Quem tem medo do feminismo negro?

Quem tem medo do feminismo negro? Djamila Ribeiro




Resenhas - Quem Tem Medo do Feminismo Negro?


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beca 25/07/2020

Me sinto eu
Djamila Ribeiro conseguiu exprimir todos os meus sentimentos quanto mulher negra. O livro é muito bem embasado com citações de mulheres e pensadoras incriveis como Angela Davis, Grada Kilomba, Kimberlé Crenshaw... não sei porque demorei tanto tempo pra ler essa obra. 100% indico para todos.
beca 25/07/2020minha estante
pra mim não ta aparecendo as estrelas mas eu dei 5 pessoal


Edu Freiberger 23/09/2020minha estante
Beca, estou começando a ler pq quero tentar entender melhor e, também, pq quero um dia ser pai e sei que uma filha minha terá que irrefreavelmente enfrentar essa temática. Vc sugere qual leitura a mais sobre o tema?


beca 29/09/2020minha estante
acredito que o pequeno manual antirracista da mesma autora e o livro mulheres, raça e classe da angela davis são otimos livros! sua filha com certeza será muito amparada, e apoio familiar é tudo que precisamos. parabéns pela iniciativa.


Mambo.Ndombi 18/11/2020minha estante
preciso começar a ler, não sei como começo


Sabrina.Lima 28/05/2021minha estante
Não sei como ler ?


Sabrina.Lima 28/05/2021minha estante
Não sei como ler esse app *


Jose497 20/01/2024minha estante
Estou lendo agora. Parece que tenho que voltar aos bancos escolares e aprender como lido com negros sem ser tido como racista. Sempre chamei negras bonitas de belas mulatas e em casa chamo carinhosamente minha esposa de neguinha. Agora só posso falar isso "a quatro paredes". Mas tá valendo. Viver em sociedade é assim mesmo




Fernanda.Rettore 19/07/2023

Por Uma Sociedade Afrofeminista
A obra é uma coletânea de artigos retirados do site da autora Djamila Ribeiro, filósofa, escritora e ativista brasileira. Os textos tratam, de maneira contundente e provocativa, a interseccionalidade do feminismo e lançam luz sobre a luta das mulheres negras na sociedade atual.

A autora, busca desconstruir estereótipos e preconceitos em relação às mulheres negras, ao analisar as diversas opressões que elas enfrentam: racismo, classismo, machismo e outros tipos de violência oriunda destes. Ao longo do livro, ela expõe experiências pessoais, dialoga com outras personalidades negras e apresenta dados que comprovam a desigualdade racial e de gênero existentes.

Djamila, discorre sobre a invisibilidade histórica do grupo no mercado de trabalho, na vivência acadêmica, nas mídias e no movimento feminista. Ao questionar a marginalização sofrida pelas mulheres negras, também evidencia a necessidade de um feminismo verdadeiramente inclusivo.

"Quem Tem Medo Do Feminismo Negro?" é uma boa obra para a compreensão do feminismo negro como uma luta política, social e cultural, que busca a justiça e a igualdade para as mulheres negras, reconhecendo a complexidade e as particularidades de suas experiências.
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Rennata Everton 28/01/2022

Djamila é necessária!
É necessária para o resgate da identidade de mulheres pretas, e didática ao passo que contribui com os saberes acerca do passado, presente, e o esperado futuro de mulheres pretas que lidam diariamente com a violência que advém do fato de ser quem se é .

Se muito de nossas heranças estão vinculadas a dor e descaso, Djamila contribui diretamente na construção e manutenção dessa narrativa, além de atribuir o saber que movimenta, empodera, e lança pra o mundo milhares de mulheres pretas que agora sabem de sua história, e assumem o protagonismo que ao longo da história do Brasil nos foi negado.
Aylane Nunes 28/01/2022minha estante
Tenho vontade de ler este livro pois acabei de ler o manual antirracista e gostei bastante.




Juliete Marçal 18/08/2020

Quem tem medo do feminismo negro?
Djamila Ribeiro começa o livro com um longo ensaio autobiográfico: ela parte de memórias (histórias e experiências vividas) de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de "silenciamento". Ela também nos conta como que o contato com autoras negras a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível, além de influenciar na sua trajetória como mulher negra e intelectual. Assim, Djamila permeia sua vivência relacionando com pensamentos de mulheres como Simone de Beauvoir, Angela Davis, Bell Hooks, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, entre outras.

