Resenhas - Bom Dia Camaradas

Gláucia 01/11/2021

Bom Dia, Camaradas - Ondjaki
Luanda, anos 80. Angola passou por um longo e beligerante processo de independência e o país agora é palco de guerras civis onde alguns partidos brigam pelo poder. Quem manda agora é a MPLA, alinhada com o regime comunista e auxiliada pela URSS que enviou cubanos em missões de ajuda: professores, médicos, soldados, etc.
Esse é o cenário e tudo é narrado por uma criança ( Olandu, cujo nome só aparece uma vez e passa batido), que narra suas memórias nesse período, especialmente sua convivência com os colegas de escola, seus inesquecíveis amigos de brincadeiras, sua família, o camarada companheiro António e seus eternos "vinte minuto".
A família recebe a visita da tia Dada que mora em Portugal e através de sua conversa com o menino, percebemos o choque de realidade em que eles vivem. Essas partes são muito divertidas pela leveza e tom de troça. O garoto nem parece perceber completamente situação, é tudo muito natural pra ele.
Jamais esquecerei o trecho do "Caixão Vazio", nunca ri tanto por causa da camarada professora foguete e em como terminou a visita-surpresa do camarada inspetor. Aliás, fica a dúvida, trata-se de lenda urbana, tipo nossas histórias da loira do banheiro? Entendi que sim.
O livro fala de um período difícil, de despedidas de nossa querida infância, de nossos camaradas.

The Lady 2802 28/10/2021

Gostei
Gostei da história do livro, do jeito que expôs o tema da guerra civil da Angola sem mostrar mortes e batalhas. Uma forma mais sutil de mostrar como isso afetou a vida de todo mundo.

É uma história que consegue fluir, com capítulos curtos e poucas páginas. Tudo muito bem explicado e com sentido. Achei um final meio triste, mas que dá esperança de que o futuro vai ser melhor, porque no fim a paz é o que realmente importa.

melz0ca 27/10/2021

Li esse livro pois é obrigatório da minha escola, e milagrosamente, acabei gostando.
No começo eu achei a história muito pacata, mas conforme fui lendo, a leitura foi se tornando interessante.
Não é um livro com grandes acontecimentos, apenas relata a visão de um menino angolano sobre sua vida. Mas, mesmo sendo uma história que não possui uma trama principal, é interessante e um pouco divertido até.

Aly Valente 19/10/2021

Bom dia, camaradas
Achei esse livro bem melhor que o meu outro didático, a cultura em si que me chamou atenção, o choque entre a Tia de Portugal e o sobrinho da Angola é muito engraçado. Adorei os professores serem cubanos também. O livro é meio satírico em vários aspectos, mas achei legal!

gab 19/10/2021

Curioso
Li pra um trabalho de escola, apesar de não ser uma história que prenda é perfeito pra se educar sobre o quê se passa na Angola na visão de alguém de lá, e na visão de uma criança. Muito bom, aprendi muita coisa.

Nathally 02/10/2021

Bom
"De tudo... Por exemplo aquela alegria, aquela gritaria ali com o hino e as palavras de ordem, tudo isso acaba, né, as pessoas vão para casa, separam-se... ? Não fiques assim. ? Não... não é isso... Vês, agora temos mais algum tempo de aulas, depois já são as frequências finais, depois as pessoas vão de férias, depois há pessoas que não voltam, mudam de turma, é sempre assim, Ró, as pessoas acabam por se separar..."

"Não sei... Sabes, quando as despedidas começam nunca mais param, nunca mais param..."

"todo depende de los hombres, de sus corazones, de la firmeza con que luchen por sus ideales, de la simplicidad que pongan en sus acciones, del respeto que sientan por los compañeros..."

Li por ser uma das leituras obrigatórias da escola, mas até que gostei.

O fato do livro manter as normas da língua portuguesa de Angola dificultou um pouco a leitura, mas por outro lado manteve a essência e a originalidade do livro.

O protagonista é bem fofinho e transmite um pouco do olhar de uma criança sobre o mundo bipolar. Fiquei chateada quando o camarada Antônio morreu. Não tem grandes acontecimentos, mas no geral foi bem rapidinho de ler.

Giovane 07/09/2021

Livro extremamente agradável, de leitura fluida e instigante.

Esse foi o primeiro romance que li do Ondjaki e que, a propósito, me deixou com muita vontade de ler outros. No livro, a construção da memória, narrada por um menino, tem o grande poder de envolver o leitor com muita facilidade e isso é demais!

Uma excelente leitura!

