de Paula 03/09/2020
Livro atemporal
Meu primeiro contato com Charles Dickens foi lendo o expliendido David Copperfield. Como queria muito ler mais alguma história do autor por quem me apaixonei, decidi ler o livro que já tinha na estante: Um conto de Natal, mesmo sendo início de setembro (convenhamos que em 2020 não temos de fato ideia do que fazer com essa questão).
A história é bem conhecida, embora sua leitura seja deliciosa. É muito interessante acompanhar a narrativa em terceiro pessoa, com algum viés de ironia, sobre o avarento, muquirana, unha de fome Scrooge. Ele, como tantos outros em seu tempo e até hoje, se recusa a comemorar o natal e pensa que todos devem agir da mesma forma. Depois de receber uma visita inesperada de seu antigo sócio falecido, ele tem a oportunidade de reencontrar um motivo para comemorar está data tão importante (mesmo que não seja exclusiva do cristianismo).
Claramente ele teve natais felizes, só que a mudança de seu estilo de vida o levou a perder o apreço que tinha por uma comemoração tão simples, o que gerou inúmeras perdas de que ele nem se dava conta. Ao ver seus conhecidos e contemporâneos comemorando felizes, sua visão começa a mudar, mas o choque só vem com a visita do espírito do natal futuro. Esse meus amigos, é o ponto alto da história, onde de fato as cartas são colocadas na mesa. O que mais me toca é o desenrolar da vida do pequeno Tim, é de dilacerar o coração mais gelado que exista.
Vale muito a pena acompanhar esse enredo, em qualquer época do ano, em qualquer ano. As reflexões sociais incutidas sob um aspecto amoroso e natalino são importantes ainda hoje, considerando que a história foi escrita em 1843.
Deixo o meu elogio a essa edição belíssima da Antofagica, cheia de detalhes e textos de apoio, com ilustrações belíssimas. É um exemplar a se ter como patrimônio.