"As autoras e autores que eu lia haviam me ajudado a recuperar o orgulho das minhas raízes. Reconfigurar o mundo a partir das perspectivars deles me ajudou a finalmente me sentir confortável nele. Foi um divisor de águas na minha vida ."

Depois da introdução o leitor entra em contato com a seleção de alguns artigos (no total 34) da autora publicados no blog da CartaCapital entre 2014 e 2017. Através desses textos Djamila aborda temas diversos e esclarecedores sobre feminismo e, principalmente, sobre racismo.

As reflexões e críticas expostas em seus textos reagem a situações do cotidiano, abordando e debatendo questões como humor, racismo reverso, blackface, cotas raciais, feminismo negro, mito da mulher moderna e muito mais. Ela também destrincha conceitos como empoderamento feminino e interceccionalidade, sempre tendo um discurso não excludente, que defende um feminismo que une e não segrega, que pensa nas muitas maneiras de existir mulher.

"É necessário entender de uma vez por todas que existem várias mulheres contidas nesse ser mulher e romper com a tentação da universalidade, que só exclui."

Um dos pontos que eu gostei muito do livro foi a introdução: não esperava encontrar tantos recortes da vida da autora. É a minha parte preferida. Também vale ressaltar que os textos são curtos, de fácil entendimento e muito bons. Mas os temas não são muito aprofundados, afinal foram publicados em um blog para o público em geral. No entanto, servem como introdução, - assim como o "Pequeno manual antirracista" -, para aqueles que desejam aprender mais sobre racismo, antirracismo e feminismo negro. As perguntas, provocações, reflexões e desabafos de Djamila permeiam todo o livro, junto com indicações de leitura e estudo. Sem contar, com o seu diálogo sempre esclarecedor e que faz questionar e mais do que isso, que convida o leitor à debater e compartilhar.

Leitura imprescindível!

"Mas, ainda que sejam caladas e negligenciadas, vozes se insurgem."

^^
Juliana Rodrigues 18/08/2020minha estante
Mais um para a lista ?


Deni Cruela 18/08/2020minha estante
Sua resenhas são maravilhosas ??.


Juliete Marçal 18/08/2020minha estante
Ahhh Obg, meninas! ?
Leiam! ;)
???


LadyLuuh 19/08/2020minha estante
Quando crescer, quero escrever igual a você. Rsrs?


Juliete Marçal 19/08/2020minha estante
Ahhh ???
??


Roneide.Braga 09/09/2020minha estante
Vai para minha lista ?


Juliete Marçal 10/09/2020minha estante
Neide, vale a pena só pela introdução! Claro, que o restante do conteúdo tbm traz importantes reflexões!
Leia! ?




Ione - sama 10/08/2020

Perfeito
Se você está cansado de ouvir falar sobre racismo, imagine quem vive isso todos os dias?.

Esse livro é essencial para todas as pessoas no geral. Sendo sincera Eu nunca pensei em ler um livro com esse tema, mas, fico muito feliz em ter lido agradeço minha professora de português por ter feito eu ler esse livro. Esse livro é tudo pra quem não entende de racismo e feminismo negro ou até mesmo pra quem entende. Mostra a realidade nua e crua, mostra a vida de uma mulher negra, fala de coisas que eu como uma pessoa branca nem imaginava! Eu aprendi bastante e fico feliz com esse aprendizado! Quero ler mais livros da autora e cada vez aprender mais sobre o assunto. Te garanto que tu não será a mesma pessoa depois desse livro.
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rachid 08/11/2022

essa mulher é inteligente demais
não e o primeiro livro da djamila que eu leio e pretendo ler os outros também
acho que é uma leitura necessária pra todo mundo, principalmente pessoas brancas
o livro tirou algumas dúvidas que eu tinha sobre questões raciais e é muito bem explicado em todos os âmbitos
li tudo em uma tarde
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peü 15/10/2021

O livro "Quem tem medo do feminismo negro?", da escritora Djamila Ribeiro, traz incialmente um breve ensaio autobiográfico e, posteriormente, uma coletânea de diversos artigos publicados no blog da revista CartaCapital.

