O Último dia de um condenado

O Último dia de um condenado Victor Hugo




Resenhas - O Último Dia de um Condenado


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Ingrid_mayara 30/06/2017

Resenha do livro O Último Dia de um Condenado
Publicado originalmente em 1829, O Último Dia de um Condenado não foi bem recebido pela crítica (de acordo com o próprio livro) por se tratar de uma temática deveras paradoxal: sentença de morte; porém, o tema ainda é debatido em algumas localidades e vê-se que a obra é atemporal.

Ao longo da narrativa, são abordados alguns acontecimentos comuns da época, como a precária existência de defensores de direitos humanos e as diferenças de tratamento humanitário de acordo com as classes sociais. “Os que julgam e condenam, dizem que a pena de morte é necessária. Primeiro, porque é necessário cortar da comunidade social um membro que já a prejudicou e que ainda a podia prejudicar. Se se tratasse só disto, a prisão perpétua bastaria. Para que então é a morte? Vós objetais que se pode fugir duma prisão? Guardai-o melhor. Se não confiais na solidez dos varões de ferro, com vos atreveis a ter animais ferozes?” (p.14).

Por que os mais ricos são dignos de proteção e os mais pobres são facilmente acusados? Por que os políticos costumam ser os mais favorecidos quando se trata de benefícios?

Somos levados a uma profunda reflexão acerca da abolição da pena de morte, que desde muito antes parecia ser apenas uma utopia, e que os menos favorecidos financeiramente eram os mais prejudicados, enquanto que os crimes praticados pela elite pouco eram passíveis de punição.

Após a introdução, inicia-se a narração em primeira pessoa, descrevendo não apenas o último dia, como também as últimas seis semanas de vida de um homem cujo crime não se revela com objetividade, apenas percebe-se nas entrelinhas.

Após receber a visita de sua filha na prisão, o condenado expõe seus mais sinceros sentimentos ao descrever a cena em que a menina não o reconhece, dizendo que seu pai já está morto e era mais bonito do que o homem a sua frente. Sem se arrepender do que crime cometido, o homem traz à tona as injustiças ocorridas com pessoas que pouco ou nada fizeram e mesmo assim foram levadas à guilhotina, como se isso fosse para servir de exemplo em praça pública (e também às escondidas).

A narrativa é bastante curta e de fácil compreensão, visto que a relevância da obra certamente é a capacidade poética para manifestar um assunto tão inegável quanto o direito à vida.

Recomendo que todas as pessoas leiam esse livro com a mente liberta de preconceitos. Certamente é um dos melhores livros que eu já li, e muito me ajudou a refletir sobre a condição humana, que infelizmente ainda é intrínseca à classificação social.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
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Lizi Cordeiro 15/11/2017

A iminência da morte
A angústia de um condenado à morte, que sente a iminência da morte chegando. Sabe que já não há mais vida quando se conhece a data da morte, mesmo que a respiração ainda saia, mesmo que os olhos ainda vejam, mesmo que os membros ainda se movimentem.
A morte transformada em espetáculo diante de uma multidão ávida por sangue.
A justiça humana fazendo o papel da justiça divina e determinando quando será a morte de alguém.
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25/03/2018

Ficou abaixo de minhas expectativas.
Peguei o livro confiante com as avaliações e pelo autor mas não achei tudo isso. A leitura apesar de curta e rápida se estendeu e achei algumas partes cansativas. Em alguns momentos tem alguma empolgação e esperança de ficar mais animado de se ler, mas nada disso. É uma boa leitura no sentido de podermos ter um vislumbre do que poderia vir a ser a realidade de um condenado da época, mas não ultrapassa isso.
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tati_loverock 14/07/2018

O último dia de um condenado é um livro maravilhoso. A história apesar de ser curta tem tanto conteúdo, tantos pensamentos e emoções que fica difícil apresentar todos eles. O que posso dizer é que a cada página lida era como se eu estivesse vivendo aquilo que o protagonista estava passando. E isso me marcou profundamente. Já conhecia outras obras de Victor Hugo e o talento dele é evidente, esse livro só consegue evidenciar ainda mais sua genialidade.
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Diogo.Correa 15/09/2018

Condenado a morte!
As mais controvérsias de todas as peculiaridades, o mais ilustre comediante promissor. O célebre Victor Hugo fala de um homem que cujo o nome não foi revelado, mas a sua forma de escrever leva para uma obscura vida fora de um mundo complexo.
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Matheus945 23/01/2020

