A casa dos budas ditosos

A casa dos budas ditosos João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - A Casa dos Budas Ditosos


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Alê | @alexandrejjr 11/07/2020

A decepção não é lasciva

Começo este texto com dor no meu coração. Escrevo isso porque a decepção é uma sensação acachapante. E sim, eu me decepcionei com a “A casa dos budas ditosos”.

A imagem que eu tinha – e que continua irretocável - de João Ubaldo Ribeiro era a do escritor de “Viva o povo brasileiro”, essa obra-prima da nossa literatura e o melhor livro que este singelo leitor que vos escreve já leu. Sim, sei que a quantidade de livros que li até o momento é ínfima, porém esse detalhe é “outros quinhentos”. Portanto, a expectativa não poderia ser maior para essa leitura. Mas o resultado foi desastroso.

Salva-se muita pouca coisa neste livro. Vamos lá: o “estilo ubaldiano” está presente, com sua classe característica. Sim, também podemos afirmar que a luxúria é apresentada da primeira à última palavra. Além disso, destacam-se outros temas muito bem explorados na resenha já publicada pela Maria Antônia (do @litera.toando) aqui no Skoob, como a crítica a um endeusamento da virgindade feminina como espécie de prêmio para homens, boas sacadas sobre monogamia e, ainda que raspando em alguns pontos, uma abordagem sobre o machismo da nossa sociedade.

O que me incomodou durante a leitura se resume a uma questão: a falta de autenticidade da narradora. O leitor de primeira viagem em "mares ubaldianos" provavelmente não sabe, mas quem conhece um pouco do autor consegue pegar no texto pequenos deslizes e inverossimilhanças no discurso de João Ubaldo, quero dizer, CLB. Percebam: não estou cravando que mulheres não podem ser luxuriosas exatamente como a CLB, até porque isso seria de um machismo vergonhoso, mas preciso salientar que, como homem, eu via ali, no texto, a limitada imaginação masculina sobre uma mulher que passou por todas aquelas experiências. Posso estar errado, mas faltou uma estranheza à minha natureza do que eu lia, aquilo que eu não poderia idealizar numa mulher e que nunca saberei por ser homem. Isso me tirou constantemente da leitura, essa falta de novidade.

Por fim, devo dizer algumas coisinhas. A primeira é que este livro aborda questões que aterrorizam conservadores que defendem a “moral e os bons costumes”, portanto, leiam por sua conta e risco caso vocês integrem esse grupo. Segundo aviso: não comece João Ubaldo por este livro, escolha qualquer outro dele e, se estiver disposto, entre na viagem que “Viva o povo brasileiro” vai te proporcionar nas suas mais de 600 páginas. Meu último ponto é: Fernanda Torres assina o prefácio desta edição e encarnou CLB nos teatros em uma adaptação de sucesso, o que me deixou bem curioso para querer conferir como ela trabalhou o texto.

Peço desculpas ao falecido João Ubaldo, mas não rolou. Volto a te elogiar em outro livro ou quando criar coragem para falar de “Viva o povo brasileiro”, esse presente que me deste como leitor.
Manuella_3 12/07/2020minha estante
entendo, Alê... achei tua resenha tão lúcida e respeitosa, sem perder de vista o que interessa a quem te lê... já não tinha interesse nele mesmo, ? e agradeço pela sugestão de leitura.


Débora 12/07/2020minha estante
Senti algo parecido quando o li à época de seu lançamento pela Editora Objetiva, integrando a Coleção Plenos Pecados. Confesso que João Ubaldo, nessa obra, também me deixou extremamente decepcionada.


Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Obrigado por dedicar um tempinho a ler a maior resenha que eu fiz até agora - nem eu acreditei - por aqui, Manu. Débora, pois é, se pra mim já soou estranho, apenas consigo imaginar como deve ter sido para ti. Dessa coleção ainda pretendo ler o do Luis Fernando Verissimo e espero que tenha mais sorte com ele.


Manuella_3 12/07/2020minha estante
Oxe, tu escreves bem, Alê, eu gosto da tua opinião. E eu leio as resenhas de quem me influencia para futuras leituras. ?


Beatriz 15/07/2020minha estante
Nossa... perfeito. Fiquei com essa impressão o livro todo, de que a narrativa não era de uma mulher, e eu sou feminista com F maiúsculo kkkk ou seja, obviamente minha impressão não é pelo contexto, mas não colou mesmo não, senti a limitação do autor falando por ela o tempo inteiro e me decepcionei. Foi meu primeiro do João Ubaldo... ? mas vou seguir sua dica e ler outros!


