Resenhas - Fim

Felipe 02/12/2013

Fim
Um romance de Fernanda Torres não poderia passar despercebido. Ótima atriz e comediante, ela é aquele tipo de pessoa naturalmente engraçada e inteligente que emite carisma e graça o tempo inteiro. Mas seria isso suficiente para escrever um bom livro de ficção? Felizmente, sim.
A autora começa dedicando sua obra a seus "velhos": João Ubaldo Ribeiro, Domingos de Oliveira, Mario Sergio Conti e Luiz Schwarcz. Após a leitura, é fácil perceber que ela realmente prestou muita atenção nos seus velhos reais, pois os da ficção são extremamente críveis e bem construídos. As mulheres deles, ainda que coadjuvantes, não ficam atrás.

Numa entrevista sobre "Fim" (a Jô Soares), ela disse que ama os velhos que criou. Isso não significa que ela pegue leve, há agruras, sofrimento, melancolia, rancores, safadeza e problemas em suas histórias para ninguém botar defeito. Tudo, porém, com leveza e um certo humor rabugento que faz diferença e que pode muito bem ter sido inspirado em seu pai, o ator Fernando Torres, um notório ranzinza. Não há condescendência com eles, todos são homens com qualidades e defeitos, que aprontaram bastante na vida, para o bem e para o mal.

O adjetivo "agridoce" vem do azedume revestido pela doçura. E se encaixa perfeitamente nessa estreia literária auspiciosa de Fernanda Torres. "Fim" é muito feliz em retratar não apenas a velhice e a morte, mas também o que leva até elas, a vida. Fernanda disse que levou 48 anos para escrevê-lo. Espero que outros venham muito, muito mais depressa.

Valeria 16/05/2020

Genial
Fernandinha pontuou de forma genial uma nova geração de escritores brasileiros pincelando com grande genialidade em sua forma escrita grandes mestres escritores brasileiros como João Ubaldo Ribeiro. Vale a Pena conferir....

taiz 05/11/2021

Irreverente, como a autora
Eu adoro a Fernanda Torres. Já tinha esse ebook há muita tempo e resolvi ler agora. Gostei muito da leitura. Não tem nada de muito surpreendente, é a história de morte e vida de cinco amigos cariocas. Mas gostei muito da composição dos personagens, da badalação que foi a juventude de cada um, de como enfrentaram a velhice de formas distintas e de como os acontecimentos se encaixavam. Assim como na atuação, Fernandinha colocou toda sua irreverência nesse livro, o que torna a leitura muito divertida.

João de Aquino 24/04/2014

PUTO
Puto. Essa é a palavra para definir meu sentimento depois que terminei esse livro. Comprei o livro sem ler nenhuma linha, confiando nas críticas elogiosas que eu li. Essas críticas só podem ter sido compradas. Arrependimento total! Fim é medíocre. Mesmice, mesmice, mesmice! Cansativo e cheio de repetição. Personagens vazios, que não dizem nada de novo. Vim aqui só para externar minha revolta e fazer uma alerta: não compre esse livro confiando nas críticas positivas. Leia o primeiro capítulo. Se não gostar, não compre, porque o livro só piora. Horrível!

.babs 15/11/2023

O homem não muda, transmuta, sempre igual...
"A vida é um fósforo que a gente risca e não sabe a hora que apaga[...]"

Não conhecia esse lado da Fernanda Torres e confesso que gostei muito da sua escrita. Conheci o livro através da divulgação da série de mesmo título e fiquei curiosa pra saber mais a fundo a história antes de assistir.
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O livro conta a trajetória da vida de 5 amigos de classe média, moradores do Rio de Janeiro, de quase uma vida inteira. Relata conflitos internos muito pertinentes, como se conheceram, como encontraram o amor, como o perderam também e, como findaram os dias até a próxima eternidade.
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Leitura fluida com diálogos cômicos e ácidos na medida certa. Recomendo.

