Bru 01/07/2012Tamanho 44 também não é gordaEu adoro o modo como a Meg Cabot escreve. Não sei explicar muito bem, mas o jeito que ela nos transmite os acontecimentos é tão sutil que parece que estamos junto nas cenas. Além de escrever com senso de humor e muito romance. Neste livro Meg consegue misturar todos estes detalhes agradáveis à um clima de mistério. Ela põe assustadoras mortes dentro de um ambiente escolar aparentemente pacato e faz isto muito bem.
'Tamanho 44' nos mostra novamente a ex-superstar Heather Wells envolvida em investigações de assassinatos de alunos que moram em um conjunto residencial estudantil, no qual ela é inspetora. Obviamente no início da história Heather não quer nem saber sobre o tal assassinato. Tem plena consciência de que quase foi morta na última vez que tentou se meter em uma investigação assim, e não deseja passar por aquela situação mais uma vez. O problema é que ela é uma mulher muito curiosa e realmente intuitiva. Ela simplesmente sabe quando as coisas estão erradas, e sabe exatamente quais são estas coisas. O que acaba praticamente a empurrando para estes acontecimentos.
Nesta sequência somos apresentados à um novo personagem, que de certa forma me agradou: o pai de Heather. Ele acaba de sair da prisão. Foi preso por ter sido pego sonegando impostos. Eu não consegui decifrá-lo muito bem, ele parece ser meio doidinho, mas se mostra carinhoso com Heather em diversos momentos da história. Parece realmente que quer recuperar o tempo perdido com a filha. Eu imagino a aparência dele igualzinha à aparência de Timothy Webber, que interpretou o pai de Alice na minissérie de mesmo nome do Syfy.
Um personagem que muito me agradou neste livro foi o Jordan, o ex da Heather. Ele está prestes a se casar com a amante que tinha na época em que estava com Wells, mas está vivendo um momento de crise de ideais. Desta forma não para de perseguir Heather e quer voltar com ela. A caracterização de Jordan nesta sequência está hilariante. Ele está mais maluco do que nunca e completamente engraçado. Não houve um momento em que ele aparecesse que eu não me pegasse rindo de suas loucuras.
Já alguns personagens muito me irritaram. Entre eles está Cooper, que se demonstrou um completo idiota. Quando Heather dá a entender realmente pela primeira vez que está a fim dele, o que ele faz? Acaba dando um fora nela, dizendo que ela ainda está abalada pelo término com Jordan e que o que precisa é de alguém para fazê-la superar este término. Mas diz que ele não é este alguém. COMO ASSIM? Eu achava ele surpreendentemente perfeito e sinceramente achava que ele nutria beeeeem lá no fundo uma paixão avassaladora por Heather, mas não foi isto que ele demonstrou no final das contas. Sinceramente quero que ele se exploda agora. Ok, não é para tanto, porque ele continua sendo incrivelmente irresistível, mas agora não torço mais para que ele e Wells fiquem juntos. Até porque apareceram outros personagens muito interessantes na história, é só o que posso dizer.
Quanto ao fato do enredo, se tratando do mistério do assassinato em si, não foi tão bom quanto no primeiro livro, que trouxe uma trama bem mais trabalhada. Nesta sequência o caso foi solucionado já na metade, porém sem realmente dar a entender isto. As suspeitas iniciais eram as verdadeiras suspeitas, ou seja, não houve surpresa alguma no final.
A história está muito boa, mas poderia ter sido um pouco mais surpreendente. Mesmo assim recomendo este livro para todos que já tenham lido o primeiro da sequência. Vale a pena.