Jaqueline 24/09/2011ATENÇÃO: esta resenha pode
conter spoilers para quem ainda não leu os volumes anteriores da série!
Após o fraco “Amante Consagrado”, livro focado no Irmão Phury, a autora best-seller J. R. Ward nos brinda com um romance envolvente, sexy e cativante até a última página! Trata-se de “Amante Vingado”, o oitavo volume da série “Irmandade da Adaga Negra”. Expandindo o universo da Irmandade, desta vez temos a história de Rehvenge, o irmão de Bella, a shellan de Zsadist. Senhor das drogas, cafetão e assassino, o Reverendo é o todo-poderoso dono da boate ZeroSum, ponto de encontro dos membros da Irmandade no centro da cidade de Caldwell, Nova York. Sob o nome de Richard Reynolds, ele compra, vende e propicia a humanos e vampiros todo o tipo de diversão ilegal que o dinheiro pode adquirir, gerando assim uma enorme fonte de renda para sua família e também para sua chantageadora, a Princesa da subespécie sympatho a quem paga uma exorbitante quantidade de dinheiro na forma de rubis em troca do silêncio sobre sua condição de meio vampiro, meio sympatho.
Preocupado com as recentes mortes de uma funcionária e de alguns traficantes que estão agitando a polícia da cidade e prejudicando seus negócios, Rehv ainda deve lidar com sua saúde, cada vez mais abalada pelas enormes doses de dopamina que ingere para “neutralizar” a natureza sanguinária e invasiva de seu lado sympatho e o envenenamento que segue cada um de seus encontros com a Princesa. A medicação o mantém fisicamente insensível à dor, mas o descuido com que se trata acaba chamando a atenção da enfermeira Ehlena, uma doce e pobre vampira que vive desdobrando-se em muitas para cuidar do pai, um antigo membro da glymera (a classe nobre do mundo dos vampiros de Ward) que se tornou esquizofrênico com o passar dos séculos. A atração irresistível que acaba unindo o casal compromete não apenas os segredos da natureza híbrida de Rehv, mas também antigas histórias de sua família, sua posição como líder da glymera e a segurança do rei da raça vampira e líder da Irmandade da Adaga Negra, Wrath.
Como sempre, a narrativa do livro abarca outros personagens da série, e é assim que acompanhamos as mentiras do Rei Cego Wrath, a crise que elas acabam gerando no seu casamento com Beth, sua posterior “amizade” com Payne, a filha da Virgem Escriba, e a chegada de um novo membro a casa dos Irmãos, George. Se há um diferencial na obra de Ward, trata-se justamente disso: o final feliz não é garantido, e os desgastes que o tempo gera invariavelmente aparecem nas histórias de seus personagens através de dramas familiares, brigas, afastamentos e reconciliações.
Apesar do seu tamanho (enorme!), “Amante Vingado” é uma leitura é dinâmica e de vocabulário bem simples. Os centros narrativos de cada capítulo vão se intercalando na construção de uma história maior, muitíssimo bem amarrada pelas mãos primorosas da autora. Há bastante destaque para John Matthew e sua paixão mal escondida por Xhex, a chefe da segurança do ZeroSum e melhor amiga de Rehv que também é uma sympatho. Um se sente atraído pelo outro, mas os dois insistem em se ferir através de ações impulsivas. O final deste livro, onde o líder da Sociedade Redutora Lash é de suma importância, deixa todos os ganchos necessários para o nono livro da série, “Lover Mine”, cujo casal central é formado por John e sua amada brucutu.
Um ponto negativo da tradução é a insistência da editora Universo dos Livros em “suavizar” o linguajar dos personagens. De natureza violenta e explosiva, seria muito mais lógico manter um “Vá se foder!” na fala de Vishous do que amenizá-lo com um “Vá se danar!”. De qualquer modo, isso não compromete o entendimento da obra, que conta com uma revisão muito bem feita. “Amante Vingado” é um livro que finalmente resgata e faz brilhar toda a força dos personagens criados por J. R. Ward. Não deixe de ler!
>>Resenha publicada no site www.up-brasil.com