Resenhas - Mary Ventura e o nono reino

Mary Maia 27/05/2023

Conto "sinistro"
Minha primeira leitura da autora começa com o pé direito.
Um conto, uma viagem para um lugar desconhecido, com pessoas esquisitas e uma luz no final do túnel (...)
Será possível?
Gostei da experiência.

Lice 04/12/2021

O trem da vida e seus simbolos
? "Os trens são assim. Eles não esperam." //
"Ainda não estou pronta para fazer essa viagem."

? Depois de ler algumas resenhas pra fechar minha visão sobre livro cheguei a conclusão de que apesar de ter diversos caminhos de interpretação eu só consigo refletir sobre a questão do suicídio. Não dá pra separar a obra do autor e creio que muito dessa obra é fruto de reflexões da própria autora sobre sua realidade.

? "?Aceitar o quê? ? O destino" // "algo de incomum nas pessoas que estão neste trem?"

? Mary Ventura pode ser o eu dela que deseja fugir dessa conformidade e destino cruel.  Que não queria entrar no trem, mas é impulsionada a isso.

? "Uma vez que você chega ao Nono Reino, não tem como voltar. É o reino da negação, da vontade petrificada. São muitos os nomes."

? O nono reino seria o fim, o livro deixa claro que a maioria das pessoas não faz a viagem mais de uma vez, que a viagem é muito cansativa ("É uma viagem tão longa que dificilmente alguém a faz duas vezes."), pra mim essa frase deixou claro que poderia sim ser uma referência ao suicídio.

? "mas lembre-se de que você paga por tudo isso. Você paga a conta no final. O negócio deles é transformar a viagem em algo atraente. O interesse da companhia de trens vai além da simpatia."

? Essa frase foi a que mais me deixou pensando, talvez fale sobre a dor? A tomada de atitude por uma solução que leva a dor e desespero.

? "então se arrependem da compra do bilhete. O arrependimento não ajuda em nada. Deveriam pensar melhor antes de fazer a viagem."

? Vejo a intenção da autora em mostrar que esse caminho é mais obscuro do que parece, que vale a pena tentar fugir dele, mesmo que tudo seja sombrio e difícil. Vale a pena lutar.

? "Deixe a mala para trás"  // "Suba a escada, mesmo que pareça sombria, mesmo que lagartos passeiem por lá. Vai confiar em mim e escolher a escada?"

? "A mala" ainda é uma questão que tenho refletido, talvez seus medos? Talvez suas crenças? Suas ansiedades? Seu peso? Claramente esses trechos são sobre algo que você carrega, sobre a luta, mas fica a reflexão...

? "Eles compram seus bilhetes e têm a obrigação de descer na estação correta... " // "Você escolheu não voltar, e agora não há mais nada que possa fazer."// "Não ? disse a mulher. ? Eles vão colocar seu pedido na conta que é paga no final da viagem."

? Outras interpretações: talvez ligado a um relacionamento destrutivo e fugir dele (entra na parte dos atrativos na viagem que serão pagos no final). Tlavez também seja em geral, ligado a decisões da vida e seus consequências.

LiaAtalia 02/02/2023

É assustador ter que entra na vida adulta
Quando eu pensava que estava começando a entender eu percebia que não estava entendendo quase nada. Acho que o mais incrível dos livros da Sylvia é que ela coloca uma mensagem neles e você acha familiar e estranho ao mesmo tempo, mas acaba se identificando.

Esse conto dela conta como antes da adolescência temos os pais para nos acompanhar e que morremos de medo de entrar no tem da vida adulta e nos despedir do apego aos pais e começar a viajem sozinho e como é ainda mais difícil quando você quer mudar a rota do seu destino sozinho, porque é muito difícil.

Honeymoon 07/02/2023

é sempre interessante ler Sylvia Plath
inacreditável que a Sylvia escreveu algo tão bom tão jovem, mais jovem do que eu! Realmente "uma fábula simbólica e obscura", que vale a pena a reflexão, principalmente em questão de escolhas e amadurecimento.

Helô 17/06/2021

Bonitinho
Este foi o primeiro livro que eu li dela, e aparentemente foi o primeiro que ela escreveu? Não sei bem, mas achei bem simples e infantil, parece mesmo com um romance de início. No entanto, o universo em volta me deixou bastante curiosa, porque deu margem para ser mais explorado.

