Resenhas - Novembro de 63

Ana 20/07/2021

Um livro para quem gosta de ouvir histórias
Stephen King é, para mim, um autor completo. Contudo, não deixei de suspeitar de "Novembro de 63" quando iniciei a leitura (sempre fico reticente com histórias sobre viagens no tempo). Contrariando todas as minhas expectativas, a história de Jake é simplesmente fantástica, envolvente e nos dá boas lições sobre amor, vida e morte. As partes em que a historia é ambientada em escolas são maravilhosas e personagens professores sempre têm a minha atenção total. A trilha sonora (SIM, amigos, King nos deu uma playlist cheia de Rolling Stones e Gleen Miller) dá um ar de veracidade inconfundível para a narrativa. Não consegui não chorar com o final escolhido - e King não poderia ter sido mais genial se tivesse feito outras escolhas. "Novembro de 63", agora, tem não apenas um espacinho especial na minha estante, mas um lugar imenso no meu coração.

Otávio Hudson | @palcodeleituras 23/08/2020

GENIAL
Acabei de ler o livro agora, são 03:02h da manhã, madrugada de 23/08/2020 (o passado se harmoniza) e não vou falar muito pois meu cérebro ainda nem fez todas as sinapses. Datei o término da leitura porque uma das muitas coisas que este livro fará com você é provocar à reflexão acerca do tempo, de como lidamos com ele e suas consequências. Dito isto, tenho apenas duas considerações, a primeira é de que você não divida esta leitura com outros títulos, eu tenho esse (péssimo?) hábito de ler vários títulos ao mesmo tempo mas este livro não merece isso! Ele precisa ser degustado, apreciado e saboreado com toda calma e atenção possíveis, não cometam o mesmo erro que eu. E por último, é um livro ABSOLUTAMENTE GENIAL que superou TODAS as minha expectativas (que eram muitas), com certeza marcou minha trajetória como leitor.

Suelen 07/05/2018

Triste com o final
O livro me prendeu do início ao fim. Gostei muito daa trajetórias de volta ao tempo, porém sendo uma romântica eu fiquei triste com o final, esperava que tivesse algo feliz e achei bem triste.

Lorrany 22/10/2022

Ainda tentando absorver tudo que aconteceu...
Que livro incrível! Este é o primeiro livro do Stephan King e acho que não teria jeito melhor de começar. A escrita dele é super fluida e a história cativante, em diversos momentos me peguei torcendo pelos personagens e aflita junto com eles. Agora entendo porque SK se tornou o sucesso que vemos hoje.
Em novembro de 63 o objetivo do personagem é voltar ao passado para impedir a morte do Kennedy, porém ao longo do caminho Jake/George encontra pessoas especiais que contribuiram para a trama (me vi torcendo pelo relacionamento dele e a Sadie mais do que deveria kkkk) e é notorio o desenvolvimento pessoal do personagem.
É um livro que te deixa reflexivo sobre os acontecimentos da vida.
Enfim, definitivamente lerei mais livros do autor, pois fiquei apaixonada.

Rafael.Nagao 14/01/2020

O passado se harmoniza
Sabe-se que Novembro de 63 foi uma data fatídica para os EUA, devido ao assassinato do Presidente John F. Kennedy, mas apesar do livro possuir o nome dessa data ele não foca muito em ser um mero conto histórico e nem se enquadra nas clássicas narrativas de terror do autor.
Na história acompanhamos a vida de Jake Epping, o qual é um dos protagonistas mais fascinantes dos últimos tempos. No início observa-se que a vida de Jake é bem simples (não que seja fácil), porém tudo muda quando ele se depara com uma situação que pode mudar TUDO, não apenas a sua vida, mas a vida de todos os americanos ou até mesmo todos do mundo.
O livro trabalha com ideias de viagem no tempo, porém sua narrativa é muito bem construída e seus personagens são tão viscerais que parece que essa história aconteceu de verdade.


Sobre minha experiência de leitura diria que o livro tem uma barriguinha no meio, contudo isso não prejudica a beleza dessa obra criada pele mestre Stephen King.


Por fim recomendo, fortemente, que leiam esse livro, pois mais do que uma história de ficção esse livro é uma história de amor, a qual contém todos os elementos das melhores histórias do Stephen King ( personagens carismáticos, lugares peculiares que exercem influência nas pessoas e uma narrativa envolvente). Desse modo posso parafrasear Jake ?A estupidez é uma das duas coisas que vemos com mais clareza em retrospecto.A outra são as oportunidades perdidas? e confie em mim deixar de ler esse livro na sua vida é uma baita oportunidade perdida.

