Jemilly 31/08/2020
A Inquisição chegou
Depois de tanta espera, A Inquisição chegou! E chegou mudando tudo que eu imaginava que seria essa continuação. Da próxima vez eu vou refletir melhor e parar de tentar adivinhar o que pode acontecer em um livro que tem como referências Harry Potter, Senhor do Anéis e Pokémon, pois certamente é um caminho que só o Taran Matharu conhece, e ele sabe maltratar os leitores como poucos. Quando eu achava que era uma coisa, acabava sendo outra (se é que dá para entender). Ok, algumas possibilidades que pensei aconteceram, não do jeito que eu pensava, mas aconteceram. E quero deixar claro que isso só beneficiou para que eu gostasse do livro.
"Às vezes, não fazer nada era a atitude mais arriscada."
Depois daquele final de O Aprendiz, de deixar qualquer leitor ansioso para o desenrolar dos acontecimentos, finalmente conseguimos desvendar o que rolou nesse universo de referências que amo.
Começando ao revelar que as coisas não estão indo muito bem entre as raças (humanos, anões e elfos), o livro todo se constrói "basicamente" entre a tensão desses grupos, ainda mais depois dos acontecimentos do torneio no final do livro passado. E não posso deixar de apontar da diferença que o novo cenário deu para o livro, enquanto em O Aprendiz se passava na escola de conjuradores, lembrando um clima mais voltado para Harry Potter, o segundo se afasta bem desse clima, puxando para o Senhor do Anéis e Pokémon, ao mesmo tempo que se passa isso de uma forma nova.
Outro ponto que achei interessante foi o destaque que foi dado para o julgamento de Fletcher, foi bem emocionante, e nesse livro dá para perceber toda a questão política complexa que permeia esse universo. Muitas maquinações, pessoas! E bastante revelações. Adorei a nova fase de Otelo e Sylva, além de saber mais sobre outras raças e sobre o éter e novos demônios. Consegui perceber uma construção completamente mais rica e única nesse universo do que já havia sido mostrado no primeiro livro.
"Esta família é o que nós éramos. Esses saqueadores são o que nos tornamos."
Temos, mais ou menos, dois momentos importantes: o julgamento como já falei anteriormente, que foi bem destacado, onde nos é mostrado mais o lado político do universo; e a segunda parte que é bem mais movimentada e te deixa muito mais grudado a cada página (não vou dar detalhes demais, para que possam ser surpreender pelo caminho que o livro nos leva). Em meio a tudo isso, nos são apresentados personagens novos e alguns antigos, que não tiveram destaque em O Aprendiz, aqui ganham bem mais protagonismo (fiquei bem feliz com isso).
Uma coisa que tenho que destacar é a sensação de nostalgia muito louca. Mesmo lendo pela primeira vez, é como se eu tivesse oportunidade de ter em uma série tudo que eu amava na infância, mas não de uma forma completamente infantil, e é isto que eu mais amo na escrita do autor: a chance de reviver esse fascínio por algo novo e ao mesmo tempo tão conhecido.
No geral preciso concluir dizendo que eu não sei lidar com o Taran Matharu. Amo demais esse universo de Conjurador que ele construiu, e esse segundo livro veio para consolidar essa minha paixão. Eu achei que ele não poderia fazer um final mais impactante de que o final do primeiro livro O Aprendiz, mas essa continuação veio e mudou isso! Que final! Que ansiedade para ler o terceiro livro! Não sei o que vem por aí e nem tenho mais a pretensão de adivinhar, mas se sobrevivi a Inquisição, que venha O Mago de Batalha.
"Às vezes, as ideias mais simples por acaso são as melhores."