Alê | @alexandrejjr 16/07/2020minha estante
Só posso imaginar a decepção, Beatriz. Agradeço por ter lido a resenha aqui e por dar mais uma chance ao João Ubaldo, porque esse livro não representa nem 5% do que é a literatura dele.


natália rocha 31/10/2021minha estante
bah, eu tinha um interesse imenso por esse livro ? agora desanimei


Alê | @alexandrejjr 31/10/2021minha estante
Nat, a escrita é muito boa, mas a voz narrativa realmente me incomodou. A maioria por aqui gostou. É aquilo, né: tem que ler pra saber!


Anthony Almeida 31/10/2021minha estante
Foi um livro encomendado, né? Foi uma coleção sobre os pecados capitais. Isso talvez tenha influenciado na qualidade do texto. No próximo Ubaldo, encara um de crônicas. Um brasileiro em Berlim pode te fazer várias risadas e se reencontrar com João Ubaldo.


Alê | @alexandrejjr 01/11/2021minha estante
Foi uma encomenda, sim (não que isso seja um problema, porque Balzac, Flaubert e Victor Hugo fizeram obras-primas encomendadas). Ubaldo é meu escritor favorito, Anthony! Espero ter esse livro dele sobre Berlim em breve.


JurúMontalvao 01/11/2021minha estante
acontece nas melhores estantes, Alexandre?


Douglas Finger 01/11/2021minha estante
?


Douglas Finger 01/11/2021minha estante
Estou lendo, ainda gostando!


Lu 01/11/2021minha estante
Eu gostei! Achei que o João Ubaldo Ribeiro fugiu do lugar-comum ao escolher uma senhora madura para ser sua personagem principal. O mais óbvio seria escolher um homem para relatar o pecado capital "Luxuria", haveria mais consistência de gênero ao dissociar sexo e amor. Mas o autor decidiu ser ousado. Ele disse que quando a C.LB. descobriu que ele escreveria um livro sobre o tema, lhe encaminhou suas memórias.
Em relação a inverossimilhanças da narradora, acho que as histórias descritas por ela podem ser reais ou apenas fantasias. Aliás, o interessante é justamente esta dúvida: será que são experiências reais da protagonista ou apenas seus desejos sexuais? Acho que o autor pode ter brincado com isto, deixado a dúvida.


Alê | @alexandrejjr 01/11/2021minha estante
Lu, sempre é bem-vindo um ponto de vista diferente. Bom, queria dizer, primeiramente, que concordo com o que tu dissesse, que o legal da história é não saber se as experiências foram reais ou não. Mas a minha implicância é com a voz narrativa, a voz que conduz a história. Eu não consegui sentir que eram as confissões de uma mulher luxuriosa, sabe? Me pareceu muito mais a idealização de um homem sobre uma mulher luxuriosa do que realmente uma mulher luxuriosa, saca? Sinto que tudo que está ali eu também imaginaria e tenho pra mim que uma mulher tem muito, mas muito mais criatividade quando o assunto é sexo. É isso. Me pareceu limitadora a voz, justamente porque eu acho que é claramente um homem imaginando todas aquelas experiências e não uma mulher, que seria um terreno muito mais desconhecido pra mim, que sou homem;

Douglas, é um livro bem escrito, afinal é João Ubaldo Ribeiro, que pra mim só é menor que Machado de Assis por essas terras. Mas minhas razões para a nota baixa seguem firmes!!


Lu 02/11/2021minha estante
Entendi seu ponto de vista, Alê. Não deixa deixa de ser uma personagem luxuriosa idealizada por um autor do sexo masculino. Mas para mim, isto não está evidente no texto, como está pra você. De qualquer forma, conforme você mencionou, é sempre bom conhecer outras opiniões sobre as obras. :)


Bia França 01/11/2023minha estante
Também me decepcionei. Folgo em saber que não sou só eu que pensei isso. E para além de notar que a narradora nem de longe meparece uma mulher, achei a personagem chata, repetitiva, narcisista.....




Eduardo 06/12/2009

livro delicioso. presente ideal para aquele seu amigo sexualmente reprimido ou aquela tia afogada em moralismo. haha
Marcos Fontes 04/04/2017minha estante
Hahaha, a titia da família tradicional brasileira.


Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Tudo na boa, Eduardo? Cara, não sentiu que a história definitivamente não era contada por uma mulher? Isso me incomodou bastante durante a leitura...


GArson.Mello 05/08/2020minha estante
Até hoje não sabemos se a personagem.tealmente existiu realmente ou foi inventada...


Alê | @alexandrejjr 06/08/2020minha estante
Gérson, recomendo duas entrevistas do João Ubaldo: a primeira é em texto que ele deu ao jornal Rascunho e a outra é em vídeo à TV Senado. Nas duas ele afirma que inventou a personagem feminina. O Ubaldo acabou com esse mistério antes de falecer. Abraço!


Eduardo 31/08/2020minha estante
desculpa a demora, alê! ando afastado daqui. esse comentário tem uns anos... sem dúvida, essa leitura precisa de uma revisão/leitura, e eu acredito que tenda a concordar com você, porque o leitor que sou tornou-se muito mais crítico com representatividade com o passar dos anos. Até acho muito possível um homem construir com verossimilhança o olhar feminino - como mulheres constroem homens também - mas nesse caso, acho a crítica bem válida.


Alê | @alexandrejjr 02/09/2020minha estante
Capaz, valeu pelo retorno, Eduardo!




@literatoando 29/04/2020

Os sonhos de um tiozão tarado - IG: @litera.toando
A CASA DOS BUDAS DITOSOS - João Ubaldo Ribeiro

Este livro faz parte de uma coleção composta por autores brasileiros, em que cada um representa um pecado e este tem a função de preencher o espaço da luxúria. De acordo com o autor, a narrativa foi extraída de uma caixa de fitas gravadas por uma mulher e endereçadas ao João Ubaldo. A mulher, que narra tudo em primeira pessoa, logicamente, já aos quase 70 anos de idade resolve contar todas as experiências sexuais que teve em sua vida e foram várias. Logo de início, a nossa narradora sem nome faz diversas digressões, vai e volta em muitos assuntos, assemelhando-se bastante com uma fala monóloga realmente. Ela parece não temer entrar em assunto algum, inclusive de cara faz observações críticas e curiosas a respeito do que ela pensa sobre o catolicismo, afirmando que: ?Os católicos são politeístas.?; e, em outro momento: ?Existe maior sádico, no melhor dos sentidos, do que Deus??. A impressão que eu tive no fim do primeiro capítulo é de que se tratava de uma mulher branca e burguesa falando sobre sua infância e família com algumas opiniões polêmicas, como as que eu disse antes, e imagino que essa seja a opinião inicial da maioria das pessoas, mas que vai se modificando no decorrer da leitura.

Acredito que a obra cumpra bem o papel que imagino ter sido escrita para, que é o de chocar a população brasileira. Assuntos como a hipocrisia social ao falar sobre sexo, condenando algumas condutas e procurando por essas mesmas condutas condenadas em situações privadas é uma das críticas do livro. Outro ponto interessante e importante que a narradora critica veementemente é o culto ao hímen feminino, como se a ?honra feminina? estivesse entre suas pernas, a isto ela chama de himenolatria. Ela critica ainda a monogamia e chega a dizer que ninguém o é, além de afirmar que todo mundo é panssexual. Aborda também temas interessantes como o de relacionamento aberto, fala um pouco das travestis e transsexuais que cruzaram sua existência, embora utilize pronomes masculinos para fazê-lo, coisa que me incomodou bastante, já que foi frequente. A serviço de utilidade pública, nossa narradora encontra espaço também para fazer até um tutorial da maneira mais confortável de fazer sexo anal, utilizando como fonte sua experiência própria e a mentoria de uma de suas melhores amigas, Norma Lúcia, figura recorrente neste livro. Além disso, a narradora fala sobre o machismo tóxico, porém a visão dessa mulher é de que o machismo ?numa primeira visão, oprimia somente as mulheres?, mas que depois passou a oprimir mais aos homens.

