Drics 04/08/2015Galveston, um romance policial com viés existencialOlhando a bagagem de Nic Pizzolatto, eu sabia o que esperar de Galveston ao me deparar com a premissa: um matador de aluguel com câncer terminal no pulmão. Sacou?
Publicado originalmente em 2010 e trazido pela Intrínseca mês passado (junho/2015), Galveston traz alguns aspectos da série da HBO, destaques para a história envolvente e melancólica e para a escrita crua e dura.
Personagem bruto, porém de carne e osso; escrita dura, história orgânica, livro intenso, introspectivo e viciante.
Com pouco mais de 230 páginas, o livro é dividido em 5 partes, alternando eventos que ocorreram no passado (ano de 1987) com o presente de Roy (20 anos depois, ano de 2008).
Narrado em primeira pessoa, temos uma relação mais profunda com Roy Cady, que apresenta dualidades ao leitor: sua história no aspecto de "condenação" em paralelo à "redenção"; e sua humanidade ora dolorida, ora empática. O autor não tem uma narrativa completamente niilista por conta disso, o texto tem ar de poesia cruel - se é que posso assim dizer - é ágil, direto e com diálogos marcantes.
Difícil, talvez, seja classificar o livro em um único gênero. Galveston tem uma inegável atmosfera noir, elementos de literatura criminal e desenvolve a trama para uma reflexão filosófica de forma sútil. Pra mim, um prato cheio.
Depois de toda a intensidade do personagem Roy Cady e sua história, a última frase do livro me deixou olhando pro nada por uns 10 minutos. Fiquem curiosos ou leiam.
site:
http://redatorademerda.com.br/2015/08/resenha-galveston-nic-pizzolatto/