A obscena senhora D

A obscena senhora D Hilda Hilst




Resenhas - A Obscena Senhora D


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Giugiudoslivros 05/06/2024

Um surto psicótico
Uma leitura confusa e densa, mas muito interessante e contribui para sua formação como leitor. Primeira vez que tive contato com a autora e me assustei muito com a escrita e os assuntos. Levei um tempo para digerir o livro. São poucas palavras, dá para ler em uma manhã, mas é aquela leitura que você termina e fica: o que caralhos foi isso que eu li???? Vou tentar ler de novo e entender.

Dá a impressão que ela escreveu isso de uma única vez e em um surto psicótico, você consegue quase ver as engrenagens do cérebro moldando o texto. Por isso achei bem interessante e maluco??
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Amanda3913 30/05/2024

Delírios hildianos
?Desses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo.? (p. 18)

Decidi que ia ler HH, pois me senti pronta. Afinal, tenho quase 30 - meu lobo frontal está perfeitamente formado para compreende-la. Quando pesquisei um pouco sobre o livro, antes de começar a leitura, vi que Hilda sempre reclamou muito por não ser lida. Cansada de ser ignorada, iria começar a escrever pornografia - ou algo assim - e, então, escreveu a Obscena Senhora D. Mas este livro não tem nada de pornográfico. É um livro sobre amor e luto, e como a vida continua depois que perdemos quem amamos, e como temos que lidar com uma dor tão desumana que nos coloca a ponto de ir morar no vão da escada e passar os dias ruminando sobre o tempo, sobre a perda e o que vivemos, e praguejando contra Deus, este desumano rancoroso. Foi lindo. É um livro pequeno, mas pesado. Não sei se sequer entendi a obra toda, mas amei a viagem doida delirante que foi ler essas quase cem páginas.
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nilah0 25/05/2024

Essa leitura me drogou. estou meio chapada.

sempre fui muito fã da poesia da hilda, mas nunca li um livro de prosa dela. não vou mentir, é uma leitura difícil, mas que você não consegue parar por ser viciante demais.

arrisco dizer que toda pessoa que foge dos padrões sociais deveria ler esse livro. talvez nosso lado considerado o mais obsceno pela sociedade seja o mais lúcido.

hilda nunca decepciona. te amo, mãe ??
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marcella 24/05/2024

Não entendi metade do livro, mas conseguir sentir muito dele. acho que é proposital. a linguagem poética e confusa que a autora faz é bem genial. li em um dia, não consegui parar de ler. não vejo a hora de reler para conseguir entender mais profundamente.
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Ana 19/05/2024

Incrível!
Não é fácil ler H H. A metafísica presente na imensidão do texto que, mesmo pequenino, é imenso. Que riqueza essa mulher. Os diálogos numa métrica totalmente hilstiana... as interrogações peculiares... aliás, que questionamentos sagazes... que mente brilhante. Mesmo nunca tendo feito o café para Ehud, faria eu um café para conversar com a senhora D. Que vocabulário, viu? Eu tô bem impactada. Que lindo livro. Comecei completamente desavisada da profundidade... termino repleta de reflexões.
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layhnrqs 07/05/2024

A vida é uma aventura obscena de tão lúcida
"Quem a mim me nomeia o mundo? Estar aqui no existir da Terra, nascer, decifrar-se, aprender a deles aqueada linguagem, estar bem..."

Hilda Hilst mergulhou em várias nuances da vida, equilibrando loucura e instropecção existencial. Diversas vezes você se pega refletindo nos pensamentos e diálogos da Senhora D, gerando certa familiariedade com suas vivências.

"Queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo." Além de tudo, em meio a crises existenciais, Hilda mergulha no sentimento de solidão misturado ao fato de envelhecer. A senhora D, uma mulher de sessenta anos, obscena, sem papas na língua, virtuosa e buscando a compreensão da vida também reflete sua particularidade enquanto uma mulher de idade. Que mesmo após sessentas anos de existência, agora vivenciando um estado de luto pelo seu marido Ehud falecido, vive de portas fechadas, fechada em si mesma, no vão da escada, esse limiar entre a sala e o quarto, no meio do caminho, refletindo sobre Deus e a efemeridade da vida.

No decorrer da escrita acompanhamos Hillé rememorando seus primeiros anos de casada, sua infância e adolescência com o pai. E nesse processo a gente embarca em sua loucura particular, questionamentos e devaneios. Numa escrita sem pausas. Somente Hilda Hilst pra evidenciar de forma tão espetacular a tragédia da vida enquantro nos faz repensar toda nossa existência.
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carlosmanoelt 06/05/2024

?Um susto que adquiriu compreensão.?
?Derrelição Ehud me dizia, Derrelição - pela última vez Hillé - Derrelição quer dizer desamparo, abandono, e porque me perguntas a cada dia e não reténs, daqui por diante te chamo A Senhora D. D de Derrelição, ouviu??

