Tia Júlia e o escrivinhador

Tia Júlia e o escrivinhador Mario Vargas Llosa




Resenhas - Tia Júlia e o Escrevinhador


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Candido Neto 02/04/2021

Bem bonitinho, engraçado demais.
Precisa de uma leitura leve, inteligente e divertida?
Achou o que procurava.
Varguitas, Pedro Camacho, Tia Julia, a Panamericana e todas as novelas do escrivinhador... Vou sentir saudade.
Já quero reler.
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Zuca 26/01/2021

A alternância de focos narrativos em Tia Júlia e o escrevinhador tanto impede o livro de fluir livremente em seu potencial máximo quanto o salva de si mesmo: por um lado a linha semi-biográfica sempre soa maçante após os arroubos devaneados dos capítulos (literalmente) novelescos; por outro lado essa mesma âncora trata a esquizofrenia do autor dentro da obra em doses homeopáticas – enquanto, ao mesmo tempo, devolve ao leitor um fôlego providencial antes de cada próxima viagem.

Navegando pela vertente realista (romântica, previsível, plausível, etc) Vargas Llosa cria uma ambientação surpreendentemente leve e agradável – como se talvez a Lima dos anos 50 fosse uma versão peruana do nosso Rio de Janeiro da qual não tivéssemos consciência aqui (ou, no mínimo, que essa fosse a verdade do ponto de vista do aristocrata local, o que é o caso); porém esta vertente por si só não sustentaria o romance – ou ao menos não um bom romance (o que também é o caso).

Felizmente quando se trata de realismo fantástico (exercido nos capítulos fictícios com mais e mais potência a cada volta), o autor sobra – e muito. A densidade criativa desses momentos aliados à uma virtuose linguística sem os freios do ambiente literário formal anterior fazem a obra se elevar acima de qualquer expectativa que o leitor tenha (especialmente em contraste com a linha realista do ponto de vista que se intercala a esta outra, diversa) e validam a obra – ainda que, na pior das hipóteses, por só metade do tempo da jornada.

site: https://sucintandoresenhas.blogspot.com/
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Nívia ¦ @niviadeoliveirapaiva 01/01/2021

Tia Julia e o escrevinhador
Sem sombra de dúvidas não foi uma de minhas leituras favoritas, porém há aspectos bem interessantes para pontuar, tais como:
1) A construção do imaginário e do linguajar podem ser reflexos do demonstrado na época, funcionando apenas como ferramenta linguística e literária.
2) As narrativas de Pedro Camacho em meio a história de Mauro geram expectativas e curiosidade sobre as outras narrativas, bem como com a primeira.

Apesar dos aspectos interessantes, me parece uma narrativa excessivamente longa para o objetivo proposto.
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Denise 30/11/2020

Que delícia de livro. Não é o meu Vargas Llosa favorito (leiam Travessuras de Menina Má), mas é muito bem escrito e vale muito a leitura.
Os capítulos alternam histórias de radionovela sempre muito divertidas, com um romance intempestivo entre um Mário Vargas saindo da adolescência e tia Júlia, muitos anos mais velha que ele.
A relação entre Mário e o autor das radionovelas, e o impacto que a configuração deste personagem traz para as histórias mirabolantes são uma delícia de se ler.
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Craotchky 21/07/2020

Um híbrido?
Vencedor do prêmio Nobel de literatura em 2010, o escritor peruano Mario Vargas Llosa conseguiu escrever aqui uma obra bastante diferente. O livro é estruturado de uma forma muito interessante: os capítulos se intercalam de tal maneira que, ora é narrada a história principal e condutora da obra, por assim dizer, ora radionovelas (que para efeitos práticos de leitura podem ser vistos como contos) de um personagem dessa história principal. Esta estrutura torna este livro um híbrido entre duas espécies de livros, pois abriga em suas páginas um romance e diversos contos. Não lembro de já ter lido um livro com essas características. De tal natureza é essa estrutura que não seria inimaginável ler separadamente o romance e os contos sem muitos ônus para o(a) leitor(a).