Insta: rafa11nagao

Caio 27/05/2022

Se puder... leia outro livro do King
Eu sou o maior passador de pano quando os livros são escritos pelo King. Muitas vezes ele é prolixo, outras vezes coloca cena desnecessária na história e muitas vezes caga o final do livro. Ainda assim adoro a escrita dele e os personagens que ele escreve. Porém é com dor no coração que admito: foi o primeiro livro do King que eu me peguei olhando se faltava muito pra acabar. Desejei abandonar... Acho que a história se desvia do foco. E sinceramente a mania de ver o presidente americano como herói dói meu estômago( pra não falar outra coisa). O romance é um saco. Detesto quando isso acontece... as cagadas justificadas pelo amor. O começo do livro me agradou bastante... até a parte de Derry estava legal... depois só torci para o livro acabar... e acabou como se a história não tivesse acontecido. Não gostei. E olha que já li: O pistoleiro duas vezes e Revival ( que ainda considero o livro mais fraco do King que li), mas esse chegou muito perto do abandono. Recomendo não, mais uma vez... com dor no coração.

Marina 24/09/2020

Mais um livro excepcional do Stephen King.
Eu amo a temática de viagem no tempo, e King consegue pegar um tema relativamente batido e contar à maneira dele, com suas peculiaridades e o desenvolvimento perfeito de personagens.
É um livro longo, mas que você não vê passar! É interessante desde o início e te prende logo nos primeiros capítulos.
Apesar da premissa do homem que acha uma passagem no tempo, não vejo esse livro como uma ficção científica, pois o autor coloca elementos típicos do seu estilo, coisas que parecem meio estranhas, sobrenaturais. Ele não se prende às explicações e teorias científicas do fenômeno. O desenvolvimento das histórias que envolvem o protagonista em sua jornada é o foco, e é o que faz o livro tão bom, a ponto de te deixar com saudades dos personagens quando ele acaba.
Entrou pro meu top 3 do autor!!

Vinicius383 22/03/2024

HORA DE GRANA DUPLA
Não é um livro sobre viagem no tempo ou sobre o clímax de salvar a vida de JFK, vai muito além disso. O livro faz você se sentir na década de 50/60 e é muito gostoso vivenciar tudo isso aos olhos do protagonista. Que ideia boa, Stephen King

Rodrigo.Artioli 07/09/2019

"Dançar é viver. " Obrigado Jake!

Erika Neves.1 17/01/2022

Com um pouco de sentimento de culpa por não ter gostado desse livro. Talvez tenha criado uma alta expectativa por só ter visto comentários positivos, algumas pessoas chegaram a falar que era não somente o seu livro favorito de Stephen King, mas o livro favorito da vida. Então lá fui eu, esperando nada menos do que o máximo.

Mas como dizem: a expectativa é a mãe de todas as frustrações. E foi exatamente isso que aconteceu comigo, frustrada e decepcionada.

O grande problema do livro, a meu ver, é que ele se vende como uma ficção científica de viagem no tempo, mas na realidade ele é um grande romance. O que nós acompanhamos ao longo das mais de 700 páginas é o envolvimento e o relacionamento de Jake/George, nosso herói, com a professora Sandy. Romance esse muito bem desenvolvido e cativante, ficamos envolvidos pelos personagens e torcendo para que fiquem juntos, e é isso.
Com relação a trama em si, temos uma tocaia sem fim acompanhando o tedioso dia a dia de Lee Harvey Oswald enquanto ele planeja matar Jonh Kennedy. Já em relação à Jake/George, talvez pelo fato de ter que ficar 5 anos esperando no passado, vamos acompanhando a sua adaptação a essa época tão distante do ano de 2011, quando o livro foi escrito.

Uma coisa que me incomodou bastante foi o fato de ele ter evitado a tragédia que ocorreu na vida do Harry não ter servido pra absolutamente nada na narrativa. Foi lá, salvou a família do cara e não teve consequência nenhuma no futuro. Então pra quê perder TANTO TEMPO com isso? Não suportei!

Outra coisa, que mostra um pouco da egolatria do americano. Salvar Jonh Kennedy simplesmente ACABOU COM O MUNDO, tamanha é a importância dos Estados Unidos pro “resto” do mundo.Pelo amor de Deus, Stephen King.Menos, né?

E falando em fim do mundo, vc passa praticamente o livro inteiro esperando ele impedir o assassinato pra saber as consequencias no futuro e quando elas chegam são só umas três páginas de um mundo totalmente apocalíptico.

