O livro dos abraços

O livro dos abraços Eduardo Galeano




Resenhas - O Livro dos Abraços


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Alê | @alexandrejjr 01/10/2020

Sentimentos tangíveis

Eduardo Galeano foi um homem feito de ideias. A cabeça inquietante desse uruguaio que infelizmente não está mais conosco tinha uma habilidade extraordinária de coletar os pormenores que cercavam seu olhar. Este “O livro dos abraços” é uma prova admirável disso.

Ele foi um escritor sul-americano privilegiado, mas de uma maneira diferente à de outros mestres, como Vargas Llosa e García Marquez. Galeano optava muitas vezes pela brevidade do texto, mesmo que sua percepção sobre os temas em nada fosse breve. Canhoto de ideias por convicção, ele viveu uma vida repleta de histórias, fossem elas boas ou ruins. Galeano foi um homem do século 20 e viveu colhendo amizades das mais diversas, desde guerrilheiros até militares. É desse universo que tirou a maior parte de sua produção e é com ela que se comunica como poucos com tanta propriedade e profundidade. A beleza que ele alcança em suas palavras ao falar do amor, da esperança, da desilusão ou da política atinge níveis difíceis de explicar dentro de nosso imaginário latino. A leitura de Galeano não é feita, é sentida. Suas histórias não se imaginam, elas nos tocam.

Em “O livro dos abraços” a viagem pode ser rápida, mas não espere indiferença ou comodidade. Galeano não foi feito para ser efêmero. Galeano fica conosco, ainda que fisicamente não seja mais possível vê-lo e agora possamos apenas imaginá-lo, assim como ele fazia com suas histórias. Talvez ele seja feito exatamente disso: de sentimentos tangíveis.
Alícia 01/10/2020minha estante
amei!! to com super vontade esse e As veias abertas da América Latina ??


Alícia 01/10/2020minha estante
e descrição irretocável, Alê (:


Alê | @alexandrejjr 01/10/2020minha estante
Galeano sempre é uma boa pedida, Alícia! ?


Isadora1232 02/10/2020minha estante
Tuas resenhas são sempre excelentes, Alê! Preciso ler Galeano com urgência


Alê | @alexandrejjr 02/10/2020minha estante
Precisa, Isadora! Ele é maravilhoso. E obrigado pelo carinho de sempre!


Aryana 22/03/2021minha estante
Belíssima resenha ??


Anthony Almeida 28/05/2021minha estante
Dá uma sacada no último livro dele, O Caçador de Histórias. Tem umas crônicas que dá pra sentir que ele tava se despedindo da vida, uma lindeza só.


Diego Fernandes 28/05/2021minha estante
Um dos meus livros da vida! Amo esse livro e Galeano!


Carolina.Gomes 29/05/2021minha estante
Estava olhando esse livro, semana passada. Galeano me encanta.


Matheus.Vanin 29/05/2021minha estante
To pra ler ele!


Alê | @alexandrejjr 29/05/2021minha estante
Pretendo conferir sim, Anthony, agradeço a dica;

Um baita livro, né, Diego?!

Ah, Galeano é encantamento no seu estado puro, Carolina!

E Matheus, vale a pena sim!


Raquel.Fernandes 29/05/2021minha estante
Que resenha! Só verdades. Amo Galeano. Inspiração pura. ?


Camila Mendes 30/05/2021minha estante
Galeano é tudo!


Alê | @alexandrejjr 30/05/2021minha estante
Obrigado por ter lido, Raquel! Gosto muito dele também. ?

Ele é demais mesmo, Camila. Grande Galeano!


Cleber 04/10/2023minha estante
Muito boa resenha. Só li "Veias abertas da América Latina" e achei muito bom. E fiquei curioso pelo livro dos abraços. As dicas aqui nos comentários tbm são show. Parabéns


Anael Sobral 16/03/2024minha estante
Que resenha linda. Deu até vontade de ler o livro!!!!




