Resenhas - Feliz Ano Velho

Ramon.Izidoro 25/04/2020

Excelente livro que nos faz refletir sobre uma realidade próxima a qual tentamos afastar da convivência e do próprio pensamento por preconceito ou falta de conhecimento.

Bruno 12/05/2013

Superação, amizade, anos de chumbo, sexo, drogas e rock and roll.
O título desta resenha ilustra bem o que esta obra representou para mim.

O livro é uma autobiografia do autor "quase" que restrita ao período que serviu de maior marco em sua vida (um mergulho mal calculado que aos 20 anos o deixou preso a uma cadeira de rodas para sempre).

Marcelo sempre viveu rodeado de amigos, de mulheres e sabia se divertir como ninguém (seja baseado no sexo, na música ou... no próprio baseado...). A partir do indigitado acidente sua vida virou de cabeça para baixo e "readaptação" tornou-se a palavra da vez.

A narrativa tem por norte esta readaptação e o caminho que o autor trilhou até descobrir que o Marcelo de anos atrás não existia mais e que precisava abrir os olhos para seguir em frente, sem se lamentar pelo que já passou.

A força da amizade, os flashes do passado (com destaque para o período dos anos de chumbo - no qual seu pai foi preso pela ditadura e nunca mais voltou - e para as diversas aventuras sexuais que o autor narra como ninguém - um verdadeiro percussor de "cinquenta tons" - risos) e a linguagem coloquial empregada servem de diferencial: por vezes parece que Marcelo é um amigo que entra na nossa sala, joga os pés no sofá e começa a contar para o leitor sobre sua vida, em total imersão.

É engraçado ver que a história do passado recente do Brasil caminha em paralelo às linhas do livro: seria curioso ver as opiniões "atualizadas" de Marcelo sobre o PT da época que escreveu Feliz Ano Velho e sobre o PT de hoje, acerca de Lula bem como sobre a "paliativa" comissão da verdade.

Por fim, em minha humilde opinião, Marcelo era um garoto mimado, cujas posses e os contatos fizeram com que sua vida tomasse rumos bem menos tortuosos do que tomaria a de outros mortais em idêntica situação no nosso Brasil (fisioterapia, terapia ocupacional, psicólogo, boas clínicas, centros de reabilitação, melhores hospitais, enfermeiros em casa.... bom, não é para qualquer um, concordam?) mas nada disso retira seu mérito e sua luta! Incólume a lição de vida que Feliz Ano Velho passa: "Por maior que seja a adversidade, adapte-se e siga em frente!".

Vale a leitura!

alice 15/04/2022

adeus ano novo, feliz ano velho
Avaliando de um ponto de vista biográfico, é um livro muito! bom, te aproxima bastante do escritor, muito legal poder interpretar os sentimentos, e compreender as dificuldades do Marcelo depois do acidente. Como sou acostumada com romances e fantasia, em alguns momentos senti a leitura um pouco entediante, mas entendo que o objetivo do livro é outro. Gostei da experiência..

lótus negra 04/06/2013

Irresistível!
Não pude ficar calado após essa explosão de vida.
Fazia tempo que um livro não me prendia tanto, não me acendia essa paixão, não me roubava assim. Marcelo narra sua tragédia de maneira lúcida, bem-humorada, cativante, arrebatadora. Nossa, poderia passar a noite comentando e elogiando essa obra. Não diria que foi o melhor livro que já li, o Marcelo é um dos meus autores preferidos. Mas digo que admiro demais esse cara. Pela força, pela cabeça que ele tem e acima de tudo, por ele ser vivo! E que seu livro me deu um estalo, mais um despertar.
Obrigada Marcelo.

izabelgbeltrao 14/06/2022

livro recomendado pelo meu pai e possui muitas questões interessantes e frases impactantes. achei interessante como vários assuntos são abordados, mas ao mesmo tempo conseguimos perceber o foco da narrativa.

Nessa 19/05/2022

?O futuro é uma quantidade infinita de incertezas?
Realmente, é mesmo. Bom, nesse livro pude acompanhar a vida do Marcelo depois de sofrer um acidente que o deixa tetraplégico. Consegui ?sentir? e ?entender? os seus sentimentos, o que ele pensava, suas dores, incertezas, medos, euforias, felicidades?, enfim. Foi legal como ele foi se adaptando à nova vida, apesar de muitas vezes querer simplesmente apagar. É inspirador ver a luta dele e entender que, mesmo com muito medo, ele ia. Sempre ia. E é assim que deve ser. Muitos ensinamentos!! A real é que a gente não tem certeza de nada, a vida tá aí e o Marcelo é a prova viva de que o universo, as vezes justo, as vezes não, sempre pode nos trazer algo positivo.