A obra é bem curtinha e a escrita é simples, direta e objetiva. No entanto, a abordagem e discussão dos assuntos, que são diversos ao longo do livro, são superficiais e bem introdutórios. Outrossim, a partir da leitura, pude relembrar diversos acontecimentos polêmicos (leia racistas) de 2014 a 2017 - período em que os artigos que foram escritos e postados.

Outro ponto, é o nome do livro, pois creio não ser o mais apropriado, já que em apenas 2 capítulos, de 35, tratam de forma direta a temática do feminismo negro, porém de forma sucinta, o que leva-me crer que o título é apenas midiático.

Por fim, o livro ocasiona importantes reflexões e levanta debates urgentes, principalmente, neste trágico cenário político e social nacional.
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Canoff 23/11/2023

Quem tem medo do Feminismo Negro? Ninguém! O Feminismo, de modo geral, é insignificante. (Pode conter Spoilers!)
Eu poderia analisar este livro por inúmeras perspectivas, mas para manter uma abordagem consistente e possibilitar uma comparação eficaz, analisarei da mesma maneira que fiz com o livro 'O Feminismo é Para Todos', de Bell Hooks. Ambos os livros oferecem a oportunidade de elaborar uma análise convencional, com parágrafos divididos em introdução, desenvolvimento e conclusão. No entanto, tenho muitas considerações a fazer, o que tornaria a resenha extensa e, por conseguinte, cansativa. Diante disso, nada melhor do que contrapor as ideias da autora baseando-me em suas próprias colocações. Vamos lá...

Observação: Nem todas as citações serão abordadas, pois são dezenas e isso tornaria a leitura inviável. No entanto, a autora tratou de diversos temas, como sexismo, aborto, machismo, e outros assuntos que são considerados pertinentes para a causa feminista.

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'Não sabia por que sentia vergonha de levantar a mão quando a professora fazia uma pergunta já supondo que eu não saberia a resposta. Por que eu ficava isolada na hora do recreio. Por que os meninos diziam na minha cara que não queriam formar par com a 'neguinha' na festa junina. Eu me sentia estranha e inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no automático, me esforçando para não ser notada.'

> Isso é nada mais, nada menos que timidez. A respeito do xingamento, não há como argumentar que não é racismo. Entretanto, racismo não está ligado ao Feminismo. Assim como você era introvertida, outras crianças(acredito que a maioria) também eram.

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'Aprendi a jogar xadrez aos seis anos, na União Cultural Brasil- União Soviética, lugar onde os comunistas da cidade de Santos levavam seus filhos para fazer cursos ou para se divertir nos fins de semana.'

> Eu até argumentaria minuciosamente sobre a sua formação moral, mas acredito que qualquer pessoa de boa índole irá entender que ambientes que defendem uma ideologia que matou mais de 100 milhões de pessoas não é um bom lugar para instruir uma criança.

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'Meu pai, autodidata e militante comunista e do movimento negro, exigia que tirássemos boas notas e nos obrigava a ir à escola sem falta.'

> O objetivo aqui não é utilizar argumentos ad hominem, mas não posso deixar de mencionar que, certamente, o seu pai não teve acesso à educação formal, caso contrário, não adotaria o comunismo.

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'A barreira da vez foi o sexismo, porque muitas pessoas da minha família foram contra eu voltar a estudar sendo mãe. Lembro como foram difíceis os primeiros meses, quando pensei em desistir.'

> Não se trata de sexismo. Sua família reconhece que o filho instintivamente precisa da própria mãe, e, caso seja possível, é recomendável que a mãe se dedique exclusivamente aos cuidados do filho. Não há sexismo nenhum nisso.

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'A repórter Monique Evelle tem uma frase que me marcou muito: 'Nunca fui tímida, fui silenciada'.

> Você pode ter sido silenciada, mas a maioria dos jovens são introvertidos. Colocar uma frase dessa e tratá-la como axioma é um erro grotesco de militância desesperada.
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'Uma vez que o conceito de humanidade contempla somente homens brancos, nossa luta é para pensar as bases de um novo marco civilizatório.'

> Não, o conceito de humanidade não contempla apenas os homens brancos. Vou relevar essa frase, pois você deve tê-la formulado durante um surto de militância. Vocês (feministas) não conseguem garantir a adesão ao feminismo, imagine então estruturar um marco civilizatório.

