Resenhas - Novembro de 63

Feu Franco de Yamesh | @feu_franco 04/07/2020

Novembro de 63
Na manhã do último domingo fui na padaria do bairro, na noite anterior havia terminado esse livro e (acreditem) por coincidência, quem encontro na fila do pão de queijo? Sim, ele mesmo. Quando o vi de costas não parecia real. Aquele homem alto de cabelos brancos e desgrenhados, já seria raro por aquelas bandas, mas quando ele se virou e ajustou os mini-óculos quadrados à frente das riscas finas que eram seus olhos, o meu semblante não me obedeceu e ficou travado entre o assustado e o incrédulo. Era ele sim, Stephen King.

Eu não quis tentar descobrir por qual motivo ele estaria ali, minha primeira reação foi tietar com uma abordagem desengonçada e vexatória para alguém da minha idade.

— Senhor King, tudo bem? — gaguejei.

Ele se virou apertando tanto seus lábios que eles quase sumiram parecendo um corte de estilete. Um murmúrio do fundo da sua garganta foi o que ouvi enquanto ele me investigava de baixo a baixo.

— Posso tirar uma foto com o senhor? — implorei.

Ele fez que sim e enquanto eu preparava o meu Xiaomi Redmi Note 7, aproveitei para falar do que me atormentava:

— Li ontem seu livro e que história maravilhosa… — Quando me preparei a linha fina da sua boca estava quase se expandindo num sorriso. Então continuei (não deveria ter feito isso).

— Aquela enfermeira, não fez muito sentido, o Al volta com um câncer diagnosticado apenas no passado e já tem uma enfermeira cuidando dele?

Senhor King arregalou os olhos e ajeitou a postura.

— Você percebeu? — sussurrou ele.

Fiz que sim com a cabeça e isso me deu confiança. Não segurei mais minha tagarelice.

— E que barrigada, seu King. Dos 30% aos 65% quase não acontece nada.

— Eu queria contar a história de Jodie, gosto de cidadezinhas do interior.

— Também gosto — concordei —, mas aquilo foi demais, muita coisa e muito personagem que não contribui… Ah, mas a Rosette é maravilhosa, soltei uma gargalhada na fala dela.

Ele mostrou os dentes numa risada descontraída.

— Outra coisa: por que cargas d’água você me apresenta o Jake Eppings em uma narrativa de primeira pessoa por 68% do livro e, do nada, do nada mesmo, uma cena é descrita em terceira pessoa e mais a frente outra bem pequena também? Isso me confundiu.

O riso do rei do suspense se transformou quase dizendo por si só que ele tinha essa permissão, ainda assim King fez questão de verbalizar:

— Licença poética, amigo. Eu posso.

“Ele tem razão”, pensei.

A fila andou mais um pouco e ele deu dois passos curtos, eu acompanhei do lado, virei de costas e tirei uma self com King acima de mim e o teto como fundo.

— Você é escritor? — ele perguntou e isso me deixou nas nuvens.

— Sim — respondi com um sorriso de orelha a orelha. — Tenho um livro que identifiquei tantas coisas parecidas com a sua obra. Por exemplo: Narrado em primeira pessoa, tem dois mundos, algumas escolhas narrativas parecidas e várias, várias (mas não tantas quanto você) referências à cultura pop.

Ele pareceu ficar desconfortável com minha tagarelice empolgada.

— Três pães de queijo por favor — ele falou para a atendente. — Que legal, e seu livro tem nome?

— Yamesh — falei e por dentro eu pensava “caracoles! Tô falando do meu livro para Stephen King”.

— Vou procurar saber mais.

— Mas, seu King, não chega nem aos pés dos seus tá? Eu vou ter que comer muito arroz com feijão pra fazer o que você faz com suas histórias.

— Se você está feliz e tenta fazer outras pessoas felizes com suas palavras, isso é o mais importante — ele disse e senti que parecia ler meus desejos mais profundos. Arrepiei com isso.

— Obrigado — falei. — Ah, e outra coisa, seu King, o final é espetacular. Adorei o Clímax.

— Obrigado — ele me imitou. Pegou o saco de papel e saímos porta afora.