Lucas Gutierrez 26/08/2021

Bom Dia, Camaradas é a história de um garoto vivendo em um período conturbado na Angola. Mesmo com a tensão dos soldados pelas ruas, do perigo a qualquer momento, até mesmo dentro das escolas, Ondjaki apresenta esse menino que diariamente constrói aprendizados junto de seus amigo e familiares de uma forma descontraída e por muitas vezes divertida. Me peguei muitas vezes rindo da forma ingênua que os jovens personagens comentavam e lidavam com as situações.
Esse é um livro leve e gostoso de ler, mesmo se passando em um momento difícil, no qual pude aprender um pouco mais sobre nossos irmãos angolanos.
Um ponto que vale ressaltar é que por mais que a leitura seja rápida, eu tive que parar muitas vezes a leitura para buscar o significado de muitas palavras do vocabulário angolano. Há um mini glossário ao final do livro, porém a maior parte das vezes as palavras que eu tinha duvida não tinham lá. Eu acho que parei pra pesquisar mais palavras em português do que quando estou lendo livros em inglês, mas isso pra mim nunca foi um problema, muito pelo contrário foi o que me fez mergulhar muito mais na história.

yoodaisuki 04/08/2021

Bom Dia Camaradas
Foi um livro muito bom!! Confesso que no começo eu achei bem confuso, mas ao longo da narrativa, fui achando incrível. É um livro que me prendeu bastante e que me arrancou muitas risadas.

Thami 26/05/2021

Boas risadas!
Esse livrinho surpreende por ser leve, engraçado e bonito mesmo tratando de uma época delicada da história de Angola saindo do imperialismo de Portugal e de ainda em relações com a a União Soviética. Achei um livro despretensioso mas que entrega uma experiência gostosa de leitura.

Helena 24/05/2021

Excelente relato de um período histórico angolano
Um ótimo livro para iniciar as leituras de obras africanas em língua portuguesa. Já tinha visto o Ondjaki falar e cheguei a ler trechos de "Os da minha rua" antes, então estava bem ansiosa pra essa leitura. É uma leitura leve e fluida, mesmo com o vocabulário diferente e abordando temas pesados. O narrador-criança traz elementos rotineiros de violência sob uma luz da infância que assombra o leitor. Um relato excelente de um período da história de Angola.

Taísa 21/05/2021

Retrato da infância e de Angola
Esse livro mostra um pouco da Angola pós independência pelo olhar de uma criança. Tem algumas imagens muito bonitas como o cheiro da noite e a historia dos mosquitos- morcegos. Também mostra como a guerra ainda estava impregnada naquela populaçao, visto que esse era o tema recorrente que as crianças da escola do narrador faziam em suas atividades, assim como em toda sociedade. Tínhamos tbm o saudosismo do colonialismo, apontado pelas falas do camarada Antonio, que sempre relembra o tempo dos "tuga" (portugueses)
Tem um contraste quanto a alegria da independência e a dureza do regime, que se vê pelo racionamento e de nao poder tirar fotos em Angola.
No final, o camarada Antonio morre ao mesmo tempo que ocorre a notícia de que havera eleiçoes em Angola pela primeira vez, pois havia ate entao um partido e um presidente, logo abre esperanças para democratização. A morte do camarada Antonio parece o fim de uma era, da era da colônia e do fim do unipartidarismo, visto q Antonio era um saudosista do passado.
A nota que dei foi porque não foi um livro que me envolveu, ele tem cenas e imagens bonitas mas arrastei um pouco. Mtas pessoas gostam e é um bom livro, somente nao me cativou pra dar mais estrelas ou favoritar. Mas acho uma leitura interessante pra conhecer essa transiçao para um processo democratico de um país que também foi colonia portugesa, assim como o nosso.

camila 21/05/2021

Fluído e Bom!
A narrativa é muito fluída, cheia de marcas de oralidade. Esse é um ponto que trás um ritmo e uma cadência muito encantadora para a leitura e para português da Angola, que tem uma beleza toda particular.
Esse romance me surpreendeu porque não fazia ideia de que a narrativa seria contada sob a perspectiva de uma criança. Um menino que com seus olhos atentos e cheios de ingenuidade, nos revela uma Luana pós-guerra dividida entre a comemoração e orgulho de haver conquistado a independência e o controle e militarização do território.
Foi muito interessante observar também a solidariedade cubana ao país, tão importante nesse momento de consolidação da independência.

Paulo 18/05/2021

Livro gostosinho
Eita livro bom de ler, viu? Escrita saborosa, enredo divertido, com uma linguagem esperta e várias situações de arrancar risos do leitor. Um livro leve que não deixa de tratar dos temas difíceis de um país que se encontra na saída da guerra fria. Angola aqui dominada pela União Soviética não é um sonho, mas também não é inferno. O cotidiano que encanta e assusta o protagonista do livro é o de um país subdesenvolvido que não sabe para onde vai. Tem um futuro de dar medos, mas tem pessoas ali dispostas a seguir adiante com a cabeça erguida. Gostei demais!

Mari 29/03/2021

Surpreende
Primeiro livro que li de um escritor angolano e foi uma ótima surpresa. A história se passa após a proclamação da independência, que originou um longo período de guerra civil, já que o domínio do país passou a ser disputado por partidos e facções. Um menino pré-adolescente narra uma história recheada de contexto político e violência urbana, de uma forma simples, nos dando um ótimo panorama sobre como era a vida na Angola dos anos 80.