Renata 28/05/2010

Recordar: voltar a passar pelo coração
A pequena edição de capa amarela só revela o seu peso quando o carregamos no colo. Do Livro dos Abraços, de Eduardo Galeano despenca um mundo de possiblidades que só esperam que abramos os olhos. É um livro de restrições, de liberdades; de sonhos desperdiçados; do cotidiano e do extraordinário; de política e de amor; de tormentos e ternuras; de coisas tão pequenas que se perdem num abraço, mas que, ao mesmo tempo, ultrapassam a largura que os braços podem forjar.


Eduardo Galeano, primeiro cidadão ilustre do Mercosul, nasceu em Montevidéu, em 1940. Mais que o Galeano conhecido por qualquer um que já tenha ouvido falar de uma América Latina de Veias Abertas ou que colecione citações críticas ao imperialismo, ele é o Galeano das palavras que andam, do mundo que vaga, dos mais de 30 títulos traduzidos em mais de 20 línguas, dos olhos azuis e sorriso largo que já completam 68 anos. Mas, de tudo, o que me fica é o impacto do livro de abraços, que, para mim, mais pareceu um aperto.
A estúpida ingenuidade das primeiras linhas vai traçando um caminho para o fantástico, que passa pelo absurdo, pelo protesto e pelo prosaico. Galeano passou sua vida sendo arremessado pelos quatro cantos da América Latina. Viveu o exílio dos anos 70 e sentiu várias fomes e dores que não somente as suas próprias.
O Livro dos Abraços, como outras obras do autor, nasce do resultado de suas andanças. Uma singela tentativa de congelar a memória. Pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloqüência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida.
O começo, por sua descontextualização, incita uma certa inquietação, dessas que vêm só para depositar uma interrogação irritante no meio da testa e depois ir embora. Não sabemos ao certo o que Galeano quer mostrar, quem são as personagens, o porquê de estarem ali, mas sabemos que deve valer o risco. De um pequeno conto entitulado O mundo, sai a primeira síntese dos pensamentos absurdos do autor: o mundo é isso, um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Com a calma que nos é requisitada, continuamos a girar os olhos pelas páginas que seguem e, aos poucos, vão despontando cenários, personagens, criaturas míticas, fábulas: tudo aquilo que, até o final da última página, já estaremos pegando pela mão e chamando pelo nome.
De súbitas guerras e relatos doloridos de tortura, a possibilidade de botar reparo nas pequenas coisas, de questionar o papel da arte, desbravar fronteiras não apenas geográficas do mapa da América, mas da moral humana. As mais feias imagens vistas da ótica mais pura que Galeano conseguiu encontrar. A pureza vista pelo ângulo mais frio. E o leitor já submerso num universo único de brincadeira e aguda seriedade.
O autor mimetiza suas próprias palavras para construir uma narrativa repetitiva, mas nunca cansativa. Escreve pequenos contos que acabam numa página; outros maiores que logo ganham duas ou três, em que as reticências parecem aparecer para resguardar a melhor parte. O Livro dos Abraços é feito de histórias estilhaçadas que encontram a parte que lhes falta e a cola que as une no meio do caminho. A noite, por exemplo, é uma história ridiculamente pequena que tem suas quatro partes divididas por apenas uma página. Todas falam da mesma mulher, do mesmo cenário, da mesma angústia e mesma alegria; é uma história completa, mas se não fosse fragmentada por essa página, não guardariam o mesmo grau de mistério e significação.
É o livro da minúcia. Um trabalho artesanal de colagem de histórias que nos distrai a ponto de que, num momento que nunca saberemos ao certo, descobrimos que os personagens do começo são os mesmos do final do livro. Que a mulher que ele tanto destaca é, na verdade, a Helena de sempre, sua mulher. E assim, num livro que nem é biografia, em contos que nem são ficção, acabamos sabendo de Galeano como pessoa que casou, teve filhos, fome de abraços, saudade da pátria, infarto do miocárdio e simpatia por Portinari. Galeano conduz uma lanterna que observa o movimento tranqüilo da narrativa. Observa as palavras que se dispersam para voltar a se esbarrarem e, finalmente, se abraçarem.
Parece banal se pensarmos pequeno, mas como todo silêncio excessivo é estupidez, Galeano dá voz a todas às histórias que encontra por aí abandonadas para compor um livro de agradáveis relatos que tentam, a partir da despretensão, resgatar a grandeza das pequenices da vida.
O Livro dos Abraços nunca se esgota; é uma leitura de paciência e de sempre, que nunca encontra razão para parar. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições, diria o autor. Ou não. Apenas acenderia um cigarro e seguiria rumo à percepção de outras pequenas sutilezas.



