maria :) 05/02/2024
Insurgente
Depois de muito tempo procrastinando pra vir escrever a resenha sobre Insurgente, aqui estou eu. Isso foi o que eu achei sobre o melhor (ou menos pior, depende de como você prefere ver as coisas) livro da série!
Como sempre eu vou dividir a resenha toda em pontos negativos e positivos, porque assim as opiniões ficam mais claras.
Pontos positivos:
Como o livro anterior, esse aqui é super fluido, realmente a escrita que a autora traz é fácil de entender e chega a ser rápida até, acho que demorei uns quatro dias pra ler ele todo, mesmo sendo um livro grande.
Acho que esse é o livro que mais traz momentos memoráveis e que realmente dão um gás na história e não a deixam monótona! Fiquei muito tensa com a cena do interrogatório na Franqueza, apreensiva com o momento em que a Tris é usada nos experimentos da Erudição e animada com a forma como ela é libertada dessa condição, e obviamente arrepiada com a mensagem descoberta no final do livro pela mesma.
(Agora sim ela parece uma protagonista)
Esse foi o livro em que consegui ver a Tris com outros olhos! Pra mim, aqui ela foi escrita como a garota corajosa que deveria ser; diferente do primeiro livro, nesse eu consegui sentir empatia por ela, não a vi apenas como a chata que ela costumava ser! Embora ela tenha falas e atitudes ridículas (falo sobre elas em breve), ela se mostrou na sua pior fase (depressiva e autodestrutiva) uma personagem interessante. Eu a não considero uma personagem favorita, mas deixou de ser insurportável estar na mente dela então já é um ponto positivo pra mim!
O livro também conta com um bom desenvolvimento dentro do possível; apresenta mais ação e aventura, introduz novos personagens e explora mais de outros já existentes; é empolgante e animador, e até os sentimentos negativos que ele te causa são bem vindos porque te causam uma vontade de se aprofundar mais na leitura. Fiquei surpresa positivamente e negativamente com vários personagens, o que também me conectou com a história.
Pontos negativos:
Vou começar com o que mais me incomodou no livro todo: a relação Tris e Tobias (o que não é nenhuma novidade). Mesmo esse não sendo um livro de romance a autora se propõe a trazer a relação do casal como plot crucial pro desenvolvimento da história, envolvendo os dois em mentiras, omissões e desentendimentos burros e imaturos! Isso foi terrível porque, primeiro: tudo se resolveria com diálogo simples; segundo: (essa parte é totalmente culpa minha, admito), eu me acostumei com a relação deles no filme, e que é totalmente oposta da retratada aqui! Foi um balde de água fria ver atitudes mesquinhas e irresponsáveis dos dois em relação um ao outro.
A Tris sendo completamente ignorante as dores do Tobias, escondendo todos os problemas e aflições que ela tinha dele, pressupondo coisas a respeito dos sentimentos dele, mentindo e abandonando ele no meio da noite pra se entregar a morte sendo totalmente alheia a ?ajuda? que ele oferecia a ela. O Tobias por sua vez foi um grosso, agia de forma impulsiva e maldosa, com falas dignas de uma plaquinha da vergonha, também escondendo tudo que podia da Tris e projetando as dores dele na forma como ela agia com as próprias angústias; ele foi grosseiro, hipócrita e inconsequente, desesperado e cego pelos seus próprios desejos.
Até um pouco mais da metade eles foram terríveis um com o outro, ela por causa da crise suicida e ele por conta dos traumas do passado que o deixaram bem burro. Enfim, foi difícil mas eu li essa releitura de Chernobyl e em algum momento até entendi os motivos de cada um pra agir da determinada forma. Talvez essa fosse a forma da autora mostrar o quanto eles podem ser ?humanos? errando e crescendo, mas isso me fez pensar ?caramba tiveram que tirar leite de pedra pra adaptação pro filme, porque eles são terríveis aqui.?
Não consegui ter personagens favoritos! Ao contrário do primeiro livro onde eu ainda me via muito apegada as lembranças que eu tinha do Quatro no filme, nesse eu consegui separar totalmente a personalidade ?Tobias filme? e ?Tobias livro? e isso me fez perceber que ele não é meu personagem favorito, e que na verdade eu nem mesmo consegui ter um personagem favorito hahaha, juro todos são muito detestáveis se você reparar bem.
Agora em relação a escrita e coerência da história, preferia mil vezes que a autora tivesse escrito os pontos de vista do Tobias sobre esse livro do que sobre o anterior (presentes no livro spin-off ?Quatro?). Muitas vezes as coisas ficaram confusas sobre o tom que a história ia criando, como eu disse, a base do desenvolvimento da história é a relação do casal protagonista e ver tudo pela ótica da Tris, muitas vezes com diálogos confusos entre eles, deixava tudo ainda mais bagunçado na leitura. Eu não entendia em muitos momentos, se eles realmente estavam brigando ou apenas conversando pra resolver os problemas, porque não tinha uma sinalização do tom de voz ou expressões dos personagens, como ?- ele disse se afastando irritado? ou ?-sua expressão indicava remorso? por exemplo.
Senti falta de alguns capítulos que mostrassem os sentimentos do Tobias, o porque de suas atitudes pra que assim os desentendimentos deles ficassem mais óbvios e compreensíveis.
A autora matou inúmeros personagens só porque ela quis (não tem outra explicação) e ela continua fazendo isso futuramente sem a menor necessidade o que não faz dela corajosa e revolucionária, só patética mesmo!
Minhas considerações finais são bem óbvias: esse é o melhor livro escrito pela Veronica, o que ela mais parece ter se esforçado pra realmente incluir a protagonista nos fatos determinantes.
A título de curiosidade, o filme não é ruim só é uma história totalmente diferente e o livro é melhor que o filme diferente de Divergente.
Foi legalzinho, tô feliz que eu dei uma chance pro segundo livro.
Merece as incríveis 4 estrelas que eu dei pra ele!