Resenhas - Nada de Novo no Front

Arthur.BordAo 09/02/2024

A maior mensagem antiguerra do último século
Erich Maria Remarque apresenta um retrato da guerra em sua forma mais crua: somente o fantasma da morte não abandona os soldados. As doenças, a fome, a lama, os ratos, as bombas, o fogo, o gás, o medo compartilham o protagonismo com um grupo de estudantes que, inflamados pelo altruísmo de defender sua própria nação, são mandados às linhas de frente para lutar por uma causa que não os reconhece senão como meros números descartáveis. A juventude perdida no front nos lembra que todos morrem na guerra, até os que sobrevivem.

Rayliterando 06/02/2024

Somos reflexos de algo que nem ao menos escolhemos...
"Que venham os meses e os anos, não conseguiram tirar mais nada de mim". Eu diria que esta é a frase mais marcante de uma história, feita de pessoas, vítimas, pobres pessoas.
São reflexos de sacripantas, que sentaram na poltrona de um parlamento e assinaram papéis, que comprometem pessoas que nem ao menos conhecem.

Joao 04/02/2024

O livro é muito bem escrito e traz profundas reflexões acerca da guerra e da nossa própria condição humana.

Aborda de maneira muito perspicaz os horrores da guerra, mas não se resume a isso. Aprofunda até mesmo em questões políticas e nos faz entender que aqueles que vivemciaram a guerra nas trincheiras foram meras marionetes dos absurdos perpetrados por aqueles que nem sequer pisaram nesse terreno manchado de sangue.

Mostra também que não existe um lado certo ou errado. Existe apenas lados opostos. Mostra que os soldados nem sequer sabiam o porquê ou por quem estavam lutando. Apenas objetivavam sair do front vivos.

A cena em que o protagonista da história mata o soldado francês é uma das cenas mais comoventes do livro e ao mesmo tempo uma das que mais nos fazem refletir. Eis um trecho da cena:

"? Companheiro, não queria matá-lo. Se saltasse novamente aqui para dentro, não o faria, se você também fosse razoável. Mas, antes, você era apenas um pensamento, uma dessas abstrações que povoam meu cérebro e que exigem uma decisão... Foi essa abstração que apunhalei. Mas agora, pela primeira vez, vejo que é um ser humano como eu. Pensei nas suas granadas, na sua baioneta e no seu fuzil. Agora, vejo sua mulher, seu rosto e o que temos em comum. Perdoe-me, companheiro. Só vemos as coisas tarde demais. Por que não nos repetem sempre que vocês são também uns pobres-diabos como nós, que suas mães se inquietam como as nossas e que temos o mesmo medo da morte e morremos do mesmo modo, sentindo a mesma dor?..."

Rene.Guimaraes 01/02/2024

1° Guerra Mundial pelo ponto de vista de um soldado alemão.
Se quiser entender como vivia na pele os soldados alemães durante a primeira guerra, a tecnologia da época, a escassez e o turbilhao de sentimentos e emoções que se passa ao estar na linha de frente de uma guerra esse é um convite pra você.

Momentos impactantes, tristes e até mesmo engraçados rolava no front, a linha de frente do exército alemão que suportou por praticamente 4 anos a grande guerra com os Franceses, Ingleses e por fim os Americanos até a "derrota" que hoje todos os livros de história mostram.

Espero que gostem pois pra mim valeu cada minuto!

Carol 01/02/2024

It?s quicker and easier to eat your young
Saí dessa leitura com um gosto amargo na boca. Não sei nem o que estou sentindo, por isso vou escrever aqui o que me vêm à mente e vocês que me dizem.

É interessante porém também horrível perceber o quanto isso aqui é atual. Percebi que certamente nos acostumamos com a guerra, a da Ucrânia logo mais faz aniversário de novo. Mesmo que as circunstâncias tenham mudado, e que a tecnologia tenha avançado, o homem não mudou. Ainda não sabemos lidar com conflitos e ouso dizer que nunca vamos saber, não vai dar tempo de aprender.