Eduardo 06/04/2012minha estante
bonita resenha


Carolina 11/10/2012minha estante
A melhor resenha que li sobre esse livro.


Savanna 06/01/2013minha estante
'de coisas tão pequenas que se perdem num abraço, mas que, ao mesmo tempo, ultrapassam a largura que os braços podem forjar.'

'desbravar fronteiras não apenas geográficas do mapa da América, mas da moral humana.'

Destaco esses trechos por me identificar com eles, como se fossem extraídos e organizados da minha mente, mas toda a resenha é admirável, assim como as pequenas e grandes histórias desse livro! Parabéns!


Silvana (@delivroemlivro) 26/08/2013minha estante
"Recordar: voltar a passar pelo coração". Linda resenha de um belíssimo livro! Parabéns!


uiu 04/10/2014minha estante
fui entrar no livro pra avaliar e ele me trouxe essa belíssima coincidência (dessas que a gente sabe bem lá no fundo que nem é). você aqui.



stelajanuzzi 03/02/2021minha estante
que resenha incrível, e condizente com a genialidade e beleza do livro ??




Kamyla.Maciel 12/02/2021

Um livro para não esquecer as dores da América Latina
Confesso que não sou muito fã de contos (acredito que sejam contos ou quase uns poemas), mas também assumo que Galeano soube, como poucos que li, trazer a força da mensagem que queria transmitir, soube refletir as dores de uma América Latina em simples narrações.

Me vi relendo vários trechos, e pensando em como podem ser tão atuais, como podem diagnosticar tanto nossa sociedade e nossa história. Como podem poetizar e denunciar ao mesmo tempo.

Sabem aquelas pessoas que contam uma história como ninguém? Que têm ouvido atento para uma boa conversa... Que poetizam...Pronto, imagino Galeano assim.

A experiência do livro se tornou ainda melhor quando fui ver vídeos sobre ele, com pessoas declamando as suas partes favoritas. Recomendo.

Olhem a beleza e a força desse texto:

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada. Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e malpagos. Que não são, embora sejam. Que não falam idiomas, falam dialetos. Que não praticam religiões, praticam superstições. Que não fazem arte, fazem artesanato. Que não são seres humanos, são recursos humanos. Que não têm cultura, e sim folclore. Que não têm cara, têm braços. Que não têm nome, têm número. Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local. Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Danic.Coelho 14/02/2021minha estante
Uau ?


Alê | @alexandrejjr 14/02/2021minha estante
Galeano é literatura dotada de humanidade, Kamyla, é muito fácil ficarmos encantados com as palavras dele. É um latino de alma e carne. Baita texto!


Kamyla.Maciel 15/02/2021minha estante
Dani, vale muito a pena viu, sei que você também gosta de livros que trazem essa humanidade que Alexandre falou. É bem isso mesmo, gera muito esse encantamento.




Kizzy 29/06/2018

Turbilhão de Sentimentos
Sempre que eu termino de ler um livro, gosto de fechar os olhos, ficar um tempo comigo mesmo, suspirar e tentar montar na minha cabeça tudo o que ele representou para mim. É nesse momento que eu começo a pensar o que vou escrever nas minhas resenha. Cada vez que leio Galeano, esses suspiros costumam ocorrer não só ao final da leitura. Dessa vez, porém, ocorreram da primeira até a última página.