Após a morte do marido Ehud, Hillé, que já morava no vão de sua escada há algum tempo, vive então sozinha carregando consigo sentimentos de derrelição. Nesse tempo, lidando com questões existenciais relacionadas ao tempo, vida e morte, sua vida que já não fazia muito sentido, para si mesma, deixa de fazer qualquer sentido. A personagem busca no divino, o tempo todo, respostas para os seus problemas. A busca constante por Deus, a fim de se entender e entender o externo a leva a ter o que os médicos definem como crises de histeria, pois os sentimentos de derrelição são aflorados em meio a diálogos com Deus e Ehud. Estes são uns dos personagens que mais se fazem presentes na suposta loucura de Hillé, sendo os principais ouvintes de seus incontáveis questionamentos.

E é sobre tudo isso que Hillé quer falar, que a narrativa se constrói. Uma personagem abandonada e desamparada, sozinha, no vão de uma escada conversando com entidades não mais pertencentes ao seu mundo. Hilda Hilst nos traz, de forma hermética, rompendo com normas gramaticais e eliminando marcadores de fala, o mundo insano da protagonista. As letras em minúsculo após os pontos de interrogação confirmam o não uso de uma gramática na norma culta, característica presente em narrativas cuja escrita se dá em meio a fluxos de consciência. Além da forma hermética de uma gramática não usual, há também no vocabulário, não só o de Hillé, mas, também dos demais personagens, muita obscenidade. Em muitos trechos do texto percebemos a sua presença tornando a leitura um incômodo para alguns leitores: ?[?] as pessoas precisam foder, ouviu Hillé? te amo, ouviu? antes de você escolher esse maldito vão da escada, nós fodíamos, não fodíamos Senhora D??

Mas engana-se aquele que relaciona a obscenidade, presente no título da obra, ao vocabulário e comportamento de Hillé, com seus momentos insanos, andando nua pela casa, ou mostrando as ?vergonhas? para a vizinhança, por exemplo. Hilda Hilst quis ir além, quis se referir à vida em sua totalidade, quando usou a palavra para qualificar Hillé. Uma vida que incomoda muitos, que incomoda a vizinhança em função do seu jeito de ser e viver, do seu jeito questionador, transgressor por não se permitir viver em contentamento com o que a vida lhe fez ser. A própria personagem justifica essa obscenidade ao responder sua própria pergunta: ?[?] e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida.? Hillé torna-se obscena para a sociedade. O título da obra deixa expresso em poucas palavras que Hillé por questionar tudo e todos, por ter um senso crítico exarcebado, tem um comportamento transgressor, incomum aos outros, que no cotidiano apenas aceitam a vida como ela é, sem problematizá-la. E por ser assim, ganha o desamparo, a derrelição, torna-se uma eterna incompreendida. Este comportamento relapso dos outros, essa maneira de aceitar as coisas impostas na sociedade sem questionar, oposto ao de Hillé, nos faz pensar na subjetividade alheia das nossas vivências, em se tratando de questões sociais e políticas, por exemplo. Afinal de contas, quem de fato é o louco? Hillé por seu caráter questionador ou a sociedade por vir a ser alienada aos próprios problemas, à própria vida?

Hilda Hilst denuncia em sua obra a hipocrisia social, colocando em evidência a instabilidade da condição humana, uma sociedade cada vez mais doente. Hillé torna a ser paciente do médico livre, perdida em meio aos escravos, procurando entender as feridas da alma, os porquês da vida que carrega, buscando a verdadeira salvação. Enquanto Hillé vive em sua exarcebada vida de questionamentos, de senso crítico, no diálogo dos homens livres, muitos vivem na exarcebada ignorância do pensar. E o querer ser compreendida, querer ter algum sentido para si é triste e incomoda (percebe o obsceno em viver a vida questionando?), causando até mesmo o abandono. Em meio a nossa realidade, pensar é questionar, é nadar contra a correnteza.
Charleees 16/05/2024minha estante
Meu queridinho da Hilda Hilst seguido de Cartas a um Sedutor ?


carlosmanoelt 16/05/2024minha estante
Excepcional, quero muito ler mais dela :)




Kayron.Kaic 05/05/2024

É só sentir, minha filha. E olhar além do muro
Que leitura potente!!!

Eu comecei a ler pensando que não iria gostar, pela linguagem poética e as vezes difícil da Hilda Hilst (apesar de adorar os poemas da autora), afinal não sabia como isso seria dentro de uma narrativa poética. No entanto, que feliz surpresa!!!

A Hilda hilst constrói a Ehud (protagonista) em um processo de desumanização, mas que ao mesmo tempo é como uma purificação. Quanto mais a personagem apresenta hábitos repulsivos aos vizinhos, mas ela se liberta também de si.