O "escrevinhador" do título é justamente o autor/produtor de radionovelas Pedro Camacho, com quem o protagonista da história principal, Varguitas/Marito, estabelece algo próximo de uma amizade. Com sua arte, Pedro Camacho alcança grande popularidade nas rádios peruanas, ao mesmo tempo que atinge elevados índices de audiência. Essas radionovelas (que são apresentadas sempre nos capítulos de número par, enquanto os capítulos de número ímpar se encarregam de narrar a história principal) contam sempre com aspectos dramáticos, criativos, por vezes cômicos, e terminam todas muito instigantes, provocando inevitavelmente o desejo de saber o que aconteceria na sequência. Todas também têm em comum tramas com algum(ns) conteúdo(s) mirabolante(s) que, embora de modo algum impossíveis de encontrar correspondência em casos reais, carregam uma latente sugestão de serem inverossímeis por conta dos eventos ligeiramente peculiares que narram. É, portanto, também possível encontrar uma camada metalinguística na obra na medida em que ela traz as radionovelas de um personagem do próprio livro: o excêntrico Pedro Camacho.

A história principal, por sua vez, tem como base a própria vida de Llosa, afinal ele realmente apaixonou-se e se casou com Julia Urquidi - casamento este que durou 9 anos e após o qual Llosa casou com sua prima, Patrícia. O autor, contudo, inseriu elementos ficcionais misturados na trama, embora o roteiro da vida do protagonista, Varguitas/Marito, tenha extrema verossimilhança com a vida pessoal do escritor peruano. Logo, há aqui um livro exemplo do modelo de literatura conhecido como "autoficção". (Prefiro chamar de "autobiografia romanceada", pois, a despeito de o termo ser maior e pouco prático, penso que elucida melhor o conceito que se dispõe a representar.) Além disso tudo, a obra retrata um pouco da cultura e sociedade peruana da década de 50 do século passado, sobretudo, claro, da capital, Lima.

Bem, todas essas características citadas acima atestam a enorme riqueza do livro. A narrativa de Llosa é leve na medida certa. O autor conduz e desenvolve a história de maneira muito fluída e agradável. O livro é gostoso de se ler. Essa foi minha segunda leitura do autor. Gostei bastante do livro, quase atribuí cinco estrelas a ele. De modo geral achei este ligeiramente melhor do que Travessuras da menina má, o outro dele que li. Com certeza procurarei explorar outras obras do escritor no futuro próximo.
Raela 13/04/2021minha estante
Uauuuuu! Quero lerrrr


Craotchky 13/04/2021minha estante
Dentre os que li do autor, foi o que mais gostei!




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Julinhafox 06/03/2020

Dois em um
Tia Julia e o escrivinhador é um livro de leitura fácil e envolvente.
Em capítulos, Vargas Llosa intercala o romance entre um adolescente e sua tia postiça com histórias sensacionais escritas por um personagem curiosíssimo que é autor de rádio novelas melodramáticas.
Vale a leitura!
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Paulo Renan 25/02/2020

Duas histórias, um livro.
Este foi o primeiro livro que li do autor, sendo uma razoável porta de entrada. O livro tem partes extremamente engraçadas, enquanto outras são enfadonhas, diria desnecessárias. Vargas Llosa tenta contar a história de dois personagens muito instigantes (Tia Júlia e Pedro Camacho), mas acaba pendendo mais para um lado, o de Júlia, enquanto Pedro Camacho, o escrevinhador, fica um pouco de lado, sendo relegado aos episódios malucos de suas novelas. Pelo menos para mim, o livro não trouxe grandes reflexões sobre a vida, o que não parece ser o seu propósito. Na verdade, não consegui captar muito bem o propósito das tramas, mas mesmo assim mostrou-se uma boa leitura para divertimento. Pretendo ler mais Vargas Llosa, pois apesar de não ter sido um dos melhores livros que já li, deu pra perceber que o autor tem muito mais a ser descoberto.
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Erika 03/05/2019

Redenção
Me redimindo com Llosa... maravilhoso e contemporâneo. A juventude e suas intempéries!
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Fátima Lopes 16/12/2018

