Viccthor | @mathvictor 26/03/2020A viagem é a recompensaGanhei esse livro em 2014, no meu aniversário de 15 anos. Na época, lembro de ter me assustado com a quantidade de páginas do livro e resolvi deixá-lo para temos. Nesse meio tempo, li outros livros tão grandes quanto (a exemplo de "A Guerra dos Tronos"), então, achei que deveria ser hora de procrastinar.
Apesar da quantidade de páginas, o autor consegue escrever de uma forma bem simples, facilitando bastante a leitura. Assim, a apesar de algumas partes serem um pouco mais técnicas, principalmente sobre economia (opções, investimentos, processos burocráticos), não tive muitos problemas durante a leitura; afinal, meu foco também não era entender sobre economia ou qualquer um desses processos burocráticos mais específicos, mas sim, conhecer um pouco mais da figura do Steve Jobs.
Sobre este último, por sinal, acho que todos que leram este livro não discorda das transformações que Jobs gerou nas mais diversas indústrias (PCs, música, filmes, etc.) e no setor de inovação. Entretanto, seria um pouco insensato não mencionar sua dicotomia. Para uma pessoa que praticava o zen de maneira tão radical, faltava a Jobs muito da empatia que uma mente Buda teria. Essa personalidade forte e dual pode ser vista em muitas partes do livro (e, às vezes, repetidas tantas vezes pelo autor que, às vezes, fica um pouco chato. O "campo de distorção", por exemplo, é citado tantas vezes que faz parecer que isso é um superpoder que só Jobs possuía): "grandes artistas roubam", era o que Steve defendia durante parte da sua juventude e no início da sua carreira - coisa que fez a Apple destronar a Xerox, inclusive. Entretanto, quando estava do outro lado da moeda, Jobs condenava severamente aqueles que "roubavam ideias da Apple", afinal, "roubar é um crime".
Embora Jobs incorporado seu espírito como pilar principal na filosofia da empresa, é interessante desmistificar que a Apple seja um produto todo e inteiramente dele. Afinal, os primeiros computadores Apple não teriam saído da garagem se não fosse também por Wozniak.
Mas, dai a César o que é de César: a paixão que Jobs tinha pelo design, pela fluidez e experiência do usuário é tão evidente que, em alguns momentos, fiquei mesmo com vontade de experimentar algum produto Apple e ver isso de perto (mas, questões de preço também influenciam bastante, rsrs. Deixaremos isso pra outra conversa). A ideia de se criar espaços, como a Pixar e Aplle, onde encontros fossem constante para que isso gerasse ideias e inovação também me admirou muito!
A teimosia e insistência de Jobs era tão concreta que o fez ir bastante longe - e também foi o que o levou a tratar do câncer de maneira não tão eficiente quanto poderia ter sido. O que nos mostra, mais uma vez, sua característica de um gênio forte.
Para minha satisfação, o autor do livro resume muito bem alguns dos pontos que mais me chamaram a atenção no último capítulo do livro. E aqui deixo meus elogios ao mesmo também que, embora tenha me deixado algumas impressões de que aliviava a caneta para defender algumas posturas de Steve, é realmente complicado se fazer um trabalho como esse.
Resumo da ópera: curti bastante a leitura e recomendo para aqueles que gostam da ideia de entender a personalidade de pessoas icônicas como Jobs, ou sobre negócios, inovação, tecnologia, arte... é, é um livro bastante complexo, como o próprio Steve.