Em certo ponto da leitura, eu comecei a desconfiar da verossimilhança dessa narrativa. Quando ela desemboca nos relatos a respeito de situações incestuosas, através da exposição de seus atos sexuais com o tio bem mais velho que ficava excitado quando a colocava no colo e ela interpretava, desde muito nova, como algo positivo, eu já tinha certeza que aquelas narrativas eram inverossímeis. Fora os relatos de aventuras sexuais com seu próprio irmão em que, ao falar sobre ele, tudo que ela conseguia era descrever o tamanho do seu pênis e como ele a penetrava de maneira sem igual. Todos esses tópicos me fizeram refletir sobre a veracidade do autor com relação a como esses relatos chegaram até ele. Não estou demonizando os atos incestuosos descritos pela narradora, sei que existem pessoas e culturas que consideram esse tipo de prática como algo natural, não é meu caso, mas o ponto é que a narrativa começou a me parecer um sonho sexual de um tiozão pedófilo e tarado tentando se passar por uma mulher.

Fingindo superar essa minha percepção, continuei a leitura e outros temas são abordados, como o uso de drogas ilícitas, principalmente a cocaína. Porém, a narradora cai em contradição diversas vezes, aumentando minha desconfiança da verossimilhança da narrativa. Em um momento oportuno para a história, ela reclama das mulheres falocêntricas que exaltam o tamanho do pênis acima de tudo, passa um tempo, ela mesma está fazendo isso, afirmando que: ?(...) um pau bem dimensionado preenche apropriadamente a mulher e é um visual estimulante e excitante.? Além disso, a narradora fala sempre ?as mulheres?, sem se incluir, em terceira pessoa, aumentando minhas desconfianças a respeito da autoria real dessas histórias. Como se não bastasse, ela faz falas que exaltam extremamente a heteronormatividade, quando afirma, por exemplo, que: ?(...) mulher plenamente sadia gosta de pau duro e gosta de penetração.? As partes que ela fala sobre zoofilia e seus interesses a respeito disso foram as mais difíceis de ler para mim.

Em diversos momentos da narrativa, a (quase) autora vai contemplar o discurso dos conservadores que ela pretende chocar com suas histórias, então em algumas partes da leitura eu fiquei sem compreender a quem este livro serve de fato, já que em alguns pontos a narradora vai ser contra as pessoas que criticam as piadas ofensivas, por exemplo; vai utilizar da palavra ?veado? como forma de ofender a um homem; vai criticar até o uso (extremamente necessário, diga-se de passagem) da camisinha como contraceptivo para o sexo heterossexual; e chega a afirmar que as mulheres se beneficiaram do machismo que ?mitificou as transas entre mulheres e lhes conferiu um status estético fajuto?, ao que eu questiono, que benefício foi esse? Já que sabemos que as mulheres que transam com outras mulheres são extremamente fetichizadas e sexualizadas pelo homem, o que não é ponto nada positivo.

Como livro cuja intencionalidade é chocar os leitores, ele cumpre esse papel divinamente, mas não coaduna com o que eu acredito que poderia ter sido se tivesse o mínimo de noção, fora que reitero minha crença de que a obra foi fundada em uma mentira fajuta de que foi uma mulher que orquestrou essa narrativa. No mais, o capítulo cujo título é ?Rio de Janeiro, trompas ligadas? é o mais interessante do livro. Para quem quer se distrair pode ser que seja interessante a leitura e suponho que para o período conservador em que ele foi escrito tenha sido extremamente importante, mas hoje em dia, acho que temos outras demandas que mulheres de verdade são capazes de suprir. 2 estrelas de 5.
Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Tô contigo em quase tudo, só não creio que ele tenha sido feito "pra chocar". O objetivo era falar de luxúria e o livro é 100% isso. Eu amo o João Ubaldo porque ele deixou uma obra-prima (Viva o povo brasileiro) pra nós, mas claramente dá pra perceber que não é um relato de uma mulher. Baita resenha!


@literatoando 12/07/2020minha estante
Sim, concordo! Mas luxúria não é necessariamente transar com tudo que se move. Nas partes que ele coloca o desejo sexual da narradora pelo irmão (?) acredito que tinha a intenção de chocar, dentre tantos outros trechos, como quando ela é aliciada por um parente, ela criança e ele dizer que a narradora gostava daquilo, que era praticamente um jogo. Creio que tenha sido ?pra chocar? mesmo. Pelo menos foi a impressão que deixou pra mim. Muito obrigada pelo elogio, tem mais no meu instagram literário, se quiser acompanha por lá! To sempre disposta a discutir sobre livros! ??????


Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Entendi teu ponto de vista. Claro, qualquer coisa te incomodo ali no Instagram, obrigado por responder aqui.


