Doze anos de escravidão

Doze anos de escravidão Solomon Northup




Resenhas - 12 Anos de Escravidão


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@aprendilendo_ 10/04/2022

Resenha de Doze anos de escravidão
Nascido homem livre, Solomon Northup cresceu em uma pequena cidade de Nova York, nos EUA do século XIX, quando o país ainda era dividido entre uma região norte abolicionista e o sul escravagista. Nesse sentido, em 1841, com cerca de 30 anos de idade e uma família já construída, Northup, ao partir para Washington em busca de uma enganosa proposta de emprego, acaba por ser sequestrado e vendido como escravo. A partir disso, o escritor passa doze longos anos em uma vida miserável e assustadora sendo tratado como mero objeto. Publicado pela primeira vez em 1853 e escrito pelo próprio Solomon, Doze anos de escravidão é um marco na literatura norte-americana, trazendo um retrato cruel e profundo da vivência e dos dramas de um escravo na época escravagista dos EUA.


De início, com a característica de ser um relato íntimo dos anos vividos como escravo, o livro segue os principais acontecimentos durante o tempo de servidão de Solomon. Nesse contexto, de forma profunda e emocionante, sem, contudo, pesar a leitura em nenhum momento, a obra consegue imergir o leitor em uma assustadora realidade, a qual envolve abusos físicos e morais incessantes aos escravos. Como consequência, o livro se demonstra como uma singular apresentação dos assombros vivenciados nos tempos da escravidão, servindo muito bem como uma leitura de teor tanto histórico, o qual mostra as minucias da cultura escravagista, quanto filosófico, com a capacidade de influenciar fortemente a forma de pensar e viver de qualquer um que chegue a lê-lo.


Com uma sinceridade comovente, Solomon consegue expressar uma gama inimaginável de emoções e verdades por meio de uma escrita fluída e imersiva, a qual torna explícita uma das maiores atrocidades já praticadas pela cultura humana. Doze anos de escravidão é um livro único e extraordinário, vale a pena a leitura.


Nota: 9,7

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site: https://www.aprendilendo.com.br/
Marcela.Nogueira 26/04/2022minha estante
Eu assisti ao filme baseado no livro. Foi chocante ver, mais que a brutalidade, a naturalidade que era encarada a escravidão por todos os integrantes. Senhores eram senhores e escravos eram escravos. Em dado momento, um personagem afirma que é um direito bíblico. Uma frase tão distorcida como adequada àquela situação. Não só ao protagonista, mas a qualquer pessoa que saiba o que é humanidade.




Rosangela Max 02/03/2021

Emocionante!
Que história incrível! Cheia de sofrimento, resiliência, esperança e superação.
Como deve ter sido difícil para Solomon ter conseguido a sua tão desejada liberdade, sabendo que muitos não conseguiriam o mesmo. E para estes, a liberdade só seria alcançada na morte.
Davyd 03/03/2021minha estante
quando li, caiu um cisco nos meus olhos (rss)T0T


Rosangela Max 03/03/2021minha estante
Entendo perfeitamente ??




Fernanda Coelho 24/01/2024

Doze anos de escravidão narra a história real de Solomon Northup, um negro americano nascido livre, que por uma proposta de emprego, abandona a segurança do Norte e acaba sendo sequestrado e vendido como escravo. Durante DOZE anos que se seguiram ele foi submetido a trabalhos forçados em diversas fazendas na Louisiana.

É um leitura de muita dor e angústia, mas de extrema importância e necessidade para nossa formação de cultura, empatia e consciência história.
Doi na alma saber que muitos não tiveram a benção que Northup teve de ser novamente livre, ou que nunca souberam o que é a liberdade.
Fabio 25/01/2024minha estante
Nossa, que nota!
Vai direto para minha lista!!!!?




Fernanda 24/02/2014

Resenha: 12 Anos de Escravidão
Resenha: “12 anos de escravidão” expõe um relato íntimo, angustiante, expressivo e complexo de um homem que viveu um longo período de sofrimento e tumultos, mas ainda assim a esperança contínua de ser novamente um homem livre. A narrativa é densa, como já é mesmo o esperado, e ao longo das cenas o leitor conhece os detalhes com muitas afirmações sobre o tratamento ao qual esta pessoa passou.

O relato segue fiel a história de vida sobre Solomon Northup. Este que vivera certo tempo desfrutando sua liberdade acabou sendo sequestrado e vendido como escravo. Enfim, fora resgatado no ano de 1853, mas já haviam se passado 12 anos nesta condição. Seu testemunho resgata emoções de dor, perda e muita revolta. Não como não absorver toda a seriedade da trama, visível em qualquer passagem.