Eu tinha outra coisa para falar, mas não tive coragem. Era algo relacionado com a Sadie nunca ter tido uma experiência sexual e mesmo assim saber como identificar o ápice do ato. Deixei quieto e enquanto ele se distanciava lentamente, eu postava aquela foto em meu Instagram. Fui embora para casa pensando “eu falei com ele, eu falei com ele sobre meu livro” e esquecendo o que tinha ido fazer na padaria.

site: https://anchor.fm/interludioliterario

Lucas 12/06/2021

o melhor do King?
por mais que IT continue sendo meu favorito (por questões mais emocionais), dos livros que já li do King até o momento, posso afirmar que esse é o melhor, mais bem escrito e completo. não tem literalmente NADA que eu me lembre de reclamar, aqui o véio mostrou tudo que tinha (e mais um pouco), então por mais que IT seja o meu favorito, esse é o melhor!

Hector.Vallejos 19/04/2023

Incrível
O King é simplesmente magnífico com suas obras, e esta não é diferente. Nesta história vai encontrar um pouco de tudo, ficção, ação, amor, suspense, terror... E o King soube como misturar tudo isso de uma forma impecável.

Jefte.Arcanjo 11/12/2021

O melhor livro do King
"A vida pode mudar num instante e dar uma guinada extraordinária."

Eu poderia dizer muitas coisas a respeito deste livro. Porém, creio eu, que nenhuma palavra seria suficiente para demonstrar meu apreço por ele. Então, me contento apenas em dizer que foi uma das melhores histórias fictícias que já li. Não só por causa da narrativa impecável e imersiva de Stephen King, não só pelos personagens marcantes e críveis que acompanhamos, mas também pela sensibilidade emocional que o livro me trouxe, fazendo com que eu realmente me importasse com o desfecho de toda a construção da trama e que consequências trariam para àqueles personagens. Eu gosto exatamente de tudo neste livro, toda a construção narrativa, os personagens, a ambientação, os conceitos sobre viagens no tempo e as suas possíveis consequências para a realidade, tudo, exatamente tudo, no meu ponto de vista é impecável! O livro é uma aventura de volta ao passado, para tratar de um assunto um tanto delicado, que é impendir o assassinato de uma figura pública e importante da história dos Estados Unidos da América, mas, acaba levantando   questões profundas e plausíveis sobre mudanças na realidade: "O que pode ou não ser alterado?" E "quais as suas consequências?" Pois, uma simples mudança no passado, por mais bem intencionada que seja, pode trazer consequências piores para o futuro, baseando-se no conceito "efeito borboleta".  Afinal, "O passado é obstinado. Ele não quer ser mudado."

  Toda a estrutura narrativa, juntamente com o climax da trama e o final que é belíssimo por sinal, só confirma o que eu já estava sentindo durante toda a leitura: é o meu livro favorito do Stephen King e um dos meus livros favoritos da vida,  dividindo o pódio com "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien, e "O Fim da Eternidade", de Isaac Asimov. 

Telma 09/03/2015

Somewhere in Time....
Estou impressionada e sem fôlego!

Esse é um super livro de um Stephen King novo pra mim.

Novo? Cara...., sim, novo! Estou acostumada ao jeito prolixo da narrativa de King (às vezes isso me dá nos nervos, mas ele sempre premia minha paciência) e, esse livro, apesar de gigante, é muito mais ritmo de aventura bem alinhavada do que o terror onde King descreve bem as situações e locais.

Pra mim, foi um livro diferente de tudo o que já vi de King!

Há, no livro, História, misturada à literatura fantástica e romance... tudo tão bem alinhavado que, minha admiração foi reforçada. Romance, sim!!!! Claro que nada meloso... há um romance crível que me fez chorar no final.

Mas, vamos à história?

Esse livro, segundo algumas boas línguas, foi escrito pouco depois da morte de JFK mas ficou engavetado até pouco tempo atrás, porque King achou que alguns poderiam interpretar como exploração de um fato que o tocou profundamente (bem como a maioria do povo norte americano): a Morte de Kennedy.

Acredito que, dentre muitas coisas, esse livro nasceu da vontade de King de reverter esse fato.

Olha a capa completa (em inglês) e reparem que a manchete da frente é "JFK Morto a Tiros, LBJ empossado". Agora atentem ao verso da capa:



Nela, JFK escapa de tentativa de assassinato e a primeira dama também está ok. Os americanos respiram aliviados.

O tema central, muito embora pareça ser a morte de Kennedy em, si, não o é! A temática que envolve todo o livro é a viagem no tempo. O passado pode ser mudado? O passado deve ser mudado? O passado "quer" ser mudado?