Carolizons 14/01/2021minha estante
Adorei sua resenha. Estou lendo o livro e estou profundamente chocada com algumas relações (com o irmão, com o tio) e já vi que terá zoofilia... também me incomodou a primeira relação dela, que usa o menino negro apenas como objeto sexual.
acho que vou abandonar...


@literatoando 18/01/2021minha estante
Carolizons, veja até onde consegue ir, mas também achei bem problemática essas relações!!!


Carolizons 19/01/2021minha estante
Abandonei :)




ViHh 09/07/2022

Confuso, contraditório, inverosímil...
Tinha grandes expectativas para com essa leitura, no entanto acabei frustrada. Primeiramente porque não consegui entender se de fato se trata apenas de uma obra ficcional ou se é verdadeira a narrativa de que João Ubaldo fez uma transcrição de uma série de gravações que lhe chegaram, tendo a acreditar que todas as histórias são muito fantasiosas. Em segundo lugar achei que está escrito de maneira muito confusa e que o que era para ser uma narrativa picante acaba por se transformar em contos de tal forma inverossímeis e contraditórios.
Bruno 15/08/2022minha estante
eh tudo inventado. tem texto/entrevista do autor falando. Abraço


ViHh 17/08/2022minha estante
Legal, obrigada pela informação. Não sabia mas imaginei, muito fantasioso, tipo quem é que faz tanto sexo assim? hahahahahah


Bruno 18/08/2022minha estante
q faz tanto assim ate da pra imaginar, mas desse jeito ai dela é dificil, todo mundo topa tudo, marido e etc todos seduzíveis n




Fabio Shiva 06/02/2012

A coleção “Plenos Pecados”, lançada pela editora Objetiva, nasceu de uma ideia interessante:
...sete escritores foram convidados a escrever um livro, cada um sobre um dos pecados capitais. Eu já havia lido o livro sobre a Ira: “Xadrez, Truco e Outras Guerras”, de José Roberto Torero, e gostei muitíssimo, tanto que guardei o livro para reler.

O livro sobre a Luxúria foi encomendado ao escritor mais indicado, na ausência de Jorge Amado: João Ubaldo Ribeiro. E assim nasceu “A Casa dos Budas Ditosos”, que o autor afirma não ter escrito, mas recebido de uma autora não identificada, que conta no livro a sua vida cheinha de luxúria.

Que é bem escrito, inegável. Muitos devem ter lido dando gargalhadas, outros podem ter ficado com tesão. Eu achei engraçado e tesudo no comecinho, depois foi ficando cada vez mais chato... só não parei de ler porque a letra é grande e o livro fininho.

O problema, em minha opinião, foi que Ubaldo quis defender tese, provar por A + B que a pessoa “normal” é a que curte transar com homem e com mulher, com os amigos e com os parentes, sempre que possível. Dificilmente livro querendo defender tese dá um bom romance, é a minha opinião. Não ajudou a leitura o fato de discordar da tese defendida: acho que a vida é bem mais que foder.

Digo isso sem o menor receio de ser considerado “careta”, como é tão martelado no livro. Acho que nos tempos atuais a transgressão e ousadia maior é afirmar que o sexo NÃO é a coisa mais importante da vida. Embora seja importante, sim, assim como comer, beber, urinar e defecar. Mas se não há nada além disso na vida, então a raça humana é perfeitamente dispensável, pois os animais já lidam muitíssimo bem com os instintos e necessidades fisiológicas.



Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
*
http://www.comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
Fabiklara 09/08/2014minha estante
Tive o mesmo problema com o livro, acho sempre pretencioso demais querer ditar normalidade em qualquer quesito. A personagem seria muito mais simpática se não fosse tão cheia da verdade.


Mariana Bellegarde 17/11/2016minha estante
Detestei essa mulher... uma falsa liberdade, falsa aceitação que só tentam disfarçar mais uma cagadora de regras como tantas outras pessoas que existem por aí... como uma única criatura pode afirmar o que todo mundo quer, o que todo mundo pensa, o que todo mundo sente ou gosta... é só mais uma cagadora de regras, tão radical quanto moralistas conservadores, mas no sentido contrário...


Kelli 06/03/2017minha estante
Até que enfim achei uma opinião parecida com a minha sobre o romance! Eu já estava até pensando que eu não havia entendido nada do conteúdo, e olha que eu quis muito este livro. Li até a última palavra esperando por algo que justificasse tudo aquilo, fiquei decepcionada.
Detalhe, li o livro sobre a gula ( O Clube dos Anjos) do Luis Fernando Veríssimo e o Mal Secreto ( sobre a inveja) do Zuenir Ventura, adorei ambos. Agora resta ler os outros livros da coleção.