Releitura
Li o livro há 38 anos e me encantei com a forma como o autor desenvolveu a obra. Ao reler não fiquei decepcionada, mas não achei o enredo tão original e impactante como antes.
Envelheci eu ou envelheceu o livro ? Certamente sou eu a culpada, pois já não sou capaz de me envolver da mesma forma com as aventuras de Varguitas e Pedro Camacho.
Simone de Cássia 16/12/2018minha estante
A idade muda tudo, Cláudia....rsrsrs




Higor 10/09/2018

Sobre uma biografia original e encantadora
A cada nova leitura de um livro de Mario Vargas Llosa (já é o 7º que eu leio), fica difícil pontuar um favorito, ou ao menos com algo de diferente a ser lembrado, pois cada livro tem uma particularidade, com sua originalidade que vai se afixar na mente do leitor: seja a pedofilia de 'Elogio da madrasta' ou os mitos locais de 'Lituma nos Andes', dentre todos os outros.

'Tia Júlia e o escrevinhador', então, nos brinda não apenas com um livro simples sobre um romance proibido entre um menor de idade e uma quarentona; ou ainda sobre a febre que são as radionovelas peruanas. Sim, tais fatos são as colunas que sustentam todo o livro, mas o autor optou por escrever algo além do costumeiro ou da zona de conforto, dando-nos dois livros em um. Sim, exatamente.

É uma delícia acompanhar o pequeno Varguitas querendo provar a cada instante, para Tia Júlia e toda a sua família, que já é homem feito, e não um moleque, mesmo com apenas 18 anos e um trabalho que não dá muito dinheiro. O desejo que vai aflorando entre o casal é narrado de maneira suave, não piegas e nem que enjoe o leitor mais avesso a romances.

Mais incrível que o romance, no entanto, é acompanhar o trabalho de Pedro Camacho, boliviano responsável pelos mais incríveis enredos das radionovelas, que estão elevando de maneira inimaginável os índices de audiência, além de invadir todos os lares com suas histórias bizarras e engraçadas. Acontece que Camacho é excêntrico demais, e não aceita opiniões alheias, principalmente quando não admite que não consegue atender a demanda de escrever várias radionovelas em simultâneo, mesmo trabalhando de domingo a domingo, o que causa, com o tempo, um caos generalizado, já que personagens de uma trama aparecem em novelas diferentes; muitos, inclusive, mortos que do nada ressuscitaram.

É por conta do trabalho de Camacho que temos dois livros em um, o romance e um de contos, pois lemos não só o dia-a-dia de Varguitas, Tia Júlia e a a rotina da rádio, mas lemos, entre cada capítulo, os roteiros de cada uma das novelas peruanas. São personagens dos mais estranhos, como o exterminador de ratos, o religioso pedófilo, e até nosso já conhecido Lituma em mais uma aventura! Contos bem pontuados e que apenas fazem nosso amor por Llosa crescer.

Aliás, talvez 'Tia Julia e o escrevinhador' seja uma ótima porta de entrada para quem nunca se aventurou pela literatura de Llosa, tanto por conta da originalidade, quanto pela leveza e humor com que a história é narrada. E que final engraçado e dilacerante! Impossível não terminar o livro com um sorriso faceiro.

Sem mais o que dizer, diante de tantas outras resenhas magníficas, só resta reiterar o já conhecido: Llosa mostrou há tempos, desde o primeiro livro, que mereceu o Nobel de Literatura. Talvez a Academia demorou um pouco para laureá-lo, mas ao menos não o esqueceu.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
Fillipe Gontijo 10/09/2018minha estante
Só dei like, não li.




PAULINHO VELOSO 16/07/2018

Um nobel merecido
Este livro entremeia contos divertidíssimos ( baseados na ação de um personagem escritor ) com um romance, proibido para a época e a cultura da época, não menos divertido. O modo de descrever personagens e cenas são grandes motivadores para a leitura. Llosa coloca pensamentos irônicos , sarcásticos e denunciadores de uma sociedade hipócrita e segregadora.
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Edna 10/06/2018

Uma diálogo com o leitor
.


A história é contada baseada nos anos 1850, em Lima no Peru, quando um jovem estudante de direito, conhecido como Varguitas pela família, um Jornalista em uma Rádio mas seu sonho é ser escritor, se apaixona por uma pessoa bem mais velha.