Além disso, diversas dúvidas me afligiram ao longo da leitura, tais como:
O tempo todo ele fala do efeito borboleta, mas não ele para pra pensar que o tempo que ele passa na escola lecionando talvez esteja alterando o futuro tb?
Como evitar a morte de Kennedy provocou um FUCKING terremoto?
E quem diabos é o homem do cartão verde?

Só pra não dizer que o livro é só defeitos, gostei muito do final do Jake/George dançando com Sandy já velhinha. Como fã de Stephen King que sou essa foi a PRIMEIRA VEZ que li um livro dele com um final que prestasse.

Bom, é isso. Lamento muito se ofendi alguém com essa resenha, mas lamento muito mais pelo tempo que eu perdi lendo esse livro, pq infelizmente, diferente do protagonista do livro, eu não posso voltar no tempo!

Coisas de Mineira 19/01/2021

“Novembro de 63”, é o 54º romance de King. O livro foi publicado no Brasil em outubro de 2013 pela então editora Suma. O gênero é uma mescla de ficção histórica e ficção científica, que nos conta a respeito de um grande plano para salvar a vida do presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy. Mas, como isso pode sequer ser cogitado? Nesse romance, conheceremos Jake Epping, um professor do ensino médio em Lisbon Falls, no Maine. Nossa história começa em 2011.

Jake é frequentador de uma lanchonete que pratica preços baixíssimos. Ela pertence a Al Templeton. O mais interessante, é que esse local irá marcar a vida de Al e Jake de forma que os dois jamais poderiam conceber. A verdade, é que dentro do estoque do Al’s Diner, o dono do restaurante descobre um portal.

Isso mesmo, um portal de teletransporte no tempo. Ele chama esse portal de Buraco do Coelho, e toda vez que se atravessa esse “buraco” no tempo, Al é transportado para 1958, quando Eisenhower comandava a América. Kennedy era um jovem senador, e ainda estava vivo.

“(…) nenhuma sensação de que a minha vidinha estava prestes a mudar. Mas, a gente nunca sabe, né? A vida muda sem aviso.”

O chapeiro da lanchonete tem esse sonho. A América seria um lugar diferente, e algumas guerras poderiam ter sido evitadas, bem como vidas terem sido salvas, caso o presidente Kennedy não tivesse sido assassinado em Dallas, nos anos 60. E a partir dessa idealização, Al traça toda uma vida, partindo da premissa de que toda vez que se passa pelo portal, você estará em 9 de setembro de 1958, às 11h58.

Todas as vezes que 1958 for visitada através do portal, os acontecimentos realizados no passado são zerados. Qualquer coisa que você tiver feito no passado, irá reinicializar. Também existem as consequências do chamado “Efeito Borboleta” – nunca se sabe o que pode acontecer.

Independentemente do tempo que se passar no passado, ‘aqui’, em 2011, só terá decorrido 2 minutos. Interessante essa premissa, não é mesmo? Mas confesso que mesmo amando muito todo esse início do livro, não havia ainda se tornado meu PREFERIDO, como se tornou ao final da leitura.

“Quem não aprende com o passado é um idiota, na minha opinião.”

Al está mortalmente doente e não poderá continuar com seus planos. Dessa forma, após observar e conhecer Jake por bastante tempo, ele tenta convencer o professor a aceitar essa tarefa nada peculiar. Bom, não é nada fácil convencer alguém que você viaja no tempo. Contudo, Al tem tudo planejado nos mínimos detalhes e consegue explicar o mote de sua vida para Jake. O professor de 30 e poucos anos teria tempo suficiente de vida para tornar real o desejo de Templeton.

Jake precisa investigar Lee Harvey Oswald. Al afirma ainda existir uma janela de dúvida. E é preciso ter certeza que Oswald é realmente o assassino de Kennedy, antes de Jake venha realmente detê-lo. E assim, iria ser salvo John Kennedy, seu irmão, Martin Luther King, não existiria a guerra do Vietnã, etc. e etc. O sonho é grande, e Al deu o resto de sua vida para deixar todos os detalhes anotados e todas as pistas no lugar certo. Cabe ao jovem Epping aceitar mudar a história não só da América do Norte, mas do mundo.

King vem através de “Novembro de 63” nos trazer muitas questões. Será que um único homem poderá mudar a história do mundo? Caso esse homem salve Kennedy, a história irá realmente mudar? O “Efeito Borboleta” será devastador, ou tudo tenderá para melhor?

“Nem quem é capaz de viver no passado sabe o que o futuro lhe reserva.”

Uma das questões mais fortes e pungentes em “Novembro de 63”: o amor pode/vence tudo? São assuntos que o autor discorre de forma muito satisfatória e convincente. É uma ficção científica que você não quer ficar questionando. Que não tende a ficar dando nó em sua mente. Você só quer mesmo acompanhar e saber como vai terminar, torcendo para os seus queridinhos.