?Em tempos de revolução tenham cuidado com a primeira cabeça que cai. Ela abre o apetite do povo.?
Primeiro contato com o autor e foi uma experiência incrível, Victor Hugo nos mostra uma crítica à sociedade francesa que é sedenta por punição e sangue. O guilhotinamento, que começou a surgir durante os tempos da Revolução Francesa, é mostrado pelo autor como uma arma cruel contra a sociedade. Ao se matar uma pessoa, se mata uma família, e tira assim a chance de ela se tornar util à nação. O prefácio escrito pelo autor, que nessa edição está como posfácio, trás pontos interessantíssimos de refutação que Victor Hugo pensa sobre esse cruel castigo: se há a prisão perpétua qual a necessidade de um carrasco? se a sociedade falhou em dar oportunidades ao indivíduo, e a morte dele ser causada por esse mesmo sistema, este não é um círculo vicioso sem fim?
Todos estes pontos levantados pelo autor também pode nos fazer pensar na nossa atual sociedade brasileira, onde o próprio presidente e seus filhos defendem uma redução de maioridade penal para crianças de 14 anos. Não se muda uma sociedade a partir das punições, e sim a partir da conscientização. A educação, a desmarginalização de pessoas em áreas de favela e a valorização da cultura dos mesmos diminuiria consideravelmente a criminalidade. Além, claro, de programas para reinserção de ex-presidiários na sociedade e do melhoramento do sistema carcerário. Uma ótima oportunidade de autorreflexão que o autor nos proporciona.
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Cláudia Isabele 29/08/2013

Uma experiência única
Levei três dias para ler, entre os afazeres de faculdade, casa e namoro, durante os quais, eventualmente algo desse livro se reelaborava em mim por conta de sua abordagem.
O crime do protagonista não tem a relevância que é de se esperar na trama. Como mitigante ou agravante, sequer há um questionamento sólido sobre a natureza da violência do crime, de sua gravidade ou não. O que há é a caracterização generalista de um condenado, ou antes, uma caracterização generalizante, como uma epiderme que pode moldar-se a muito casos, se não a quase todos. Ou todos?
E o protagonista, dono dessa epiderme arquetípica é um veículo incômodo das sensações propostas no texto. Parece que ele ali está para dar seus pareceres contextuais de um catálogo perverso de sofrimentos que se enfileram para atormentá-lo. É como uma voz humana, reconhecível para nós, traduzindo uma tortura que mesmo paulatina, de tão cotidiana, subverte qualquer traço de objetivação de humanidade no caminho à guilhotina. Parece que as pequenas iniciativas de alguns personagens de amenizar o caráter atroz de seu destino se apequenava como um paliativo quase cínico diante da vileza da pena capital.
Foi um incômodo necessário lê-lo. Em alguns momentos de tensão o texto pareceu catalisar, nas minhas lembranças disperas, as conclusões diversas sobre debates acerca dos direitos humanos e sobre o discernimento do direito a ceifar uma vida.
É daquelas leituras, para mim, pedagógicas. Não necessariamente de introdução ao tema, a depender do grau de intimidade ou discussão, mas, como um catalisador eficiente de motivações, conceitos, opiniões. Pareceu desnudar a crueza dos detalhes ignorados no enunciado geral da pena de morte, toda sorte de suplícios a que se condena quem pode sentir. Durante as semanas seguintes à leitura dele recomendei-o apaixonadamente, como se fosse um elixir, quase uma epifania. Está entre meus preferidos. Qualquer outra mensuração que eu faça se submete a essa sensação de que ele conversa com o que há de mais humano em mim. E que não sei o que é (ainda?).

site: http://www.verbivora.blogspot.com.br/2013/05/o-ultimo-dia-de-um-condenado.html
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Aline 01/03/2010

Não me impressionou.
O livro é indiscutivelmente bem escrito, mas já li relatos da morte e da agonia (tanto física como psicológica) mais marcantes.
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Rebeca 01/07/2010minha estante
O livro não é muito dramático mesmo. Mas a parte em que a filha vai visitá-lo na prisão é triste. Na época o livro foi polêmico! Mas hoje em dia se escreve coisas bem mais fortes... da guerra por exemplo. :) Os Miseráveis do autor é melhor. Recomendo.




Lis 13/08/2009

Um livro de extremo impacto por compartilhar todos os sentimentos e pensamentos que invadem a alma de alguém prestes a morrer, sem recair no cliche de culpar o sistema por condená-lo.
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Léo Araújo 21/08/2010

Sonho ou realidade?
Antes de resenhar a história, gostaria de falar rapidamente sobre esta edição. Abre-se com o fantástico prefácio de 1829, "Uma comédia a propósito de uma tragédia", onde tripudiam sobre o livro, a história em si, o maravilhoso prefácio de 1832 e a cronologia "Vida e obra de Victor Hugo".

Victor Hugo foi opositor ferrenho da pena de morte, principalmente a executada pela ferramenta inventada por Guillotin; ferramenta que trouxe o show de horrores ao público, baseado em razões como a subtração de vidas de membros que lesaram a sociedade e poderiam voltar a lesá-la, que não podiam ficar perpetuamente presos, pois poderiam fugir e a sociedade tem o dever de se vingar, de punir. Talvez a condenação e execução dos quatro sargentos de La Rochelle e a execução de Damiens (Victor Hugo não havia nascido, ainda) descrita em Vigiar de Punir do sociólogo Focault o tenha levado à criar este manifesto contra à pena de morte.