A guerra acaba sendo isso, a decisão de uma minoria influente, que maneja o tabuleiro de batalha sacrificando gerações de crianças assustadas. E que sentido tem a vida delas? São homens sem identidade. Que impotência têm perante a tudo que lhes acontece.

Hozier escreveu recentemente uma música chamada ?Eat Your Young?, e lembro dela toda vez que penso sobre esta impotência. A impotência que senti quando passamos pela pandemia e vi toda aquela gente morrer por conta de uma ideologia burra, e que definitivamente esses soldados sentiam vendo que, no final, milhões de pessoas morreram e passaram fome por conta de alguns quilômetros de terra e pela ganância de seus líderes.

Vivem dizendo que o futuro são os jovens, mas o que esperar dos jovens que passaram por tudo isso?

Não sei. Talvez esse seja um daqueles dias em que me arrebata uma descrença completa pela humanidade. Mas talvez devêssemos fazer de livros como este leitura obrigatória nas escolas. Afinal:

?Como é inútil tudo que já foi escrito, feito e pensado, quando não conseguem evitar estas coisas!?

AnaLugolima 30/01/2024

Nada de novo no front
?Sou jovem, tenho 20 anos, mas da vida conheço apenas o desespero, o medo, a morte e a mais insana superficialidade que se estende sobre um abismo de sofrimento?.
Nada descreve melhor o livro do que está passagem.

hiagolousada 27/01/2024

Ótimo livro!
Uma visão impressionante da guerra, com o olhar do soldado no pré, durante e após as batalhas. Uma opção para quem tem curiosidade sobre o que se passa nos conflitos e tem interesse pela análise psicológica destes momentos.

aline221 18/01/2024

Absolutamente incrível!! livro bem escrito e com profundidade. que mostra o lado da guerra em que talvez muitas pessoas não pensem.
são levantados questionamentos sobre como se inicia uma guerra e quem se beneficia com ela, vemos o lado de sofrimento, angústia, perda de identidade.
como também se vê a juventude sendo roubada, adolescentes deixando suas casas e sendo forçados a crescerem e irem defender o seu país. o autor também traz o sentimento de saudades do passado, mostra que uma vez que você vê o horror da guerra, a sua inocência não volta mais.
isso é mostrado quando o personagem vai para casa em uma de suas licenças e não consegue se enxergar, acha a vida "normal" estranha e só pensa no que está acontecendo nas trincheiras.
esse livro superou todas as expectativas que eu já tinha colocado antes de ler, adorei muito.

BRUNO799 11/01/2024

Dramático, triste e realista.
É um livro fantástico que te pretende do começo ao fim, diferente de outros livros aqui a história é contada pelo lado perdedor da guerra, ele retrata muito bem as atrocidades que ocorrem na guerra, momentos em que a humanidade se perde e se vive como um selvagem.
Mas também retrata seus momentos de medo, sofrimento e até mesmo alegria em meio ao caos.
.
As pessoas ouvem e leem sobre a guerra e tiram suas próprias conclusões, quando de fato somente quem vivenciou a guerra sabe o que se passou, e enquanto soldados tentam esquecer o ocorrido pessoas lhe pedem detalhes e isso também é retratado no livro e achei muito interessante.

Lessa_Luca 04/01/2024

Nada de Novo no Front
Nada de novo no front é um dos livros mais bem escritos que eu já li. Ele sabe o jeito perfeito de organizar as palavras para fazer você se sentir afetado por elas. As cenas se podem desenhar na sua cabeça com o horror, nojo, desespero que as suas frases contam. Para mim isso é o mais importante de um livro e o que determina se ele é apenas bom ou perfeito, é o quanto você se sente afetado por ele e quantos sentimentos ele transmite.
A única critica que eu posso fazer é sobre a organização, os capítulos são muito longos, sendo que muitas vezes tratam de assuntos e acontecimentos muito distintos, tento diversas divisões dentro do próprio capitulo. Isso seria facilmente resolvido se apenas fosse dividido entre capítulos menores.

