Ana Júlia Coelho 25/09/2022Durante as décadas de 70 e 80, diversas cidades foram aterrorizadas por crimes sem solução. Eram invasões domiciliares com pequenos furtos e casos de estupro que depois evoluíram para assassinatos. Os depoimentos das vítimas e testemunhas pouco contribuíram para tirar de circulação o meliante.
Por não apresentar os casos por ordem cronológica e por serem crimes em várias cidades diferentes, o leitor é levado a acreditar que se trata de mais de um criminoso. Essas idas e vindas no tempo gera uma confusão porque não é possível acompanhar a evolução dos crimes. Ora narra assassinato, ora apenas furto, sendo que a violência nos crimes foi escalonando à medida em que ele se viu livre pra continuar cometendo-os. Até a polícia deu codinomes diferentes para o criminoso de acordo com a cidade em que ele atuava. Isso só mudou quando o DNA passou a contribuir nas investigações.
O livro foi dividido em três partes interessantes: A primeira narra alguns casos. Dentro dessa parte mostra o depoimento de testemunhas, as evidências deixadas para trás e como o Assassino do Golden State agia na hora de invadir as casas. A segunda parte foca em um dos investigadores, juntamente com a autora do livro, visitando algumas cenas de crimes e debatendo sobre algumas evidências deixadas para trás. Já a última foca em alguns suspeitos e por que eles foram descartados.
Foram quase 40 anos perseguindo esse serial killer sem um desfecho satisfatório. Por um momento, acreditei que ele passaria impune. A autora do livro morreu sem ver seu grande sonho realizado. Novos protocolos foram adotados por causa dos casos desse cara (tipo colher DNA de todas as pessoas que passam pelo sistema criminal dos Estados Unidos, não só dos que foram condenados). Mas a última página me deu um quentinho no coração.
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