Tiemi 03/06/2020

Delicioso ou melhor, deliciosa.
Este é um livro que todos precisam ler antes de morrer. Quando decidir ler, entregue seu corpo à seduzente voz e siga-a até o fim. É uma viagem sensual e histórica pelo Brasil e tudo que nele couber. A dica que deixo para quem for ler é: vá sozinho, curta o caminho, olhe as janelas e aproveite as pausas da viagem.
Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Amanda, acabei de ler o livro e tô muito intrigado porque uma questão me incomodou: não sentiu uma certa falta de "autenticidade" da CLB?


Tiemi 11/07/2020minha estante
Na verdade, não senti a necessidade dela ser. Imaginei ela como a própria luxúria em forma de mulher, fazendo o que quer e sendo o que quer, e claro, sem compromisso com a veracidade.


Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Entendi. Nem passou pela minha cabeça pensar dessa maneira, muito interessante a tua perspectiva. Obrigado!




Yara 22/04/2020

Um clássico!
Li esse livro muito nova, aos 15, acho. Foi bem impactante, e eu sabia que teria que reler em algum momento. Relendo atualmente também fui impactada, mas absorvi de outras formas. Cru, intenso, real.
Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Yara! Tô perguntando pra todo mundo que leu e gostou porque eu tô intrigado: não achou meio "falso" o discurso em algum momento da narrativa, no sentido de não se parecer com o relato de uma mulher e sim mais com uma fantasia masculina do que é uma mulher livre de preconceitos quando o assunto é sexo?


Yara 11/07/2020minha estante
Na primeira vez que li, achei mais ?realista?, mais associado às vontades e aventuras da mulher. Acho que tem muito do estilo do autor, tem reflexo de abuso, tem o momento em que história se passa e também o imaginário masculino forte. Eu entendi que o autor quis essa narrativa crua, tanto que chamou a atenção da atriz durante a peça teatral, sabe?


Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Sim. Te confesso que fiquei curioso com a adaptação do Domingos de Oliveira para o teatro pra entender como a Fernanda Torres captou o texto. Obrigado!




Gláucia 19/07/2011

A Casa dos Budas Ditosos - João Ubaldo Ribeiro
O livro faz parte da coleção Plenos Pecados e retrata a luxúria. Parece ter sido escrito com o único objetivo de chocar.
Eduarda Sampaio 05/01/2016minha estante
Um dos poucos livros que abandonei na minha vida...


Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
O que me incomodou foi que em nenhum momento eu senti que era uma mulher falando, sabe? Pra mim ficou claro desde a primeira linha que era o Ubaldo contando a história...


Gláucia 12/07/2020minha estante
Exatamente Alê!




Juliana.Ferreira 07/12/2017

olha, sinceramente, não dá pra negar que é um livro sobre sexualidade escrito por um homem, mas é interessantíssimo pensar na eroticidade de alguém no século XX. não vou menti, li com a voz de contos eróticos do marcelinho na cabeça, mas a narrativa prende tanto que você quer saber o que a personagem fez até o fim. esse livro é realmente um espiar pelo buraco da fechadura, não dá pra descrever melhor.
@euallesantos 24/01/2018minha estante
Contos eróticos do Marcelinho ?????


Alê | @alexandrejjr 04/07/2020minha estante
Fiquei confuso: gostou ou não, Juliana? Aliás, parabéns pelo teu comentário.


Juliana.Ferreira 19/04/2021minha estante
gostei não, alê kkkk mas não consegui não ler até o fim. basicamente foi isso.




Ingryd 19/03/2020

Desafiador
Livro brasileiro escrito pelo baiano João Ubaldo Ribeiro que conta a história de CLB. Seguindo uma narrativa complexa e bem estruturada que nos deixa imersos no universo desta mulher devassa e extremamente inteligente. Algumas partes me deixaram horrorizada e outras encantada. Não tenho palavras suficientes para descrever este livro inquietante, chocante e surpreendente.
Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Ingryd, não achaste que a narrativa em alguns momentos é muito mais uma visão masculina do que feminina da devassidão?


Ingryd 11/07/2020minha estante
Sim e foi algo que me incomodou algumas vezes durante a narrativa. Porém não deixa de ser um livro muito bom.