CONFIRA A RESENHA COMPLETA NO BLOG SEGREDOS EM LIVROS:

site: http://www.segredosemlivros.com/2014/02/resenha-12-anos-de-escravidao-solomon.html
Guilherme.Nabao 29/10/2016minha estante
vc poderia me esplicar qual e o final da historia ?? por favor ??




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Reccanello 07/10/2021

É a liberdade, imbecil!
Que livro impressionante! Que história incrível! Quanto sofrimento, quanta desesperança; mas, em compensação, quanta resiliência e superação. Como é difícil imaginar, nos dias de hoje, todas as dificuldades pelas quais Solomon Northup passou até conseguir retomar sua liberdade; e como é triste saber que muitos nunca o conseguiriam!
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O livro é o relato, fiel e verdadeiro, da história de Solomon Northup, um homem livre negro que leva uma vida feliz e pacífica junto de sua esposa e filhos até que, em 1841, e depois de aceitar um trabalho que o leva a um estado escravagista, é sequestrado, acorrentado e vendido nos estados do Sul como se fosse um escravo. Para sobreviver aos longos doze anos de sua desventura, Solomon precisou superar toda sorte de humilhações físicas e emocionais, sempre se submetendo a senhores que, cada um a sua maneira, exploraram seus serviços e ignoraram a tragédia da escravidão. Publicada pelo próprio Solomon depois de sua libertação, sua história é considerada como a melhor narrativa já feita sobre um dos períodos mais tristes da história norte-americana, e se tornou, já à época, um best-seller imediato.

site: https://www.instagram.com/p/CUH6-amr0XP/
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DIRCE 26/05/2014

UM COMPÊNDIO DE REFLEXÕES
Muito me desagrada tecer comentários sobre um livro, dias ou mesmo semana após o término da leitura, pois acho que no furor das emoções os pensamentos e palavras fluem com mais facilidade e harmonia, mas como fui “agarrada com unhas de dentes” por uma gripe que demorou a me deixar (parecia incólume ao arsenal de medicamentos que tomei), vou tentar falar sobre o livro 12 anos de Escravidão, um livro que li há mais de uma semana e que, embora não provoque resseca literária, é um compendio de reflexões.
Trata-se de um livro de memórias publicado originalmente em 1853 e, apesar de todo seu valor histórico, acredito que ele só se tornou conhecido graças ao filme que levou a estatueta tão cobiçada – o Oscar.
Bem, se o livro não era conhecido (pelo menos por mim) a bestialidade humana que se utilizou da mão de obra escrava a seu Bel-prazer e que manchou de vergonha o passado da humanidade é do conhecimento de todos, mas da voz de Solomon Northup - um americano negro que nasceu livre e que ainda assim foi vendido e mantido escravo por 12 anos (1841 a 1853) – emana um sofrimento pungente que marcava feito uma tatuagem a pele e a alma de homens, crianças e mulheres que afastou aquela incomoda sensação do déjà vu. Todos, homens, crianças e mulheres (essas...preciso falar mais alguma coisa ? Talvez falar: pobre Eliza que teve arrancados dos seus braços seus filhos Emmy e Randall o que a levou a definhar de tristeza, ou ainda, pobre Patsey que teve que suportar não só os trabalhos árduos, o assédio do "seu senhor", os açoites, como também a perseguição da "senhora" que invejava a sua beleza e era enciumada do marido) eram tratados com a mais vil injustiça e com uma crueldade que transgride o limiar da razão.
Solomon Northurp - seu nome deveria ser ESPERANÇA, e não Solomon ou Platt- detentor de uma liberdade que lhe foi ceifada, esteve sob o jugo de vários “senhores”, mas viveu acalentando a esperança de que um dia voltaria a sua família.
Comecei dizendo que o livro é um compêndio de reflexões porque durante a leitura, além da indignação, mesmo diante de algo que não me era desconhecido, me vi possuída pelas mais imagináveis reflexões, confesso que contragosto, visto que não é nada agradável saber que faço parte de uma espécie capaz de atos bestiais que não ficaram sepultados no passado e que, como zumbis, assombram até o nossos dias. Só para ilustrar: não tiveram, recentemente, as 200 meninas nigerianas seus direitos e suas liberdades ceifados tal qual Northurp? Não quero me estender falando das minhas reflexões, mas quero SIM dizer que embora faça parte de espécie uma espécie humana tão desumana, esses desumanos NÃO ME REPRESENTAM.
Normalmente damos 5 estrelas quando gostamos de um livro. Mas como posso dizer que gostei de um livro que relata tanta vilania e crueldade? Claro que é um livro que não poderia levar menos de 5 estrelas pelo seu valor histórico. É um livro que não poderia levar menos que 5 estrelas pela mais remota possibilidade de ele possa despertar o desejo de que seja sepultado qualquer ideia de supremacia. É um livro que não poderia levar menos que 5 estrelas pela mais remota possibilidade de que ele possa despertar o desejo de que seja sepultado qualquer tipo de preconceito e, assim sendo, as palavras proferidas no discurso de Martin Luter King Jr em 1963 : “I HAVE A DREAM” finalmente encontrarão eco.
Pag. 167 do livro:
(…) A esperança de vir a ser resgatado era a única luz a trazer algum conforto ao meu coração. Esta era uma luz vacilante, tênue e baixa, que apenas mais um sopro de desapontamento poderia extinguir definitivamente, relegando-me às trevas, até o final dos meus dias.
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Leila Oliveira 07/09/2020