Mas, vamos a segunda tentativa de ir à história? hehehehe *sorrisinho amarelo*

Jake Epping é um professor de Inglês numa cidadezinha dos EUA. Ele dava aulas para alunos do Supletivo, por quem me apaixonei no exato momento em que ele resolveu dar A+ para um aluno com um Inglês fraco mas com uma capacidade de narrativa incrível e comovente: na redação "O dia que Mudou Minha Vida", o relato emocionado arrancou lágrimas de Jake e garantiu a Harry uma nota/reconhecimento que ele nunca esperou.

Olha um trechinho da redação... repare nos erros crassos de ortografia e gramaticais. ainda assim, Jake lhe deu um A+!

"Não foi um dia foi uma noite. A noite que mudou minha vida foi a noite que meu pai matou minha mãe e dois irmãos e me maxucou muito. Maxucou minha irmã também, tão maxucada que ela ficou de coma. Dali três anos ela morreu sem acordar. O nome dela era Ellen e eu gostava muito dela. Ela adorava colheer floris pra botar nos vazos."

Enfim... resolvi colocar esse trecho e o ato do professor Jake para você enxergar o personagem sensível que King construiu como personagem central do livro.

Após a formatura, Jake leva Harry para comer na lanchonete no Al (uma vez que após a formatura, sem família pra comemorar ele estava indo pra casa - é ou não é um tchutchuco esse, Jake??) e é aí que a viagem no tempo começa.

Não vou contar mais muitos detalhes, a não ser que, Jake quando se vê em 1958, no mesmíssimo lugar onde está a lanchonete de Al (Lisbon Falls, estado do Maine), descobre que ele pode ir ao passado e voltar ao tempo presente e que pode mudar fatos do passado que, naturalmente, modificam o estado do presente mas, a cada vez que ele volta, o fato modificado no presente se desfaz ... é o "Efeito Borboleta" (teoria que afirma que o simples bater de asas de uma borboleta pode afetar o curso natural das coisas, e até provocar um furacão no outro lado do mundo).

Estou cansando você?

Se eu estiver, basta que saiba que este livro me fez lembrar das seguintes coisas:

Filme Efeito Borboleta: pelas razões que eu te cansei, explicando acima

Livro IT (A Coisa) de Stephen King: reencontramos a cidade e alguns dos personagens.

Livro O Iluminado: lá a palavra da vez é REDRUM, aqui é JIMLA (assustador!)

Livro/Filme: Em Algum Lugar do Passado (do meu amado Richard Matheson, de 1980 com Christopher Reeve) - por muitos motivos.... inclusive o romance.

Eu queria escrever mais sem dar spoilers e sem cansar você... mas, um ou outro acontecerá. Queria escrever mais porque ainda estou envolvida com o livro.

Estou em "um relacionamento sério com Novembro de 63". Entende?

Ele é maravilhoso!

O amante que consumiu as horas dos meus dias e noite, cujo resultado foi puro prazer e agora... finda em saudades.

Quero mais.... quero mais....

Esse meu amante, é diferente dos outros, engraçado e sensível, me tirou o fôlego várias vezes e, sem sombra de dúvida... EU QUERO MAIS!

PS.: se houver erros gramaticais e/ou ortográficos nessa resenha, serão corrigidos posteriormente. Está entregue como veio ao mundo, sem cirurgias corretivas. :p

As imagens da resenha, podem ser vistas no endereço abaixo:


site: http://surtosliterarios.blogspot.com.br/2015/03/resenha-novembro-de-63-stephen-king.html

Michela Wakami 08/06/2021

King arrasou!
A caminhada é dura, mas vale muito a pena.
Sim, apesar da escrita do autor não me agradar muito, a história que ele desenvolveu aqui, é espetacular.
Da vontade de entrar no livro, e participar, principalmente do momento final, que é maravilhoso.

Leonardo.Oliveira 13/03/2022

Uma história extraordinária!
Essa história é delicada, marcante, incrível.
Tem ação, suspense e romance.