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'É imprescindível que se leia autoras negras, respeitando suas produções de conhecimento e se permitindo pensar o mundo por outras lentes e geografias da razão.'

> Ninguém deve ler um autor apenas pelo fato de ele ser negro. Eu li outro livro seu, e uma das premissas centrais é essa: ler mais autores negros. Será que você nunca considerou que (arrisco dizer) ninguém deixa de ler algo pelo autor ser negro? Não vou sair pesquisando autores negros para ler. Pode ter certeza de que ninguém precisou pesquisar Machado de Assis para ler os livros dele. Quem é realmente talentoso ascende socialmente e não sai por aí panfletando seus livros, dizendo que as pessoas precisam apoiá-lo por ser negro. Até você ascendeu socialmente pela sua dedicação e nível de escolaridade, por qual motivos com os outros seria diferente?

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'Assim como houve pensadores como Sartre, que criticava a arte pela arte'

> Eu já estava esperando uma menção ao 'fantástico' Sartre. Imagino que você deva ter estudado para escrever esse livro, não é? Pois bem, se estudou, ou estudou pouco, ou ignorou a biografia de Sartre. O filósofo que você erroneamente coloca em um livro FEMINISTA abusava de meninas que estavam fugindo da Revolução Francesa. Ótima personalidade para se espelhar, não acha? Não vou nem falar do resto da história e da falsa ideia de sororidade (que a maioria das feministas não conseguem nem pronunciar).

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'Alguns humoristas, quando criticados, dizem estar sendo censurados. É preciso explicar para eles o que é censura. Primeiro, dizem e fazem coisas preconceituosas. Quem se sentiu ofendido, reclama. Onde está a censura nisso? Incomodam- se pelo fato de, cada vez mais, as pessoas denunciarem e gritarem ao ver suas identidades e subjetividades aviltadas; é como se dissessem 'nem se pode mais ser racista e machista em paz'.

> Se não tiver ideias distorcidas, não é um livro feminista, correto? Bom, você não precisa ser muito perspicaz para entender que os humoristas não enfrentam processos por ofenderem cidadãos comuns, mas sim por ofenderem políticos. A partir do momento em que você se candidata a um cargo político, está intrinsecamente ciente de que se tornará uma pessoa 'pública'. Devo também salientar que as queixas dos humoristas não se limitam exclusivamente aos políticos, mas também à divulgação da verdade. Se alguém expressa uma obviedade, não cabe processo, pois, embora a pessoa possa não gostar, é a verdade. A censura também ocorre quando políticos intervêm e proíbem alguns humoristas de realizar shows em determinadas cidades. Você, como alguém formada na área política, deveria estar ciente do significado de censura.

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'A pessoa achar que machismo não existe não muda o fato de que a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil segundo o mesmo Mapa da Violência.'

> Bom, se fizermos uma conta bem básica, chegaremos num número de + 100 mil mulheres agredidas/ano. Um número questionável, não acha? Será mesmo que há mais de cem mil mulheres apanhando no Brasil? Segundo a Agencia Patrícia Galvão(que também é um órgão duvidoso), 26 mulheres são agredidas a cada hora no Brasil. Um valor diferente, não é? Comparando ambos os dados, temos uma diferença de 100 mil. Alguém está mentindo, ein? Será que é você, Djamila?

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'Algumas pessoas pensam que ser racista é somente matar, destratar com gravidade uma pessoa negra. Racismo é um sistema de opressão que visa negar direitos a um grupo, que cria uma ideologia de opressão a ele.'

> Exato. Entretanto, nessa sua afirmação, você caiu na hipocrisia, pois posteriormente, dirá que não existe racismo reverso, mas o que você disse torna completamente plausível a presença dos brancos e não brancos(como você gosta de chamar). Se decida, senhorita.

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'Simone de Beauvoir já havia desnaturalizado o ser mulher, em 1949, com O segundo sexo.'

> Aqui, você menciona pela primeira vez Simone de Beauvoir. Lembra-se do senhor que abusava de meninas refugiadas da Revolução Francesa? Exatamente... Quem será que cooptava as meninas, hein? Será que Simone de Beauvoir faria isso por seu amado? Dê uma breve pesquisada e verá algo interessante. Aliás, antes que eu esqueça, pesquise quais estudiosos ficaram favoráveis à descriminalização da pedofilia na França. Problemático para uma feminista, não acha? Mas quem é uma das mães do Feminismo? Não é Simone de Beauvoir? Que paradoxo imenso em que você se meteu, não acha?