Quando comecei a pensar na resenha que escreveria sobre "O livro dos abraços" não conseguia pensar em nada técnico para compor meu texto, eu só conseguia Sentir. Sentir amor, sentir ternura, sentir alegria, e tristeza, angustia e força, sentir desespero e acalento. No fim, isso é apenas o obvio. Vou escrever o que sobre a técnica de um texto de Eduardo Galeano? Que há coerência? Que é bem construído e correto? Que é criativo e coeso? Pobre Kizzy! Galeano é um gênio, e sobre o texto dele não há nada sobre o que julgar, apenas sentir.

É sobre isso que se trata essa resenha. Sentimentos.
"O Livro dos Abraços" é uma viagem sobre história da América Latina, narrada através de experiências e poesia. É um retrato antropológico pelos olhos de um gigante. Um homem que marcou seu tempo, e que representou e descreveu sua América através da Ciência, do Jornalismo, da História, da Sociologia e Antropologia, da Literatura, mas acima de tudo com o coração.

Seu texto poético descreve aqui, através de suas experiências pessoais, o retrato dos países sul e centro americanos , suas forças, suas feridas, suas contradições, suas alegrias, suas cores e suas desigualdades. Desde a arte da descoberta do mar até as desigualdades da economia que engole e escraviza. Da intensidade da vida ao lado da mulher amada até a sensibilidade do entendimento da alma do ser humano. Das crônicas de Montevideo, Buenos Aires, Bogotá, Rio de Janeiro e Havana até o escárnio tenebroso de suas ditaduras militares e suas culturas opressoras.

Eduardo Galeano se pergunta em suas páginas "Para que a gente escreve, se não é pra juntar nossos pedacinhos?" E ele mesmo responde. O livro dos Abraços é isso. Pedacinhos de experiências e poesias da vida de um gênio.
E o que é a vida da gente senão um conjunto de pedacinhos? Ao final da leitura me lembrei das minhas experiências e dos meus pedacinhos. Me lembrei que há pouco tempo atrás eu estava lendo "As veias abertas da América Latina" e estava apaixonada pelo livro. Nesse dia mandei uma mensagem para um ex professor de sociologia que me deu aulas no colegial há mais de 15 anos atrás. Mandei essa mensagem porque, naquele momento, precisava comentar o livro com alguém e me recordei das aulas deste professor citando Eduardo Galeano. Mesmo sem me ver há quase duas décadas recebi sua resposta pronta e emocionada dizendo "espere até ler O livro dos Abraços"

Eu esperei, e quando li foi isso. Um turbilhão de sentimentos.
Sempre que termino um livro eu olho o título e avalio se ele de fato descreve a obra. Nunca tinha lido uma obra com um título tão fiel. É isso que Eduardo Galeano apresenta. Duzentas e setenta páginas de abraços.

" Lucia não tornou a ler aquele livro. Não o reconheceria mais. O livro cresceu tanto dentro dela que agora é outro, agora é dela"
30/06/2018minha estante
E viva Galeano!


Kizzy 30/06/2018minha estante
Um grande Viva!


Nick 15/07/2019minha estante
viva galeano




Henrique Fendrich 24/07/2020

As historinhas se ofereciam a Eduardo Galeano e pediam para ser contadas. Eram histórias que haviam acontecido e também que nunca aconteceram, mas que aconteceriam no momento em que fossem contadas. Havia a história do menino que descobriu o mar e disse para o pai “me ajude a olhar”. Também havia a história dos soldados que durante trinta e um anos montaram guarda para um banquinho com tinta fresca. Ou ainda a história do espetáculo de pantomima que teve mais atores do que expectadores. E eram tantas histórias que chegavam de todas as partes da América. Algumas surgiam por ouvir, outras nas paredes, e outras ainda nos sonhos de Helena. E a maioria vinha mesmo é do tanto-sentir. Em comum, as histórias tinham o coração – mesmo as mais fodidas, as histórias de ditadura, ditadores e ditadoriados. E as historinhas não pediam muito, apenas um ou dois parágrafos, às vezes uma ou duas frases. Eram historinhas tão pequenas, mas incendiavam a vida com tamanha vontade que era impossível olhar para elas sem pestanejar, e quando chegou perto delas Eduardo Galeano pegou fogo.
Julyana. 24/07/2020minha estante
Eu gosto tanto desse livro. Li a primeira vez há uns dez anos, já dei muito de presente e estou sempre voltando a ele.