Barbara Hellen 26/04/2020

@cactosliterarios
Acho incrível a identificação que sinto quando leio livros escritos por autores brasileiros. Quem também sente isso? Tudo parece familiar: lugares, personagens - por mais que a realidade descrita seja distante da minha. Com “Fim”, escrito por Fernanda Torres no finalzinho de 2013, não foi diferente. Não sou carioca, mas pelo simples fato de frequentar o Rio de Janeiro, consegui visualizar esse livro tão bem que era como se eu estivesse assistindo aquelas histórias ao vivo.
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Falo no plural pois vivemos essa narrativa a partir dos diferentes olhares dos cinco personagens principais, amigos de gandaia, que tem suas vidas entrelaçadas desde a juventude. Confrontamos seus dilemas, suas escolhas e suas características impressas a cada capítulo. Tudo isso de forma bem leve e com boas reflexões.

site: www.instagram.com/cactosliterarios

Rafael Persan 27/11/2022

Finalizar é um problema
Não consigo descrever tamanha falta de conexão que tive com esta história: personagens chatos e narrativas duvidosas. O único personagem interessante é o último, que quando citado pelos outros parece legal, mas ele em si é bem dodói das ideias!

Josi @joschultz 23/02/2017

Gosteeii!!!
Esse livro conta a estória de cinco amigos com personalidades completamente opostas. A história de cada um começa a ser narrada no dia de suas mortes. Se entrelaçando no decorrer do livro.
Fala sobre a velhice, sexo, drogas, doenças, traições, vícios, família, arrependimentos e etc....(nada diferente das nossas realidades).
A história é narrada pela primeira pessoa, e em alguns momentos pelo personagem.
Achei uma escrita fácil. Apesar das histórias não serem tão felizes. ...conseguirmos rir em alguns momentos.
Pesquisando sobre o livro. ...percebi que recebeu muuuitaaas críticas.
Porém eu gostei bastante do livro.

Wlange 07/10/2020

Não gostei não
O livro narra a vida de cinco amigos homens cariocas a partir de suas reflexões logo antes de morrerem. Também apresenta os pontos de vistas de familiares deles e de outras pessoas com quem eles tiveram algum tipo de relação.

A ideia parecia boa, mas o que eu vi foi, em primeiro lugar, uma chuva de preconceitos gratuitos. Pessoas negras, LGBTQ+, mulheres, todos esses personagens são descritos de forma ofensiva e estereotipada. E o fato de ser "só o ponto de vista do personagem-narrador" não se encaixa aqui, porque o livro mostra vários pontos de vista diferentes e todos eles exalam esses preconceitos. Aliás, todos os personagens-narradores (assim como o narrador em terceira pessoa que aparece em alguns capítulos) têm basicamente a mesma voz, então nem sequer vi um propósito nessa alternância de pontos de vista. Se estivesse tudo em terceira pessoa, daria no mesmo.

Os personagens todos têm características muito parecidas, e todos são pessoas horríveis, sem nenhuma qualidade admirável. Como ler 200 páginas de um livro em que não consigo gostar de ninguém? O resultado é que eu simplesmente não me importava com o que estava acontecendo ou com o que ia acontecer. Pra mim, não fazia diferença se os personagem iam se dar bem ou mal. Eles não têm nenhuma complexidade, muitos são tão estereotipados que nem agem como pessoas reais.

Além disso, as idas e vindas no tempo resultaram muitas vezes em um mesmo acontecimento sendo narrado várias vezes, o que tornou o livro repetitivo.

Enfim, só não abandonei a leitura porque precisava ler para a faculdade.

site: youtube.com/ficcomos

Edson.Sobral 30/04/2020

Surpreso com o "Início" de um outro olhar
Nunca tinha lido algo de Fernanda Torres, talvez não ter lido muito sobre quase todas as coisas seja uma característica minha.
Me vi surpreso pelo assunto o qual esperava ser triste, porém me vi com raiva, nojo, euforia, alegria e a já esperada tristeza, me transportar para uma realidade ainda que possível, porém tão distante da minha, me fez refletir sobre os idosos como pessoas de pensamentos por muitas vezes a frente do seu tempo e por muitas, muitas, muitas outras pensamentos que já devíamos ter superado. Em termos práticos, um livro que da uma visão, até agora, única sobre a velhice, que trata em dar uma ótica própria para os idosos que por muitas vezes só são descritos pelos jovens. De modo geral, cativante, entretanto senti a perca do ritmo após o terceiro personagem, talvez seja algo subjetivo.
Enfim, super recomendo, tais olhares são mais que necessários para nos dar viagens inesperadas e incomuns.