Narrado em primeira pessoa, o leitor aterriza em 2011, em Lisbon Falls, no estado do Maine. Nessa cidade vive o professor de inglês, Jake Epping, de 35 anos. Separado recentemente da mulher com problemas alcoólicos, dando aulas e de vez em quando, comendo um Gordoburguer na lanchonete de seu conhecido, chamado Al. Pode-se dizer que ele tem uma vida sem muitas emoções.
Mas, essa vida sem graça muda a partir do momento em que Al lhe revela que consegue viajar ao passado através de uma toca de coelho que existe em sua própria lanchonete. Esse buraco no tempo leva a pessoa que o atravessa para 1958, e independente de quanto tempo se passe lá, em 2011 passam apenas 2 minutos. Mas, não importa o que você faça lá, a partir do momento em que volte ao presente, voltará sempre para 1958, então, tudo se reinicia.
Fiquei fascinado com os personagens dessa obra. A começar por Jake, pois no começo do livro parecia ser mais um adulto na casa dos 30 e poucos anos, que sofreu tantas decepções na vida, e ao longo da história mudou em tantos aspectos e você percebe que passou por um ótimo processo de amadurecimento. Além de Jake, outros personagens  chamam a atenção: tem o diretor Deke Simmons, a senhorita Mimi e Sadie, ah? Sadie. Se fosse possível se apaixonar por um personagem literário, eu com toda a certeza me apaixonaria por ela, nos momentos mais emocionantes do livro ela está em cena.
E que final meus amigos. Leiam!!

lorena 23/09/2021

você nunca me conheceu, mas amo você, querida
deveria ter feito a resenha desse livro dois meses atrás, quando acabei a leitura. mas até agora não sei se processei tudo que li.

novembro de 63 foi o segundo livro que li do king e já me permito dizer que sou apaixonada pela escrita dele. não acho que sejam histórias fluídas, o peso e crueza dos detalhes é enorme e 50 páginas parecem o dobro, mas a forma como as coisas acontecem é tão envolvente que no final da leitura só consigo pensar que qualquer desgaste mental que eu tenha sofrido valeu a pena.

amei muito essa história e não sei se sou capaz de desenvolver, simplesmente amei. eu me emocionei com a história do harry, amei o tempo que o jake passou em derry ? eu nem sabia, mas estava morrendo de saudade de derry ?, amei a mimi, amei o deke e amei (demais) a sadie. amei tudo (inclusive só percebi o quanto esse livro entrou na minha cabeça quando me vi falando dele pra todo mundo que conheço).

já que abri a deixa de derry, aproveito pra falar que o tempo que o jake passa lá funciona tão bem que essa parte do livro poderia se passar em it. não sei se me faço entender, mas os capítulos que acontecem lá passam exatamente a mesma energia que a o livro da coisa e acredito que isso é mérito enorme do king por criar um universo tão real.

não tenho mais muito o que comentar, acho que é um livro maravilhoso e que merece ser lido, todos os sentimentos que ele me passou foram muito reais.

finalizo com esse trechinho que foi tudo pra mim: ?rezarei a um deus no qual não consigo acreditar direito para que mande a sadie um anjo da guarda para que ela viva. e ame. e dance.?

Andre.28 28/09/2020

A ficção histórica do mestre Stephen King
Quando uma história funde descrições sociais, com ficção em uma grande viagem através do tempo, tudo isso com qualidade e uma capacidade criativa incrível, temos um livro que fascina qualquer leitor. Em mais uma grande narrativa, o mestre Stephen King nos brinda com uma ficção histórica da melhor qualidade, incrivelmente bem escrita. Novembro de 63, livro escrito pelo mestre e publicado em 2011, tem marca do autor, com toques substanciais de uma narrativa épica, com mudanças, a luta entre o passado e presente, mudanças históricas e a inevitabilidade de certos acontecimentos.

O livro conta história de Jake Epping, um professor de inglês de uma cidade no interior do Maine, palco característico dos livros do King. Através de seu trabalho como professor de um supletivo ele se depara com a história extremamente brutal e violenta vivida por um dos seus alunos, o faxineiro Harry Dunning, quase 50 anos atrás. As coisas ainda ganham outro rumo através da revelação de segredo maluco de Al, dono da lanchonete da cidade.

Jake é recrutado por Al para assumir a sua grande missão, uma verdadeira obsessão do passado: impedir o assassinato de John Kennedy, presidente dos Estados Unidos em 1963. Al descobre um túnel do tempo e mostra para Jake. Entrando por um portal na despensa da lanchonete, ele pode chegar ao ano de 1958, vivendo tempo necessário – até 1963, e “consertando” a História – podendo assim voltar a 2011. Após Jake “consertar” o incidente do passado violento de Harry, ele inicia uma nova jornada no Texas do início dos anos 60. Jake agora tem a difícil missão de mudar o passado e deter Lee Harvey Oswald, o assassino de John Kennedy. Mas o passado é imperioso, e a História não quer ser mudada. Tudo isso levará Jake a uma espiral no tempo que envolve o amor pela jovem professora Saddie Dunhill, segredos e conspirações políticas.

