Larissagris
16/11/2022VEM COMIGO (KARMA BROWN)Como você explica a alguém que, se pudesse, abriria o próprio peito e jogaria as cinzas ali dentro para elas poderem descansar para sempre junto ao seu coração? Como um cobertor para diminuir o frio do pesar. É impossível explicar, então você não explica. (Pág. 21)
Enquanto me recuperava da cirurgia, descobri o valor da dor física para manter distante a angústia emocional. Mas a dor física teria que ser extrema para contrabalançar o que estou sentindo, porque, na maioria dos dias, a sensação é a de que meu interior está coberto por um milhão de cortes e eu acabei de engolir uma garrafa de suco de limão. (Pág. 31)
- O sentido é a vida, Tegan. Ela vai continuar, quer você queria ou não. E, em algum momento, você vai ter que pular outra vez nesse trem. (Pág. 44)
Nada pode mudar o que aconteceu. E ficar aqui, revivendo cada momento de cada dia, está acabando com você, Tegan. Você está desaparecendo, e eu tenho medo de que em algum momento não reste nada. (Pág. 44)
Ou talvez fosse simplesmente que, quando você enfim percebe como tudo parece perfeito, é porque as coisas estão prestes a mudar. Em um piscar de olhos, como dizem por aí. (Pág. 51)
Se alguém me dissesse que é possível amar e odiar tanto uma pessoa ao mesmo tempo, eu jamais acreditaria. Mas estaria tão errada. Meu ódio e meu amor por Gabe alcançam as mesmas profundezas do meu ser. E isso está me rasgando em duas, como meu cinto de segurança quase fez ao colidirmos com aquele poste de metal. (Pág. 67)
E vai fazer você lembrar que, se um elefante é capaz de segurar um pincel com a tromba e criar uma obra de arte, não existe nada no mundo que você não consiga fazer. (Pág. 126)
Aqui tenho momentos de dor intensa quando abro os olhos e percebo que nada daquilo foi um sonho ruim, mas também espero ansiosa pelo que os dias reservam para nós. Aqui existe possibilidade. (Pág. 184)
Se eu quiser que as coisas funcionem, preciso passar menos tempo focada em tudo o que perdi naquela noite e mais tempo tentando descobrir como viver sem o que ficou para trás. E, embora ainda seja assustador e desconhecido, o perdão começa a espreitar nos cantos escuros e devastados da minha alma. (Pág. 222)
Todos os dias eu desejo que um buraco se abra à minha frente, para eu poder pular ali e nunca mais sair. Todas as manhãs eu desejo não ter que passar por aquele momento em que estou deitada na cama e me pergunto, só por um segundo, se tudo não passou de um pesadelo. (Pág. 250)
Não me sinto pronta para voltar para casa. Para dizer a verdade, tenho medo de voltar porque não sei quem vou ser quando chegar lá. Não sou a Tegan que todos conheciam antes do acidente, mas também não sou mais aquela casca sofrida de mim mesma que eu havia me tornado antes de partir. (Pág. 296)
O tempo é o único capaz de curar, mas a dor permanece como uma ferida aberta. (Pág. 321)
As coisas boas são aquelas pelas quais vale a pena esperar. (Pág. 327)
A morte deixa uma dor que ninguém consegue curar. O amor deixa uma lembrança que ninguém é capaz de roubar. (Pág. 338)