spoiler visualizarMaju 23/12/2023
O livro certo na hora errada
Desde que li demian pela primeira vez, decidi que queria ler também Sidarta, do mesmo autor. me apaixonei pela escrita e ter uma história inteira baseada na filosofia budista me chamava muito a atenção.
engatei essa leitura após uma outra, também sobre budismo, pois estava no calor do assunto.
no entanto, me encontro num momento um pouco conturbado da minha saúde mental. a ansiedade está bem exaltada e meio fora de controle, de forma que não consigo manter a atenção necessária em nada por muito tempo. assim, a minha leitura dessa obra acabou um pouco prejudicada, pois nem sempre eu me senti absorta na história e nas mensagens que são transmitidas nos detalhes e nas entrelinhas.
dito isso, apesar de tudo, consegui captar a mensagem central da obra e seu ensinamento principal, o qual me comoveu muito.
sidarta segue uma jornada em busca da elevação espiritual e da paz de espírito, através dos ensinamentos e dogmas de outros seres que já experimentaram o nirvana. no entanto, já com a idade avançada ele se dá conta de que a experiência da elevação não é capaz de ser transmitida através de palavras, mas sim, pelas experiências concretas. ele nos alerta que a busca incessante por algo, limita a nossa visão do entorno e nos impede de apreciar a vida como um todo, o que por consequência, atrapalha a nossa experiência da elevação.
essa mensagem ressoou muito comigo. no começo, eu não entendi muito bem, achei que seria algo meio superficial: uma visão ocidentalizada de uma doutrina oriental milenar. no entanto, para além dos embates religiosos, essa é uma mensagem muito valiosa para a vida.
eu espero poder reler esse livro em outro momento, em que eu possa apreciá-lo por inteiro.