forbrekker 12/10/2022
não sei como escrever essa resenha
Ainda não sei bem em que termos estou com esse livro - de verdade. Tem pontos negativos, e tem pontos positivos. Mas na minha experiência, houveram mais pontos negativos do que positivos (então coloquei uma nota abaixo da metade, a qual julguei justa, de alguma forma). E acho que está óbvio que NÃO LEREI os próximos. Antes de eu ir de fato à resenha, quero levar algumas coisas em consideração: eu coloquei expectativas. Coloquei expectativas demais. E eu não sei se é porque a premissa é tão interessante assim ou algo do tipo, mas você percebe que é BEM difícil ler esse livro sem colocar expectativas. Talvez se eu não tivesse visto nada sobre antes e fosse ler as cegas, a gente estivesse tendo uma resenha bem diferente, em partes. Pois algumas coisas que me irritaram de fato são apenas...grotescas.
Com isso dito e compreendido, a resenha.
Vou começar pelo enredo. Insinuado já na introdução, a premissa é algo interessante, atraente demais para o seu próprio bem. Uma história onde uma mulher, no século 19, é interessada por medicina forense, e se envolve na solução de um dos casos mais famosos do mundo? E ainda temos a promessa de um casal onde eles são rivais acadêmicos que se juntam no ato de achar esse assassino. Digo, é algo que é atraente por si só. Você está provavelmente considerando se deve largar essa resenha e ir ler esse livro imediatamente. Foi isso que eu fiz. Se vocês notarem bem, eu disse ali em cima "atraente demais para o seu próprio bem", o que é o meu exato pensamento sobre esse livro. Ele tem uma premissa hipnotizante, mas que precisa ser executada com cuidado, com zelo, para cumprir o que promete, pois é algo que promete muito. Mesmo você sabendo pouco, a promessa já é alta. Essa foi a primeira falha do livro comigo: prometer muito, e não cumprir nada. Irei desenvolver mais.
Desde as primeiras páginas, os primeiros capítulos (que inclusive são os melhores), a gente tem uma construção bem estruturada - um ponto positivo do livro, inegável - sobre todo o contexto que vai ser trazido para o leitor. A história já estabelece as suas estacas desde o começo, já prendendo você de imediato a ela. Mas ao decorrer da coisa, a execução torna-se desleixada, sem muito pensamento a respeito. Muito foco em cenas totalmente desnecessárias e sem acréscimo nenhum nos enredos, que só estão ali pra mostrar como a nossa protagonista é a f0dona (irei falar mais abaixo, guardem isso por enquanto) e em como ela é "diferente de todas as outras". E enquanto isso, o verdadeiro enredo que precisava de um foco, fica em um plano secundário diversas vezes. E o livro é longo demais, a parte do meio foi arrastada e meio desnecessária. Porém, dou créditos onde merecem, e quando o livro focava na parte dos assassinatos, ele realmente conseguia entregar sequências de tensão as quais prendiam meus olhos a tela do meu Kindle até eu entender o que ocorreu. Kerri Maniscalco foi impecável nisso.
Sobre a narrativa, ela é boa e péssima ao mesmo tempo. A escrita é fluida, fácil de ler e você se perde lá dentro rapidinho. Entretanto, em contrapartida, a narrativa em primeira pessoa foi um baita de um tiro no pé. Geralmente sou contra narrativa em primeira pessoa por ela depender MUITO do protagonista para funcionar, o protagonista precisa ser carismático e conseguir te convencer a seguir ele (como no caso de Katniss Everdeen, por exemplo), e o jeito que ele vai te conduzir pelo mundo pesa bastante para o seu aproveitamento da história. E a Audrey Rose foi de longe o meu maior problema com esse livro. A condução de tudo ter sido através dela só torna tudo desastroso, ainda mais por não ter nem uma alternância de ponto de vista. Acaba tornando a leitura algo meio sofrido em alguns pontos e estou deixando o porquê para o tópico independente da Audrey.