Nada de novo no front é um daqueles livros que eu não consigo apontar falhas. E é o quarto livro que eu considero perfeito. Leitura obrigatória de se fazer uma vez na vida.

Erick Macedo Pinto 31/12/2023

Um relato histórico e pesado
Tags de recomendação: Clássico; Histórico; Guerra; Primeira Guerra Mundial;

Seco, intenso, emocionante, duro. Mas necessário. "Nada de Novo no Front" é o relato cru de um jovem alemão que no início de sua fase adulta, descobrindo os prazeres da vida, foi dragado para o centro de uma guerra que não era dele, ele não queria, não a pediu. Assim como muitos de seus companheiros.
É um livro curto, mas com um texto pesado, que mostra o lado verdadeiro de quem de fato vivenciou essa guerra estando na linha de frente. Tem reflexão? Tem. Tem poesia? Também. Mas tudo para revelar os horrores de um conflito sem vencedores. O soldado aqui é de fato um sobrevivente na batalha. Sem saber o que lhe aguarda ali na frente. Estará vivo? Seus companheiros estarão ao seu lado? Estará novamente no front? Vai pra retaguarda? Apenas maia uma peça descartável no tabuleiro de xadrez dos poderosos que com ordens de quem não vivenciam o dia a dia mais difícil da guerra, mas querem ser lembrados pela história com alguma relevância.
É surreal ver tudo o que a guerra é capaz de fazer com um grupo de jovens. Desde seu amadurecimento acelerado, a psique por ter contato com situações extremas, estressantes e lidar com variações de estado anímico abruptas. Tudo isso modifica para sempre o homem e tudo que vem depois: a forma como ele enxerga e leva a vida após esse evento, o que ele pensa de mundo e sociedade. Não a toa que o autor se tornou um pacifista após o conflito e a própria obra é tida como algo desse gênero.
Esqueça toda a propaganda, filme, série e/ou romances históricos sobre guerra, ou essa guerra em específico. Caso queira ter uma noção da realidade do que acontece nas trincheiras, e da forma que acontece, este certamente é um dos livros necessários.

Beth 29/12/2023

Uma história sensível escrita por alguém que viveu os horrores da guerra.

De certa forma, é curioso como esse tipo de narrativa sempre me pega. Não tenho nenhum tipo de relação direta com as grandes guerras mundiais, minha família não tem qualquer ligação com elas, mas ver nessas narrativas os jovens soldados tão perdidos, desesperançosos, amedrontados, é algo que mexe muito comigo. Não sei dizer o porquê. Talvez me coloque no lugar, talvez pense se fossem meus entes queridos ali, não sei, mas tudo fica sufocante.

É de partir o coração acompanhar o protagonista através de tantas perdas ao mesmo tempo que tenta encontrar o que ele mesmo perdeu no caminho, sem saber se vai conseguir.

É uma história dilacerante e faz crescer a percepção de que, numa guerra, todos saem perdendo.

fabiofabiofabio 22/12/2023

Deveria ser leitura obrigatória
Simplesmente um dos livros que achei mais necessários nesses últimos tempos. não há como pontuar antes outra coisa: a guerra não acaba bem para ninguém. esse livro é uma aula
narração, tema e execução simplesmente 10/10. desde o início, o autor atinge um ponto de excelência narrativa incrível e o mantém praticamente durante toda a
trajetória da obra, que tem justamente a duração certa: não vai mais longe do que precisa e não acaba abruptamente. nada de drama, elementos de padronização de narrativa, tentativas miseráveis de tirar um suspiro ou outro do leitor. a narração é HONESTA e real, o que coloca esse livro em um patamar diferente. simplesmente imperdível.

Nathane6 20/12/2023

Triste
Peguei esse livro sem muito entusiasmo e fiquei impressionada. Nas primeiras páginas acabei chorando e o larguei. Dei uma segunda a chance e fui até o final. Que história pesada. Há momentos em que a narrativa é bem crua e realista e em outros bem Poética. A guerra e suas hipocrisias. Sempre destruindo meninos através de sua maldade inesgotável.