Martony.Demes 07/03/2022
Você deve perguntar: como assim? Quando estamos falando de Gabriel Garcia Marques e seu realismo mágico, tudo é possível.
E é isso. Fechando o último livro que possuo do Gabo, resolvi ler há alguns dias atrás: Olhos de cão azul - Gabriel Garcia Marques
Quando se trata de Gabo, elogiadissimo escritor colombiano, nos remete de imediato, Cem anos de solidão e seu fantástico realismo mágico que nos transporta para outras fronteiras da realidade. E Olhos de cão azul tambem nos leva para outro contexto, desta vez a da morte.
A obra é um conjunto de contos que, em geral, aborda sobre o tema da morte sobre diversas dimensões, situações e complexidades. Eu confesso que tive dificuldade de entender algumas histórias. Mas são contos bem interessantes que nos fazem pular o muro da vida e conhece a morte sob outra perspectiva. Em alguns casos, entendo eu, que Gabo não colocou fronteiras entre vida e morte! Talvez tenha isso essa a intenção dele.
Não dá para escrever sobre os 11 contos então escolhi 4 que achei interessante e vou expor:
O primeiro conto, a Terceira reunucia, temos a narrativa além do túmulo, cujo protagonista, um morto, reflete sobre as sensações de estar em um caixão;
O conto seguinte, a outra costela da morte, apresenta a morte de um irmão gêmeo a qual é sentida pelo irmão que ainda vive;
O conto Olhos de cão azul nos tras uma mulher que aparece nos sonhos de um homem e sempre impõe a mensagem "olhos de cão azul". Isso tem um propósito, claro.
E outro que escolhi é o A noite dos Alcaravões: nessa história, três homens vagueiam pelas ruas quando tem seus olhos arrancados pelos pássaros.
Podemos ficar aversos a esses contos: "Nossa que histórias macabras". Porém, Gabo nos remete a um tom romantico e humano. E descobri depois que o autor viveu parte de sua infância no México e lá a morte é celebrada tradicionalmente. E "Los Muertos, antepassados, os protegem e guiam.
Eu também recomendo a leitura, especialmente para quem gosta de histórias de terror. Mas, como eu disse, Gabo colocou em um tom bem sutil e poético!