Indo além, o livro tentava a TODO custo convencer o leitor que aqueles dois personagens eram inteligentes, que eles eram gênios e tal. Só que é uma coisa que eu vi em algum lugar na vastidão online: "para se escrever personagens inteligentes, a escrita precisa ser inteligente." E infelizmente, não é o caso aqui. O Thomas Cresswell tem os seus momentos, onde ele real pensa e fala coisas muito boas. Mas a Audrey é um caso perdido. Nunca vi uma detetive tão burra na minha vida tinha horas que eu faltava coringar de ódio. Irei falar mais abaixo, NO TÓPICO DELA. (percebem como tem MUITA reclamação por vir?)
Outros pontos positivos que me agradaram: as fotos no começo de cada capítulo ajudaram muito na questão de imersão da história, além de dar um ar misterioso ao livro e deixarem ele mais lindo. Os flertes entre os personagens me fizeram suspirar vez ou outra, até surtei algumas vezes no twitter inclusive. Não consegui prever o assassino, o que me fez dar 10 pontos a mais a esse livro.
E ah, sobre o assassino, eu tenho comentários. Na minha opinião, esse plot já estava meio destinado ao fracasso desde 50% do livro, quando tudo já estava meio estabelecido. Independente de quem fosse, ou não faria sentido ou simplesmente seria do nada ou seria o óbvio. O problema é que a narrativa passou tanto tempo tentando enganar o leitor em falsas estradas, que esqueceu de apresentar pistas sobre quem era o assassino. Todo mundo falando sobre como o assassino estava óbvio e eu me perguntando se li o livro errado? Talvez seja porquê eu não sou muito de ler livros desse gênero, apesar de gostar muito. E o jeito que no final o Cresswell usou pistas meio bleh pra dizer quem era me deixou meio assim...ok.
Agora sobre os personagens, e ah eu tenho coisa pra falar. Antes de tudo, o ponto mais positivo daqui é que o livro não exagera com a quantidade de personagens, são tipo uns seis e o resto é mais de fundo mesmo.
Audrey Rose, vamos começar a resenha agora. Ela é a narradora. E vocês entendem que a gente vai ter que acompanhar essa PRAGA pelo mundo inteiro em tudo que essa saga se proponha? Pois. E eu até pegaria leve se essa menina não quisesse LACRAR a cada 10 segundos, QUALQUER UM RESPIRA DO LADO DELA E ELA JÁ METE UM LACRE, ELA LACRA ELA LACRA. E nem é um lacre BOM. É um lacre RASO. É um feminismo de PORTA DE EMPRESA, que não tem FUNDAMENTO NEM BASE NEM IDEOLOGIA NEM IDEIA NEM PENSAMENTO NEM DÓ DA MINHA POBRE CABECINHA. Ela parece uma adm do quebrando o tabu. O meu sonho era quebrar o tabu na CABEÇA DELA. Eu juro, eu adoro personagem lacrador gente eu sou fã número um do Kaz Brekker esse menino lacra a cada 10 respirações, mas a diferença é que o Kaz SABE LACRAR. ELE LACRA BEM. A Audrey lacra parecendo que tá constipada mulher pelo amor de deus eu juro gente alguém olhava na direção dessa menina e ela já fazia uma REDAÇÃO DE ENEM pra mostrar que ela NÃO ERA IGUAL AS OUTRAS GAROTAS. Se fosse um livro de 2010 eu ATÉ ENTENDERIA. Mas 2016? Mulher pelo amor de deus toma um rumo nessa sua vida vira gente vamos. E além de tudo isso, o livro quer colocar ela como essa garota não uso muita maquiagem HUH SOU DIFERENTE DE TODAS AS OUTRASS A MINHA PICAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA 🤬 #$%!& CHATA DO 🤬 #$%!& VAI TE FUDER MALUCO EU TO PAGANDO DINHEIROS DE INTERNET PRA UM NEGOCIO DESSE MEU DINHEIRO SUADO MEU POBRE DINHEIRINHO.
