde a gente quer ler isso. Ela ri da gente. Eu senti um desconforto que nunca tinha sentido em livro nenhum, e o desconforto só se aliviava quando no decorrer da obra as críticas feitas ao mercado literário apareciam de forma sarcástica.
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Thiago Duarte 08/05/2024

O nauseante caderno negro do mercado editorial
Como um bom curioso, li O Caderno Rosa de Lori Lamby devido a algumas resenhas que assisti no YouTube. Enquanto os resenhistas falavam, eu ficava empolgado e imaginando o porquê da história ser tão chocante como descreviam.

Hilda Hilst, através da metalinguagem e de sua experiência de vida, apresenta Lori Lamby, uma menina meiga de oito anos que, em seu caderno rosa, começa a escrever histórias sexuais. Ela escuta constantemente o editor Lalau dizer a seu pai, um escritor em crise, que é preciso escrever histórias de putaria, pois é mais rentável. Então, inocentemente, Lori passa a escrever histórias pornográficas a fim de ajudar seu pai e também comprar brinquedos da Xuxa.

Embora a narrativa seja nauseante, Hilst escreve essa putaria a fim de criticar o mercado editorial. Assim como o pai de Lori, a autora vê que os seus livros não estão vendendo mais como antes, pois tanto o mercado editorial quanto os leitores, ambos representados por Lalau, estão interessados apenas em histórias pornográficas.

Apesar dessa mensagem, também é inegável como um ambiente desequilibrado pode afetar a vida das crianças. Acontece que a garotinha está em todos os cantos, ouvindo as safadezas e palavrões que os adultos em sua volta falam. Dessa forma, há uma interferência na ingenuidade da menina, pois o seu inocente vocabulário começa a ceder ao vocabulário vulgar.

Deixo uma pequena crítica aos resenhistas que assisti. Ao término do livro, notei que a fala deles tem equívocos. Dizem que a história é sobre uma menina que conta suas experiências sexuais ou até mesmo que é iniciada na prostituição. Para mim, tais declarações contribuem tanto à difamação do livro quanto da autora.

Concluo que esse não é um livro fáci, porque o conteúdo é repugnante e pode despertar muitos gatilhos. Porém ele se torna necessário quando entendemos as motivações da autora ao criar uma história tão subversiva para criticar o mercado editorial e as pessoas que só querem consumir putaria para satisfazer seu prazeres carnais.
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Day 01/10/2022

Sem palavras.
O livro inteiro é um misto de agonia, sufocamento e desconforto.
Realmente acreditei em tudo o que estava escrito, por mais difícil que fosse ler tais experiências.
Não apenas uma, mais diversas críticas sutis e implícitas foram feitas na obra, inclusive à inocência infantil sendo subvertida e substituída pela pornografia e eroticidade.
Não recomendo a obra para todos os públicos, é extremamente delicada e a quantidade de gatilhos é imensa.
Reflexiva e atemporal, Hilda Hilst me deixou sem palavras.
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Cláudia Isabele 17/04/2013

Nossas dores morais em Lori Lamby
(Também disponível, junto a outras resenhas, no meu blog, o Verbívora: www.verbivora.blogspot.com)


Eu sempre me acreditei uma cabeça arejada mais tendente à liberdade e a afirmação dela do que aos impulsos conservadores que me acometem. Isso sempre me deu uma certa tranquilidade, desde a adolescência. Mas, quando me deparei com O Caderno Rosa de Lori Lamby, tive que colocar a certeza em suspensão e mensurar até onde ia minha capacidade de lidar com temas desafiadores, com certezas indubitáveis, com conceitos que, nem mesmo eu havia colocado sob análise.

Eis que me deparo com uma criança sexualizada, que transita por experiências sexuais e descrições destas com uma acintosa leveza infantil, desconcertante, quase perversa para mim, tão partidária da defesa da inocência infantil.