Neste livro Stephen King, mostra a sua faceta de historiador e ficcionista histórico. Com uma descrição rica da sociedade dos anos 60 nos Estados Unidos, aliada a técnica de escrita criativa que põe em questionamento os dilemas morais vividos pelos cidadãos estadunidenses daquele período, ele constrói uma narrativa de viagem no tempo nunca foi tão envolvente, com doses substanciais de fatalismo, terror e carga emocional. Nesse livro da mais alta qualidade, King nos mostra que passado se mostra obstinado e começa a dar impressões de que não quer ser modificado, e que mudar a História nunca é um trabalho fácil. King é fenomenal, um verdadeiro mestre da escrita criativa.

Lip 17/02/2022

E Se
Novembro de 63 conta a história de Jake Epping um professor que enquanto estava corrigindo as redações dos seus alunos do Supletivo se depara com um texto brutal escrito pelo faxineiro Harry Dunning há 50 anos atrás e fascinado com o que leu ele decide investigar e descobre que Harry foi o único sobrevivente de um massacre que ocorreu na família dele em que seu pai matou a família com uma marreta. Mas um segredo ainda mais bizarro ronda essa história quando Al, seu amigo e dono de uma lanchonete, diz que ele pode salvar essa família e principalmente salvar a vida do Presidente John Kennedy.

Jake no começo fica um pouco confuso e desconfiado na primeira vez quando Al diz que descobriu um buraco de minhoca em que ele poderia voltar ao ano de 1958. Lógico, e quem não ficaria achando que seu amigo esta maluco quando ele diz que pode salvar uma pessoa que esta morta há mais de 40 anos ?

No princípio, Jake receoso não sabe o que fazer e fica escolhendo quem salvar, se ele salva a família do massacre, a menina vítima da bala perdida ou o faz somente o objetivo principal: Salvar John Kennedy. Mas depois que ele percebe que ele indo e voltando o tempo se reinicia, ele acaba fazendo tudo sem se importar com o "bendito" do Efeito Borboleta.

E isso que acaba matando Jake. Pois ele fica 5 anos no passado com tudo se passando, o coração falou mais alto e ele conhece Sadie Dunhill, uma bibliotecária de 28 anos, super atrapalhada e que ele jurou que não foi amor a primeira vista mas foi. E a história vai se desenrolando entre esse caso de amor, Jake tendo que se sustentar no final dos anos 50 e começo dos anos 60, planejando o que fazer com o caso Kennedy/Lee Harvey Oswald.

A história se esvai com bastante fluidez, lógico que pelo fato de King ser bastante prolixo, isso atrapalha as vezes e algumas partes ficam massantes, mas nada o que atrapalhe a leitura que mescla ficção científica, ação, aventura e algumas partes de comédia.

King não se perde dessa vez e da vontade de ler muito mais dessa história, porque os personagens são bastante carismáticos, o vilão principal é de dar raiva e ódio por suas atitudes (principalmente com sua esposa). E os outros personagens tantos de Derry e Dallas são muito legais. Sem contar que Richie e Beverly fazem uma pequena aparição aqui. Vale muito a pena.

Tatiane554 18/06/2021

Leiam este livro! MARAVILHOSO !
Eu sempre tive muita curiosidade em ler esse livro e conhecer essa história, gostei muito de todo o contexto histórico como foi explorado,o livro aborda viagem no tempo um dos assuntos que gosto bastante.
Recomendo para quem ainda não leu IT A COISA ler antes de pegar esse livro,não que necessariamente seja obrigatório, mais em determinadas partes de novembro de 63,aborda alguns acontecimentos alguns personagens,fala muito de Derry ,não tem nenhum Spoiler grandioso, mais é bom ler It primeiro para conhecer a famosa cidade.
Recomendo com as forças esse livro kkk,Jake se tornou um dos meus personagens favoritos do King,gostei bastante dessa leitura,aborda muitos questionamentos, como nossas atitudes podem impactar, como coisas que muitas vezes fazemos e achamos ser pequenas mas que muitas vezes podem fazer muita diferença, tem um pouquinho de tudo neste livro,mexe com a nossa cabeça .
Mas um livro do Mestre King que entra para a minha lista de favoritos ! O véio esta de parabéns kkk

Gustavo Rodrigues 23/10/2023

Não é o melhor do King (It continua insuperável) mas entrou no top 5 com tranquilidade. Respeito a opinião de todos, mas quem leu Novembro de 63 e não gostou está completamente errado ?