Helder 03/07/2016

A ação do tempo
Admiro o senso de humor de Fernanda Torres como atriz, e fiquei muito feliz em verificar seu talento como escritora.
Li muitas resenhas falando mal deste livro e dizendo que só teve mídia por ter sido escrito por uma pessoa famosa, mas discordo.
Infelizmente no Brasil divulga-se muito pouco a literatura nacional, então um texto como esse é sempre bem-vindo, venha de quem vier.
Primeiro de tudo a estruturação do livro. Como literatura, esta leitura me agradou muito. A maneira como a estória é contada, meio que de traz para a frente e cheia de ida e vindas nas memórias de 5 amigos. Começa com a morte do último deles e vai retornando até a morte do primeiro, onde todos percebem que o tempo é finito e que não são mais senhores de seus domínios. Se fosse uma estória contada de forma linear, não teria a mesma graça.
Com relação ao conteúdo, achei uma visão bastante amarga da velhice, mas bom levar um tapa na cara para perceber que não somos dono de nosso destino. E Fernanda pega pesado.
Temos Alvaro, o amargo impotente e sua esposa infeliz. Ribeiro, o solteiro e romântico que descobre uma nova vida com o avanço da medicina. Silvio, o devasso, que precisa viver no limite. Neto e sua Celia, e o casamento idealizado e fiel. E por fim, Ciro e sua Ruth, o galã e a mocinha do grupo e um dos personagens mais interessantes.
Engraçado imaginar que o livro foi escrito por uma mulher, pois é um livro muito machista. Imagino que muitas mulheres tenham detestado a estória, mas fico feliz que Fernanda não tenha se rendido “ao que os outros gostariam de ler” e tenha seguido em frente com seu retrato de um tempo que normalmente é muito idealizado, principalmente nas novelas da Globo. O relacionamento destes 5 homens com as suas e outras mulheres é sempre tremendamente machista. Mas não era assim na época vivida por eles? É a vida como ela era, e as vezes ainda como ela é. Nem tudo tem explicação. Posso dizer que Fernanda tem uma visão bem amarga, mas ela não julga seus personagens. Eles são assim. Cada um com seus vícios e suas magoas. E são completamente críveis em seus acertos e principalmente em seus defeitos. Como tolerar um cara como Silvio e seus exageros? E como aceitar a fraqueza de Ciro e a destruição trazida a Ruth em um amor doentio. E ela vai contando a estória e as vezes a repete de diferentes pontos de vistas, para que tenhamos um painel melhor do ocorrido e possamos definir nossas impressões. Alguns acham este recurso cansativo. Eu achei importante para que possamos ver a situação de diferentes ângulos, dificultando nossas conclusões como se tudo na vida fosse binário.
Por fim, é impossível não temer o tempo e a sua ação sobre tudo. Relacionamentos: amores que se acabam. Amizades: diferenças que afloram. E principalmente sobre o corpo: Sensacional o primeiro capitulo com a descrição de Alvaro indo ao médico.
Este livro me pegou em uma época muito especial da vida. Tenho um pai com 83 anos e a marca do tempo vem sendo cruel. Já chegamos ao momento da vida onde o filho deixa de ser cuidado e passa a ser o cuidador. Os personagens de Fernanda são extremamente solitários e espero ter uma velhice mais feliz, mas como saber o que o tempo nos reserva.
Um bom livro para se pensar!