Henrique Fendrich 24/07/2020minha estante
É um encanto. Merece muitas releituras mesmo.




alissonferreira.c1 20/03/2021

Um olho no microscópio e outro no telescópio
Galeano contou em um documentário que certa vez um jornalista falou que quando lia os livros dele sentia que ele tinha sempre um olho no microscópio e outro no telescópio. Entendi essa sensação depois de ler "O livro dos abraços". Durante a leitura eu senti que os temas iam de algo muito simples até coisas realmente profundas. É como sentar e ouvir as histórias de alguém que já viveu de tudo, portanto tem muito o que compartilhar.

O livro é um compilado de crônicas bem curtas que trazem reflexões sobre a vida, mas que aborda principalmente sobre períodos obscuros da história da América Latina, que tem sua história marcada por ditaduras militares. Mas Galeano vai muito além disso. Eu ri demais com esse livro, mas também senti o peso da história sangrenta e assustadoramente recente.

Vale muito a pena conhecer ele através desse livro. Já quero ler os outros.
Samila_ 20/03/2021minha estante
Gostei da sua resenha, vou ler


alissonferreira.c1 20/03/2021minha estante
Vai fundo. É bom mesmo. E é bem curtinho.




Eliz/@nossaliteratura 19/02/2020

Precisamos ler Galeano
Precisamos mergulhar no mar de palavras que o autor apaixonado pela América Latina nos deixou. São águas profundas, por vezes calmas, outras assustadoramente ferozes. Cristalino ou turvo, gélido ou ternamente morno, este mar nos banha em ondas renovadoras da arte de sermos humanos, sonhadores, nostálgicos, políticos, sociais e reflexivos nesse mundo que parece perdido.

O livro dos abraços, primeira leitura conjunta do #ClubeNossaLiteratura de 2020, trouxe a renovação necessária de que necessitávamos para iniciar o ano.

No livro, são as lembranças de Galeano que germinam a narrativa, fazendo brotar sementes de uma realidade na qual tudo é possível. Escrito para ser propositalmente simples à primeira vista, os textos mesclam poesia, lembranças e fantasia, tornando a leitura fluida e atrativa. A surpresa chega, porém, quando percebemos que o tamanho curto e a aparente facilidade dos textos são ferramentas utilizadas por Galeano para nos fisgar e mostrar que cada palavra está perfeitamente encaixada com o propósito de abraçar, impactar e alertar.

Leia sem receio. A cada página somos expostos a pequenas ou grandes revelações. Galeano nos deixa indefesos para nos abraçar com sua poesia marcante. Expondo as dores sofridas pelo início e pelo fim do exílio, a busca pelo próximo, pelo contato humano e a fuga de uma saudade latente (que parece atormentar todos os latino-americanos), somos convidados a ler o mundo, que cabe inteiro dentro de nós enquanto pulsa para a infinita beleza que é poder ser quem verdadeiramente somos.

Citação: Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha. Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for. Porque todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais.
Carol.Dantas 18/05/2020minha estante
Que resenha! Fiquei com mais vontade ainda de ler, obrigada por compartilhar ?




Santiago 26/01/2023

Minha primeira leitura deste autor e devo dizer que comecei achando o livro muito complicado, mas no final gostei bastante.

Esse é um livro que deve ser lido com muita calma e tempo, para que você consiga refletir, de pouquinho em pouquinho, sobre cada conto.