Perdão minha falta de decoro. Voltando a resenha.
Essa menina era INSUPORTÁVEL NÃO DAVA NÃO DAVA GENTE EU QUERIA ARRANCAR MEUS CABELOS FIO A FIO PORQUE TUDO QUE ELA FAZIA ERA LACRAR A PERSONALIDADE DELA ERA O LACRE SÓ SABIA FAZER TEXTAO ESSA 🤬 #$%!& NAO PRESTAVA PRA MAIS NADA. AS COISAS CAIAM NO COLO DELA ENQUANTO A NARRATIVA TENTAVA JURAR POR DEUS QUE ESSA PIRRALHA ERA INTELIGENTE.
E EU SOU O BATMAN.
Enfim.
Ela é insuportável. Colocar essa criatura como narradora foi um tiro no pé. Além de tudo ela tem a personalidade de um bloco de tijolo eu juro a gente só sabe que ela gosta de ciências de resto é LACRAR e LACRE. A descendência dela podia ter sido desenvolvida, mas era algo que tinha uma frase sobre e pronto.
Thomas Cresswell: tinha potencial. Não sei como é nos outros livros e nem quero saber e se você sabe pois problema seu. Ele era interessante, mas ficar brotando do nada além de ser meio tosco era meio ??? Sei lá. E o livro queria vender ele como um cara que pensa em tudo mas a maioria das vezes as soluções dele não tinham nem PÉ NEM CABEÇA uma coisa mais maluca que a outra. Ele flertando com a Audrey era legal, mas era só isso. Não tenho muito a falar sobre ele pois NÃO TEMOS muito dele.
Agora sobre o casal. Ah o casal. É interessante, e tinha potencial. Sim, verdade, os flertes me chamaram muita atenção e me tiraram várias risadas. Mas ao decorrer da história, o leitor vai percebendo como a coisa não tem pé nem cabeça. Beleza, desde o começo eles se atraíram um pelo outro. E eles flertam. Ok. Boa. Mas chega em um ponto do livro que a Audrey decide do nada que ODEIA ele e odeia mesmo valendo. E eu fiquei tipo gente que isso? Se eu quisesse ver duas pessoas brigando eu fazia uma video chamada com meu pai e minha mãe, e não ia ler livro de fantasia né? Então assim, já começou a ficar esquisito a partir daí. Uma coisa que era boa e legal, foi perdendo a graça. Inclusive ainda tiveram horas que eles me tiraram risadas as quais postei no twitter, MAS ainda assim. Meu auge foi quando começaram as declarações de amor do nada fiquei bem assim gente o que é isso agora ein? Juro uma coisa que começou muito boa terminou meio é kkkk tá bom. A mimir. Aí a cereja do bolo foi o livro tentar colocar esses dois como um casal profundo, sendo que NÃO. E tipo, TÁ TUDO BEM ser um casal raso e simples. Jude e Cardan são um casal simples, mas a Holly Black fez um puta arco envolvendo isso e tornou eles um dos meus casais favoritos da vida. Mas aqui é um casal com a profundidade de um pires, que finge ser um piscinão de ramos. Me deu gastrite.
Agora sobre algumas coisas não comentadas: as provas caíram literalmente do céu, eles não deduziram nada ou quase nada, e em certa parte do livro dá pra perceber que a história tá perdida pois os personagens começam a fazer fanfic e aceitar como se fosse verdade, inclusive ri bastante porque a cada uns 3 capítulos eles mudavam a fic completamente do nada e sem explicação nenhuma.
Não foi uma experiência boa. Mas irei dar duas estrelinhas pois o justo é o justo e não vou dar a mesma nota que dei pra PRINCESA DE PAPEL aquela bomba nuclear.