@blogleiturasdiarias 12/06/2017Um final angustiante para uma série ótima! Maggie como sempre arrasando.Maggie e sua maneira de escrever sempre me encantando. Não tem como não se apaixonar por essa mulher, nem tem como não se apaixonar pelo seus personagens. A trilogia Calafrio conquistou meu coração e me deixou mais à parte da maneira que a autora escreve, que infelizmente pode não agradar à todos. Mas já falei que sou fã de carteirinha certo?!
No terceiro livro da série Grace é loba. Tendo como obstáculo sua transformação em períodos de frio, ela e Sam entram numa montanha russa no relacionamento. Tendo que sumir da cidade, desaparecer em situações que ocorrem a transformação, ela viverá altos e baixos durante a narrativa. Ainda mais com seus pais, que estarão mais presentes que nunca, questionando cada passo seu. E para piorar fatores externos podem colocar a vida do bando em risco. Com a iminência de um colapso emocional, Sam e Grace terão que ultrapassar vários percalços para o amor dois dois sobreviverem. E mais do que isso, salvar quem eles amam e o que são.
Depois de um final de deixar qualquer um em choque, Sempre tinha que ser iniciado com altas expectativas. Após o baque recebido das páginas finais de Espera, essa retomada em alta e dentro das características da Stiefvater — bem descritas, ambientando novamente o universo, trazendo novidades com reviravoltas acontecendo a todo instante, desenvolvimento contagiante — ocorreu. Essa volta inicial é bem lenta para aqueles que não se acostumaram ainda a escrita dela e ainda vejo muito reclamação disso, porém funciona de maneira a deixar o leitor curioso para o que vem. Depois de 7 livros lidos dela, era meio difícil me deixar desanimar pelo início.
Confesso que não esperava essa oscilação toda que o enredo trouxe. São muitas informações novas, muitas informações de narrativa de modo geral que funcionou no total porque a história precisava. Talvez se não fosse um exemplar de final de um universo essa entrada de informações fosse massante, todavia no final é entendido o tanto de explicações. Além do romance, tivemos muitos mais descobertas sobre esse mundo dos lobos, muito mais avanço sobre o que eles são porque novamente a trama pediu. Terminar uma trilogia que se ambientava em fantasia e romance sem saturar um lado, é muito difícil porque são dois gêneros que podem se sobrepujar. No geral, houve um equilíbrio porque esse terceiro volume trouxe mais abertamente a fantasia, mas pensando mais especificamente cada volume, o romance vence. Então não é uma boa escolha só para quem gosta de fantasia.
"Há vezes em que você se senta e deixa os outros brincarem sozinhos e há vezes em que você se levanta e controla a música. E a verdade é que nunca fiquei muito bem parado." pág. 119
E quando se pensa no casal, na vida dos nossos protagonistas o final pode frustrar algumas pessoas. Após inúmeras obras lidas da autora, eu entendo e aceito o que ela trouxe como desfecho da história, porém as opiniões contrárias também é de fácil compreensão. É questão de gosto o que você prefere como ponto final. Pelo todo, foi a melhor maneira que ela poderia ter feito e gosto do que foi deixado. Quando você absorve que as histórias abrangem as páginas de um livro, elas transcendem as folhas, você aceita e admira finais que talvez não sejam considerados finais. Só que quando pensamos naquele término "redondo", sem falhas, talvez isso fique um pouco a desejar, e nisso entra questão de gosto literário mesmo.
Os personagens: crescimento pessoal impecável. Praticamente todos, Sam, Grace, Isabel, Cole crescerem de uma maneira absurda que não tem como você não se apegar. Esse amadurecimento dos protagonistas foi tão fundamental para tudo que ocorreu que faz valer a pena todas as indagações internas que eles tem em toda trilogia. Meu destaque vai para o Cole que é um jovem fenomenal e que ainda tem muito a demonstrar. É um dos personagens secundários que ganha voz como protagonista a todo momento, e mesmo assim não transcende o lugar de ninguém. Mais uma vez me encanto com a capacidade da criação de um grupo onde todos tem seu destaque igualitário.
Termino a série Os Lobos de Mercy Falls com a retomada da sensação de porquê gosto tanto desse tipo de escrita. Trazer elementos novos, em um gênero tão saturado no mercado é deslumbrante. E fazer isso em todos seus livros lançados? São para poucos! Mesmo caindo mais em sobrenatural ou em um pequeno clichê, explorar lados mágicos que até então ninguém fez torna essa série o diferencial que ela é. Por isso é tão aclamada lá fora e tem internacionalmente muito mais destaque.
Tem ainda um spin-off do Cole que irá contar o depois dele e da Isabel — muita pessoas pediram a história deles — que já tenho contudo não sei quando terei a oportunidade de ler. Já estou em ressaca por querer mais exemplares assim. Fãs de fantasia, sobrenatural e algo inovador não podem deixar de ler.
"Eu me senti instável como Beck, naquele momento. Era como se eu tivesse desdobrando todas as minhas garças de papel e tivesse encontrado algo desconhecido impresso em uma delas. Durante toda minha vida, eu havia pensado que minha história era assim: Era uma vez um menino, e ele teve que arriscar tudo para manter o que amava. Mas, na verdade, a história era: Era uma vez um menino e o medo que ele sentia o comia vivo." pág. 300
Na parte física a capa segue o padrão da série, o que eu não gosto muito entretanto caracteriza a proposta do volume, então é válida. Após a mudança de diagramação, acostumar foi mais fácil e na revisão não vi nenhum erro aparente. A narrativa é alternada entre os pontos de vistas da Grace, Sam, Isabel e Cole em primeira pessoa.
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