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'Não incluir, por exemplo, mulheres trans com a justificativa de que elas não são mulheres reforça aquilo que o movimento tanto combate e que Beauvoir refutou tão brilhantemente em 1949: a biologização da mulher, ou a criação de um destino biológico. Se não se nasce mulher, se ser mulher é um construto, se o gênero é performance (em termos butlerianos), não faz sentido a exclusão das trans como sujeitos do feminismo.'

> Mulheres trans não são mulheres. Você pode fazer o que quiser; se não nasceu mulher, não se transformará em uma. Você pode ser um abajur, um dinossauro, mas uma mulher não tem como.

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'Há algum tempo, a comediante Kéfera Buchmann gravou um vídeo chamado 'Tá liberado, é Carnaval!' em que aparece pintada de preto, com uma peruca black power, dançando de forma ridícula e caricata. Ou seja, se utilizando da versão brasileira do blackface, a 'nega maluca'. A humorista ultrapassa todos os limites do bom senso e do respeito ao retratar mulheres negras de forma tão ultrajante. Nunca vi uma mulher negra se comportar do modo como ela a retrata.'

> Ué, Djamila! Não estou te entendendo… A Kéfera não é uma mana? Uma amiga? Uma guerreira que luta contra o patriarcado opressor? Como ela ousas ser racista? Quem cometeu mansplaining nesse caso?

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'Dizer por exemplo que mulheres são naturalmente maternais e que devem cuidar de afazeres domésticos naturaliza opressões que são construídas socialmente e que passam a mensagem de que o espaço público não é para elas.'

> Sim, claro... Dizer que a mulher não serve para o que o corpo dela foi criado é errado. Negar o instinto dela é completamente natural.

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'A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul derrubou, em 28 de maio de 2015, um relatório favorável ao projeto de lei que proíbe o sacrifício de animais em rituais religiosos, de autoria da deputada Regina Becker (PDT). Em 12 de junho, a decisão foi reafirmada. A mesma CCJ aprovou um parecer contrário ao projeto, considerado inconstitucional, uma vez que a Constituição diz ser 'inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.'

> Isso você está certíssima. Sou católico, mas impor uma coisa inútil dessas realmente não dá. Embora eu acredite que sacrificar animais não sirva de nada, se fizer parte de uma crença, o Estado tem obrigatoriedade de proteger. O Estado ser laico é uma porcaria, mas já que é, que exerça o correto.

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'Num país com 52% de população negra, por que ninguém estranha a ausência de negros na TV? Por que não criam uma campanha por uma TV menos eurocêntrica, por exemplo?'

> Você deve ter obtido esses dados do IBGE, mas é importante ressaltar que essas pesquisas podem não ser completamente precisas, uma vez que as pessoas se denominam da forma que desejam. Nesse contexto, muitas pessoas brancas, pardas e amarelas identificam-se como negras devido à sua ascendência. Eu não acredito que o Brasil seja majoritariamente negro, mas tudo bem.

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'Cota é uma modalidade de ação afirmativa que visa diminuir as distâncias, no caso das universidades, na educação superior. Mesmo sendo a maioria no Brasil, a população negra é muito pequena na academia. E por quê? Porque o racismo institucional impede a mobilidade social e o acesso da população negra a esses espaços.'

> Cota racial é o maior erro que este país já cometeu na educação. Há vários casos em que pessoas negras foram prejudicadas pelas próprias cotas. No ENEM, um rapaz foi considerado 'não negro' e não se beneficiou das cotas, enquanto seu irmão gêmeo passou por esse critério. Além desse caso, é absurdo o fato de terem organizado uma comissão para julgar quem seria negro ou não. Alguns 'especialistas' decidiam quem se enquadrava nas características para ser considerado negro. Sabe qual foi a última vez que isso foi feito? Na venda de escravos, onde os senhores avaliavam características físicas para determinar se aquele escravo seria um 'bom negro'. Podemos notar que isso resolveu muita coisa... A cota financeira sanaria todos esses problemas, pois há jovens brancos que são mais vulneráveis que alguns jovens negros. A cota racial incluiria esse público? Tenha certeza de que não, pois até os negros estão sendo prejudicados.