Giovanavski 09/07/2023

Esse é um livro curtinho, um conto rápido mas muito gostosinho de ler! Amei a leitura, foi feita em uma viagem de ônibus curtinha. O mensagem do livro é bastante bonita!

tmullerh 12/04/2021

caramba! tão simbólico, profundo e delicado. E é um texto extremamente curto mas mesmo assim consegue criar um suspense que prende e faz você engolir e sair atingido. Poderia falar mais dessas 48 páginas do que de alguns romances de 400. Te amo Sylvia!

mwahgeo 16/03/2023

Incrível as sensações que uma boa escrita causa
Mary Ventura e o Nono Reino, apesar de curto, é indescritivelmente bom.
é irônico pensar na metáfora principal do que é o Nono Reino. é sobre a morte?
no início do livro os pais de Mary a incentivando a embarcar na viagem talvez seja a metáfora mais pesada para mim. como a obra reflete a vida de Plath, a ideia de que os pais de alguma forma a levaram a ter um fim tão trágico é doloroso.
a narrativa me arrepiou diversas vezes. o fim, uau.
simplesmente um conto sensacional.

bella 08/04/2022

muito boa a fábula, a Sylvia Plath escreve incrivelmente bem!! amo os livros dela, minha autora preferidaa

ana 26/06/2021

é só correr
escolher correr para um início ou um fim onde o ar é menos denso?

renni 01/06/2023

Mary Ventura e a Câmara Secreta
Ninguém realmente te prepara para crescer, para realmente estar no mundo. Estamos tão sozinhos quanto qualquer outro. O que é do destino pertence somente ao destino.

Nascer, crescer, recrescer, recrescer, recrescer, decrescer, morrer.

O conto pode ser visto como "sombrio" levando o contexto da vida da Plath na época mas o que ela traz aqui é a nata do crescimento, da descoberta, do medo e da independência. E no final de contas acaba sendo sombrio mesmo. Como muitos de nós passamos por isso é um mistério mas no final... a jornada é só nossa.

HonorLu 25/01/2021

Primeira leitura em Sylvia Plath
Leitura rápida, indicada e emprestada por uma amiga de prestígio, fui sem muita expectativa e com um olhar mais distanciado. Atentei-me como leitor iniciante da autora a não me concentrar nas fragilidades (comuns a idade da autora e ao estilo experimental) e manter meu foco na potencialidade da narrativa. Acho curioso a maneira como a escritora se refere ao texto como fábula, uma vez que ele se enquadra no gênero conto, e não pude deixar de associar as estações e a viagem de trem aos círculos do Inferno de Dante, passando minha leitura a uma intertextualidade ao percalço do poeta italiano em sua narrativa que também conta com uma figura de auxílio/guia/orientação, tratando-se de um caminho metafórico de autoconhecimento ou de passagem. Estou curioso sobre esta autora e pretendo ler mais, uma vez que alguns elementos descritivos me chamaram atenção em contraste aos artifícios comuns de uma escrita criativa iniciante e saturada de termos-acessórios.

Marker 25/02/2020

A capa me fez crer que era uma história infantil, a introdução negou que fosse, mas o material em si pede mais pra afirmação dessa ideia. Conto escrito por uma Sylvia ainda estudante, é compreensível que tenha sido recusado por uma revista literária. Se quer muito mais misterioso e alegórico do que consegue ser, e tanto por isso acaba meio piegas, parábola de superação pessoal no pior estilo coach. Ainda tem as imagens de uma Sylvia, mas uma que claramente não entendia ainda a escritora que seria.

DéboraMP 16/09/2022

Um conto curtinho, mas intenso
Mary Ventura embarca, forçada pelos pais, num trem rumo ao nono reino. Ao seu lado, uma passageira bastante misteriosa.

Ao longo da viagem, Mary vai observando paisagens, os passageiros e se encanta com as comodidades do trem.

As coisas ficam tensas quando uma passageira precisar desembarcar na estação seis, mas se recusar e então é retirada à força pelo maquinista.

Então Mary começa a fazer perguntas para sua companheira de viagem, que se recusa a respondê-las. E então ocorre um desfecho bizarro.

O livro é curtinho, mas me envolvi profundamente na atmosfera de mistério. Gostei bastante da escrita e do conto em si. É aquele tipo de história que levanta milhões de perguntas e deixa tudo no ar.

Penso em duas interpretações: a primeira é a analogia a jornada de transição para a vida adulta. A segunda, é uma alusão ao caminho da vida até a morte, pois quem vai para o nono reino não pode voltar, ninguém volta de lá. E também final me fez pensar nesta hipótese.

Li algumas opiniões de que talvez a autora estivesse fazendo alusão ao caminho para a depressão/ suicídio, o qual você pode escolher abandonar, sobre ela estar culpando os pais, mas entrelinhas, pelo caminho sombrio que ela seguiu.

Não creio que esta tenha sido a intenção, acredito mais numa descrição da nossa trajetória na vida.

Independente do que a autora quis de fato dizer, lamento que ela tenha nos deixado tão cedo, que não tenha encontrado forças para vencer a depressão e as coisas que a atormentaram.

Leticia Nassinger 06/09/2019

Pra refletir...
Esse livro é cheio de metáforas, que me fizeram refletir muito. Realmente amei, e se alguém tiver ou souber de alguma análise (crítica) do livro, por favor me indique, pois quero me aprofundar mais nele.