Resenhas - Vidas Secas

kath 16/04/2022

Livro pequeno e rápido de ler.
Inicialmente li por causa do vestibular, porém, foi uma leitura prazerosa e real. Recomendo.

Lorenna 29/12/2021

Uma leitura MUITOO cansativa, devido a forma que os acontecimentos são narrados. Mas, temos que levar em consideração que este livro está muito fora do eu estou acostumada a ler.
Não gostei!!

2,5 ?

Renato375 08/05/2021

O que mais me surpreende nessa obra, é a capacidade que Graciliano Ramos tem de colocar sensações nas palavras... eu sentia o cheiro, o gosto e as emoções, em cada cena.

A obra retrata a situação de miséria de uma família do interior do nordeste brasileiro, acoitada pela fome, seca, miséria e falta de educação formal. Nessas condições a família faz o possível para sobreviver com os poucos recursos que dispõe, tendo de se submeter as arbitrariedades do estado e a falta de escrúpulo dos latifundiários que exploram sua pobreza material e intelectual.

Além disso, suas vidas são marcas pela secura de sensações de afeto, imposta pela dramática condição de vida da família. Cada um faz um esforço gigante para, à sua maneira, ler e interpretar o mundo. É nesse ato continuo e desesperado que a obra se apresenta como um clássico!

Encadernação: 5/5
Fonte: 4,5/5
Espaçamento: 5/5
Cor do papel: amarelado
Preço: R$ 28,73

Polly 22/01/2021

Vidas Secas: o que faz um bom escritor? (#152)
Há um tempo atrás eu li um livro chamado A Inglesa Deslumbrada, que reúne crônicas do Fernando Sabino. Em uma dessas crônicas, Sabino fala sobre o que é ser escritor e sobre como ele se tornou um. Dos muitos motivos apontados pelo autor e que, segundo ele, ajudou-o a ser uma pessoa que podia viver da escrita foi o fato de ele gostar muito de estudar gramática. Na crônica, Sabino diz que estudar como as palavras, as frases e as orações se formam é matéria prima básica para quem quer brincar com as letras. Um bom escritor não precisa ser um gramático exímio, mas precisa entender o processo de construção das palavras e das frases.

Isso jamais me saiu da cabeça. Nunca mais li um livro como lia antes. Comecei a me interessar muito mais por gramática do que em toda a minha vida escolar, já que sempre fui apaixonada pela escrita. E esse meu jeito “novo” de ler, me fez ver o quanto Vidas Secas é incrível e o quanto Graciliano Ramos era espetacular. Bem, os personagens de Vidas Secas vivem uma vida subumana. Fabiano não sente o mundo como gente, sente-o como bicho. O vaqueiro e seus familiares não conseguem sonhar ou desejar mais do que podem ver. A fome e a miséria em que vivem não permitem tal ousadia. E todos esses sentimentos são traduzidos e podem ser identificados na escrita de Graciliano Ramos: quase não existem orações subordinadas no texto, a escrita é feita de coordenação e cheia de pontos finais. A escrita é crua, dura, como a vida de Fabiano.

Mas, acho que não só de gramática deve viver um bom escritor. Na minha humilde opinião, bons livros também são recheados de empatia. Observação e identificação com outra vida humana, ainda que ela seja bem diferente da sua, deve ser fundamental para que se escreva um bom livro, para que se conte uma boa história. Vidas Secas tem isso de sobra. E mais, Graciliano Ramos vai além do fraternalismo humano, porque o capítulo de Baleia e todos os sentimentos que o escritor sugere a uma simples cadela vira-lata me faz acreditar que ele conseguia se colocar até mesmo no lugar de um animal que sofre.

Enfim, o livro é incrível, apesar dessa impressão de má qualidade da editora Record (letras borradas em alguns lugares e em outros faltando tinta, espaçamentos sobrando por todo o texto, falta de pontuação é quase uma heresia). Graciliano Ramos definitivamente era alguém que sabia brincar com as palavras e me convenceu de vez de que o Sabino realmente estava certo: para se escrever bem há que se saber um pouco de onde vem a matéria prima que você usa. Sem contar, é claro, com um poder de empatia fora do comum. Isso é que faz um bom escritor. Vidas Secas foi um dos melhores de 2020 e, talvez, da vida. Leiam-no.

Alice Aissa 07/06/2021

baleia
possui uma linguagem difícil mas vale a pena ler pois faz vc refletir sobre sua vida e o valor da água

gabriel.a.brumatto 16/04/2023

Um romance de denúncia e indignação.
Já vou começar esta resenha dizendo que eu adorei este livro.
O livro conta a história do casal nordestino Fabiano e Sinha Vitória, que tem dois filhos homens (nomes não mencionados no livro) e uma cachorrinha, a Baleia. O romance se passa em uma época de profunda seca e miséria no nordeste brasileiro, mas precisamente a segunda metade do século XX.
O casal trava uma luta diária para garantir a sobrevivência de todos que vivem com os dois, incluindo a cachorrinha. Devido à grande falta de dinheiro e pobreza extrema, eles muitas vezes (a maioria), acabam comendo animais e demais alimentos de baixíssima qualidade, às vezes, até estragados.
Todos os integrantes do livro são analfabetos, tirando o seu Tomás da bolandeira, uma espécie de pseudo-intelectual presente na cidade que eles vivem (também não mencionada no livro). A falta de alfabetização e educação primária faz com que Fabiano seja muitas vezes enganado por diversas pessoas, que apenas querem arrancar mais dinheiro de seus bolsos. Essa dinâmica faz com que ele sofra preconceito por parte de todos os alfabetizados daquela cidade, principalmente por autoridades, como policiais e soldados, que chegam a levá-lo preso duas vezes.
Depois de tanto sofrimento, eles decidem fugir daquela cidade para outro lugar, com melhores condições de vida e oportunidades de emprego com salários interessantes. Eles decidem ir para o sul do Brasil para tentar a vida de novo, para fazer tudo dar certo desta vez.
Enfim, é um romance incrível, com personagens bem desenvolvidos, enredo bem trabalhado, escrita divina e críticas sociais bem trabalhadas e com embasamento. Recomendo à todos que façam a leitura!