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'Um garoto branco de classe média que estudou em boas escolas, come bem, aprende outros idiomas, tem acesso a lazer e passa em uma universidade pública pode se achar o máximo das galáxias, mas na verdade o que ocorre é que teve oportunidades. Qual mérito ele teve? Nenhum. O que ele teve foram condições para tal.'

> Erradíssimo. Esse jovem pode ter tido privilégios, mas isentá-lo do mérito é uma covardia tremenda.

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'Pedir para pararmos de falar disso é querer manter as coisas como estão, sucumbir ao que podemos chamar de síndrome de Morgan Freeman— ator que disse em entrevista que o dia em que pararmos de falar de racismo ele deixará de existir, como se fosse uma entidade. Fazendo uma analogia simplista, que um 'argumento' simplista como esse exige: se uma pessoa está com câncer e só deixar de falar nisso, sem procurar tratamento, a doença vai desaparecer?'

> Não vou nem comentar muito sobre isso aqui, pois uma capacidade de raciocínio dessa é inerente às feministas mesmo.

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'Criam categorias como 'literatura feminina', assuntos 'para mulheres'. A literatura produzida por eles é tida como universal, enquanto a feita por mulheres é 'literatura feminina'. Alguém já ouviu falar em literatura masculina? Essas subcategorias são criadas para hierarquizar arte e conhecimento.'

> Você dividiu o Feminismo em vários compartimentos e não só fez isso, como também escreveu um livro sobre essa imbecilidade. Só falta criar o feminismo para homens.

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< OBSERVAÇÕES >



1- Bom, é visível que ela aborda mais o tema do racismo do que o feminismo. Este livro trata 80% de racismo. A respeito disso, não há muito o que argumentar. Racismo é crime e acabou. Há algumas distorções e ideias apelativas, mas, de modo geral, sobre o racismo, ela comete poucos erros.

2- Ela cita pesquisas o tempo todo, mas não há nada no fim do livro. Mesmo que essas pesquisas existam, se não forem incluídas no livro, as ideias não passarão de meras aspirações. Eu sei que ninguém lê, mas a ausência das fontes só piora a veracidade (o que já está prejudicado).

3- Assim como todos os livros feministas, nenhum aborda a espinha dorsal do movimento, pois não contribui para a adesão ao Feminismo. Todas essas mães do feminismo tinham ideias criminosas, revolucionárias e nojentas. Mais um livro que esconde a verdade por conveniência.

4- Ela com certeza não mencionará Margaret Sanger, uma das mães do Feminismo, que se dizia abertamente eugenista e, inclusive, montou uma clínica abortista perto dos bairros periféricos dos EUA. O foco de Sanger eram as jovens negras, pois, segundo ela, era necessário coibir essas gestações na tentativa de purificar uma massa. Sabe quem quis purificar o mundo? Pois é... O homem do bigodinho.

5- Cheguei à marca de 3 livros feministas lidos. Já li mais que muitas feministas, hahaha!
Michela Wakami 24/11/2023minha estante
Amei sua resenha, muito informativa. Parabéns! ????


Ecklezia_Carvalho 24/11/2023minha estante
Realmente, vc tinha muita coisa a dizer ?.

Parabéns pela resenha!


Canoff 24/11/2023minha estante
Obrigado, Michela!


Canoff 24/11/2023minha estante
Ecklezia,

Esses livros rendem muita discussão. Por agora, essa resenha só alcançará o meu público, mas pode ter certeza que aparecerão mais gente comentando. ?


aline 24/11/2023minha estante
Que resenha! Parabéns! ??


Canoff 24/11/2023minha estante
Muito obrigado, Aline!


Rogéria Martins 25/11/2023minha estante
Adorei sua resenha! Como a Michela disse, bem informativa e imparcial, isso faz toda diferença!

Ps: "adoro" feministas citando o Sartre sem nem saber da vida dele direito ? fica o questionamento: ignorância ou passada de pano, mesmo?

Parabéns pela honestidade e pelas observações ponto a ponto! Adorei!!


Canoff 25/11/2023minha estante
Rogéria,

Muito obrigado pelos elogios, Rogéria!


Juan199 20/12/2023minha estante
Apesar de ter um visão política MUITO diferente da sua, achei interessantes os seus pontos, e compartilho da mesma opinião sobre cotas raciais.


anne 14/02/2024minha estante
Que resenha fenomenal! Minha meta é um dia ser que nem você, haha!