Em 1958 Jake chega como George Amberson. Em 2011 ele não tem praticamente nada, nem ninguém, pois acaba de se divorciar, e seus pais já faleceram. E ele acaba por gostar do estilo de vida que o início dos anos 60 vem lhe concedendo. A vontade de ficar por vez por ali não deve ter aparecido só uma ou duas vezes… no mais, ele iria mudar o passado, ele iria sozinho, corrigir alguns erros do século XX.

A história de toda a investigação de Amberson a respeito de Lee é tão bem construída, que parece ser uma transcrição da realidade. Toda a história é muito crível. E sendo essa a terceira vez que leio esse livro, me pego pensando se a família de Oswald ou de Kennedy tiveram contato com essa obra. Deve ser uma visão bastante peculiar dessa parte da História do mundo.

“A gente nunca sabe que vidas influencia, nem quando nem por quê.”

Uma coisa que Jake/George percebe logo que está no passado, é que ele (o passado) é obstinado. Ele não quer ser mudado. E muitas coisas acontecem para desestimular a missão do rapaz que veio de 2011. Stephen King desenvolveu essa trama por muitos e muitos anos, o que lhe exigiu muita pesquisa. E meu coração de fã é eternamente grato, pois essa é uma das obras que eu mais amo no mundo literário. E essa é uma história que tem uma das referências mais deliciosas dos livros do autor.

A respeito do final dessa trama, deixo aqui em aberto para que você possa tirar suas próprias conclusões. Para que tenha sua própria experiência. E minha recomendação, é que você se delicie com o tempo de George Amberson vivendo próximo a Dallas, antes de ter que estar de fato na cola de Oswald. Ele era um professor secundário, com um romance especial, em uma cidadezinha acolhedora e convidativa. Um dos melhores trechos de todo “Novembro de 63”. Sadie é uma das mais doces criaturas escritas por King. O autor é hoje considerado o contador de histórias mais notável da literatura norte americana atual.

“O passado é obstinado. Ele não quer mudar.”

Por: Carol Nery
Site: www.coisasdemineira.com/novembro-de-63-stephen-king-resenha/

Lia Gabriele 12/04/2016

Um mergulho em um passado de sonho
Jake Epping é um professor recém-divorciado que vive uma existência tranquila no século XXI. Em casa, há apenas um gato e as lembranças de um casamento mal-sucedido.

Até que o dono de sua lanchonete favorita o chama. Com uma aparência impossivelmente envelhecida, Al Templeton conta uma história inacreditável. No fundo do estabelecimento, há um portal para o ano de 1958. Cada entrada nesse portal leva a um mesmo dia de uma pequena cidade interiorana, com sua calma e ingenuidade típicas.

Al tem um plano. Para executá-lo, precisa da juventude de Jack. E se o professor viajar no tempo e salvar o presidente Kennedy? Quais maravilhas poderiam vir daí, inclusive a vida de jovens poupadas na guerra?

O professor aceita. Em sua jornada, pretende evitar a tragédia vivida pelo faxineiro da escola em que trabalha. Só que não é fácil conter danos. Jake descobrirá na prática que evitar que uma lágrima caia pode causar dramas ainda mais dolorosos. E descobrirá que o próprio coração não estará livre de sofrimentos.

Stephen King é conhecido como mestre do horror. Para alguns leitores, porém, ele marca mais pela capacidade de criar personagens inesquecíveis e fábulas encantadoras. "Novembro de 63" é outro desses momentos de magia absoluta. Há ação e suspense, sim. Mas há muito mais lamento por todas as coisas que somos obrigados a deixar para trás.

"In the mood" é a canção que ficará na cabeça do leitor após a leitura. Mas não só a música: será impossível não pensar em todas as coisas perdidas, aquelas que poderiam ter sido. No final, são sempre elas que ferem mais.

Caio.Bonazzi 19/07/2021

Um dos melhores do mestre, senão O melhor!
“Ah, disse montes a mim mesmo, e tudo se resumia às mesmas duas coisas: que era perfeitamente seguro e que era perfeitamente sensato querer mais dinheiro, muito embora na época eu tivesse o suficiente para viver. Burro. Mas a estupidez é uma das duas coisas que vemos com mais clareza em retrospecto. A outra são as oportunidades perdidas.” Pag 272.

