Camille 27/12/2013Sem príncipes encantados, mas não menos apaixonante. - Beletristas.comAdmito que estava receosa para ler um livro da
Cally Taylor. Apesar de
O Céu Vai Ter que Esperar! ter recebido muitas críticas boas, algumas resenhas me desanimaram para a leitura e, claro, não tive mais tanta certeza de que me apaixonaria pela autora.
Isso até começar a ler
Em Casa para o Natal. Um chick lit "de verdade" - com suas boas doses de comédia com romance - é impossível não se prender à história de Beth, uma mulher de 24 anos que trabalha em um charmoso cinema antigo.
Cinema esse que a empresa de Matt vai comprar, demolir e reconstruir sob uma forma padrão visando arrecadar cada vez mais dinheiro. Para piorar, como esperado, todos os empregados serão demitidos - a não ser que um deles se prove capaz de assumir a gerência.
Enquanto isso, a vida de cada um deles dá suas voltas, levando-os a se encontrarem e desencontrarem. Dando, é claro, a chance para que eles se mostrem perfeitos um para o outro. Ou não. De repente Matt não vai ser tão diferente assim. Talvez as três palavrinhas que Beth nunca ouviu, "eu te amo", também não sejam ditas por ele.
A escrita de Cally Taylor não é a das mais engraçadas, mas também não deixa de fora os momentos de comédia que nos fazem sorrir sozinhos ao imaginar as situações. E, apesar do gênero ser famoso pelos clichês difíceis de fugir (sejam os românticos, sejam os constrangedores), ela consegue contorná-los e criar sim uma história original.
Matt não é o bad boy. Beth não é a desastrada maluca. Eles são apenas pessoas normais, vivendo situações que podem acontecer (e, de fato, acontecem) com qualquer pessoa. Esse é um dos pontos que mais me atraiu no livro: as personagens são bem realísticas. Então é impossível não se apegar ao avô de Matt, à amiga de Beth e à dona do cinema - ao mesmo tempo que é muito difícil não querer socar o Carl cada vez que ele aparece.
Foi bem bacana acompanhar o desenvolvimento das personagens, entender quais momentos despertaram quais sentimentos. E, por isso mesmo, a narrativa dupla, intercalada entre Beth e Matt, é uma característica que caiu muito bem na história, poupando dramas.
Em Casa para o Natal tem seu charme e merece ser lido sem medo de ser menos do que promete. Até porque, na verdade, ele acaba sendo bem melhor que apenas uma questão de se ouvir ou não um "eu te amo".
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