Em alguns parágrafos eu quase acreditei que Hilst forçava a barra com tudo tão descrito e analisado com o repertório, inclusive vocabular, de uma criança, dando a entender que experiências que , inclusive tecnicamente, do ponto de vista científico, são rotuladas como agressivas para esse estágio do desenvolvimento humano podem ser absorvidas com certa naturalidade pelas crianças.

Fiquei em dúvida, mesmo depois do término da leitura, de onde encaixar esse incômodo, já que, diferente do que fazemos com os indícios de sexualidade infantil no dia-a-dia, - diante da escolha de ler até o fim - eu não poderia tergiversar, eufemizar, fugir, estancar ou ressignificar o processo. Estava ali o livro acabado, publicado, inteiro.

Curiosamente, nem temporariamente, coloquei-o na estante das indecências, onde não me recordo de haver colocado algum livro, de tão específico que é o rótulo. Mas o incômodo indicava disparidades entre os quadros conceituais do livro e o meu.

Então, dias depois decidi, com todas de mim, que na verdade, eram coisas incômodas de falar (óbvio), porque o sexo é eivado das controvérsias produzidas pela combinação prazer + moral. E que, esta segunda não nos permitia lidar com sensações sexuais de uma criança sem acessar em nós os limiares entre prazer e rotulações imorais e amorais, destoantes com a aura de pureza e isenção da infância.

O incômodo maior estava no tratamento sem uma culpabilização discursiva do personagem que podemos rotular como abusador, uma vez que, protagonista do prazer de uma criança, ele estava em um lugar deslocado do habitual, como se a maldade sempre imputada ao ato estivesse, assim abordada, eufemizada ou esquecida, quando a todo tempo se insta por não esquecer o quão prejudicial pode ser a uma criança.

No início - e início, aqui, é o tempo de leitura e os meses após - minha conclusão atual era só uma sensação. Hoje ela está racionalmente sedimentada: a sexualização e o abuso pode ter resultados ambivalentes. Excetuando aqueles casos em que só há agressão, os que não se desenvolvem de maneira claramente agressiva podem trazer a dimensão do prazer para a criança. E aí o caráter agressivo do ato não deixa de existir. Por mais prazer que haja, é uma agressão ao desenvolvimento, apresenta a sexualidade em uma modalidade que a criança não tem condições de gerenciar e estar em pé de igualdade para negociações e autoproteções. Daí a ser mais perverso o ato a partir da condição extremamente desigual em relação ao abusador. Por duro que seja crer, esse lado é possível e nos cabe vê-lo, discuti-lo, considerá-lo nos debates. Não para desresponsabilizar, mas para entender o que se processa com a criança. Mas tendemos a ignorar, porque nos dói, nos envergonha e amedronta lidar com essa interface. E essas sensações interferem na leitura do livro e, arrisco dizer, em seu entendimento.

O problema é que, nesse livro, o abusador pode atender por outros rótulos, bons inclusive. E se não houver certas tranquilidades, e se a linguagem de Hilst for eficientemente conectada à sexualidade do leitor, a culpa pela excitação que certas construções do livro podem provocar, pode acabar ensombrando ou apagando a percepção dos méritos do livro. Por isso, creio que deve haver leitores em momentos ou sob construções aptas ou não a ler essa obra de Hilda Hilst que, em matéria de provocar a reflexão, é polivalente.
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Zanteo 21/09/2022

perturbador, mas genial
eu não sei o que sentir, o que pensar nem muito menos o que falar sobre esse livro que li em poucas horas nessa noite de terça feira
Hilda Hilst foi simplesmente perspicaz e cirúrgica em abordar o que ela abordou do jeito que o fez
O ensaio ao fim da psicanalista é muito proveitoso para se ter um entendimento melhor sobre o escrito

enfim, foi uma leitura angustiante, esquisita e surpreendente
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Ju 23/09/2022

Que choque!
Topei com esse livro durante um dos meus turnos na biblioteca e fiquei chocada com o conteúdo. Como boa curiosa e conhecedora do nome de Hilda, adicionei à lista e li no mesmo dia.