O fato é que em vez assustar e dar o exemplo, a guilhotina passou a ser usada para atender interesses pessoais de juízes e políticos. E a esses interesses pessoais não cabe definir o destino de um homem, que como disse Victor Hugo, ou é um sem família e parentes, que por isso não recebeu educação e instrução e não sabe o que está fazendo e, portanto, a culpa pertence ao seu destino e não a ele, que é inocente, ou o homem tem família e, ao degolá-lo, a família também morre e, nesse caso, mais inocentes são castigados.

A introspecção pré-degola descrita não é tão dramática hoje; no entanto, era avançada para a época. Ao emendar a leitura do Prefário de 1832 o sentimento de revolta se aflora; talvez o mesmo sentimento que o autor, no papel de reformador social e porta-voz da condição humana e de seus direitos tenha sentido quando decidiu escrever o livro.

Recomendo a leitura.
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Rafaela Mendes 26/09/2019

O último dia de um condenado (Le dernier jour d’um condamné) – Victor Hugo, 1829.
Essa história é sobre a cultura da pena de morte na França do século XIX. Victor Hugo nos trás mais uma vez, uma trama cheia de problemas morais, religiosos e sociais que devemos lidar enquanto leitores, contando a história de um homem (a qual não se revela o nome) condenado à guilhotina por um crime que não sabemos qual é ao certo. Não se trata de um “pobre coitado” injustiçado, é um ser até arrogante em alguns momentos. O autor nos joga essa boba e nos coloca não como juízes do caso, mas como receptores de surpresas e dúvidas a respeito de uma França do passado, mas que toca questões do mundo presente. Mesmo que a pena de morte esteja quase por extinta no mundo, ainda se discute isso e se dividem opiniões a respeito.
É nos apresentado o passado do condenado sem nome. Sua personalidade e seus familiares (esposa, mãe e filha) nos são revelados minimamente, bem como seus sentimentos e ressentimentos sobre sua existência e todas as angustias que é está a caminho da morte. Parece que estamos lendo um diário e de fato é isso, já que o condenado narra em primeira pessoa a sua história e deixa alguns escritos antes da morte.
A pena de morte se tornou vulgarizada na França, não era somente “um instrumento da justiça”, era um pão e circo para a sociedade e para o governo francês. Essa é a grande questão do livro, essa é a critica. Não conseguimos julgar o réu, mas julgamos o processo. É inevitável não se enrolar com isso.
Países como Irã e Iraque ainda aderem a pena de morte para determinados crimes e será que isso é solução? A morte não é um castigo. A morte é um descanso, um fim, um alívio (suponho). Será que a pena capital é a “solução” para livrar a mácula da sociedade de crimes hediondos? Sabemos a resposta.
“Os homens são todos condenados à morte com prazos indefinidos”, Victor Hugo, 1829.
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Lilian_89 21/04/2024

Para refletir!
O livro busca apresentar uma reflexão sobre a existência da pena de morte e seu desacordo com uma sociedade dita 'civilizada'.

Paraa demonstrar a necessidade de se discutir a existência ainda desse tipo de pena o autor apresenta os escritos, tal como um diário que um homem em suas últimas semanas, dias e horas antes da fatídica execução pela guilhotina.

Ao longo de todo os texto somos forçados a refletir como tal pena destoa dos ditos valores de uma civilização organizada e de moral elevada.

O cerne do livro é discutir a existência da pena de morte independentemente do crime cometido, por isso mesmo não se fala claramente qual o crime cometido pelo personagem que escreve suas memórias antes de ser levado ao cadafalso.

Ao lonfo da narrativa o autor joga por terra as principais 'justificativas' para manter a pena de morte como uma punição aceitável, é demonstrado como tal pena em nada se assemelha á justiça, mas sim á vingança e sede de sangue.

Uma leitura muito boa e que trás boas reflexões ainda ara nosso mundo, pois ainda há lugares nesse mundo moderno onde a pena de morte ainda é aplicada e em alguns casos até mesmo comemorada.
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Adonai 08/10/2019

Você condena todo e qualquer criminoso à morte ou possui dois pesos, duas medidas, exceções?
Como deve ser tenebroso receber a notícia de dias contados. Como deve ser horroroso saber que pessoas determinaram a sua morte e não há escapatória. Além disso, como deve ser revoltante ser condenado enquanto quem julga também é passível de condenação.

Uma pessoa - não importa o crime - foi condenada à morte e resta-lhe relatar seus últimos dias, seus últimos pensamentos e principalmente o que está sentindo. O que muitos defendem como morte indolor, rápida e eficaz para a manutenção da ordem social, pode ser também um grande mecanismo de extermínio, de seleção artificial de quem pode viver e ainda reforçar quem detém poder.

Victor Hugo retoma e faz (re)pensar um tema tão contraditório para determinados grupos, os quais são à favor da vida, porém desejam e incentivam a morte de indivíduos já faltantes de oportunidade e de viver em sociedade. Um livro capaz de arrastar a angústia entre as palavras e incomodar com uma temática extremamente atual.
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