Mário Vargas vai alternando entre a realidade e a ficção. entre a sua história de paixão por Tia Júlia, que tem 32 anos quase o dobro de seus 18 e os contos escrito pelo admirável
Pedro Camacho é um dessas pessoas que escreve e se dedica integralmente à essa arte, que faz tocar a alma humana do outro lado mesmo que sejam poucos mas com um profundo dom que é privilégio de tão poucos!

Com uma narrativa que chega à ser um diálogo com o leitor como uma confidência de seus feitos, alternado contos muito bons a maioria com profundo sentimento que aborda temas socias, casos extraconjugais, outros facassos humanos, o sonho dos aspirantes à escritor que escrevem muito, tocam a alma do leitor mas é pouco reconhecido.

A obra trás pontos fortes autobiográficos do autor , o que foi fascinate para conhecer já que é o meu primeiro contato com ele, com uma narrativa que vai do cômico ao hilário, da alegria à maldade dos homens, da fortuna aos tão pouco favorecidos,com muita originalidade amei e já quero ler "Travessuras de menina má"

Citação
" Meus escritos se conservam num lugar mais indelével do que os livros...A memória dos ouvintes."

4.0/5



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Adriana1161 17/01/2018

Sempre interessante
Como todo livro do Llosa, sempre interessante, sempre surpreendente, sempre original.
Esse livro se diferencia, pois é um misto de autobiografia, com novelas, contos, que fazem parte do cotidiano profissional do autor.
Mais um livro em que os capítulos se alternam. A parte autobiográfica alternando com a novela, os contos.
Achei peculiar, no primeiro conto, comidas maravilhosas no banquete de casamento, honrando a tradição peruana da boa culinária!
Todo mundo tem 50 anos... referência a outros livros contemporâneos desse ,como Lolita.
Os contos são uma mistura bem feita de drama com humor e Ora a história biográfica é mais interessante do que os contos, ora o inverso.
Transcreve com clareza o latino passional.
As histórias são surreais! Ou não...! E último conto é apoteótico!
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Marcelo.Castro 10/01/2018

Nova meta para 2018
Em 2017 consegui ler 57 livros. Foi um bom número (o melhor nos meus últimos anos), embora não tenha chegado a minha meta subjetiva de 60 livros no ano (gosto de números redondos :p). Contudo sei que dificilmente superarei essa meta em 2018, dado o tempo disponível que eu tenho e considerando que tenho alguns "tijolos" na fila que estou pensando em ler ainda nesse ano. Então, o que fazer de diferente para este ano? Resenhas!
Mas não tenho pretensões de me tornar um referencial em resenhas, classificações, análises e indicações de livros. Na verdade farei resenhas "egoístas" - resenhas para mim mesmo.
Isso porque além da quantidade e qualidade de livros que quero ler esse ano, eu quero olhar no fim do ano e perceber o que cada um dos livros lidos deixou como marca em mim - e na minha vida naquele período.
Assim, se você já leu até aqui e ainda está interessado em prosseguir, vamos propriamente a minha primeira resenha.
Esse não é o primeiro livro de Mario Vargas Llosa que eu leio, e, assim como todos os anteriores, os livros dele sempre me passam uma sensação de acolhimento. A paisagem, os personagens, a narrativa, tudo isso me envolve, me acolhe e me dá aquela sensação boa de estar debaixo das cobertas em um dia frio tomando um chocolate quente.
A história em si é leve, como ele mesmo afirma, com um quê de autobiografia, mas ao mesmo tempo cativante, te prende a atenção e te faz ir além a cada capítulo, com mais curiosidade.
O recurso de alternar a "realidade" com a "ficção", intercalando capítulos da narrativa principal com os capítulos das novelas é sensacional, e você fica realmente querendo saber o desfecho dos acontecimentos e dos personagens da ficção dentro da ficção.
Não é um livro que me marcou especificamente por nenhum motivo, mas é um livro bom, honesto, que me deixou com uma sensação de calma e alegria. Certamente um excelente começo de 2018 nas minhas aventuras literárias.
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