12 anos de escravidão
Esse livro conta a história de um negro nascido livre, que foi sequestrado por traficantes cruéis, mercadores de escravos e que foi vendido como uma mercadoria. Relata o sofrimento dele é de ouros escravos de uma forma bruta, inimaginável, difícil até mesmo a leitura em certas partes, mas infelizmente verídica. Uma leitura que nos faz refletir até que ponto o homem vai por ambição. Relata seu trajeto no decorrer desses 12 anos e como conseguiu sair desse regime de escravidão.
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Ingrid_mayara 25/07/2017

Resenha do livro Doze Anos de Escravidão
Publicado pela primeira vez em 1853, Doze Anos de Escravidão é a narração da cruel e realista jornada a que foi submetido um homem cuja liberdade foi impedida por causa da cor da sua pele.

Solomon Northup nasceu no início do século XIX no norte do estado de Nova York. Sua mãe, aparentemente nasceu livre e seu pai havia sido libertado da escravidão antes de seu nascimento. Na infância, Solomon aprendeu a ler e tocar violino – uma de suas paixões que posteriormente fora seu conforto.

Aos 21 anos de idade, casou-se com Anna Hampton e juntos tiveram três filhos. Em 1841, atraiu-se por uma proposta de emprego devido ao seu talento musical e após cerca de um mês foi sequestrado, ficando sem dinheiro e sem documentos. Um senhor disse que o havia comprado, portanto ele era seu escravo. Nos 12 anos em que foi escravizado, teve três diferentes “donos”. Foi vítima de abusos dos mais extremos e constantes, sobre os quais relata com maestria e verossimilhança narrativa.

“Enganam-se aqueles que dizem que o escravo ignorante e sem estudo não tem ideia da magnitude das injustiças a que é submetido. Enganam-se aqueles que imaginam que, ajoelhado, ele se põe de pé com as costas laceradas e sangrando, cultivando apenas o espírito de submissão e de perdão.” (p. 130, versão e-book)

Assim como se lê na citação acima, há outras declarações acerca de sua objeção às pessoas que diziam (e dizem!) que alguns escravizados não sabiam da desumanizadora opressão na qual viviam.

Outro ponto a destacar no texto é o sentido religioso que muitos senhores de escravos acreditavam e utilizavam como argumento para suas agressões, como podemos ver na p. 67:

“Tanner tinha o hábito de ler a Bíblia para seus escravos no domingo, mas num espírito bastante diferente. Ele era um comentador impressionante do Novo Testamento. No primeiro domingo após minha chegada àquela fazenda, ele reuniu todos e começou a ler o décimo segundo capítulo de Lucas. Quando chegamos ao quadragésimo sétimo verso, ele olhou deliberadamente em volta de si e continuou: ‘O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor (...), nada preparou e lhe desobedeceu, será açoitado com numerosos golpes’”.

Sendo de certa forma contraditória que, segundo sua narração, o próprio Solomon também confiava no deus bíblico como conforto para suas aflições – mas não cabe a mim julgá-lo quanto a isso, apenas fiz esta observação porque de fato a resenha é de minha autoria.