O único ponto negativo é que, como todos os contos do livro são muito curtos e com muito significado, ele acaba sendo muito lento e pesado caso você decida ler vários contos de uma vez.

Para aproveitar ainda mais a leitura, eu recomendo primeiro ler a nota dos editores no final do livro e depois os contos. Ela contextualiza e resume perfeitamente esse livro ? muito melhor do que qualquer resenha que eu possa escrever.

Esse é um livro com grandes provocações, muitos temas e excelente escrita. Uma leitura que eu recomendo para qualquer um e uma excelente escolha se você quiser um livro para ler aos poucos todo dia.
Isabela.Andrade 26/01/2023minha estante
?




Dudu 25/06/2021

Uma mistura de emoções
Cada mini-capítulo é uma nova descoberta, você nunca sabe o que esperar, porque o livro é recheado de uma variedade muito grande de sentimentos e sensações. Vale muito a pena ler aos pouquinhos e ir refletindo pra conseguir saborear o que o livro tem a oferecer.
Edu Santtos 25/06/2021minha estante
Livro excepcional




Vanessa - @livrices 20/06/2019

Um verdadeiro abraço, sim.
Resenhar as obras de Galeano é complicado, pois o autor não segue regra ou padrão algum. São ensaios, crônicas, divagações, frases, poemas, prosa, prosa poética, ficção, não-ficção, pichações, bilhetes... como ele próprio disse certa vez: [ eu não tenho a menor ideia e não quero saber do que é isso que faço. Porque eu sigo o conselho que um senhor me deu, estando eu perdido pelas ruas de Cádiz, há um tempo, me perco sempre porque sou muito disperso e não tenho senso de orientação, ou tenho um grande senso de desorientação, pois me perco continuamente. E estava perdido em Cádiz e eu perguntei pelo Mercado Viejo a um senhor que estava contra a parede, apoiado, e sem desencostar ele me disse: Nada, faça o que a rua te disser!. E eu faço aquilo que a rua me diz. Na literatura e na vida também ].

Sem dúvidas. E isso resulta, eu diria, em um “romantismo revolucionário”, presente em todas as suas obras. Deixo, então, uma pílula galeânica, de um livro que já não está mais em minhas mãos - depois de relê-lo, me senti na obrigação de repassar esse abraço a uma pessoa muito especial. Marquei, para ela, exatamente este trecho:

[ Sim, sim, por mais machucado e fodido que a gente possa estar, sempre é possível encontrar contemporâneos em qualquer lugar do tempo e compatriotas em qualquer lugar do mundo. E sempre que isso acontece, e enquanto isso dura, a gente tem a sorte de sentir que é algo na infinita solidão do universo: alguma coisa a mais que uma ridícula partícula de pó, alguma coisa além de um momentinho fugaz ].


site: https://www.instagram.com/p/Bya_h8sjhDk/
Esthefany.Tavares 20/06/2019minha estante
Eu chorei muito lendo esse livro. Ele é lindo demais!




Lú Grimm 20/05/2009

Crônicas breves a partir de diversas viagens de Galeano pela América Latina. Explora a sensibilidade, a subjetividade em passagens absolutamente banais e cotidianas desses locais. Belo e indispensável.
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Pablo Marcelo 26/04/2024

Galeano me surpreendeu
Que livrinho gostoso e poético e provocativo, no sentido de que a lutas sociais não nos embrutecem, mas devem ser lutadas também com poesia e amor.
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Carolina 11/10/2012

"Uma singela tentativa de congelar a memória. Pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloqüência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida... O Livro dos Abraços nunca se esgota; é uma leitura de paciência e de sempre, que nunca encontra razão para parar" (Renata)

Linda resenha. Procurava palavras pra definir o que senti quando li esse livro e não encontrava.
O Livro dos Abraços é sensível, mágico, tocante e forte. Meu livro de bolso. Toca a alma da gente.

A linguagem de Galeano é doce, mesmo quando triste. (Serena)
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