Aisha Andris @AishandoBooks 12/05/2023
Poderia ter sido tão melhor do que foi
Em “Lady Whistledown Contra-ataca”, os quatro contos são ainda mais interligados do que em “Nada Escapa a Lady Whistledown”, tudo por conta do roubo de um bracelete que acontece logo no primeiro capítulo da primeira história. Nossa fofoqueira preferida decide fazer uma lista de suspeitos do crime e, tirando os mocinhos do terceiro conto, um ou outro dos nossos protagonistas integra a tal listinha. Uma curiosidade aqui é que a Julia Quinn é muito fã de Star Wars e baseou-se no filme O Império Contra-Ataca para nomear o livro, o que eu adorei saber. Agora, antes de dar minha opinião sobre cada conto, preciso falar que achei esse livro bem mais fraco do que o anterior. Não teve nenhum conto que eu fiquei com vontade de favoritar, apesar de eu ter gostado bastante dos dois primeiros.
“O Primeiro Beijo”, conto da Julia Quinn, abre o livro e traz a história de uma lady que perdeu o irmão de forma trágica na guerra e, no tal jantar em que ocorre o roubo da pulseira, acaba conhecendo o melhor amigo dele. Antes de chegar a Londres, nosso mocinho queria apenas encontrar uma mulher com um dote razoável com o qual possa comprar uma porção de terra onde possa viver em paz até o fim da vida, porém acaba sentindo uma forte conexão e uma atração irresistível pela nossa mocinha. O problema é que ela está muito acima dele na escala social, o que é um forte impeditivo para que fiquem juntos. No entanto, o final dessa história reserva uma surpresa a esses dois. O que eu não gostei aqui foi a Lady Whistledown insinuando o tempo todo que nosso mocinho não passa de um caça-dotes, desnecessária demais da conta. Apesar disso, esse foi meu conto favorito do livro. Julia Quinn manda bem demais nas histórias curtas, recomendo muito a leitura!
O segundo conto, também delicinha, se chama “A Última Tentação” e foi escrito pela Mia Ryan (já sou cadelinha dessa mulher, arrasa demais na escrita). Aqui a gente acompanha a história de um lorde que vive fugindo do casamento até que o pai lhe dá um ultimato, forçando-o a dar um baile em casa para escolher uma noiva. E esse baile vai ser organizado por ninguém menos que a nossa mocinha, o que a aproximará do nosso libertino relutante, que se encantará pelo jeitinho especial dela. Esta história é muito divertida, e isso me surpreendeu, porque, lendo o primeiro conto, eu jurava que teríamos uma mocinha sofredora, mas pelo contrário, ela é sorridente demais e super de bem com a vida, mesmo sendo uma mera criada. Eu amei toda essa leveza e também o fato de ela sonhar em ter seu próprio negócio. Outra coisa que me surpreendeu foi o fato de a patroa dela não ser uma megera como parecia. Inclusive, queria muito ler um livro contando o romance entre ela e o pai do mocinho, pena que nunca teremos.
A mocinha do terceiro conto, escrito pela Suzanne Enoch e chamado “O Melhor dos Dois Mundos”, tem uma prima que foi abandonada pelo marido, o que provocou um escândalo gigantesco que marcou toda a família, por isso os pais dela têm pavor de qualquer coisa que chame a atenção de forma negativa. É por esse motivo que decidem casá-la com o homem mais monótono da sociedade, por quem ela não nutre o menor interesse. Já o nosso mocinho tem uma fama terrível, então, quando ele se encanta pela nossa mocinha, os pais dela ficam apavorados, porém ele decide fazer de tudo para provar que tem intenções sérias com ela. Eu fiquei muito triste quando terminei de ler esse conto, porque realmente me apaixonei pelo casal. Eles têm uma química incrível e uma construção linda de romance, mas tudo, absolutamente tudo, é ofuscado pela chatice dos pais da mocinha. Eu até entendo a relutância deles no início, mas não existe nenhum motivo para eles continuarem pirraçando e tentando afastar a filha do mocinho depois que ele mostra que realmente quer se casar com ela. Ele é mais rico e tem um título maior que o outro pretendente, o que mais poderiam querer, poxa? Não faz sentido toda essa encheção de saco, e a Suzanne Enoch gastou tempo demais nisso, o que só me fez passar raiva. Eu amei a forma como a mocinha quebra a objeção deles, mas o fim foi rápido demais. Não gostei, histórias curtas definitivamente não são o ponto forte da autora.
O último conto se chama “O Único para Mim” e foi escrito pela Karen Hawkins, nele a gente acompanha a história da prima da mocinha do terceiro conto, que foi abandonada pelo marido. Eu juro pra vocês que é uma das maiores decepções da minha vida, porque esse conto tinha muito potencial. Eu estava curiosa para conhecer essa história desde o primeiro conto, mas quando cheguei nela, simplesmente não funcionou. Os mocinhos eram apaixonados um pelo outro, mas ficaram 12 anos separados por um motivo ridículo, e o que me irrita é que, em 12 anos, eles nem sequer tentaram conversar. Onde estava todo esse amor? Aí, quando a mocinha pede a anulação do casamento, ele simplesmente volta para reconquistá-la e todo esse amor, toda essa paixão são reacesos. É uma versão ruim e sem sentido de “Perigo para o Inglês”, em que o casal realmente teve motivo para se separar e o mocinho ao menos tentou achar a esposa, em vez de tirar férias prolongadas longe dela quando, aparentemente, poderia ter voltado a qualquer momento. A única coisa que salvou a história foi o irmão da mocinha, que definitivamente merecia seu próprio livro. Infelizmente, não é o que teremos. No epílogo, a gente descobre quem roubou o tal bracelete e, sinceramente, que solução preguiçosa! Poderia ter sido muito, MUITO melhor.
site: https://aishando.home.blog/