Sexto livro que recebi através da parceria com a editora Novo Conceito e um daqueles livros que me pegou desprevenida. Os livros de Emily Giffin nunca estiveram na minha lista de leitura porque sendo muito sincera sempre achei que seus livros seriam romances muito melosos e clichês, contudo mordi a língua ao perceber que não só ri muito durante a leitura como também estava grudada no livro. “Presentes da Vida” é um livro começa como quem não quer nada, sem uma história muito encorpada, mas ao passar dos capítulos já estamos ligados a Darcy, tanto pelas loucuras dela, como pelos absurdos que ela fala e faz. Foi uma boa surpresa gostar do livro.
Eu não li “O Noivo da Minha Melhor Amiga”, portanto não acompanhei a história de Darcy antes de terminar o noivado, mas conhecia a história então não senti falta de nada. Para aqueles que não conhecem Darcy Rhone foi noiva de Dexter Thaler por sete anos. Ela conheceu Dexter através da sua melhor amiga Rachel, as duas eram amigas inseparáveis desde crianças mesmo sendo completamente opostas. Darcy é uma mulher superficial, egoísta, competitiva, sempre se considerou mais bonita e mais esperta que Rachel. Por isso mesmo sempre teve certeza que tudo daria certo em sua vida, a começar pelo casamento dos sonhos com Dexter. As vésperas do casamento Darcy pega Dexter só de cueca dentro do guarda-roupa da amiga. A mesma Rachel que ela considerava sem graça, sonsa e sem beleza. A cena termina em barraco, ela arma o maior escândalo e fica com ódio de Rachel. O que ela não leva em conta é que também estava tendo um caso com Marcus, amigo e padrinho de Dexter. O ponto de partida do livro é esse. A história de Darcy após o escândalo.
Darcy está histérica por ter sido trocada e não para de se colocar no papel de vítima traída e abandonada. Não acredita que Dexter a trocou por uma mulher daquelas e começa a bolar teorias de que foi só uma noite e que logo Dexter vai voltar pedindo perdão, implorando para reatar com ela. Os dias passam e Darcy já planeja um novo casamento, uma nova vida de sonhos ao lado de Marcus. O problema é que ele não está entusiasmado com essa história de bebê e casamento. Depois de alguns fiascos o namoro começa a ficar insustentável e Darcy é largada pela segunda vez, só que desta vez ela está grávida. A fofoca começa a circular na sociedade de NY e a única saída que ela encontra é recorrer a Ethan, um velho amigo que mora em Londres.
A partir a história se desenrola de forma gradual e muito mais agradável. Darcy continua a mesma arrogante, mas a história ganha forma e compreendemos melhor a personagem. A primeira metade do livro é um pouco irritante para quem não curte personagens fúteis, aquele tipo de mulher que preza beleza, roupas de marca e que jamais quer envelhecer, mas sendo justa a segunda metade do livro é muito boa e conquista o leitor a cada página. Antes de ler esse livro você precisa entender que realmente existe muita Darcy pelo mundo e que a mudança que ela sofre é gradual como em todo mundo. Não adianta julgar o livro nas primeiras páginas e empurrar a leitura com aquele mesmo conceito. Permita-se entender a personagem.
A narração da autora é leve e bem-humorada sem ser clichê. Não há exageros na personalidade de Darcy e ao contrário do que possa parecer ela não mudou da rainha da futilidade para a mais desprendida das mulheres. O que mudou foi a forma de entender as pessoas e os sentimentos. Os pontos fortes do livro são o cenário e Ethan. Não sei se já perceberam, mas uma das coisas que mais considero ao ler um livro são as descrições. Não existe nada melhor do que um livro bem ambientado. O poder que cada detalhe tem é incrível. E nesse ponto posso dizer que Emily Giffin foi muito bem, ela conseguiu colocar cada mínimo detalhe da paisagem londrina. É um livro que você sente o lugar com os personagens. Já Ethan é um personagem perfeito, o jeito que ele cuidou de Darcy, o jeito que ele se preocupava com ela e o bom amigo que foi durante todo livro valeu pelos primeiros capítulos complicados. Ele roubou a cena nas últimas cem páginas do livro e ajudou em um final que apesar de deduzível, foi compensatório.
A narrativa em primeira pessoa casa muito bem quando temos uma personagem que (...)
Termine o último parágrafo em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com/2012/03/resenha-presentes-da-vida.html