Andy 04/02/2014

Livro objetivo com uma boa história de vida.
Marcelo Rubens Paiva conta o acidente que sofreu e como na época lidou com esse fato que mudou sua vida pra sempre.

Alguns momentos o livro fica um pouco confuso com as gírias usadas na época (o livro foi escrito em 1982) e a forma como ele mescla algumas histórias me fez reler alguns trechos, mas nada que atrapalhe a boa experiência que esse livro nos oferece.

O livro é divertido e a forma como escreve não é cansativa. Não é um livro para você ficar com pena do "pobre menino", e isso é o grande barato da história, de forma objetiva e mesclando a época do acidente com fatos de sua adolescência o autor mostra a luta e os desafios no inicio de sua vida de "tetra".

Marcone989 07/09/2022

Um relato que te leva a reflexão.
Em Feliz ano velho Marcelo Rubens Paiva relata sua experiência pós acidente o que acabou o deixando Tetraplégico. Nesse relato existe um grande espaço para a divagação sobre sua vida pregreça, seus relacionamentos, seus traumas de infancia, sua inconsequência de juventude. Um ar que ao mesmo tempo reflete sua nostalgia pelo passado, reflete também sua vontade de continuar vivendo. O livro em alguns aspectos envelheceu um pouco, então para os parametros sociais de hoje em dia alguns trechos podem ofender os mais sensiveis. Suas descrições complexas de atos sexuais me constrangem um pouco mas faz parte dessas experiencias nostalgicas do sensorial que ele revive em sua recuperação. Uma leitura muito interessante, me fez refletir sobre varios aspectos da vida, o texto é delicioso, sendo de muito facil acompanhamento.

Laura 03/09/2020

Feliz ano velho
o livro é narrado por Marcelo Paiva. este conta a sua história, que é envolvida entre coisas que fazia antes do acidente que sofreu, e o que passou a fazer após ocorrido.

ditadura militar, sexo, política canhota e drogas: são elementos presentes - até demais - no enredo. apesar disto, é uma leitura de compreensão simples.

Anderson 14/12/2020

Destinos que não escolhemos
Ouvi falar do marcelo algumas vezes, nunca tive tempo e acabri protelando. Daí que o primeiro livro dele que leio é esse. Devorei rapidinho. É do tipo de história que te prende e você, por fim, acaba fazendo um amigo.

Rafa 08/02/2015

Do pulo ao luto
Marcelo Rubens Paiva, nos conta a sua história, um jovem paulista de classe média alta, música, com muitas namoradas, muita farra e pouca responsabilidade, especialmente em dar um mergulho no lago em estilo "Tio Patinhas". Resultado? O lago tinha meio metro de profundidade e o autor lesionou a quinta vértebra cervical e comprimiu a medula.

O autor nos conta seu drama a partir desse trágico momento, e relata a força que seus amigos lhe passavam dia após dia do acidente, e a força de sua mãe. Sua mãe de personalidade forte, teve sua casa invadida na época da ditadura militar e levaram seu marido Rubens Paiva(Pai de Marcelo), e nunca mais voltaram a vê-lo, e nem tiveram informações de sua morte e/ou o porque ... Sua mãe foi torturada na época da ditadura, sempre com as mesmas perguntas sobre ideais políticos de seu marido. Depois de solta, foi questionar onde estava seu marido, mais ninguém lhe dava respostas, e até hoje ninguém noticiou onde e como foi sua morte(não precisa ser muito inteligente para adivinhar)


Marcelo Rubens Paiva nos relata o seu drama de sobrevivência, onde a todo momento queria voltar segundos antes de dar aquele pulo estilo patinhas, com um pouco de sarcasmo e bom humor o autor nos faz pensar e remediar todas as nossas atitudes, pelo menos no meu ponto de vista a dar valor a pequenas coisas que não se podem perceber quando se tem tudo ao seu alcance até um acontecimento mudar tudo.

Nas noites de insônia o autor lembra-se de um garoto normal que subia em uma pedra e gritava: "Aí Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionário disfarçado"

Feliz Ano Velho!

Frase que gostei.
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"O amor não é eterno, mas sim infinito enquanto dure"

De Cara Nas Letras 16/03/2015

Feliz Ano Velho - Marcelo Rubens Paiva
Marcelo é um jovem paulista de classe média alta, que leva uma vida tranquila, no auge dos seus vinte anos. Estudante de Engenharia Agrícola na Unicamp, tem muitas namoradas, até que a poucos dias do Natal de 1979 vê sua vida mudar completamente, após mergulhar num lago com meio metro de profundidade com a pose do Tio Patinhas. Após o acidente, Marcelo acorda na UTI, sem fazer ideia do que tenha acontecido. Quebrara a quinta vértebra cervical e comprimiu a medula. Em outras palavras, Marcelo agora era um tetraplégico.

