Gabriel 13/07/2015
"- Só sei que gosto de estar aqui com você e não consigo me imaginar querendo mais ninguém. Isso basta para você?"
Sinceramente, eu precisei de um tempo para digerir as informações contidas nesse livro. Não conseguiria escrever nada sobre ele sem antes fazer uma boa reflexão.
Vou me ater primeiro aos fatos narrados no livro.
Primeiramente, temos a família Khederian. Sim, eles são Armênios. Eu particularmente nunca tive o interesse de pesquisar nada sobre a cultura e tradição desse grupo étnico, mas confesso ter ficado surpreso com os detalhes expostos tão cuidadosamente no livro. Mas continuando... Os Khederian seriam mais ou menos como para nós, brasileiros, os conservadores, pois são muito tradicionalistas no que se refere à sua própria cultura. Não aceitam nada que esteja ao padrão "desses americanos" ou fora de seus próprios padrões (para ilustrar essa característica, temos as hilárias e bem descritas cenas nos restaurantes americanos - hilárias, porém de forma em demasia constrangedora. Isso não quer dizer, como verão no livro, que são aqueles preconceituosos ignorantes, como costumamos pensar quando lemos a palavra "conservador"). E é dessa família que sai um de nossos protagonistas, Alek, um menino de 14 anos que vive sua vida pacata em Nova Jersey. Alek é um garoto dotado de uma visão que vai além dos padrões de sua comunidade armênia e, por conta disto, questiona quase tudo o que sua família faz.
Quando sua família o coloca em um curso de verão nas férias para melhorar suas notas enquanto todos irão tirar férias e viajar, nosso rapaz se vê consternado, no entanto impelido a abaixar a cabeça e aceitar (como sempre). Só que o que Alek não poderia imaginar, é que Ethan, um dos garotos da turma dos "desistentes", estaria fazendo uma de suas matérias com ele. E a partir do momento que eles têm sua primeira conversa, Ethan o arrasta para um show de Rufus Wainwright na perigosa, porém libertadora Nova Iorque, e o apresenta um novo mundo, "longe" da pacata Jersey.
Alek, então, conta com a ajuda de sua melhor amiga, Becky (que propõe os melhores e mais engraçados diálogos do livro com Alek e Ethan), para desvendar o que ele realmente sente por Ethan. Seriam somente amigos? Ou queriam algo mais...?
O restante da narrativa é cheio de aventuras, onde o autor brilhantemente nos mostra como duas pessoas tão diferentes podem se ajudar a enxergar o mundo como nunca haviam feito antes, se abrindo para novas experiências culturais.
One Man Guy é a primeira obra de Michael Barakiva que excepcionalmente homenageia Rufus Wainwright (dado o título de uma de suas músicas - One Man Guy) com este "parque de diversões e emoções".
Confesso que este é o primeiro livro que leio do tema (e não me refiro somente à categoria romances românticos, mas também com a temática literária homossexual), mas à todos que alguma vez já se interessaram pela temática, sinceramente recomendo, com muito amor, esta obra.
"- Basta"