Recomendo esse livro às pessoas que gostam de boas narrativas não ficcionais (que relatam a vida real) e que gostam de ler livros com descrições tão palpáveis a ponto de vir à tona sentimentos como: dor, angústia, raiva e outros; como também uma imensa esperança de dias melhores.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
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Maria 23/08/2021

Um must-read.
Já disse isso, vou dizer de novo: todo ser humano que vive neste planeta Terra deveria ler esse livro. É uma narrativa verdadeira de um dos períodos mais desumanos e monstruosos da História. Essa narrativa e essa parte da História é a prova de que o ser humano é o ser mais cruel a pisar sobre este solo.
Por muitas vezes ao longo do livro, precisei largá-lo e respirar um pouco, pois minha garganta parecia que ia fechar e eu ia passar mal. Esse livro me fez refletir muito sobre mim, minha vida, a História e os seres humanos no geral. Não acho que esse livro seja digno de nada menos que 5 estrelas.
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tabatatucat 19/09/2023

Uma leitura extremamente difícil e dolorosa, mas necessária. É importante não esquecer o que aconteceu com Solomon, já que ainda existem muitos casos de trabalhos escravos e tráfico humano nos dias de hoje.
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@Estantedelivrosdamylla 09/01/2021

Forte
Doze anos escravizado, sem liberdade, sem dignidade, sem respeito, sem família, amigos ou amor, sem vida. Imagina você, pessoa livre e detentora de direitos, ser sequestrada e transformada em escravo. Qual seria o peso disso em sua vida?

Foi isso que aconteceu com Solomon Northup, homem negro e livre do estado de Nova York, no norte dos EUA, que sob uma proposta de emprego foi levado ao sul do país (escravagista), teve seu nome trocado por "Platt" e foi submetido à Doze anos de escravidão.

Durante a leitura o pensamento que mais me vinha na cabeça era como deveria ser sufocante e mortal estar naquela situação. Nunca me imaginei perdendo a liberdade, e daquela maneira então. Solomon descreveu de maneira real o horror da instituição mais horrível que já existiu, mostrou a forma como os negros eram tratados, suas condições de trabalho, a visão do homem branco sulista para com eles, e por fim, que, apesar de existirem pessoas sem compaixão, amor ao próximo, há também outras que são o oposto, mesmo criadas e crescidas em uma sociedade falha.

Não assisti ao filme, e acho essas histórias extremamente importantes e curiosas. Porém, quando iniciei o livro (acho que pelo cansaço do meu corpo e mente) não consegui achar a leitura fluida, sendo na maior parte do tempo um pouco lenta, apesar de ter cenas fortes e que prendiam a minha atenção.

Por fim, recomendo a leitura desse livro todo (incluindo posfácio), principalmente como uma fonte de conhecimento sobre a instituição em questão nos EUA.
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Francisco.Martins 30/01/2022

Um livro curto mas uma história longa
"Realmente era difícil determinar o que eu deveria temer mais - cachorros, crocodilos ou homens!"

Começamos conhecendo um pouco da vida de Solomon. Um pouco do seu trabalho seu casamento e de sua vida familiar. Tudo vai muito bem até que ele recebe um convite de dois homens para viajar com eles onde supostamente solomon iria tocar violino num circo. Solomon acreditando nas palavras dos dois viaja com eles e numa certa noite ele passando muito mal desmaia e quando acorda sua vida não será mais a mesma por longos 12 doze anos.
O solomon nos conta sua jornada de uma forma tão simples mas tão verdadeira que é impossível parar de ler. Você sente a dor não somente do solomon mas de todos aqueles que eram escravizados ali com ele. Sente a crueldade e sinismo dos feitores que os tratam como meros animais.

" Trabalhar como as mulas de seu pai ser açoitado, chutado, e flagelado toda a vida dirigir-se ao homem branco com o chapéu na mão e olhar de forma servil para o chão, em sua mente era algo adequado a um escravo. Criados com tais ideias com a noção de que estava aquém da humanidade. Não é de admirar que os opressores de meu povo sejam uma raça tão impiedosa e cruel".
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Phelipe Guilherme Maciel 11/04/2018

Era rei e sou escravo, era livre e sou mandado.
Era rei e sou escravo. Era livre e sou mandado!
Onde a minha terra firme, áfrica dos meus amores.
Onde a minha casa branca, minha mulher e meus filhos.
Me trouxeram para longe, amarrado na madeira,
me bateram com chicote, me xingaram, me feriram.
Era rei e sou escravo, era livre e sou mandado.
(Milton Nascimento)

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que a escravidão dos negros nas Américas, na África e outros territórios não é um crime branco, como alguns querem que aceitemos. Reis negros já escravizavam outros negros muito antes do comércio negro tornar-se o mais importante motor da economia européia. Inclusive, esses mesmos reis negros foram os principais responsáveis pelo início disto tudo. Para eles, era extremamente lucrativo subjugar tribos mais fracas e trocar humanos por mercadorias vindas da Europa. Para os europeus, os lucros eram ainda maiores.

