Kellen 08/03/2012
Antes de Morrer
O livro de Jenny Downham foi escolhido por minha amiga secreta do Clube do Livro – Alana – para a minha leitura de férias. Sempre estive muito curiosa para acompanhar a história da protagonista, mas estava me preparando para tudo que ia encontrar no livro antes de realmente tirá-lo da estante. Assim que peguei o livro para começar a ler eu já afirmava que ia chorar muito, afinal, é o que se espera de um livro com esse título e com o tema que aborda: o câncer terminal em uma adolescente de 16 anos.
Tessa Scott descobriu no inverno dos seus 13 anos o seu diagnóstico. Sua mãe havia abandonado a família quando ela tinha 12 anos, ela vivia com o pai e o irmão mais novo, Carl. Desde que descobriu a doença, o pai de Tessa se dedicou integralmente à ela, largou o emprego e tudo o que pensava era na melhora da filha, no bem-estar dela. Só que ter uma doença como esta em uma fase de tantas mudanças não é nada fácil. Na verdade, não é fácil em idade nenhuma, mas acho que vocês me entenderam.
A protagonista desse drama é só uma menina, que ainda não experimentou muitas coisas da vida, que teria “n” experiências para viver, mas agora ela tem pouco tempo, cada vez menos tempo, para poder realizar o que gostaria. Então, Tessa decide fazer uma lista do que ela gostaria de fazer antes de morrer e para isso pede ajuda de sua melhor amiga, Zoey. A amiga no começo não acha a ideia boa, mas depois decide ajudar, se é essa mesmo a palavra que melhor se encaixa na situação.
O fato é que Zoey parece ser mesmo nome de piriguete, foi a primeira coisa que pensei quando as coisas começaram a desenrolar no livro. Lembrei direto e comparei, claro, com Zoey Redbird, de House of Night, a piriguete mor. Voltando, a primeira coisa na lista de Tessa era fazer sexo. Qualquer pessoa com um pouco de juízo a faria pensar sobre o assunto. Mas Zoey não, ela veste Tessa no vestido mais “periguetoso” e a leva para uma balada. Lá aponta um cara, que tem um amigo, e depois anuncia que elas estão indo para a casa deles. Simples assim.
Depois a lista vai ganhando outros itens absurdos, até que chega em coisas boas, mas muita loucura é feita no meio do caminho. Não me emocionei com o livro tanto quanto eu pensava. Na verdade, só chorei em uma parte, relacionada ao irmão de Tessa, que é uma criança simplesmente adorável. Acho que eu esperava encontrar na lista de Tessa algo como nadar com os golfinhos e outras coisas fofas assim. Mas o que encontrei foi sexo, drogas, roubo, etc.
Tessa era muito revoltada, eu sei que ela tem motivo, mas houve várias situações em que eu queria entrar no livro e dar uns belos sacodidões nela. Ela teve muitos momentos egoístas, frios e insensíveis. Eu entendo que Tessa estava sofrendo, mas não era só ela, né? Imagina a dor de um pai que tem que perder as esperanças, a dor de um irmão que quase não entende tudo aquilo que ocorre na sua casa. Na verdade, para mim, com suas atitudes, ela mostrava que não dava valor a tudo o que o pai dela fez. Ela aprontou tanto, que o pai dela chegou a chamá-la de monstra e isso é extremo.
Então ela conhece Adam, seu vizinho, e os dois têm muita química, uma atração sem explicação, mas com prazo de validade. Em um primeiro momento, eles se afastam, para que sofrer mais, não é? Só que quem não gostaria de ter uma pessoa que a ame, que dê carinho, que a chame de linda e tudo o mais? Adam é um sopro de vida para Tessa. E é um cara digno, um cara que ganhou o meu respeito, o mocinho perfeito para a história de Tessa.
A escrita de Jenny é envolvente e real. Foi muito elogiada pela crítica, mas com todos os ingredientes que tinha em mãos, poderia ter sido muito mais emocionante. Minha experiência com ele poderia ter sido mais emotiva. Acho que mesmo com um assunto tão triste, nós ainda queremos poder sonhar, romancear as coisas. O livro é bom, mostra a realidade de uma menina igual a muitas pelo mundo. Com uma rebeldia justificável, mas ainda assim, em alguns momentos, exagerada.