Renata CCS 20/05/2014

Seca pela falta de chuva, de esperanças, oportunidades, justiça, respeito, educação e civilidade.

“Se a igualdade entre os homens - que busco e desejo - for o desrespeito ao ser humano, fugirei dela.” (Graciliano Ramos)

VIDAS SECAS conta a famosa história de uma família de retirantes impelida pela seca nordestina. Fabiano, monossilábico e rústico, grunhe e resmunga, não tem estudo algum. É branco, ruivo e de olhos azuis, e extremamente seco, A esposa, sinhá Vitória, é quem sabe de alguma coisa, e sua sina é almejar a estabilidade. Ela quer uma vida melhor e expressa isso no desejo de ter uma cama. São acompanhados pelos filhos, o menino mais novo e o menino mais velho. Não são atribuídos nomes aos meninos pelo autor, enfatizando sua total falta de identidade ou raízes. A cachorra Baleia, ao longo de todo o romance, sonha, sente alegria, tristeza e dor, ganha um belo e triste capítulo à parte. Cabe a ela o momento mais dramático da narrativa, e coloca sua “visão” com relação a sua condição humanizada.

Graciliano Ramos não trata apenas dos problemas da seca, ele apresenta as mazelas vividas por homens simples totalmente oprimidos pela natureza e pela sociedade. Estamos diante de um romance triste: cheio de tensões críticas entre o homem e o seu meio, um meio natural, hostil e seco. Muito seco. Mas o livro favorece uma excelente reflexão acerca do que é ser homem e de sua existência em um meio pouco favorável.

A linguagem utilizada é tão concisa e dura quanto é a história escrita. Há um traço pessimista, mas também uma tênue esperança. É uma prosa moderna muito bem delimitada: o romance traz uma concepção geral sobre o que é o Brasil em suas entranhas, suas riquezas e pobrezas, uma cultura própria e original do povo brasileiro. Graciliano Ramos não fez apenas uma literatura que aborda uma região do Brasil, mas a realidade como um todo.

Vozes deslocadas e sem ouvintes, seca e fome andarilhas, diálogos magros em gordas narrativas, onde tudo é ruína, perda. É assim que GR nos presenteia com sua obra e faz-nos encontrar um olhar crítico sobre o mundo que retrata. O livro é daqueles para ser lido e relido, para ser apreciado a cada frase, um livro que fica conosco para sempre.

Por esta obra única e por tudo que represente na literatura nacional, Graciliano é leitura indispensável!

Versão_beta 08/09/2020

É tão triste, e tão real, odiei o que este livro me fez sentir e ao mesmo tempo o amei do começo ao fim, perfeito.

danii 04/10/2022

Vidas Secas
Esse, com Dom Casmurro, foram livros que minha professora vinha a meses falando pra gente ler, então bati na cara, criei vergonha e fui ver. Adorei e pretendo ler mais de Graciliano.

Roneide.Braga 21/04/2020

[VIDAS SECAS - GRACILIANO RAMOS]
RELEITURA.


Nessa obra, Graciliano mostra a realidade nordestina de uma maneira condensada e poética, mas sem deixar nenhum detalhe para trás. Graciliano é um gênio!

Super recomendo!

joyce716 02/11/2021

Chorei no capítulo da Baleia? Sim.
Obra simplesmente surreal e que nunca imaginei que me tocaria tanto. As descrições são tão fiéis que eu praticamente me senti fazendo parte da história.

lorenlorensz 25/04/2024

Amei
Amei esse livro, um dos melhores livros que eu li esse ano, dei cinco estrelas com certeza
super curto e muito completo, queria poder ler dnv que nem da primeira vez! Acabei em um dia

Alexlivros 15/07/2023

Fluido e reflexivo
Uma maravilhosa história elaborada pelo grande escritor brasileiro Graciliano Ramos! Um texto duro, mas fluido, ambientado em meio a elementos presentes em nossa sociedade sertaneja e nordestina (uma parte do Nordeste, claro!). A trama nos revela as dificuldades do sertão nordestino, mas que pode ser ampliado para outros contextos (com as devidas considerações). Abordando temas como o papel do ser humano na sociedade, a política regional, a interferência humana no contexto geográfico e natural do interior nordestino, a luta pela sobrevivência, as relações culturais e familiares, bem como os dramas vividos e pensados pelas personagens. Um livro muito atual em sua essência, com um universo rico de detalhes e personagens. Uma excelente leitura e certamente uma aventura incrível!

Yurizin 23/08/2023

Vidas secas
?Vidas secas? retrata a vida árdua de uma família de retirantes nordestinos, mostrando suas lutas contra a seca, a fome e as adversidades da vida rural. O livro aborda temas como desigualdade, miséria e a busca por dignidade em meio a um ambiente hostil. Com uma prosa seca e objetiva, Ramos mergulha o leitor na experiência dos personagens, explorando suas emoções e desejos. Através dessa narrativa poderosa, o autor oferece uma visão crítica da sociedade e da condição humana, deixando uma marca duradoura na literatura brasileira.

Amaurijbarros 07/12/2022

Vidas Secas
Uma família no sertão nordestino, suas vidas com muitas esperanças e vivendo a realidade, uma vida seca.
Leiam.