Fernanda631 05/07/2023
Autoridade (Trilogia Comando Sul #2)
Autoridade (Trilogia Comando Sul #2) foi escrito por Jeff VanderMeer.
Em Aniquilação, conhecemos a Área X – uma espécie de reserva misteriosa, cercada por uma fronteira invisível – a partir da experiência da bióloga, em meio à décima segunda expedição ao local organizada pelo Comando Sul, que é uma agência secreta do governo.
Já em Autoridade, nos deparamos com uma nova perspectiva da região e dos mistérios que a envolvem. É que a história agora é protagonizada por John Rodriguez, mais conhecido como Controle, que é contratado para o posto de diretor no Comando Sul – a pessoa que ocupava o cargo anteriormente está desaparecida.
Nesse livro nos deparamos com o que aconteceu depois do fracasso da 12° expedição. Vemos a parte burocrática e conhecemos o lado obscuro da agência de pesquisa responsável pelas expedições à Área X.
Nesta área, algum evento bizarro aconteceu, mas ninguém conseguiu obter uma explicação para ele: formou-se uma fronteira invisível, como um campo magnético super potente, e só o Comando Sul possui a fórmula que permite que seres humanos a atravessem. Além disso, a natureza tomou conta do local delimitado pela fronteira, comportando-se de forma atípica e anormal para os padrões terrestres. As pessoas que aceitam participar das expedições se suicidam, assassinam umas às outras ou voltam de lá esvaziadas, sem personalidade e sem sentimentos.
Nessa jornada acompanhamos Comando (John Rodriguez) novo diretor do Comando Sul que é conhecido como um “resolve problemas/quebra galho” nunca tendo ficado muito tempo em um mesmo cargo. Ele basicamente chega, descobre o problema, resolve o problema e é obrigado a partir para a próxima missão. Porém, em sua nova missão, Comando se depara com uma agência cheia de segredos, mistérios, em situação de falência e para completar tendo que lidar com uma vice-diretora que não aceita que ele tenha assumido o cargo.
Se em "Aniquilação" o leitor não possui quase nenhuma informação sobre a agência secreta, este segundo volume tem todo seu enredo ao redor dela e descreve, não apenas suas instalações, como os profissionais que lá trabalham e os processos que utilizam.
Em linhas gerais, o Comando Sul é uma instituição fracassada, que está fadada ao fim e ao controle da Central, que detém o poder e as decisões relevantes sobre a Área X. A credibilidade do Comando Sul decaiu ao longo dos seus trinta anos de existência, pois nenhuma das expedições enviadas fez descobertas sobre a Área X. Suas instalações físicas estão abandonadas, e as pessoas ali trabalham em meio à sujeira, bagunça e depredação. Os próprios profissionais não acreditam mais em suas missões, e tornaram-se apáticos e inúteis.
Nesse livro temos uma temática mais investigativa, acompanhamos John Rodriguez em suas descobertas sobre a Área X, descobrimos um pouco mais sobre as 12 expedições anteriores, um pouco mais sobre a antiga diretora, sobre quem está por trás das ordens que ele vem recebendo e novamente terminamos com mais perguntas do que respostas.
Dentro da organização, que está mergulhada no caos, Controle começa a penetrar os segredos da Área X. Desgastado, estudando relatórios produzidos ao longo de trinta anos e vídeos de antigas expedições, e encarando interrogatórios com a bióloga que parecem não levar a lugar algum, Controle se vê frente a frente com algumas descobertas perturbadoras.
Neste segundo volume da trilogia, a gente começa a descobrir mais sobre o Comando Sul e a perceber que muitas coisas parecem erradas dentro da organização. Alguns funcionários são hostis, outros são bem esquisitos e, ainda, alguns parecem se incomodar com a presença de Controle.
Ao mesmo tempo, Controle está emocionalmente fragilizado, já que também precisa enfrentar algumas verdades que até então desconhecia sobre si mesmo e sua própria vida.
Os momentos que mais impulsionam a trama, a meu ver, são aqueles ligados à figura da bióloga. E também, devo ser justa, os capítulos finais elevam os níveis de tensão e o desfecho é digno de deixar qualquer um louco pelo terceiro livro.
O fascínio e o horror continuam com tudo, bem como toda a aura bizarra que permeia a história, que é classificada como “New Weird”, uma vertente da ficção científica.
Essa obra é do gênero “New Weird” subgênero literário que unifica elementos do Horror, da Fantasia e da Ficção Científica, causando um certo estranhamento proposital no leitor.
A premissa é muito boa, mas o problema é que o livro é muito confuso, na tentativa de fazer algo grandioso e explicar pontos que ficaram em aberto no livro anterior, o autor parece ter se perdido e faz o leitor se perder também. O livro é difícil de acompanhar e de se apegar e/ou criar laço com os personagens, até mesmo o personagem principal se mostra um pouco cansativo.