Bruna.Ceccato 29/04/2024
Finalmente encontrei a minha saga
Bom, eu sou apaixonada por fantasia. Mundos com magia, cidades e mitologias próprias.
Mas eu sempre tive problemas para encontrar aquela saga que me fizesse amar cada página, e que fosse perfeita para mim. Por exemplo, amo crônicas de nárnia, mas sempre achei muito simples e sem muito a aprofundar. Amo senhor dos anéis mas ler o primeiro volume foi um desafio, ao passo que li as crônicas de gelo e fogo e me apeguei somente à Daenerys, sem me aprofundar no restante. E a coisa foi ficando mais difícil depois de ler Tolkien, afinal quando você termina o senhor dos anéis parece que tudo que veio posteriormente é uma cópia mal produzida. Os romances mais atuais me fazem desistir pois geralmente o enfoque é um casal, ao invés de mundos a desbravar.
Portanto, que presente e surpresa foi ler O Olho do mundo.
Porque eu finalmente encontrei a minha saga perfeita.
Tudo na medida exata conforme eu amo na fantasia. Magia, feiticeiros. Um mundo riquíssimo, cheio de cidades e culturas diferentes. Personagens que crescem com o passar das páginas, mas de maneira coerente, cometendo erros e aprendendo com eles.
E o melhor de tudo, um tributo a Tolkien que foi executado de forma magistral, sem ser uma mera cópia, deixando claro que o autor era um fã tanto quanto nós.
Há muitas resenhas falando sobre o livro ser arrastado, mas eu não achei em nenhum momento. Eu o li um pouco por noite, antes de dormir, e para mim foi uma viagem que degustei em pequenos trechos. Afinal é uma jornada. Se você possui o mesmo medo, só aprecie a vista, não tente ler tudo de uma vez.
É muito difícil para mim conseguir escolher um personagem favorito, porque eu me apeguei à todos. Ri com eles, e me preocupei com eles.
Meus momentos favoritos são justamente quando o grupo se separa, e podemos acompanhar suas respectivas jornadas de forma separada.
Perin e Egwane, que plot maravilhoso. Perin lutando com seus "poderes", com seus lobos.
Rand e Mat passando maus bocados na estrada, perseguição e fome. Rand é aquele personagem que você se apega, porque ele tem um carisma natural, mesmo sendo ingênuo muitas vezes.
A história é crua, nós os vemos com medo, com fome, passando mal. Mas não é feia o suficiente para que você queira abandoná-la. Também não é uma violência que só quer te chocar. Outro ponto magnífico é que o autor conseguiu criar uma sociedade bem igualitária, onde homens e mulheres são "iguais". Que delícia poder ler um livro onde personagens femininas não são usadas de forma degradante, ou vítimas de violência s3xu@l. Onde elas fazem parte importante da história, fazem parte da jornada, e evoluem da mesma forma que seus colegas homens.
Há uma mudança na série sobre a possibilidade do dragão ser uma mulher, mas isso não faz menor sentido. O Dragão tem que ser um homem, pois é o saidin, a metade masculina do poder que foi corrompida pelo tenebroso, e é necessário ambas as partes para derrotá-lo. É por isso que em 3 mil anos as aes sedai mulheres nunca o conseguiram, porque é necessário o poder masculino se unir a elas, e após terminar o livro detestei que fizeram essa mudança na série. Em nenhum momento o fato do dragão ser homem diminui o poder das mulheres, mas as torna necessárias para a ascensão dele.
Bom poderia passar o dia dissertando sobre a Roda, e sobre como esse livro é magnífico.
Para quem quiser comprar a saga, eu possuo alguns livros a venda, sei que hoje são raridades.