Esse livro é o relato de Solomon Northup, cidadão americano livre, negro, que sequestrado numa armadilha se vê obrigado a cumprir 12 anos de escravidão em fazendas diversas no sul dos Estados Unidos, em Louisiana. Solomon não era nenhum rei, mas ser livre num país escravagista, não fazendo parte da parcela que oprime e escraviza, é um feito digno de rei. A musica de Milton Nascimento relata muito bem o que significa este livro.

É normal vermos relatos de negros escravizados que conseguiram sua libertação, mas muito raro ver um livro onde um negro livre tornou-se escravo após 33 anos de vida pública livre.
Solomon foi atraído em sua terra, Saratoga Springs até Washington,onde foi provavelmente drogado e quando acordou, se encontrou preso, sem dinheiro e documentos, com mãos e pés agrilhoados. Tentou em vão argumentar que era um homem livre. Foi espancado até quase a morte e teve sua honra e suas convicções enterradas no fundo de seu coração, onde a crueldade humana não pudesse chegar.

Solomon fala muito dos benefícios de viver em um dos estados livres do Norte em seu livro, mas uma curiosidade que descobri era que os negros livres do Norte tinham menos direitos garantidos que os negros livres do Sul, e viviam em pobreza maior que aqueles livres em estados escravagistas.

Lendo este livro, percebi o quanto o mundo pouco mudou, desde o tempo de Solomon Northup. A escravidão existe até hoje (Na maioria das vezes a escravidão é ilegal). Homens livres são privados de sua liberdade ainda hoje. Há países escravagistas ainda hoje (Coréia do Norte e Sudão ainda possuem algum tipo de escravidão legalizada). Quando pensamos nesse aspecto, nos questionamos qual é então a maldita condescendência que nos domina, que nos pacifica de tal modo a não nos revoltar contra casos assim, em pleno século XXI.

Outra coisa que podemos perceber com a leitura desse livro são os reflexos que a escravidão gera num país. Solomon, ao ser resgatado, denunciou seus sequestradores, seus torturadores, mas mesmo sendo um homem livre, somente por ser Negro, não pode ele próprio testemunhar nas ações penais que foram criadas. Um pouco mais para frente, Negros foram proibidos de sequer entrar na justiça, nos Estados Unidos. Não podiam postular seu direito a justiça. Alguns anos mais para frente, mesmo após a abolição da escravidão, os Estados Unidos não se mexeu para exterminar também o nefasto sistema de Segregação racial, que separavam negros de brancos, que já existia na escravidão e se manteve forte até o início de 1970, muito depois das palavras de amor e liberdade dos Beatles, muito depois de Chuck Berry e B.B. King incendiarem o país com suas guitarras, somente quando Martin Luther King ergueu sua voz para dizer que tinha um sonho...
Um sonho de que os negros fossem iguais aos brancos, plenamente, e fossem vistos como capazes, valorosos, inteligentes, independente de sua cor de pele.

Estamos em 2018, e ainda hoje os negros não tiveram o holocausto que ceifou quantidades inimagináveis de pessoas através da barbárie e da crueldade da escravidão devidamente reconhecido.

Livros como este se fazem importantes, para manter frescos na mente das pessoas que barbaridades como essas não devem jamais tornar a acontecer.

Para que nunca mais uma pessoa tenha que ver na morte, a tão sonhada liberdade e o tão aguardado descanso.


"Seria uma felicidade para a maior parte de nós — pouparia a agonia de
centenas de açoites e mortes miseráveis por fim — se o generoso mar
tivesse naquele dia nos subtraído das garras de homens sem coração.
Imaginar Randall e a pequena Emily afundando para junto dos
monstros das profundezas é mais agradável do que pensar neles como
estão agora, talvez, levando vidas de trabalho forçado sem fim."
Salomão N. 11/04/2018minha estante
Cara, estou lendo "A Democracia na América", do Tocqueville. Li mais de 400 páginas até agora e ele só fala de escravidão em duas ou três páginas.
É estranho demais.


Phelipe Guilherme Maciel 11/04/2018minha estante
Salomão, nesse livto mesmo Solomon ja dizia como era normal para eles a escravidão. Era tão normal, que havia casas de negros na mesma rua que o Capitolio, onde foi promulgada uma constituição que dizia que todos os homens eram iguais. Ele próprio, antes de ser sequestrado, via a situaçao de outros negros "de fora". Não se envolvia. Veio a se envolversomente após a escravidão.
Quero entender mais sobre os mecanismos que validavam a escravidão no Brasil e nos EUA principalmente, pois o assunto é realmente impactante.


Wilderlane Oliveira 24/10/2019minha estante
Muito bom esse esclarecimento inicial sobre o processo da escravidão. São poucas as pessoas que possuem essa consciência sobre o tema.




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