Mei 20/08/2021

Incrível!
Eu preciso começar esse texto esclarecendo que a realidade narrada por Djamila Ribeiro nesse livro não é a que eu conheço, mas através desse livro pude entender a dor da mulher negra em uma sociedade racista e desigual, pude compreender a necessidade de uma luta mais radicalizada. Esse livro foi minha introdução ao feminismo marxista, e não me arrependo em nenhum momento por tê-lo iniciado, pois foi uma leitura clara, explicativa e ao mesmo tempo, a autora conseguiu faze-la ser completa, mesmo que em menos de 200 páginas. Simplesmente, amei o livro e recomendo a todes!
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Xingmi 04/12/2023

Aulas. Li para uma apresentação escolar e ainda bem que me passaram essa apresentação. Já tinha tido contato com a autora antes, mas nunca pelos seus livros. Minha primeira experiência foi ótima. O livro é um compilado de publicações da autora e cada capítulo aborda um tópico diferente, sendo todos muito interessantes. Muito do que eu já pensava está presente nesse livro, mas ler, devidamente, com todas as palavras aquilo que eu acredito é ótimo, Djamila é uma grande filósofa e faz ótimas reflexões. O feminismo negro é necessário, não pode haver exclusão na luta pela igualdade; além disso, a discussão sobre racismo, as diversas formas de violência, entre outros, são muito bem elaboradas.
Essa leitura é essencial, li três vezes e leria de novo.
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Pam 25/01/2021

"muitas feministas negras pautam a quebra do silêncio como primordial para a sobrevivência das mulheres negras. Angela Davis, Audre Lorde e Alice Walker abordam a importância do falar em suas obras. 'o silêncio não vai te proteger', diz Lorde. 'não pode ser seu amigo quem exige seu silêncio', diz Walker. 'a unidade negra foi construída em cima do silêncio da mulher negra', diz Davis. essas autores estão falando da necessidade de não se calar ante de opressões como forma de manter uma suposta unidade entre grupos oprimidos, ou seja, alertam para a importância de que ser oprimido não pode ser utilizado como desculpa para legitimar a opressão."
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Lilian 05/05/2020

Excelente! Grupo de discussão
Uma das melhores leituras de 2019. Confrontador, incômodo e esclarecedor. Estou relendo e criei um grupo com amigas pra compartilhar sobre insights do livro. Quem tiver interesse me manda msg pra mais detalhes.
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Laura2101 07/07/2021

djamila ribeiro: mestra em filosofia política, feminista.
o livro inicia-se com a memórias de Djamila durante a infância e adolescência, mostrando o silenciamento (em conjunto do preconceito) que sofreu devido ser negra.

o livro abriu os meus olhos para outro feminismo; pois, enquanto anos atrás as mulheres lutavam pelo direito ao voto, direito ao trabalho etc, as mulheres negras lutavam para serem consideradas pessoas.
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Bruno.Costa 23/10/2021

Livro necessário
Sempre bom ler um texto que te coloca pra pensar e te questionar no que você poderia melhorar e se propor a fazer diferente para que as coisas mudem.
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Pedro Sucupira 31/08/2021

2021 LIVRO 31 – Quem tem medo do feminismo negro? por Djamila Ribeiro.
Mais um livro fantástico escrito pela mestra em filosofia política Djamila Ribeiro que traz como tema principal a importância do feminismo negro, histórica e atualmente, para a sociedade.

Além de vários artigos publicados no blog da revista Carta Capital, muitos deles em que a filósofa Djamila Ribeiro expõe e discute sobre situações de racismo e machismo do cotidiano, como os ataques a Maju Countinho e a Serena Williams, o livro também apresenta um relato autobiográfico em que Djamila fala sobre os vários ataques racistas e machistas que sofreu desde a infância.

Assim como 'Manual Antirracista' e 'Lugar de Fala', 'Quem Tem Medo do Feminismo Negro?' é um livro cuja leitura é obrigatória para todos, pois mais uma vez Djamila escancara de forma direta o racismo brasileiro que precisa ser combatido de forma urgente e radical.

#autorasnegras #literaturaafrobrasileira #feminismo #feminismonegro #escritorasnegras #literaturabrasileira
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