Eu já sabia da premissa, mesmo não gostando de saber, porque é um livro bem famoso. Porém, em nenhum momento isso me atrapalhou. Curti demais o modo como o King conduziu a história.

É característico do autor uma escrita mais minimalista, detalhada, e eu sei que isso incomoda muita gente. Em todo calhamaço dele é assim. Pra mim, isso é um ponto muito positivo. É mais uma questão de gostar do estilo de escrita dele ou não.

Nao tô com muita paciência pra fazer resenha, então vai ser só isso mesmo. Se tem dúvidas sobre a qualidade do livro, não fica pesquisando muito não. Vai na fé que tu vai gostar ?

Uma observação importante: é extremamente importante ter lido It antes de ler Novembro de 63. Se não tiver lido, você ainda vai entender esse daqui, mas vai perder inúmeras referências.

Adriano F. Zwierzykowski 10/11/2020

Um Romance Perfeito
Antes de resenhar um livro desse calibre é necessário calma. Calma pra você não se empolgar e a sua resenha acabar estragando a perfeição que essa história é.
Ela começa bem lenta, tudo vai se desenvolvendo aos poucos e nós somos mergulhados pouco a pouco no ambiente e na mente dos personagens. Descrição é outra característica das obras de King que vemos muito em "Novembro de 63", o que é bom, pois convenhamos que não é fácil criar uma história sobre viagem no tempo sem cometer deslizes com todos os efeitos borboleta que isso traz. E acreditem, as amarras se fecham todinhas. Um livro impecável do ponto de vista literário. Tem aventura, ação, romance e uma carga dramática muito, muito forte. Tenho que admitir que essa não é uma leitura fácil, é denso. E por se tratar de um romance com fundo histórico verídico ele nos leva muitas vezes a fatos que se não tivermos pelo menos um pouco de conhecimento prévio nos levam a uma experiência literária não plena. Por isso, acredito até que esse não é um bom livro pra se começar a ler Stephen King. Com certeza esse livro figurará no meu top 10 da vida e uma das melhores leituras do ano. Um calhamaço brilhante, com a marca registrada do mestre King, o rei.

Lucas Almeida 03/10/2020

O passado é obstinado.
A obra-prima de Stephen King, e definitivamente, o meu livro favorito de todos os tempos. Novembro de 63 nos presenteia com uma ficção histórica de altíssima qualidade. Um mergulho nos Estados Unidos da década de 50/60, com suas tensões raciais afloradas, receios da suposta iminência de um conflito nuclear e alterações políticas.

Inserido neste cenário, temos Jake Epping, um professor de língua inglesa da cidadezinha de Lisbon Falls, no estado do Maine; e simplesmente o protagonista mais cativante já criado pelo mestre. Em sua companhia, viajaremos através de uma fenda temporal para impedir o assassinato de John Kennedy e as desgraças posteriores que serão provenientes do acontecimento. Um jogo de estratégia, paciência, e sobretudo, de adaptação a uma época distinta e superação das adversidades que surgem durante o tortuoso percurso. Afinal, o passado é obstinado e não deseja ser alterado.

Como se a figura de Jake não fosse suficientemente esplêndida, somos agraciados com um par à altura, formulando um dos casais mais repletos de química e sincronia da literatura. A obra mais bem escrita do autor, e portanto, não é uma surpresa que funcione com perfeição do início ao fim. São pouquíssimos os livros que verdadeiramente são capazes de conquistar um leitor desde a primeira página, sem tropeços. Digo com convicção que não me arrastei nenhum momento ao longo desse calhamaço de 728 páginas. Aliás, o devorei em míseros três dias. O final é um mix de sentimentos que cabe a você desvendar, mas é bem construído, inteligentíssimo. Uma leitura excepcional, inesquecível. O que você está esperando para dar uma chance?