Alê | @alexandrejjr 11/07/2020minha estante
Entendi. Bom, pelo menos percebi que não fui só eu quem sentiu essa sensação. Obrigado!




Edmar.Candeia 17/10/2017

Não gostei, as descrições são exageradamente pornográficas, em certos momentos forçadas
Bruna 21/02/2019minha estante
Eu tive a mesma impressão


Edmar.Candeia 26/02/2019minha estante
Bruna, que bom encontrar pessoas com a mesma impressão.


Bruna 26/02/2019minha estante
Eu achei muito forçado Edmar. E vai lá se saber se realmente os relatos foram de uma mulher.




Joyce.Gomes 04/07/2020

Polêmico
A história apesar de ir contra alguns princípios morais, é muito interessante e a leitura fluiu bastante.
Tem humor, sexo, incesto, polêmicassss.
Alê | @alexandrejjr 04/07/2020minha estante
Joyce, em algum momento tu achou que a história não parecia ser a voz de uma mulher? Tô lendo ele também e tô sentindo isso demais...


Joyce.Gomes 05/07/2020minha estante
Alê, acredito que você esteja sentindo isso porque não é muito comum ouvir mulheres falando dessa forma, mas a graça e o grande aprendizado do livro está justamente aí, o livro prega a liberdade feminina. Apesar de ter algumas partes que chocam, achei uma leitura muito válida.


Alê | @alexandrejjr 07/07/2020minha estante
Joyce, não foi nem pela questão do chocar, mas eu, como homem, tive a sensação de que algumas colocações no livro são espécies de fabulações de um homem sobre o ideal feminino de liberdade, me pareceu sem autenticidade, sabe?




Annalua.Sampaio 06/10/2018

Ousado e intrigante!
O livro representa três grandes fases, uma introdução não tao empolgante, um desenvolvimento vivaz e um final tranquilo. Um relato fantástico repleto de discussões e alfinetadas aos costumes ditados pela sociedade.
Bec 30/12/2018minha estante
Concordo com tudo, mas adorei a introdução. Livro maravilhoso.


Annalua.Sampaio 02/01/2019minha estante
com toda certeza o é




Val Alves 22/11/2019

Mais um compilado exibicionista e raso da vida sexual de uma libertina
A personagem principal é uma suposta mulher anônima que enviou para o autor do livro as principais histórias de sua vida sexual para que elas sejam publicadas . Uma mulher orgulhosamente livre e libertina que desconhece o significado da palavra "limites" quando o assunto é sexo: preferia transar com os amigos e parentes a fazer isso com desconhecidos; não importa o grau de parentesco, o sexo, a idade, o estado civil ou o que fosse. Qualquer lugar com pelo menos uma pessoa presente era uma oportunidade pra transar e não deveria ser desperdiçada.

"Deixaria um bom espírita chocado se dissesse a ele que a principal razão por que quero reencarnar é que na outra encarnação eu planejo comer quem por bobeira deixei de comer nessa."

Considera os que se declaram "heterossexuais - ou homossexuais- exclusivos" como deprimentes e medíocres senão, pessoas que não sabem que, de fato, todo ser humano é (ou deveria ser) essencialmente promíscuo e sem um rótulo específico quanto à sexualidade. Não se sabe o que é real e inventado pois, ela mesma, se autodeclara como mentirosa - assim como todas as pessoas afinal, [sic] mente-se o tempo todo e (...) a vida é uma mentira impenitente, renitente e resistente.

De uma forma geral achei o livro mediano e não vi nada especial. A mim pareceu que estava lendo o texto de um cara exibindo suas peripécias sexuais se passando por mulher.
Não odiei o livro; mas... sim, esperava mais dele.
Michel 22/11/2019minha estante
Do João Ubaldo eu só li algumas crônicas... O distanciamento de rótulos sexuais vai na direção das muitas pesquisas feita pelo sexólogo, Dr. Kinsey, o que eu concordo com várias delas.


Fernanda1943 14/03/2020minha estante
Um cara falando sobre as peripécias sexuais... pq diz isso? Uma mulher não pode agir assim?




spoiler visualizar
Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Evellin, o teu comentário é perfeito sobre a obra! Tô 100% de acordo.


Beatriz 15/07/2020minha estante
Exatamente!! Tava me achando doida por não achar resenhas que abordavam o que você falou e que foi o que senti ao ler.




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