@thereader2408 25/01/2022Ouçam a voz de Solomon Northup"Não haverá tranquilidade nem sossego na América enquanto o negro não tiver garantidos os seus direitos de cidadão...A luta dos negros por liberdade e igualdade está longe do fim", disse Martin Luther King na marcha pelos direitos civis na Pennsylvania Avenue em 1963. Quase um século antes, nesta mesma avenida, Solomon Northup foi arrastado para o seu pior pesadelo.
Solomon nasceu livre e assim viveu seus primeiros 33 anos. Ele vivia com a esposa e três filhos no Norte dos EUA, Nova York, era violinista, sabia ler, escrever e viajava bastante em um período em que parte do país ainda sucumbia à cultura da escravidão que foi abolida, primeiramente, no Norte, enquanto o Sul dos EUA permaneceu escravista. Para Solomon a escravidão estava longe de sua realidade, mas tudo mudou quando ele foi sequestrado e vendido como escravo para uma fazenda sulista em 1841, onde permaneceu por 12 anos.
A diferença entre Norte e Sul dos EUA é visível ao acompanhar a odisséia de Solomon: no norte era livre e no sul foi escravizado. E por mais que ele alegue que um dos seus primeiros "donos" era bom e gentil, essa informação é um tanto quanto questionável. Ele dedicou seu livro a Harriet Stowe, autora de "A Cabana do Pai Tomás" (1852) que inspirou os abolicionistas da época.
Tragédias como a escravidão e o Holocausto são retratadas em várias mídias como A lista de Schindler (1993), Amistad (1997), O menino do pijama listrado (2008), Bastardos inglórios (2009), Django livre (2012) e outros que nos mostram como a bárbarie pode ser institucionalizada. Esses acontecimentos estão atrelados ao contexto de cada época, mas é preciso ter cuidado porque determinados eventos retornam repaginados.
A escravidão foi o reflexo de um momento histórico, político e social do passado, mas é importante entender suas implicações no presente. Hoje há uma tentativa de reparação aos negros, pelos preconceitos e dificuldades socioeconômicas enfrentadas que são consequências da escravidão. E para entender o que foi e para nunca repetir temos que ouvir as vozes de Frederick Douglass, Sojourner Truth, Harriet Ann Jacobs, Olaudah Equiano...
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