Isa 04/10/2014
Que foi isto?
Maze Runner tinha tudo para ser uma das melhores trilogias de distopias que já li. A história era interessante, personagens carismáticos, e tinha muito ação, suspense, drama e emoções. Aos primeiros dois livros, eu os amei tanto que li ambos em apenas quatro dias, e os avaliei com 5 estrelas. James Dashner havia nos apresentado a um cenário totalmente novo, embora não apelativamente distópico, mas que possuía um dos dilemas que vêm atormentando a humanidade durante a história: vale a pena sacrificar poucos para salvar muitos?
Então, imagine minha IMENSA decepção ao chegar para ler o último livro da distopia, A Cura Mortal. Que, literalmente DO NADA, tudo o que nos havíamos deparado anteriormente se evaporou no livro. Dashner voltou atrás com tudo, até com seus personagens.
Primeiro, CRUEL se transformou em uma organização ineficaz e inútil. Não tenho nem palavras para explicar o quão fútil se tornou. Onde estavam os verdugos, a tecnologia, o exército?
Segundo, foi a futilidade de algumas passagens da história. A ida a Denver, o aparecimento de uma organização contrária ao CRUEL, o aparecimento de antigos personagens saidos do nada... tudo foi incoerente, inexplicável, inconcebível.Não posso escrever mais sobre isso, se não darei spoiler.
Teresa, que antes me irritava, no começo desse livro estava insuportável (me explico, fãs de Teresa, acalmem-se por favor: essa tendência de Dasnher para Teresa, de nunca nos deixar saber de que lado ela estava, é extremamente IRRITANTE para mim, então meio que sim desejava sua morte). Mas a irritação de Thomas com ela foi pior que a minha. Eu tinha gostado de Brenda, de sua aparição como Crank pirada, e tinha achado um lance bem mais legal com ela do que com Teresa. Mas até eu, que shippava Brenda e Thomas, achei injusto o que foi feito aqui: Dashner desconstruiu totalmente a garota que ela era nos primeiros livros pra justificar o porquê de Thomas preferir a Brenda, ou o porquê do final mais que forçado ele escreveu para Teresa (sério, precisava ser assim? Foi terrivelmente forçado e mal escrito).
Mas a cereja do bolo foi o final. Sério, James? Final mais utópico que já vi na minha vida. O pior que eles fizeram realmente o que CRUEL queria: ser os ratos de laboratórios que são, ir procrear por ai, tocar o paraiso e BLA BLA BLA. Não tenho palavras para descrever o quão pasma fiquei com ele.
O retrocesso da série com esse livro foi palpável e muito dolorosa de se ler. Mortes desnecessárias, massivas e até mesmo sanguinárias, decisões ingênuas de personagens que mostraram ter senso em livros anteriores. Acho que o ponto alto do livro foi uma morte lenta e inevitável de um personagem muito querido, o único que até em seu momento de loucura mostrou algum senso. Dashner escreveu como um escritou inexperiente e imaduro, tanto que até me perguntei se ele mesmo escreveu os dois primeiros da trilogia, ou algum amador escreveu a Cura Mortal em seu lugar.
Me arrependo de ter lido a série? Não. Me arrependo de ter lido a Cura Mortal? Sim. Sinto como se devesse ter parado no Laberinto ou no deserto, fingido que o autor morreu antes de terminar a história, ou que A Cura Mortal foi apenas alguma fanfic que um aspirante a péssimo escritor escreveu por aí.
Porque, nesse caso, a fantasia é melhor que a realidade.