raomzk 19/06/2022
Tinha tudo para ser incrível
Quando me deparo com livros como A Canção de Aquiles começo a questionar se realmente li a obra de forma certa, se não deixei escapar aspectos da leitura, porque ao chegar à última página a sensação é desanimadora e lamentável.
O livro em si foca bem mais em tentar descrever os acontecimentos de guerra, do que virá com ela, do que dar atenção à relação de Aquiles e Pátroclo. Essas duas personagens, que deveriam carregar a carga da narrativa, não possuem tanto espaço para desenvolverem seu relacionamento, não de forma convincente. Por mais que haja momentos de uma relação descritos, isso mais no início da história, o que Aquiles e Pátroclo começam a ter vai se perdendo a cada capítulo, para depois, de uma forma muito apressada, culminarem em algo que não cativa.
Personagens interessantes como Quíron somem. Personagens desinteressantes como Agamêmnom ganham holofotes. Percebo uma tentativa de dar informações mais precisas da guerra de Troia do que dar atenção às inter-relações das figuras que aparecem, sendo que essas informações são derramadas velozmente, sem trazer aspectos mais críveis. Os capítulos finais são praticamente sinopses do pós-guerra de Troia, tudo descrito às pressas. Não convence, simples assim.
O livro tinha tudo para ser incrível, mas a canção que deveria encantar é, na verdade, uma cantoria desanimada e fraca, que não emociona.
DETALHE: a edição foi revisada da forma mais desleixada possível, diversos erros de espaçamento e parágrafos. Isso tornou tudo mais penoso.