O conteúdo é chocante, mas a crítica entrelinhas e a realidade de quem está escrevendo a história é excelente. É um livro polêmico, mas que cumpre a sua função e ainda é irônico sobre o momento que a autora estava passando.
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Damien 29/08/2021

N sei oq pensar, só sei q estou em choque
Esse livro é tão extremo e desconfortável q é difícil de dizer se gostei ou não da leitura, por isso não me sinto confortável em dar alguma nota à ele, mas gostei de ter lido, enquanto leitor e conhecer a obra dessa autora (que irei ler outros livros dela, com certeza).

O livro tem uma crítica social bem evidente e uma "reviravolta" previsível, porém não sei se a história me convenceu por te sido contada pela perspectiva de uma criança, oq deixa tudo ainda mais estranho. É de dar enjôo em certos momentos.

To confuso e talvez essa tenha sido a intenção da autora...
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Júlia. 06/03/2023

Surpreendente, polêmico, original
É comum ver Hilda Hilst a partir dos seus poemas de amor, ela certamente é uma autora ousada e contemporânea que se destaca pelos seus amores e também pelas discussões acerca da alma e da existência. Por isso, confesso que me surpreendi com essa versão de Hilda, com a "ponta do iceberg" do seu "período obsceno."

É possível ver a realidade da própria Hilda nas discussões abordadas no livro, a dificuldade com os editores e a loucura dos escritores ao escrever conteúdo "vendível" me faz imaginar que esses eram conflitos que a Hilda enquanto escritora também sofria. Ela faz a sátira do próprio livro, e em momento algum a sua "pornografia" se leva a sério.

Claro que tive dificuldades em ler o livro, é assustador (pra dizer o mínimo) uma narrativa tão explícita contada por uma criança de 8 anos. Há a possibilidade de uma criança abusada sentir prazer, e isso não anula o seu abuso, mas me revoltou a banalidade com que o tema foi tratado. Isso até o final do livro.

A obra em si apresenta muito humor, que é difícil de ser apreciado pelo contexto, mas que impede que a obscenidade exista só por existir e dá (ou tira, ainda não sei ao certo) sentido para a trama. O final é delicioso, imagino que pelo alívio que senti, ou pela situação desesperadamente cômica em que Lori coloca os seus pais e a si mesma.

Acredito de verdade que, apesar de sua realidade absurda, esse livro mereça um cinco pela originalidade, humor, crítica e intertextualidade.
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Bru 16/03/2023

Ainda que com final inesperado, e de uma autora de escrita genial, o livro causa desconforto em todas suas linhas.

Tive ânsias de vômitos e terror.

Importante para quem quiser ler as 72 páginas da história saber que provavelmente ficará algumas noites em claro.

Alerta de gatilho: abuso sexual, pedofilia, violência...
Alê | @alexandrejjr 01/04/2023minha estante
Mas tu sabes, Bruna, que eu acho que a Hilda Hilst faz parte desse segmento de escritores que causam desconforto. Acho que, se essa sensação foi provocada nos leitores, o objetivo foi atingido.




Jonas 19/03/2016

A criança sedutora que escreve
Uma garota sedutora que, através da escrita de algo como um diário, nos obriga a fazer uma reflexão sobre a infância, a sexualidade e, claro, a própria literatura. Falar mais que isso é contar demais.
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Jonathan 15/01/2023

Eu não sei
Caramba, eu não tenho palavras, sentimento, a não ser o nojo, que eu li esse livro. Entendo todas as ideias da autora, que é uma ironia absurda, mas sei lá. Eu não aguentei isso, foi o maior choque que eu já tive em uma mídia. Não recomendo a leitura, sério, não vale a pena, na minha opinião. Ler uma resenha bem explicada já é o suficiente
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