Giselaine 21/09/2020

Realidade cruel
Os canalhas também envelhecem. O livro conta a estória de cinco amigos cariocas e seus finais de vida. Um livro que vc consegue ler em dois dias tranquilamente, contado por todos os protagonistas. E várias passagens pelos olhos de mais de um personagem. Penso apenas que somos todos egoístas ao modo próprio, cada um com seu modo de ser cruel, trazendo experiências e arrependimentos. Senti
raiva de alguns e pena de outros. E a feminista que mora em mim gritou muito com alguns dos machos ali descritos. Por fim achei a escrita maravilhosa e a estória não me arrebatou.

Marlon.Santos 27/03/2019

FIM - Fernanda Ironizando Mortes
Primeiro livro da Fernanda Torres que leio e confesso que esperava uma escrita irônica mais escancarada, talvez o tema não tenha sido muito propício. Achei diferente a ótica jogada em cima da terceira idade e irreverente o jeito que escolheu pra nos mostrar que somos finitos. A cada fim de capítulo sentia como se tivesse morrendo de tão bem descritas e executadas as mortes, e olha que isso acontece com certa frequência. No geral, mais curti do que me decepcionei, mas não o indico pra quem está na terceira idade e não lida com o tema com naturalidade.

Alexandre | @estantedoale 19/10/2015

O fim do Fim
Há um certo impacto quando se descobre que uma atriz escreveu um livro. Impacto maior quando você adquire esse livro. E impacto maior ainda quando você lê esse livro. Logo, é perceptível que a literatura nacional ganhou novas raízes, levando o bom leitor a descobrir que até quem interpreta tão bem um personagem é capaz de criar outros ainda melhores.
O tal livro é da Fernanda Torres. Sim, ela mesma. Atriz e escritora, tem um misto de artes no sangue que a transformou em um ícone também, agora, da literatura. O pai escritor e a mãe também atriz fizeram de Fernanda uma pensadora exemplar dos tempos atuais, uma filósofa de vidas verídicas impressas em papel amarelado.
Em Fim, publicado pela Companhia das Letras em 2013, ela nos transporta ao Rio de Janeiro dos séculos XX e XXI, às aventuras mais loucas de cinco amigos e à morte de cada um deles, bem como de outras pessoas próximas. Um romance crônico, regado a ironias e palavrões, distribuídos em uma linguagem culta e deliberada no decorrer do texto. Jargões, termos técnicos, referências artísticas. No Fim há tudo.
Narrado em primeira pessoa, sendo que cada capítulo ganha um narrador diferente, o livro constrói um verdadeiro ninho de informações na cabeça do leitor, que, se não estiver atento, cai em desgraça logo no começo. São cinco amigos ─ Álvaro, Neto, Ciro, Sílvio e Ribeiro ─, que contam suas história e um pouco da dos outros quatro, devagarzinho, detalhe por detalhe, de cada loucura que viveram até as próprias morte.
Como a autora e os personagens são, basicamente, um só, as opiniões se chocam. Há momentos na leitura em que você não sabe se aquilo é o que a autora pensa ou se é o que um dos amigos pensa. Há machismo, há feminismo, há homofobia e há eutanásia. Há conflitos pessoais e sociais. Há traições e há fatos tão bem elaborados que parecem até mesmo reais.
Saúde frágil ou inexistente, acidentes, drogas, cansaço, até mesmo amor... Vários motivos levaram os cinco amigos ao verdadeiro fim de que se trata o livro.
De fato, eu tenho uma conexão com a morte que me deixa inspirado. E o modo como Fernanda aborda cada óbito é deveras impressionante ─ pelo menos pra mim. Fim deixou sequelas significantes para o leitor aqui, e, garanto, se você ler e ficar realmente atento, verá que o livro pode, em determinados momentos, deixar você, como dizemos por aqui, “aguniado”.


site: http://vdeescritor.blogspot.com.br/2015/10/review11-fim-de-fernanda-torres.html

Dandara Virgínia | @dandaravmachado 18/06/2022

Fatinha arrasou muito nesse fim!
Eu amo essas histórias meio crônicas que se passam nos bairros do Rio e que falam do melhor e do pior de nós.

A gente condena veementemente um personagem, aí lá vem a visão dele do fim e você se pega contemporizando... Enfim. Muito bom!

Me choca um pouco a fala de alguns personagens, mas acho q foi a intenção. ?