TriBooks 09/05/2012
Resenha do TriBooks - Morte e Vida de Charlie St. Cloud
Esta resenha foi publicada no blog TriBooks
(http://tribooks.blogspot.com)
“Não é fácil, nesses dias de ceticismo, tirar a dureza e as barreiras que nos ajudam a enfrentar o dia a dia. Mas experimente, nem que seja só um pouco. Abra seus olhos e você verá o que eu consigo ver. E se já se perguntou o que acontece quando uma pessoa próxima de você é levada cedo demais – e isso sempre acontece cedo demais -, pode ser que você encontre outras verdades aqui; verdades que podem diminuir a pressão da tristeza na sua vida, que podem liberar você da culpa, que podem até trazer você de volta para este mundo – qualquer que seja o lugar onde você se esconda. E ai você nunca se sentira só” pag 4
Para ler Morte e Vida de Charlie St. Cloud você precisa acreditar. É difícil, porém, uma pessoa que não acredite no que Ben Sherwood escreve. Também se torna impossível uma pessoa não acreditar na história que o bombeiro Florio, personagem do livro, tem para contar.
No começo, Florio, temente a Deus pede para nós, leitores, acreditarmos que tudo é possível, como foi possível ele salvar pessoas, mesmo com todos dizendo que elas estavam mortas, e elas voltaram a respirar, e como também não foi possível ele salvar Sam, irmão de Charlie. Essa é história que ele conta para nós, basta apenas crer que ela é real.
Morte e Vida de Charlie St. Cloud é uma narrativa que se entrelaça com todos seus leitores, com nossas vidas e as nossas mortes. Um enredo que para que seja mágico, basta acreditar nos milagres que nossas vidas têm a oferecer. Precisamos crer que Charlie conseguiu voltar e ter sua segunda chance, assim como necessitamos acreditar que ele realmente vê o irmão morto.
Não se trata de religião, crença ou cultura. O livro é uma trama que envolve todas as pessoas que sabem o que é perder um ente querido, assim como Charlie que perdeu seu irmão. Vemos o que se tornou sua vida, um moço de 28 anos que trabalha em um cemitério porque prometeu a seu irmão, há 13 anos atrás que não iria desaparecer, assim Charlie e Sam se encontram no crepúsculo do cemitério todos os dias.
Mas também trata dos mortos, e do que eles podem sentir quando nós os perdemos, porque eles também nos perdem. Da tristeza que sentem quando nós estamos tristes, do poder de se sentir inútil mesmo após a morte, de não conseguir fazer nada para ajudar a pessoa que está viva.
O livro é para ser degustado com calma, apreciando todos os conselhos que o autor tem pra nos passar. Quem conseguir fazer tal proeza, por favor, me contate. Enquanto estamos lendo, surpresas aparecem, de forma sutil, para nós apenas sugarmos um pouco de ar, para fazer aquele Ah! E a cada página, mais surpresas, até que chega a tal ponto que a verdade está escancarada em nossas faces, uma verdade que faz com que o oxigênio se prenda na garganta, uma verdade que você já descobriu, mas que Charlie ainda não. Essa é verdade que nos faz segurar o livro até a sua última folha.
Acontece quando ele encontra a marinheira Tess Carroll, garota que quer dar a volta ao mundo em um barco. Um romance mágico acontece entre os dois. Nasce então uma dor profunda em Charlie, como ele poderá seguir adiante com Tess, se fez uma promessa para seu irmão? Como poderá viver esse amor, se Sam irá embora assim que ele não aparecer mais no crepúsculo do cemitério? Como acabar com o sentimento que arrebata milhões de pessoas que perderam entes queridos?
Ben Sherwood responde todas nossas perguntas, de uma forma que só basta você crer para que se tornem verdadeiras. Uma leitura que fará qualquer um se afeiçoar com as palavras escritas. Romance e drama se juntam para formar uma reposta a pergunta de milhares de pessoas. O que acontece quando para seguir em frente, é necessário deixar o luto para trás? Basta acreditar em cada folha de cada árvore, cada vento e cada chuva, porque estão nessas simples coisas que os milagres podem provar que existem.
“Do que você sente mais falta quando pensa em seu irmão? – ela perguntou. [...] Sinto falta daquela sensação de quando você vai dormir a noite e depois acorda pela manhã. É uma sensação de que tudo no mundo está bem. Você sabe, aquela sensação deliciosa de que você está inteiro, que você tem tudo que quer, que não falta nada.” Pag 136
Boa Leitura,
Equipe TriBooks, Roh Dover