Marquesca 27/10/2020
conde Drácula é um personagem fascinante
Que leitura maravilhosa, conde Drácula é um personagem fascinante, mesmo aparecendo tão pouco na obra, ele te deixa intrigado. A imagem apresentado no livro é de um lorde inglês, dono de posses, castelos, e com uma educação e conhecimento refinados, o vampiro nos é apresentado como alguém encantador. Um cavalheiro digno de uma boa noite de ótimos assuntos, capaz de nunca nos entediar. É assim que Jonathan Harker o conhece na sequência inicial do livro e nos únicos trechos em que realmente temos oportunidade de conviver com o terrível personagem. Depois disso, ele só aparece a partir de relatos de terceiros.
Tudo que conhecemos sobre defesa anti-vampiros vem desse livro. Bram Stoker reuniu informações, lendas, superstições e crendices para lançar as bases de como se proteger de um sugador de sangue? Em Drácula temos reunidas a estaca no coração, a defesa com rosa branca ou alho, a cruz, a hóstia, a água benta.
Nele descobrimos que vampiros não possuem reflexo em espelhos, não toleram a luz do dia, dormem em caixões.E com ele, vivemos uma experiência única em companhia de personagens cuidadosamente bem construídos e impossíveis de serem esquecidos.
O livro é um verdadeiro mergulho na Londres do século XIX. Os relatos dos diários de cada personagem, que vão se sucedendo e construindo a narrativa, dão velocidade e trazem diferentes pontos de vista. O desfecho é simples, rápido e direto demais. Não tem aquele clímax que leva o leitor ao final, mas o que temos são sucessivas cenas de tensão ao longo de toda a história que levam a um ponto final burocrático e sem ambições de tirar o fôlego dos leitores. É um livro inesquecível, envolvente e que mexe com qualquer apaixonado pela literatura de horror.