Luis 19/01/2014

A Espiral do Tempo.
Viagens no tempo são um clichê da ficção. Desde a famosa série “Cavalo de Tróia”, de J.J Benítez, passando pela sequência cinematográfica que fez a glória de Michael J. Fox, voltar ao passado, ou avançar para o futuro, e modificar os fatos é ideia recorrente entre diversos criadores. “Novembro de 63”, uma das mais recentes empreitadas de Stephen King, parte desse mote para romantizar sobre um dos episódios mais marcantes da história americana e mundial, cujo cinquentenário no ano passado, originou um sem número de iniciativas : o brutal assassinato de Kennedy, no Texas, em 1963.
Embora muitos torçam o nariz à simples menção de seu nome, o mestre do terror e da fantasia, responsável por títulos de expressão como “Carrie, a Estranha”, “O iluminado”, “Cristine” e “ À Espera de um Milagre”, é muito mais do que um prolífico autor de best sellers. Sua influência pode ser medida não só pela quantidade considerável de obras cinematográficas e séries televisivas derivadas de sua obra, como também pelo aparecimento de uma substancial geração de autores que, mesmo que inconscientemente, beberam em suas fontes. Não seria totalmente absurdo identificar nos escritos de J.K Rowling (a mãe de Harry Potter), George R.R Martin (o pai de Game of Trones, embora ele seja da mesma geração de King), Stephenie Meyer (Crepúsculo) e até nos dos brasileiros André Vianco e Eduardo Spohr, traços inconfundíveis do DNA do autor americano, em maior ou menor grau.
O livro em si, publicado no Brasil pela Suma das Letras (selo da Objetiva) em edição caprichada de volumosas 728 páginas, é um primor dentro daquilo que se propõe : Entretenimento genuíno, altamente legível, com doses bem equilibradas de suspense , emoção e romance, como convêm à um produto da chamada “cultura de massa”. E , acreditem, isso está longe de ser uma crítica negativa.
O personagem principal é o professor Jake Epping, que logo no começo da trama, se comove com a redação de um aluno já idoso de sua turma de alfabetização de adultos, o faxineiro Harry Dunning. Em seu texto, Harry conta a tragédia que acometeu sua família há mais de 50 anos, quando seu pai, embriagado, promoveu uma chacina, matando sua mãe e seus irmãos. Jake fantasia sobre voltar no tempo, evitar o assassinato e moldar um novo destino para Harry. Essa fantasia se concretiza quando o professor é convocado por Al, o dono da lanchonete da cidade, a conhecer a “toca do coelho”, uma fenda temporal escondida nos fundos da despensa do estabelecimento, e que permitiria uma volta ao ano de 1958.
Al , que já tinha utilizado a fenda várias vezes, faz então uma proposta a Jake : entrar na fenda e , durante cinco anos, viver no passado até completar a grande intervenção que ele não teve tempo nem saúde para completar : evitar o assassinato do Presidente.
A partir daí, Jake passa a viver uma existência dupla, como um simples professor de secundário dos míticos anos 50, onde inesperadamente encontra sua cara metade , Sadie, que terá importância capital no enredo, e como uma espécie de “exterminador do futuro”, monitorando cada passo do assassino, Lee Oswald, visando interceptá-lo o quanto antes.
A grande maestria de King é transformar uma história já conhecida, em uma trama de final imprevisível, com cada capítulo construído numa crescente de tensão e suspense, alternando com o drama do romance “quase” impossível com Sadie. Certamente alguns leitores mais sensíveis devem ter torcido para que Jake desistisse de sua missão...
Acrescido a isso, há o imponderável atuando o tempo todo, pois o passado aparece como um obstáculo aos objetivos de Jake, resistindo com todas as forças à mudança brusca que está para acontecer, como que alertando das terríveis alterações advindas do “efeito borboleta”.
A sensação é que “Novembro de 63” é um gigantesco apanhado das inegáveis qualidades de um autor que já vendeu mais de 350 milhões de cópias, além de ser o nono mais traduzido no mundo. Todos os truques dos grandes romancistas estão lá, inclusive um final carregado de lirismo, fazendo da obra fortíssima candidata à uma adaptação cinematográfica de impacto.
Pode ser que, em nossos dias, Stephen King não tenha assento à mesa da grande literatura americana, composta de cânones como Hemingway, Updike, Fitzgerald, Steinbeck, Edgar Allan Poe; mas ouso afirmar que o futuro não será indiferente à sua valiosa contribuição de ficcionista. Talvez, não seja preciso nem recorrer à toca do coelho para comprovar isso.