MiCandeloro 02/12/2014
Fofíssimo e divertido!
Kenzi é uma mulher de quase 30 anos que sonha em se casar e ter filhos. A vida toda sentiu-se inadequada em sua família. Parecia que, por mais que se esforçasse nada do que ela fazia era bom o suficiente para os Shaw.
Ainda mais depois que Grayson, seu irmão mais velho, se casou com Ren. A cunhada era perfeita. Uma médica bem sucedida, uma nora exemplar, a filha que a mãe de Kenzi sempre desejou ter e não teve. Kenzi não podia competir com Ren porque sempre saía perdendo.
Mas agora, finalmente, a vida de Kenzi havia entrado nos eixos. Depois de ser abandonada por Shane e sofrer as pitangas, conheceu Bradley, de quem estava noiva. Para completar, tinha um cargo importante numa agência de publicidade. Seus dias de pintora excêntrica e garota romântica e impulsiva tinham ficado para trás.
Entretanto, o destino decidiu brincar com a vida de Kenzi. No dia em que foi anunciar o noivado para a família, Ren disse que estava grávida, ofuscando o precioso dia que deveria ter sido dela. Para piorar, descobriu que estava prestes a ser demitida, já que a agência sofria graves problemas financeiros. A perspectiva de receber o bônus e investir nos preparativos do casamento já era. Mais do que nunca ela precisava conseguir a conta do cliente misterioso para quem estava trabalhando.
Só que Shane voltou para a cidade, e decidiu adicioná-la no Facebook, mexendo com seus sentimentos e botando em prova tudo aquilo que ela tinha como certeza na vida. Kenzi terá que decidir de uma vez por todas se está pronta para viver uma vida de aparências, baseando-se no que os outros acham melhor para ela, ou ser fiel a si mesma e ir atrás de um amor de cinema, como sempre sonhou.
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!
***
Não é segredo para ninguém o quanto sou fã de chick-lit. Quando me deparei com a capa de Um amor de cinema e li a sinopse, imaginei que a história devia ser muito fofa e engraçada, e não me decepcionei.
À primeira vista, pode aparentar se tratar de uma trama clichê, mas isso não significa que o livro não seja bom, ao contrário. A escrita de Victoria, em primeira pessoa, é muito fluida e deliciosa, e extremamente cômica. Além disso, a autora nos presenteia com inúmeras referências cinematográficas daquelas comédias românticas das quais adoro e assisti diversas vezes na adolescência. Me deu vontade de rever todinhas e de suspirar pelos mocinhos e vibrar com as conquistas das nossas heroínas.
Me identifiquei demais com Kenzi. Fiquei muito triste por ela se sentir tão errada e ser tão subestimada dentro do seu próprio lar. É horrível quando tentamos incessantemente agradar aos outros e orgulhar nossos pais a ponto de nos anularmos e nos transformarmos em outras pessoas somente para nos sentirmos aceitas.
Kenzi é uma garota que luta contra tudo o que gosta e contra si mesma para tentar se encaixar num determinado padrão estabelecido pelos outros. Ela no fundo sabe que tem algo de errado, mas mascara esse sentimento a todo custo. Quando Shane retorna a sua vida e põe todas as certezas da personagem a prova, seu castelo de cartas de baralho cai, e ela fica furiosa por causa disso, justo agora que estava dando tudo "certo".
“Não escolha o melhor homem, escolha o homem que faz de você uma mulher melhor”.
Num primeiro momento, morri de raiva de Shane. Quem ele pensava que era para vir esculhambar a vida de Kenzi depois de tantos anos? Isso era puro egoísmo e prepotência da parte dele. Por outro lado, ele era o único que a enxergava de verdade, e percebeu o quanto ela estava infeliz, forçando-a a resgatar seu "antigo eu" e tomar certas atitudes.
"É parte do meu plano. O plano subir-na-torre-e-resgatar-aquela-pessoa. E quem estou resgatando? Eu mesma. A garota com tinta no cabelo que ainda acredita em contos de fadas, só que esta é a versão adulta. Porque talvez não exista um feliz para sempre com alguém; talvez tenha a ver com ser feliz consigo mesma."
Um amor de cinema me arrancou muitas risadas, fez meu coração pular de tantas enrascadas nas quais Kenzi se meteu e me fez derreter por todas as cenas delicadas e românticas inseridas na história. Certamente é uma obra não só para nos fazer passar o tempo e relaxar, como para nos fazer pensar sobre se estamos realmente satisfeitos com o rumo que tomamos, lembrando que nunca é tarde para jogarmos tudo para o alto e recomeçar.
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