A premissa da obra é simples: Jake Epping, um comum professor de inglês, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando descobre a possibilidade de viajar no tempo (especificamente para o passado) e lhe é dada a missão de impedir o assassinato do presidente americano John F. Kennedy que ocorreu em novembro do ano de 1963. Já vimos muitas histórias assim em muitos livros e filmes, então qual o grande diferencial deste? A resposta é clara: este é proveniente da massa cinzenta de melhor qualidade do mestre Stephen King.
O primeiro grande acerto da obra é não focar no porquê da viagem no tempo em si. Para a obra não interessa como ou porquê a possibilidade existe. Ela surgiu para o nosso protagonista, e ele usufruiu disso. O que mais interessa na viagem em si são as “regras” da viagem, pouco comuns ou talvez até inéditas em outras obras do gênero. As particularidades das viagens dificultam muito o subterfúgio do ‘errou, tente novamente’, assim estreitando a possibilidade de erros de decisão do protagonista, causando em nós leitores momentos de muita urgência e apreensão, cortesias do nosso mestre autor.
Por outro lado, claro que alguns clichês do gênero fazem também sua aparição. Muito difícil criar uma história sobre viagem no tempo sem estar atrelados os conceitos principais da Teoria do Caos, o famoso ‘Efeito borboleta’.
Apesar de eu gostar muito de premissas de viagem no tempo, acredito que em Novembro de 63 esta serve apenas como uma bússola que norteia o protagonista. O que mais me encantou no livro foi a jornada de Jake Epping, cidadão do ano de 2011, que pouco conectado com sua própria época, de repente se vê vivendo no fim dos anos 50 e inicio dos anos 60. Por mais que Jake tenha a missão clara de impedir um assassinato que virá a ocorrer, o melhor do livro é acompanharmos o seu dia-a-dia no passado. A adaptação do protagonista, que mesmo com a peculiaridade de saber muito sobre grandes eventos por vir, ainda é para muitos eventos do cotidiano um peixe fora d’agua. Os personagens que ele encontra em sua jornada são excelentes. Uma personagem em particular é impossível não amar, vejam por vocês mesmos e me cobrem depois.
Nós, que vivemos fora das páginas, não temos a possibilidade de viajar para o passado. Mas para saudosistas como eu, estas premissas quando bem escritas são um deleite para a imaginação. E este livro foi absolutamente assim para mim. Devorei as mais de 700 páginas porque simplesmente não conseguia parar de ler. É tão bom quanto isso acontece, quando mesmo os maiores calhamaços se tornam breves para nós. E quando a mão direita começa a segurar poucas páginas, começamos a lamentar por antecedência.
Agora senta que lá vem clichês (alguns são necessários as vezes). A mensagem final que este livro me deixou é para apreciarmos as melhores coisas de nossas épocas, e aceitarmos as piores. Claro que muitas vezes essas reflexões vêm para nós somente pela perspectiva do depois. Muitas vezes tenho a tendência de pensar que tudo era melhor antes, principalmente vivendo agora nos tempos acelerados do início desta terceira década do século XXI. Admiro muito quando vejo pessoas geralmente mais velhas que conseguem sentar em uma praça, ou em uma beira de estrada e apenas observar, sem a ansiedade de um smartphone. Sem pressa e sem a necessidade de verificar novas mensagens, novos posts, novas notícias. Hoje penso que as pessoas têm mais fotos do que recordações, mais seguidores e menos amigos, muitas mensagens e menos conversas. Vivem uma vida de aparências com cada vez menos experiências reais. Claro que tudo isso trouxe também várias vantagens e uma praticidade sem precedentes. Mas a qual preço? O tempo nos dirá.
Livro fantástico com personagens cativantes, uma história emocionante que nos prende do início ao fim. Um livro que nos ensina ao mesmo tempo que entretém. E se nós leitores contemporâneos temos algo para agradecer do nosso tempo é o privilégio de dizer que vivemos na era de Stephen King, um dos melhores contadores de história que já pisou nesta terra.

Regi 24/10/2021

Leitura obrigatória
"Então a música nos leva, a música manda os anos embora, e dançamos". Leitura obrigatória para os amantes de viagem no tempo, romance e política. Uma eletrizante trajetória com momentos de suspense, amor, drama e ação. Tudo isso junto e misturado na panela do tempo, onde Stephen king remexe tudo sem medo de nos fazer rir e chorar.

Rosangela Max 07/12/2020

Incrível!
Mais uma obra maravilhosa do mestre Stephen King! O que adoro na escrita dele é que ele continua a me surpreender a cada história. Novembro 63 é bem diferente de tudo que li dele, assim como a coleção a Torre Negra, O Iluminado, It - A Coisa etc. Quem ama Stephen King não pode deixar de ler este livro.