Foi uma incrível experiência de leitura. Espero reler daqui há uns anos.
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goiabea 29/04/2024

Acho que não consigo falar de forma clara sobre esse livro, ele é quase um "não entendi, apenas senti". A leitura é muito confusa, o que é intencional, e é como se a gente estivesse sendo atingidos por uma maré de pensamentos de uma pessoa que se perdeu. Apesar da confusão, dá pra perceber que estamos acompanhando o luto de Hillé e como esse processo está sendo doloroso e talvez até enlouquecedor (?). Tudo fica ainda mais turbulento com os comentários e observações de outros personagens sobre ela e a forma que eles são inseridos no texto sob a visão dela.

Não foi um livro fácil de ler ou absorver uma mensagem, mas extremamente arrebatador e eu gostei muito. Traz questões muito interessantes sobre a existência, o tempo... Vale demais uma releitura.
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Isabela1066 17/04/2024

Meu primeiro contato com a Hilda Hilst. O livro é muito profundo e poético.

espero ler e saber mais coisas dessa escritora!
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luquinhas 17/04/2024

O que é "obsceno"?
Senhora D, Hillé, Hilda, Mulher, Literatura pensante, Clarice, Filosofia.
Tudo isso me veio à mente no fim dessa leitura. Hilda, definitivamente, era uma escritora que se destacava pela sua devoção ao questionamento.

"causa mortis? acúmulo de perguntas da mulher."

Além-gênero e além-Literatura. Obscena Senhora D é uma amálgama da proficiência de Hilda na escrita ficcional, mas sobretudo na escrita da vida. A evocação das vozes da vizinhança que dão o tom satírico que interrompia o fluxo de consciência da personagem é a vida batendo na porta - ou a morte batendo na vida. Obsceno.
Estou absolutamente apaixonado por essa obra. Nunca vou me perdoar por ter abandonado. Enfim, li em uma tacada só. Talvez seja dessa forma que ele deve ser lido. Sem respirar. A agonia da leitura - ou da reescritura a partir dela.
Não concordo com Hilda quando ela diz que faz filosofia. A filosofia não seria tão obscena assim, mas a Literatura sim.
Viva Hilda!
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Marianacmraa 22/03/2024

Difícil
Não é novidade dizer que ler Hilda Hilst é uma tarefa difícil, mas não é impossível, para mim não foi diferente, principalmente este sendo meu primeiro contato com a autora. Talvez não tenha sido a melhor escolha já que, segundo o texto de apoio presente na edição em que li, neste livro Hilda está em sua versão mais complexa - e acredito que esteja mesmo. Nele a autora mescla ficção com "comentários" autobiográficos, além de ter usado o fluxo de consciência durante todo texto, o que dificulta um pouco mais a leitura.

Mas, apesar de todas as dificuldades, algumas partes da obra entendi e gostei. De fato, as minuciosidades de uma leitura mais atenta e feita por um leitor com mais bagagem, tanto de leitura de ficção quanto de estudos literários, eu não consegui depreender, porém não é nada que uma/algumas releitura(s) não resolvam.

É um livro que vale o esforço. Hillé, assim como Hilda Hilst, é uma personagem complexa e fascinante, que está cada vez mais dentro de seu próprio mundo de loucura e, para mim, foi muito bom poder acompanhar todo esse trajeto. É válido dizer também que não há apenas dificuldades, muitas vezes ri bastante (como podem ver nas atualizações de leitura) e outras vezes me senti tocada pela vida da Hillé.

Recomendo bastante a livro, principalmente aos leitores mais atentos. Leiam com calma e, se possível, pesquisem tudo que não entenderem. O texto da edição da companhia das letras esclarece muita coisa então recomendo que não pulem.
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Maria Izabel 18/03/2024

Muitas questões filosóficas e metafísicas
É um livro com uma cadência de leitura única e que traz perguntas variadas. O compreender os personagens e sua loucura/lucidez é muito intrigante, desafia nossa inteligência e razão.
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Dalila 16/03/2024

Será se sou burra? ??
Eu honestamente não sei o que resenhar, pra mim foi uma leitura meio delirante. A sensação foi estar dentro da cabeça de uma pessoa muito triste, vendo os pensamentos dela passando sucessivamente por um telão com um som ambiente muito alto que deixava tudo meio caótico.
Dito isso, vez ou outra aparecia uma sentença ou parágrafo que eu me identificava tanto que o texto entrava em perspectiva e eu pensava que tinha entendido tudo (no fim acho que não entendi tanto).
Em suma, ficou pra mim apenas o conceito, a ideia, a intenção. Não é um livro pra ler e assimilar e entender. É um livro pra consumir, absorver e sentir. E é arrebatador de uma forma muitto particular. Não tenho certeza se recomendo, mas honestamente acho que vale a leitura!
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bteuzt 04/03/2024

Livros de sentir, nao de ler
Nao é uma leitura fácil quando o objetivo é entender a cena, o acontecimento, o fato que gera a história. é um livro de identificação, de despersonalização, da forma que as coisas se apresentam - parece algo que se lê em uma interpretação fenomenológica.
os pensamentos retratam, muitas vezes, o que ha de mais primitivo e ao mesmo tempo mais consciente num sentimento. é um ótimo livro e acho a prosa da hilda muuuito diferente da poesia.
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