Então, o narrador que é o próprio Marcelo começa a contar pro leitor o lento processo de recuperação. Foram longos meses na UTI, onde enfrentou dias e noites intermináveis. Como ele mesmo denominou: é “a ante-sala do céu e do inferno”. Fez cirurgias, usou um colete de ferro, fisioterapia e cadeira de rodas. Foram 12 meses de recuperação onde o único intuito era sair do hospital andando. Marcelo não se conformava com pequenos sinais de melhora, ele queria ficar curado. Em muitos momentos ele se revoltou por aquilo ter acontecido justo com ele, e quis desistir, e muitas vezes Marcelo pensou em suicídio. Para ele morrer seria mais fácil que encarar aquilo tudo.

Mas, apesar de se tratar de um tema trágico, o drama não toma conta do livro, muito pelo contrário. Marcelo tem um bom humor incrível, e deixa isso registrado nas páginas de sua história. Em vários momentos ele intercala seus momentos no hospital com lembranças da sua infância e adolescência. Podemos conhecer o Marcelo antes do acidente, suas conquistas amorosas e decepções, sua relação divertida com os amigos, família, aventuras na música e na política. Uma das partes mais impactantes é, sem dúvida, quando ele fala da relação de amizade que tinha com o pai: Rubens Paiva foi levado da própria casa por militares, e nunca mais foi encontrado.

A leitura é fluida e agradável, cheia de humor e irreverência. Marcelo Rubens Paiva consegue misturar tragédia e humor de forma incrível, ele se revela um jovem autor muito talentoso, e consegue nos prender ao livro. Eu, particularmente, já reli o livro inúmeras vezes, e em todas às vezes me emociono. É um livro que todos deveriam ler, para contemplar essa maravilhosa obra brasileira.

Ao ler Feliz Ano Velho, nós sofremos com Marcelo, lutamos com ele, nos divertimos, e nos emocionamos. Mas apesar de tudo, assim como Marcelo, não perdemos a paixão pela vida.

site: www.decaranasletras.blogspot.com

@vidaliterata 13/01/2023

Muito bom, apesar das problemáticas
A primeira leitura do ano foi esse romance autobiográfico pelo escritor e jornalista brasileiro Marcelo Rubens Paiva. Indicação de um amigo, pois eu não conhecia o autor.

O livro abre com um prefácio escrito por um amigo dele, Luís Travassos, que foi ativista e presidente da UNE em 1968, que infelizmente nem chegou a ler o final do livro do amigo, pois morreu antes.

A história é composta de relatos e memórias em primeira pessoa de Marcelo, um jovem estudante paulistano de classe média. Um dia enquanto estava se divertindo com seus amigos em um lago raso, ele salta e bate a cabeça em uma pedra, na qual resulta numa lesão em sua medula, deixando-o tetraplégico.

Marcelo era um jovem saudável, mulherengo e estava estudando Engenharia. E de repente, ele se vê na UTI de um hospital, dependendo de cuidados de enfermeiros para tudo, sem saber se vai voltar a andar ou não.

Os relatos são fortes e angustiantes. Vemos a sua indignação, revolta e culpa por ter mergulhado e sofrido o acidente. Durante todo o livro ele relembra e reflete sobre vários acontecimentos de sua vida: sua infância, família, amigos e casos amorosos.

Apesar de sua situação trágica, o autor nunca deixa de utilizar o humor ácido, a ironia e críticas sociais, principalmente à ditadura militar. Seu texto é coloquial, cru e direto, com toques de erotismo. Vale ressaltar que a obra foi escrita nos anos 80, portanto, naturalmente possui termos ofensivos e problemáticos à mulheres e minorias.

Um fato chocante é que o pai do autor, Rubens Paiva, um conhecido político da época, foi preso e posteriormente assassinado covardemente por militares durante a ditadura. Marcelo descreve seu trauma e a angústia da família por busca de informações do pai, que "desapareceu" de sua vida quando ele ainda era criança.

Foi muito bom e emocionante acompanhar a evolução do Marcelo ao longo da história, você passa a comemorar com ele toda pequena conquista durante a fisioterapia. Ele é um grande exemplo de superação.

Gostei muito. É uma história que te faz refletir sobre várias questões da vida.

Thalia 14/01/2021

Ótima leitura
Em linhas gerais um bom livro, mostra como a mão do destino age em nossas vidas e a vira se ponta a cabeça em um piscar de olhos. O autor é altamente irônico e de humor ácido, consegue nos fazer rir enquanto conta uma história trágica, mas também nos faz chorar suas dores do passado e do presente, como se fomos um dos seus amigos a visitá-lo no hospital.